"Não podemos saudar democraticamente a chamada rua árabe e temer as nossas próprias ruas e praças. (...) Apelamos à participação política e cívica e à sua mobilização na construção de um novo paradigma". Em duas frases, este grupo de homens de esquerda liderado por Mário Soares apela aos que se opõem "a políticas de austeridade que acrescentam desemprego e recessão, sufocando a recuperação da economia" de forma a travar "a imposição da política de privatizações num calendário adverso" e o "recuo civilizacional na prestação de serviços públicos essenciais" como é o caso da saúde, a educação, a protecção social e a dignidade no trabalho."
Mário Soares que deveria estar na reforma e calado, pelo que fez e não fez ao país que somos, pela profunda vergonha que isso representa, ainda anda por aí a incendiar " a rua" e a apelar à revolta e indignação popular.
Em 1985, este político que nos entalou de modo grave e entregou às mãos do FMI por duas vezes, era governante porque era o "amigo dos pobrezinhos" e como socialista convencia os papalvos a acreditar que iria solucionar politicamente os nossos problemas. A realidade impôs-se-lhe por mais que uma vez, mostrando-lhe os erros graves, mas nada aprendeu e pelos vistos ainda nada esqueceu.
Por isso mesmo, para lhe lembrar o que dizia em 1985, perante uma situação de crise grave, fica aqui mais uma vez, a entrevista que concedeu à Grande Reportagem. Nenhum jornalista o vai confrontar com estes ditos antigos porque como habitualmente, em Portugal o jornalismo é do tipo "para quem é bacalhau basta" e Mário Soares sabe muito bem que assim é porque é a prova viva de que a mediocridade compensa.
E que dizia então, à Grande Reportagem de 1985 e durante mais uma grave crise económica, com fome em Setúbal e despedimentos nessa área? Pois dizia o que lhe era favorável. Como era governo ( foi corrido pouco depois com a maior derrota que o PS sofreu, já com Almeida Santos, o Sombra, a dirigi-lo) dizia que essa coisa do Estado Social era um problema porque não havia dinheiro no Estado e que portanto era preciso reduzir e simplificar o Estado.
Nessa altura, em relação às falências em catadupa que a sua política económica provocou, o que dizia? Simplesmente que em Portugal até essa altura não tinha havido falências , "praticamente", e que "isso é um erro". O erro era não haver falências e ainda dizia mais: " os postos de trabalho não podem ser mantidos artificialmente à custa do erário público". Quando lhe falavam na fome, dizia que sempre tinha havido fome- " Há pessoas em Portugal que vivem mal? Pois há! E não houve sempre? Há pessoas que passam necessidades? Pois há! E não passaram sempre?"- É ler...clicando na imagem abaixo.
Repare-se: em 2011 acha que o Estado deve impor-se de feitio e peito economicamente feito para desbaratar o neoliberalismo. Em 1976, achava que o Estado gordo é que era bom para a economia, tal como hoje. Em 1985 que não, e que patati patata, miséria tinha havido sempre e por isso não era admiração. É ler essa parte da entrevista para ver a rolhice deste indivíduo tido como o guru de jornalistas tipo Ferreira Alves.
Ainda sobre Mário Soares talvez não seja despiciendo trazer à colação o que o insuspeito Marinho e Pinto, o advogado-jornalista que agora quer que aqueles não acumulem com estes, escrevia sobre ele, há uns anos:
"Soares é arrogante, pesporrento e malcriado." (...)
"Em minha opinião, Mário Soares nunca foi um verdadeiro democrata. Ou melhor é muito democrata se for ele a mandar. Quando não, acaba-se imediatamente a democracia. À sua volta não tem amigos, e ele sabe-o; tem pessoas que não pensam pela própria cabeça e que apenas fazem o que ele manda e quando ele manda. Só é amigo de quem lhe obedece. Quem ousar ter ideias próprias é triturado sem quaisquer contemplações.
Algumas das suas mais sólidas e antigas amizades ficaram pelo caminho quando ousaram pôr em causa os seus interesses ou ambições pessoais.
Soares é um homem de ódios pessoais sem limites, os quais sempre colocou acima dos interesses políticos do partido e do próprio país."
E tem mais, muito mais. É ler...o que Marinho e Pinto dizia dele há uns dez anos...
Este cara de bolacha é só cagança, cavalo de Tróia para engano dos incautos ou de quem vive do seu trabalho honesto e não à custa dos outros senão mesmo do roubo que fundo é o que ele, dissimulado embora, sempre e ma-nifestamente apenas fez, decerto só não verá quem fôr cego ou não queira.
ResponderEliminar"Soares é um homem de ódios pessoais sem limites".
ResponderEliminarSalgado Zenha, um homem providencial que lhe resolveu sérios problemas, teria muito que contar se ainda andasse pela rua (não árabe)
José:
ResponderEliminarSobre MS, nem vale a pena perder mais tempo. Agora, querer reduzir os socialistas, ou a esquerda em geral, com este sujeito, não é sério. E basta lembrar: este sujeito, foi quem no exercício do cargo de secretário-geral do PS, se lembrou de meter "o socialismo" na gaveta.
Mas se quer fazer uma análise séria da história recente, terá também que reconhecer a utilidade deste sujeito no período imediadto ao 25 de Abril.
O mundo para mim, não é só composto por branco e preto. Há no mínimo 16 tonalidades de cinzento identificadas.
Lindo!
ResponderEliminarCerteiro como um "sniper"!
Pena que o próprio não seja confrontado com estas verdades quando começa a regurgitar estes disparates.
Que merda de jornalistas que temos!
este Irmão estrangeiro passou pelo pcp e ficou sempre lá.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarFloribundus
ResponderEliminar"Olhe que não, olhe que não!..."
Caro José,
ResponderEliminarDetesto o Marocas por muitas razões mas a crise de 1983-85 não tem raízes nos governos AD e no seu ministro da finanças Cavaco?
Tem? Quem é que se opôs, até 1987, à privatização da economia, após as nacionalizações?
ResponderEliminarSem espinhas!
ResponderEliminarhttp://www.tvi24.iol.pt/programa.html?prg_id=4407
Então a crise de 1983-85 verificou-se por falta de privatizações e não na sequência da política trauliteira de revalorização do escudo feita por Cavaco Silva que, obviamente, provocou um enorme défice das contas externas. Malha-te Deus...
ResponderEliminarWegie,
ResponderEliminarE não só!...
Foi também o resultado de todo o boicote de uma parte da sociedade revoltada com as transformações de Abril, e da fuga de muito capital e activos para o estrangeiro, feito por muitos "patriotas", os tais do: "a bem da Nação"
A crise de 1984-85 veio depois da crise de 77-78 e depois da mãe de todas as crises em 11 de Março de 1975.
ResponderEliminarUm sistema económico e produtivo não se inventa como os comunistas e socialistas então achavam. O dinheiro não nasce da terra por geração espontânea nem cresce nas árvores.
O dinheiro, ou melhor, o capital, na acepção marxista é produto do capitalismo, seja privado seja de Estado.
Quem acreditou no capitalismo de Estado malhou-nos bem.
Por isso malha-te Deus a ti e aos teus pecados.
Quem continua a acreditar em mitos e lêndias tem o que merece...
ResponderEliminarVou já auto-flagelar-me como os gajos da opus dei. A propósito de privatizações, não foi o Marocas que instou os Espírito Santo et al. a regressarem ao país?
ResponderEliminarJosé
ResponderEliminar...e quem acreditou no capitalismo dos capitalistas, como está agora?
Nacionalizações da banca? e o que fizeram no BPN? e de que maneira estão a pensar na recapitalização da mesma? ou, seja: quando é para repôr os roubos, então há que nacionalizar!...
Quanto às "lêndias", cada um coça as que lhe dá mais jeito.
Os gajos do opus Dei não chegam a tanto: flagelam-se apenas, não 'se autoflagelam'. O doutor MS esse sim, esse nunca assaz falecido 'autoflagela-se', é ele o outro morcão que 'interviu' no maunifesto, o raro exemplar da humana tolice que é o doutor Victor Ramalho. Ou o doutor Elísio Estanque, essoutro conspícuo anónimo nunca assaz estancado.
ResponderEliminarPor falar em capitalismo e Mário Soares talvez valha a pena clicar na imagem do postal e ler a entrevista.
ResponderEliminarÉ reveladora...
Mas não se julgue que estou aqui a defender o liberalismo tipo Thatcher ou Reagan.
ResponderEliminarEstou apenas a relembrar o que Mário Soares foi e é. O mesmo salta-pocinhas medíocre.
Mediócre, prepotente, demagogo, mas fundamentalmente: interesseiro.
ResponderEliminarAté aqui, de acordo e muito mais poderia acrescentar.
Do que não gosto - é da leitura com que tentam sempre rotular os valores da esquerda, com toda esta corja de malfeitores.
Os "valores de esquerda"; os tais "puros" devem ser órfãos.
ResponderEliminarPorque todos os que os representam são uns grandes fdp.
Trata-se de um fenómeno sui generis, tanta pureza que tende a ser servida por malfeitores.
ResponderEliminarMas foram exactamente esses pseudo "valores de esquerda" que geraram "essa "corja de malfeitores".
ResponderEliminarSer de esquerda é arrogar-se o direito a comer o pão de cada dia com o suor do rosto do vizinho. O resto pertence ao triste fado da "esgraçadinha" que andava no gamanço, etc,etc.
Agora que já lançaram uns objectos a arder contra repartições de finanças e uns tais de "indignados" tentaram invadir um espaço proibido na AR obrigando à intervenção da PSP (representantes dos "maus" que batem nos "indignados"), Mário Soares pode convidar os amigos para o sotão e abrir uma boa garrafa de champanhe francês. Pode ser que quando estiver acesso se lembre de debitar umas frases sobre Armando Vara ou a compra da TVI pelo PS com o dinheiro de alguma operadora semi-pública. Tudo coisas que não dão para a indignação dentro da pocilga em que esta pobre gente da política nada.
ResponderEliminarSão orfãozinhos coitadinhos... de pai e mãe... ò José onde já se viu associar o Mário Soares a "valores de esquerda"? Malha-nos Deus!... E as almas santas, porque não há saco para tanto desplante... -- JRF
ResponderEliminarMas é a semântica dele. Ele é que se diz de esquerda e passa a vida a mastigar "valores de esquerda" para dentro do bandulho.
ResponderEliminarEsse Mário Soares, grande coveiro da nação a bem dele e dos amigos (o bem preferido da esquerda), devia era apelar ao fim das mordomias que aufere e ao fim dos subsídios à pseudo-fundação sem fundos que diz que é dele... -- JRF
ResponderEliminarCalma lá!... movimento dos irritados.
ResponderEliminarNão me interessa aqui atestar o que quer que seja sobre a "pureza" dos valores da esquerda. Mas, em contra-ponto pergunto: onde estão e quem representa em Portugal a "pureza" dos valores da direita?
ò palerminha- explica lá o que é isso de direita e valores de esquerda para a gente perceber de que estás a falar.
ResponderEliminarSó falas por chavões e ia apostar que nem os sabes traduzir.
Eu sei o que são valores. Mas desconheço essa imbecilidade de serem a bombordo ou a estibordo; ou do lado da epístola e do evangelho.
Eu estou sempre à espera que me distingam esses tais valores, para perceber a distinção e saber se estou errado nos valores que escolho...
ResponderEliminarMas tenho azar porque nunca vejo isso escrito. Mas pode ser que o Carlos saiba melhor.
o
ResponderEliminarPerdeu o pio. Isso é "ó" ou é zero?
ResponderEliminar":O)))))))
É um buraco com círculo a negro.
ResponderEliminarOh idiotinha - já aqui escrevi, várias vezes e não por chavões, o que considero ser os meus valores de esquerda.Por isso, não me vou repetir.
ResponderEliminarAgora, acho divertido que os irritados anti-esquerda, esgotem os seus principios/valores nesta afirmação.
Quanto ao José: se não sabe onde se situar e desconhece as diferenças em discussão (hummmm!?...), então porque se afirma convictamente sendo um anti-qualquer coisa e a favor de outra coisa qualquer que "afirma" desconhecer?
Sabe, entre a esquerda e a direita, existem os "tolos no meio da ponte". E, nestas três variantes, haverá certamente lugar para todos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarOulálá- la gauche c'est moi.
ResponderEliminarAfinal não são os valores da Esquerda- são dele que é A Esquerda.
":O))))))
Nessa dicotomia, estou no meio da ponte de facto. Serei tolo?
ResponderEliminarzazie, blá, blá, blá...
ResponderEliminar"Plagiando um anúncio Millennium"
"Pode ser embirração, obseção, má-formação. Pode até ser má-criação.
Eu, chamo-lhe Paixão!"
In médio virtus
ResponderEliminarPode ser erro de obsessão .
ResponderEliminarJosé,
ResponderEliminarPela autoridade e saber que lhe reconheço, admito que sim.
Cumprimentos.
zazie,
ResponderEliminarÚtil por uma vez, útil p´rá vida!...
Obrigado.
"Oulálá- la gauche c'est moi." Hahahjahja -- JRF
ResponderEliminar"In médio virtus"
ResponderEliminar...vindo de uma mulher, não posso estar mais de acordo.
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ResponderEliminarNão é por nada, mas esse medio tem pauzinho de sobra
ResponderEliminarHá os papalvos que se deixaram enganar pelo Mário Soares e depois há os papalvos que continuam a deixar-se enganar pelo Cavaco. Ou ainda pensam que o Cavaco é o salvador da pátria?
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarPodem crer pelo que leio que voltava a fazerr abril mas desta vez não chegava o campo pequeno. Muito provavaelmente vários estádios... reduziamos muito o custo social com a quantidade que mandavamos para estrumar terreno ou fazer cinzas para espalhar e provavelmente poluir os mares...democráticamente.... scrifiquei uma crreira para uma cambada de pseudo intelectuais andarem a foder o país....limpava.os todos
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