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segunda-feira, setembro 05, 2011

Dêem-nos antes professores ingleses!

Carlos Abreu Amorim, agora deputado, escreveu no Blasfémias, sem direito a comentários, ( e se calhar bem, atento o elevado número de energúmenos que por lá pulula) uma catilinária contra a Justiça. A enésima e se bem me lembro poderia até dizer que CAA nada mudou de há uns anos para cá. Nada aprendeu de novo sobre o assunto e as ideias velhas são relhas de tanto rilhar.

Além do mais, diz mal dos juizes novos e que o CEJ não presta e falhou porque " não forma magistrados dignos desse nome". Pois se calhar não forma nem tem que formar porque um magistrado digno desse nome forma-se ao longo dos anos de experiência. Um ano ou dois incluindo um estágio é muito pouco para fazer um juiz, ou um magistrado, mas a culpa não é do CEJ. É das universidades que não formam licenciados em Direito como deve ser. Portanto, em vez de juizes ingleses que não conseguem julgar um Vale e Azevedo e se enganam frequentemente nas decisões, cometendo erros judiciários graves, dêem-nos antes professores e escolas inglesas. Ou se calhar nem isso...
Como todos devem saber, um curso de Direito custa quase nada a organizar. Bastam uns tantos professores de outras escolas universitárias, uns currículos copiados, umas instalações ad hoc e temos um curso pronto a dar e vender. Houve alguns assim e porventura ainda haverá. Por isso mesmo há quase três dezenas de milhar de licenciados em Direito a tentar a advocacia e quem não tenta, tenta-se pela magistratura.
Fazem-se os testes habituais, difíceis e muito selectivos e que nenhuma outra profissão exige para se entrar nela e frequenta-se uma escola que foi degradando o espírito de escola de magistratura ao longo dos anos, mas que ainda continua a ser o que poderia ser complementar: a formação académica. Neste aspecto, CAA não tem qualquer razão, porque o CEJ forma bem os seus futuros magistrados e não falhou os objectivos, como se costuma dizer. Os novos magistrados sabem mais de Direito do que alguma vez outros souberam.
Mas será que são bons magistrados só por isso? Não parece que seja necessariamente assim, mas também não se percebe onde CAA quer chegar. E o que me parece é que CAA não sabe. Então...porque pergunta?
Dizer mal só por dizer não basta. É preciso saber dizer mal e conhecer o bem. E duvido que CAA conheça.

20 comentários:

  1. ahahahahahahaha

    Grande título.

    Li aquela anormalidade e pensei logo que o José lhe ia responder.

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  2. A "baleia da universidade Lusíada do Porto", nome pelo qual é conhecido na Invicta pretende porventura a entrega por ajuste directo do CEJ à tasca do Martins da Cruz.

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  3. Não pretende nada. Ele nem sabe o que diz e diz isto há séculos.

    Começou com a ladainha por causa dos entalados da Casa Pia- com a treta da cabala por causa do seu arqui-inimigo e seguiu em frente quando foram à fruta do seu guru.

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  4. E terminava sempre com a mesma frase: "dêem-nos juízes ingleses!"

    ahahahahaahahah

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  5. José:

    Porquê sempre essa sua defesa corporativa dos magistrados, designadamente novos?

    Já foi acusado (ou, no mínimo, "investigado") de algum "crime" por gente dessa, designadamente nova, sem a deferência para com a sua pessoa, por pertencer à mesma "casta"?

    Olhe que já passei por isso e por isso lhe digo que pense bem, analise bem, ouça pessoas a falarem dos seus casos com "magistrados" novos (e alguns "velhos") e, então, avance com as suas críticas...

    A "realidade" dos magistrados ainda vive numa mordoma "corporativista" determinada por certas "formatações", designadamente as feitas pelo CEJ: muita técnica, pouca justiça (o que é isso da justiça!?)...

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  6. Victor:

    É fácil acusar os magistrados de arrogância e prepotência e outras coisas assim porque os mesmos têm poder, pelo menos no tribunal e enquanto exercem funções ( alguns acharão que tal estatuto se estende para além disso...).
    Percebo muito bem o que quer dizer e também já fui vítima dessa visão de magistrado novo ou pelo menos do corporativismo afectivo ou mesmo ideológico de quem assenta num lugar dirigente.
    Não obstante, parece-me que não se poderá estender essa visão pessimista das pessoas e lugares que ocupam para denegrir toda uma classe, mesmo que por isso se seja acusado de corporativismo.

    Vistas as coisas à distância, o meu lugar não deveria ser onde estou. Preferia fazer outras coisas, mas gosto apesar de tudo daquilo que faço. E tenho uma vantagem, julgo: percebo o seu ponto de vista, comungo em parte com ele e apesar disso não vejo modo de alterar as coisas a não ser logo nas faculdades de Direito.
    Os juristas começam logo por vestir fato e gravata ou tailleur e acho que o mal começa logo aí. O resto vem por acréscimo.

    O jurista lá porque sabe algumas regras julga que percebo o funcionamento das coisas e do mundo, à semelhança dos economistas. Mas estes levam vantagem: não andam necessariamente de fato e gravata e geralmente não sabem falar para além do jargão da profissão. Um jurista não: esse ou essa aprende logo a manipular as palavras e os conceitos e é esse o mal, a meu ver.

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  7. «Os juristas começam logo por vestir fato e gravata ou tailleur e acho que o mal começa logo aí. O resto vem por acréscimo.»

    Ah, que maravilha. Mas é que é isto mesmo.

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  8. o gajo já me cortou comentários.
    fui aos outros posts e mandei-o bardamerda
    porque é fascista
    e fala do que não sabe

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  9. Para substituir um grande professor em duas universidades, só dois professores ingleses. E já agora, que venha também um deputado inglês. -- JRF

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  10. A opinião da (famosa) MJMorgado:

    http://www.smmp.pt/?p=14498

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  11. Transcrevo parte da croniqueta:

    "Devem ser recrutados os melhores e mais bem preparados porque só isso garante a independência moral da boa interpretação da lei e da humildade na aplicação — verdadeiro sustentáculo da independência.
    A atual formação, com uma duração de 31 meses, inspirada num modelo técnico burocrático, fabrica magistrados num vácuo moral, incapazes de compreenderem a sua missão social.
    O episódio do copianço nas provas de acesso ao CEJ, com a solução inicial adotada, simboliza a triste aceitação do juiz-cábula corolário de um modelo de formação falhado.
    Os candidatos admitidos à frequência do curso de formação para magistrados nos últimos três anos são, na sua grande maioria, mulheres, com idades compreendidas entre os 25 e 29 anos, naturais dos grandes centros urbanos de Lisboa e do Porto, licenciadas em universidades públicas com classificação final entre os 12 e os 13 valores."

    Morgado revê-se na juiza em causa?
    Então que tem a dizer sobre o processo Casa Pia e os seus amigos do PS?
    É só essa pergunta que lhe coloco.

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  12. Classificação entre 12 e 13? Por pouco não obtinham a licenciatura...

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  13. Em Direito, se for de Coimbra e há uns vinte anos, um 13 era nota de muito mérito.

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  14. José,

    O filho do Teixeira Ribeiro concluiu o curso em Coimbra, em 1972, com 18. Depois foi internado...

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  15. Pois e nunca ouvi falar de Teixeira Ribeiro filho...

    Mas ouço muitas vezes o Mota Pinto filho.

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  16. Conheci bem o Mota Pinto pai. Belíssima pessoa!!

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  17. Quanto ao Teixeira Ribeiro filho entrou na lenda da FDUC como a melhor média da sua história. Ainda deu aulas durante um semestre e tinha a mania de dar as mesmas a partir do púlpito da sala Marnoco e Sousa para gáudio dos alunos. Depois foi internado...nunca mais ouvi falar dele.

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  18. Os filhos dos profs da FDCU não se notabilizaram assim tanto, apesar do esforço endogâmico que por lá ocorre.

    O filho do Eduardo Correia, coitado, no anos setenta dava lá umas aulas como assistente. Parece que lhe chamavam bibi. Cheguei a assistir mas como essas aulas para mim eram uma seca, como agora se diz, nem tenho memória de nada de especial.
    O filho do Vital, como é mais novito anda agora nos escritórios dos Sérvulos e Cª.
    O filho do Alves Correia parece que sobe nadar porque me disseram que é bom profissional.
    O filho dos outros não me ocorrem mais.

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  19. Há o Queiró que é secretário de estado e o Pires de Lima que é não sei o quê.

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  20. O Mota Pinto filho da mãe não é grande coisa, já o filho do pai tem o seu valor. Os 16, 17 ou isso da FDUC há 30, há 20 anos, eram ficções dignas do processo de Bolonha. Eram médias 'votadas'! As faculdades de direito ontem como hoje são inexplicáveis excentricidades da universidade portuguesa. Não se perdia nada se fossem encerradas.

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