Haverá muito analista que concluirá que o jornalismo caseiro tem falta de público porque há diversificação de informação com a televisão a assumir as despesas das notícias do dia e a deixar os restos para os jornais do dia seguinte. Outros dirão que a míngua de leitores se deve à crise económica, esquecendo as tiragens dos três desportivos. Outros ainda alvitrarão que as pessoas não se interessam por jornais de intelectuais, esquecendo a popularidade dos intelectuais que sabem comunicar, mesmo na tv.
O problema número um do jornalismo caseiro continua a ser a qualidade intrínseca do que produz. O i pretende ser um jornal de qualidade e "de categoria gourmet", nas palavras do seu director que cessa funções, Manuel Queiroz. Que estabelece a distinção entre esse jornalismo e o "muito popular", como sendo o prognóstico do futuro do jornalismo.
O conceito de "gourmet" no entanto, é equívoco porque a cozinha molecular não é do agrado de toda a gente que muitas vezes prefere os pratos tradicionais bem servidos e cuidados e com paladar característico. Pode por isso dizer-se que o "chef" do i ainda não acertou na receita.
Como exemplo de opção pelo "muito popular" podemos ver actualmente o Jornal de Notícias, assim assumido pelo director que entrou em funções há semanas e que em entrevista ao DN, ladeado pelo "amigo Joaquim" assim resumiu o papel do jornal que dirige actualmente. Popular significa dirigido à populaça. Supostamente a populaça assim designada gosta de sangue suor e lágrimas, na primeira página e o actual director, antigo esquerdista, não se faz rogado no populismo. Desde que assumiu funções, as primeiras páginas são de faca e alguidar com a liga à mostra, e nem sempre a do futebol. É esse o conceito de "popular" para o antigo comunista Manuel Tavares, porque o amigo Joaquim assim o pensará também.
Veremos onde chega o Jornal de Notícias com esta liderança tão popular.
O problema número um do jornalismo caseiro continua a ser a qualidade intrínseca do que produz. O i pretende ser um jornal de qualidade e "de categoria gourmet", nas palavras do seu director que cessa funções, Manuel Queiroz. Que estabelece a distinção entre esse jornalismo e o "muito popular", como sendo o prognóstico do futuro do jornalismo.
O conceito de "gourmet" no entanto, é equívoco porque a cozinha molecular não é do agrado de toda a gente que muitas vezes prefere os pratos tradicionais bem servidos e cuidados e com paladar característico. Pode por isso dizer-se que o "chef" do i ainda não acertou na receita.
Como exemplo de opção pelo "muito popular" podemos ver actualmente o Jornal de Notícias, assim assumido pelo director que entrou em funções há semanas e que em entrevista ao DN, ladeado pelo "amigo Joaquim" assim resumiu o papel do jornal que dirige actualmente. Popular significa dirigido à populaça. Supostamente a populaça assim designada gosta de sangue suor e lágrimas, na primeira página e o actual director, antigo esquerdista, não se faz rogado no populismo. Desde que assumiu funções, as primeiras páginas são de faca e alguidar com a liga à mostra, e nem sempre a do futebol. É esse o conceito de "popular" para o antigo comunista Manuel Tavares, porque o amigo Joaquim assim o pensará também.
Veremos onde chega o Jornal de Notícias com esta liderança tão popular.
Provavelmente o jornalista Manuel Tavares não conheceu o jornalista Hugo Rocha, antigo director do Comércio do Porto e que em 5.8.1984 dava uma entrevista extensa ao D.N. sobre jornalismo que devia ser lida e estudada nas escolas de jornalismo onde ensinam expoentes como a dona Judite de Sousa.
Hugo Rocha dizia assim na entrevista de três páginas em quase broadsheet: " O pior aspecto da Imprensa é a exploração daquilo que é condenável, execrável, e que são os crimes."
Vão dizer isso ao antigo jornalista do Diário ou ao actual director do Correio da Manhã. Para eles a máxima é a antiga "give the people what they want". Melhores que o ultraliberalismo de Sir Rupert? Nem um grama. E contudo preenchem páginas e páginas a denunciar o "ultra-liberalismo", em modo de notícias enviesadas e em campanhas por causas eleitorais que nem conseguem esconder.
Hugo Rocha diz ainda na página do suplemento do D.N.: " O jornalismo não se aprende, nasce com aquele que o quer cultivar."
Pois sim. Vão dizer isso às novas gerações de jornalistas que frequentaram cursos de novas oportunidades para o exercício da profissão.
Não por acaso, certamente, alguns dos principais jornais portugueses são dirigidos por antigos jornalistas desportivos. O resultado só pode ser um: prognósticos, só no fim do jogo.
Hugo Rocha dizia assim na entrevista de três páginas em quase broadsheet: " O pior aspecto da Imprensa é a exploração daquilo que é condenável, execrável, e que são os crimes."
Vão dizer isso ao antigo jornalista do Diário ou ao actual director do Correio da Manhã. Para eles a máxima é a antiga "give the people what they want". Melhores que o ultraliberalismo de Sir Rupert? Nem um grama. E contudo preenchem páginas e páginas a denunciar o "ultra-liberalismo", em modo de notícias enviesadas e em campanhas por causas eleitorais que nem conseguem esconder.
Hugo Rocha diz ainda na página do suplemento do D.N.: " O jornalismo não se aprende, nasce com aquele que o quer cultivar."
Pois sim. Vão dizer isso às novas gerações de jornalistas que frequentaram cursos de novas oportunidades para o exercício da profissão.
Não por acaso, certamente, alguns dos principais jornais portugueses são dirigidos por antigos jornalistas desportivos. O resultado só pode ser um: prognósticos, só no fim do jogo.
"Outros dirão que a míngua de leitores se deve à crise económica, esquecendo as tiragens dos três desportivos"
ResponderEliminarSe o josé quer relevar que os pasquins da bola estão bem, está enganado. O Rascord vende abaixo dos 60 mil, 58 mil e tal Jan-/Abr., números APCT. É muito, porventura? Talvez, mas há 10 anos, em 2001, vendia acima de 90 mil. E a tendência para acentuar o declínio é irreversível, com a expectativa de ver-se qual fecha primeiro.
Pois tem razão. Mas compare com a tiragem do Público, por exemplo. Nem chega a 40 mil, porventura.
ResponderEliminarMas o Público raramente vendeu isso. E está a falar em tiragens, eu falo em vendas com números auditados (APCT). Se formos a tiragens, o Rascor anuncia 110 mil por esta altura. Mas perde metade em devoluções.
ResponderEliminarJá agora, sabia que o Rascord, no tempo do "jornalista desportivo Marcelino", vendia 110 mil no Verão aí por 96, 97 e 98? E havia crise.
Para mim, é uma questão de qualidade. E de o consumidor saber já distinguir gato de lebre. Enfim, nem todos, mas muitos vão-se apercebendo.
E pior, veja quem são os subdirectores.
ResponderEliminarAcho que a razão é mesmo essa: falta de qualidade dos jornais.
ResponderEliminarLêem-se e não se tira sumo. As notícias sabem-se por outros meios. As opiniões são sempre as dos mesmos jacobinos e não dão espaço a opinião diversa, ou muito raramente a dão.
No Público há o Pedro Lomba que alterna com o Rui Tavares, mas é um combate desigual porque o jornal tomba todo para o lado do Tavares.
No i havia o Nogueira Pinto. Agora nem isso.
A informação judiciária do Público é muito lacunosa e revela carência de formação nessa área. Há jornalistas esforçados mas que não entendem determinados assuntos e como dizia o João César Monteiro- se não sabem... por que perguntam?
ResponderEliminarÉ esse o problema básico: falta de qualidade. Não se aprende nada com os jornais.
Os suplementos culturais são uma lástima e não sei quem consegue ler aquilo.
Compare-se o tratamento noticioso que a imprensa deu a dois homens falecidos na semana passada:
ResponderEliminarAngélico Vieira - Um almost famous.
Salvador Caetano - Um dos portugueses mais notáveis dos últimos 100 anos.
O problema é que a populaça semi-analfabeta gosta de consumir lixo. A imprensa segue a tendência.
E ainda outra coisa: a populaça semi-analfabeta não compra jornais.
ResponderEliminarEntão para quem são os jornais que falam para essa populaça?
Compra os desportivos. Que se babam por divulgarem terem uma franja de um estrato sócio-económico chique, assim tipo segmento C, D ou +
ResponderEliminarJosé,
ResponderEliminarAs clientes das revistas côr-de-rosa que se vendem muito são populaça semi-analfabeta.
Mas a questão principal permanece: se a populaça não compra jornais porque raio escrevem jornais para a populaça? Por quererem que os compre? Mas como se não compram na mesma?
ResponderEliminarIsto é um bocado como o ovo e a galinha. Insuperável. Claro que se pode argumentar que já fomos mais analfabetos e tivemos melhor imprensa, o que é verdade. Talvez a teoria dos rendimentos decrescentes do Ricardo explique isto.
ResponderEliminarA imprensa era melhor quando não havia outros media.
ResponderEliminarAgora que existem, a imprensa fica com menos território para explorar.
Paradoxalmente quanto maiores as possibilidades da informação, ela tende a ser pior.E no entanto poderia ainda ser melhor.
Mas acho que este problema é mais visível por cá, em Portugal.
Costumava e costumo de vez em quando comprar o Nouvel Observateur.
Verifico que ao longo dos anos não perdeu a qualidade que tinha há mais de trinta anos.
Por cá nunca houve nada que se assemelhasse pelo que o fenómeno não tem comparação.
O que de melhor se fez em imprensa foi a Vida Mundial nos anos sessenta e o Observador, em 71, mas ainda assim a deixar muito a desejar.
Depois de 25 de Abril houve coisas bem feitas como os suplementos do Independente.
Mas em jornalismo corrente e de jornal diário, apareceu o Público que era um jornal bem feito mas com conteúdo a deixar muito a desejar.
A Grande Reportagem dos anos oitenta era bem feita mas não era o Nouvel Obs ou o L´Express. Nem sequer o Le POint. Ou a Time.
Portanto o meu problema com a imprensa portuguesa é um problema com os jornalistas que a fazem. Falta de qualidade é o que verifico.
Actualmente a revista Única do Expresso é muito bem feita. Não sei quem a faz, mas recomendo.
ResponderEliminarMeus caros, não canseis as meninges: os jornais são maus porque são feitos por... jornalistas.
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