Na Itália, um blogger anónimo que assina com o pseudónimo Spider Truman e aparece de rosto encoberto, um "cobarde anónimo" , na exéquia retórica de alguns pachecos pereiras que policiam a internet, anda a incendiar o ambiente político e social com as denúncias de desmandos, crimes e malfeitorias dos deputados italianos.
O blog chama-se I segreti della casta, os segredos da casta, nome muito bem apanhado para enunciar o sumo da questão: mostrar como os deputados italianos usam o mandato conferido para se locupletarem com artimanhas cripto-legais e puras aldrabices que lhes conferem ainda mais privilégios do que os que já têm. A explicação do sítio pode ser vista aqui, por outro italiano que por diversas vezes afirma que os italianos na sua maior parte são "idiotas".
Esta forma de expressão encanita alguns lusos adeptos do respeitinho e do segredo de estadão, alma do negócio com que afinal cosem os seus rendimentos.
O aparecimento destas novas formas de expressão não é mais do que a amplificação do fenómeno antigo e do que por cá se denominava como "pasquins", uma maneira que o povo encontrou para denunciar desmandos sem sofrer as consequências nefastas que os visados nunca perdoariam.
Claro que o modo de cercear estes problemas é a censura pura e simples, o que incita sempre os torquemadas pachecais para quem o anonimato é o horror, mesmo nestes casos. Anonimato sério era o de antigamente, em que se distribuiam "panfletos" a coberto da noite com capuz e para combater o regime político que não lhes interessava. Esse é que era! Este não. É espúrio, foge-lhes ao controlo e capa-lhes os réditos porque os substitui no discurso correcto.
Este tipo de denúncias e actuações encobertas tem um limite muito preciso e claro: o da verdade do que se conta e da ética no modo de contar. Uma vez ultrapassado esse limite, o anónimo perde a legitimidade originária que é afinal a que vem com o direito à indignação que o politicamente correcto aceita como motivo de denúncia. Veja-se a notícia televisiva sobre o "spider truman", transalpino.
Portanto, mais uma vez se aplica o velho princípio enunciado numa antiga canção de Bob Dylan: "...but to live outside the law you must be honest".
Para viver fora da lei é preciso ser honesto. É um princípio, desde que o viver fora da lei seja apenas uma metáfora.
O blog chama-se I segreti della casta, os segredos da casta, nome muito bem apanhado para enunciar o sumo da questão: mostrar como os deputados italianos usam o mandato conferido para se locupletarem com artimanhas cripto-legais e puras aldrabices que lhes conferem ainda mais privilégios do que os que já têm. A explicação do sítio pode ser vista aqui, por outro italiano que por diversas vezes afirma que os italianos na sua maior parte são "idiotas".
Esta forma de expressão encanita alguns lusos adeptos do respeitinho e do segredo de estadão, alma do negócio com que afinal cosem os seus rendimentos.
O aparecimento destas novas formas de expressão não é mais do que a amplificação do fenómeno antigo e do que por cá se denominava como "pasquins", uma maneira que o povo encontrou para denunciar desmandos sem sofrer as consequências nefastas que os visados nunca perdoariam.
Claro que o modo de cercear estes problemas é a censura pura e simples, o que incita sempre os torquemadas pachecais para quem o anonimato é o horror, mesmo nestes casos. Anonimato sério era o de antigamente, em que se distribuiam "panfletos" a coberto da noite com capuz e para combater o regime político que não lhes interessava. Esse é que era! Este não. É espúrio, foge-lhes ao controlo e capa-lhes os réditos porque os substitui no discurso correcto.
Este tipo de denúncias e actuações encobertas tem um limite muito preciso e claro: o da verdade do que se conta e da ética no modo de contar. Uma vez ultrapassado esse limite, o anónimo perde a legitimidade originária que é afinal a que vem com o direito à indignação que o politicamente correcto aceita como motivo de denúncia. Veja-se a notícia televisiva sobre o "spider truman", transalpino.
Portanto, mais uma vez se aplica o velho princípio enunciado numa antiga canção de Bob Dylan: "...but to live outside the law you must be honest".
Para viver fora da lei é preciso ser honesto. É um princípio, desde que o viver fora da lei seja apenas uma metáfora.
Os "anónimos" são de facto uma chatice.E imaginem que nem precisam de casas seguras,das máquinas e do papel de bíblia para fazer os panfletos!Limitam-se a usar os meios capitalistas de "mercado" e de "borla" para alertar para a traição à classe operária e camponesa...das antigas vanguardas!Que se um dia defendiam uma coisa agora defendem o seu contrário!Eram pela descolonização?Agora colonizam-nos!Eram pelo fim da censura?Agora "censuram"!Eram pelo fim do capitalismo?Agora são homens de mão dos capitalistas!Simples testas de ferro.Por mim traidor uma vez, traidor sempre!
ResponderEliminar"Anonimato sério era o de antigamente"
ResponderEliminarHehehe.... é verdade... mas isso não invalida que muita bosta se faz hoje com base no anonimato. Designadamente online.
Eu por acaso utilizo pasquim, julgo que com base na definição do dicionário... jornal reles ou coisa que o valha. Não sabia dessa particularidade denunciante (com mérito?). Para mim um pasquim moderno é por exemplo o Blasfémias. Em papel, sou capaz de correr tudo a pasquim. -- JRF