"Virem da Alemanha dá a Glauck e a Merkel uma atracção que emana de saberem pelo que lutaram." - Constanze Stelzenmüller, analista política, segundo o Público de hoje.
Descodificando: Glauck e Merkel lutaram contra o comunismo na antiga RDA. Foi apenas isso, o comunismo de Honecker, com a polícia política STASI, hedionda e mil vezes pior que a PIDE, a censura de ferro e sem comparação com a censura do Portugal salazarista, e a ausência de liberdades fundamentais, tal como a de associação ou reunião e manifestação, cuja repressão nem tinha comparação alguma com a que por cá ocorria.
Foi esse modelo de sociedade que o PCP de Cunhal e Jerónimo de Sousa sufragaram e queriam insistentemente implantar em Portugal. Em nome da luta contra o "fassismo" e da "democracia" e ainda dos trabalhadores em oposição à burguesia.
Ainda hoje tais desideratos são o programa principal do partido Comunista Português e nunca o negaram. Escondem-no apenas nos seus aspectos mais visíveis e notórios, mas em conversas de circunstância é isso mesmo que admitem: uma cópia da Alemanha de Honecker, contra a qual aqueles lutaram.
E como se tem visto ainda conseguem enganar uma dezenas de milhar de pessoas e alimentar uma casta de deputados que dão cor à democracia e proveito, mas que são apenas um quisto anti-democrático cuja extirpação devia passar pela extinção pura e simples do partido ou a sua transformação em partido burguês. A contradição inerente, no entanto, nunca os incomodou desde que continuem a conseguir enganar as pessoas em geral.
Em Portugal, devido aos media terem sido infiltrados desde sempre ( ainda antes de 25 de Abril de 1974) por células comunistas activas e dominantes, a opinião pública foi sempre manipulada com informação que sempre protegeu o nosso PCP.
Uma vez que o partido, tirando uns episódicos meses de 1975, em pleno PREC, nunca governou verdadeiramente, tendo feito todos os estragos sociais em 11 de Março de 1975, decapitando as forças produtiva portuguesas com maior poder de capital, precisamente, o PCP manteve-se sempre à tona da água social como "partido dos trabalhadores" com as suas correias de transmissão sindicais que efectivamente apoiavam os trabalhadores.
Não obstante, em 1974/75 houve lutas sindicais que o PCP não apoiou por terem fugido ao seu controlo, mormente porque havia outros sindicatos ou cuja "luta" não lhes convinha. Tal facto não foi nunca suficiente para as pessoas perceberem o carácter perverso que um partido dos trabalhadores pode assumir, pelo que o PCP manteve sempre o seu lado simpático e de posição ao lado dos pobres e dos trabalhadores.
Na RDA era assim? Evidentemente que não, mas isso não impede as pessoas que apoiavam então o PCP de fazerem o paralelo e raciocinarem sobre os motivos reais de tal dissenção.
Por tais motivos, em 25 de Novembro o PCP esteve quase a ser marginalizado e proibido como partido anti-democrático ( única justificação para tal, depois do proibicionismo do Estado Novo, baseado noutros pressupostos, aliás válidos ainda hoje e que foram válidos na Alemanha para se proibir constitucionalmente em 1956, um partido comunista de Rosa Luxemburgo.
Não o foi por intervenção directa dos militares progressistas de então ( Eanes e Melo Antunes que veio à televisão explicar porque é que o PCP era importante...para a democracia).
Tal facto, resultante de uma constante e permanente boa imprensa e media em geral de que o PCP sempre gozou, nunca o questionando de modo sério e persistente sobre o que defendem socialmente na prática política em coerência com os princípios que apregoam, tem mantido o partido numa margem confortável de estalinismo com resultados eleitorais.
Uma explicação como outros poderia ser esta: os principais responsáveis pelos media, em Portugal, foram comunistas ou compagnons de route. Tal fenómeno permitiu uma cumplicidade silenciosa sobre o carácter perverso da ideologia comunista do PCP.
Na Alemanha não há disso e as coisas são muito mais claras: o partido comunista é idêntico ou semelhante ao fascismo. Tal e qual.
O ex-descolonizador PCP formou a "massa cinzenta" que nos afundou.Os seus ex nos partidos à sua direita cumprem bem o seu programa.Donde comunista uma vez, comunista sempre!
ResponderEliminarMas agora colonizam-nos com todos os direitos.Porque o seu internacionalismo é traidor.E um dia os seus militantes vão aderir a partidos da direita se não quiserem africanizar segundo a máxima: quanto pior, melhor!
O que diz o PCP dos 500000 "legais" listados no SEF?O que diz o PCP acerca dos "ilegais"?Diz que todos sejam salvos...ou seja que os seus "defendidos" sejam africanizados...
Onde antigamente havia a "muralha de aço", existe hoje a "cintura negra".Portanto continuam com tropas de choque e com aptidão de ameaça...o que faz fugir a sete pés o capital...
ResponderEliminarJosé,
ResponderEliminarInclino-me a concordar com quase tudo o que escreveu. Mas, como bem sabe, a situação é muito mais complexa.
Explico; exemplificando um só pormenor: se, em 25 de Nov. 75, houvesse a decisão de ilegalizar o PCP, o que teria acontecido?
guerra civil, certo!?
Então, considero ter sido tomada a opção correcta, deixando o PCP a funcionar na legalidade mas condicionada a sua acção às regras democráticas. Assim tem sido, e bem.
Quanto ao perigo que esta força ainda representa, podendo ser verdade, tal só acontecerá por força da falência na alternativa dita democrática, com que nos brindaram desde então. É preciso muito cuidado, porque mesmo que discordemos, é preciso algum contrapeso a uma única realidade. O josé, ainda há pouco (noutro post), referiu a vantagem da existência de uma direita mais radical, como útil ao equilibrio do sistema.
Concordo em parte, com uma explicação: a existência de uma esquerda radical já está amplamente representada.
ResponderEliminarO PCP devia acabar e tornar-se um partido como noutos países ocidentais. Como na Alemanha, por exemplo.
Em Portugal tal só não aconteceu devido ao excessivo respeito para com figuras tipo Cunhal e por causa de os jornalistas e muitos políticos serem demasiado condescendentes com quem é pior do que alguma vez Salazar foi e muito mais fassista do que ele.
Essa incoerência só acontece por razões afectivas: muitos jornalistas foram comunistas e nunca viram no comunismo o que a Alemanha viu...
José,
ResponderEliminarNão sei porquê, mas perdeu-se um extenso comentário que aqui fiz.
Resumidadente disse:
Não considerar necessário a extinção do PCP, até porque,hoje, esta força está reduzida ao grupo da "saudade da resistência" e de alguns jovens que vão ganhando cada vez mais peso neste partido, mas já formados em regime democrático.
Relativamente às experiências ditas comunistas, estas para mim nunca existiram e são uma falácia.
O que existiu, foram duas formas de exercerem o poder, na base das teorias capitalistas. Ou seja: enquantos uns (capitalistas), partiam de um grupo de individualidades, para com estes formarem um grupo capaz de mandar e condicionar todos os outros; os outros (comunistas) partiam de um grupo, considerado vanguarda, para gerirem e condicioanrem também os seus povos.
Para mim, o comunismo nunca existiu tal como Marx o idealizou.
O proveito das mais-valias produzidas, nunca foram posse de quem as gerou, mas sim de quem delas de apoderou - "capitalistas ou comunistas".
ahahahaha
ResponderEliminarO comunismo nunca existiu em estado puro.
Coitados. Mais puros eram os milenaristas que o inspiraram.
Todos eles começaram por abolir o dinheiro dos outros e viverem na maior miséria, até se considerarem divinos e acharem que deviam inverter essa norma e pecarem com o maior luxo, pois já tinham sido eleitos.
A historieta repete-se e os idiotas que a papagueiam também.
Mas acerca do nazimo e do "facismo" estes puristas não têm dúvidas.
ResponderEliminarExistiram sempre, em estado puro e a lei deve impedir a existência de partidos que propaguem estes ideais.
Porque não chegam a "idealistas". Os comunistas sim, têm a aura romântica do "idealismo".
Puta que os pariu.
que a propagam ou propagandeiam.
ResponderEliminarSe o José ainda anda à cata de uma explicação para a motivação comuna, tem aqui a minha opinião-
ResponderEliminarÉ esta aura romântica.
Há auras que duram e duram...
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ResponderEliminarOs escrementos, são resultado do que se ingere.
ResponderEliminarMesmo os comunas arrependidos insistem na aura romântica e na "aventura revolucionária".
ResponderEliminarHá-de ser por isso que também há os que vivem da caridade on the road, com lucro q.b para toda a família e a malta ainda tira o chapéu e baixa os olhos quando passam.
Por respeito pela aura.
São os teus sacramentos, palerma.
ResponderEliminarÉs um toino sem argumentos que a única coisa que sabe é insultar quando se vê encurralado.
ResponderEliminarA propósito- limpa lá o "s" ao "escremento" que até as bostas largas mal.
ResponderEliminarQuem insulta quem?...
ResponderEliminarNão te vou responder. Fica com a tua educação, sobre a qual não tenho qualquer responsabilidade. Ou, terei?...
José,
ResponderEliminarBasta recolher alguma informação para saber que a Merckel não foi uma lutadora anti-comunista, bem pelo contrário. Filha de um pastor luterano com simpatias no regime da RDA e que por isso circulava livremente entre as duas Alemanhas, foi secretária agit-prop da Juventude do Partido Socialista Unificado no poder.
Vai lavar o rabinho...
E há muitos comunistas envergonhados dentro do PS e do PSD.
ResponderEliminarO romantismo condescendente só opera porque os comunistas por cá, não chegaram a pôr em prática a belíssima teoria estalinista.
ResponderEliminarPor isso mesmo esquecem o efeito perverso da teoria e ficam pelas intenções utópicas e romãnticas.
No fundo foi o que cativou a esquerda para se tornarem antifassistas com um dose potencial de fascismo apegado.
os comunistas são maus fascistas que os fassistas, mas reconhecê-lo é o cabo dos trabalhos porque não há provas materiais por cá a não ser em casos isolados, como o do assassinato dos dissidentes.
Na Alemanha as provas são aos milhares, os testemunhos idem e não há argumentos contra factos.
Aqui faltam factos para contrariar os argumentos. É só isso.
Eu sei que Vocês são capazes de produzir ideias com interesse, na discussão dialética.
Assim, basta um pequeno esforço para ignorar os "piques".
Pois, a Merkel foi uma adepta ferrenha das agências de rating da época, as bolsas de valores intelectuais.
ResponderEliminarDevolvo-te a sugestão...
De qualquer modo, a discussão é sobre o PCP e as suas contradições, em paralelo com o que se passou na Alemanha de leste, pátria do Honeker que beijavo o Cunhal na boca...
ResponderEliminarDo mesmo modo que hoje se discute o papel do Cavaco e do Inenarrável no descalabro em que nos encontramos deveríamos discutir o que significou a decapitação do nosso capitalismo em 1975.
ResponderEliminarPorque essa discussão ainda não se fez a sério.
José,
ResponderEliminarNão me parece que a "decapitação" de alguns grupos económicos, tivesse correspondido à decapitação do próprio capitalismo. Porque isso,de facto não aconteceu. Ou acha que vivemos em algum período, um regime dito comunista? mesmo no PREC.
A decapitação do capitalismo português não tenho dúvida alguma que o foi.
ResponderEliminarNunca mais se reformaram, os grupos económicos dos Mellos, Champallimauds e tutti quanti nos moldes em que os mesmos operavam antes de 11.3.75.
A dinâmica capitalista obedece a factores que são por vezes aleatórios, resumindo tudo numa palavra em voga, os "mercados".
Ora em 1975, em Portugal, os mercados acabaram para esses grupos e os seus patrões e detentores do capital foram obrigados a fugir do país se não seriam presos, como alguns ainda chegaram a ser ainda que nunca acusados de nada formalmente. Estiveram presos meses a fio, alguns deles ( o pai de Rui Moreira, por exemplo) sem qualquer culpa formada em inquérito ou mesmo acusação informarm minimamente sustentada. Ficaram presos porque sim, porque a Esquerda entendeu que sim. Um abuso do Estado de Direito Revolucionário que nem o Salazar cometeu.
Portanto, o que sucedeu no final dos anos oitenta não foi a repristinação do capitalismo com esses grupos económicos, mas sim outra coisa.
Foi o retomar dos tais "mercados" pelos capitalistas de outrora mas noutros moldes.
Por uma razão muito simples de entender: é muito fácil destruir uma empresa e muito mas mesmo muito difícil construi-la. E isso não sucedeu porque o tempo mudou, os bancos nacionalizados foram adquiridos pelos "mercados" que já não eram os mesmos e as seguradoras idem e as indústrias acabaram conforme as conhecemos.
As pescas e a agricultura levou a machadada final com a entrada na CEE e assim se fez Portugal.
Por isso reafirmo: o que os comunistas fizeram em 75 foi o maior crime de lesa-pátria de que há memória.
Semelhante a tal só a aposta no betão de Cavaco Silva e a roubalheira que os socialistas encetaram a seguir com a drenagem criminosa dos recursos e dinheiros públicos para PPP´s e iniciativas de fachada e desperdício ( eólicas, barragens, parque escolar, etc etc etc).
Não é difícil perceber quem nos afundou como país e os comunistas estão no pelotão da frente e com muitas léguas de avanço
José,
ResponderEliminarTenho dúvida que assim tenha sido, de forma tão simples. Cometeram-se erros? claro que sim. Mas, a transformação operada, ou revolução se quiser, alguns danos teria que causar e no nosso caso, até foram muito limitados. Agora, o capitalismo, enquanto sistema de governação, nunca deixou de existir. E veja, os grupos que se sentiram condicionados em Portugal regressaram todos e readaptaram-se na lógica de sempre, tendo muitos deles até ganho uma dimensão bem superior à que detinham antes. Voltando às injustiças cometidas, é verdade que poderão ter existido. E digo poderão, porque de facto, nunca se chegou a saber a génese que levaram às mesmas. E entenderá, num período em que havia uma luta constante e permenente pelo controlo de um estado à deriva, e aí o PCP tinha alguma vantagem, muitas injustiças haveriam de acontercer. Mas lembro também e porque a memória parece querer ocultar, de que o combate mais feroz e até corpo-a-corpo com o PCP (sociais-fascistas, como eram apelidados), foi feito por uma esquerda que hoje é relegada, e não pelos cagarolas que hoje se pavoneiam pelos corredores e cofres do poder.
Acho interessante que se discuta todo o nosso processo, mas numa lógica sem preconceitos e onde se não dê por adquiridas, situações que nunca foram devidamenre esclarecidas, ou julgadas.
Então e o enviesamento da verdade histórica feita pelos programas? Os livros não referem o crescimento económico das duas décadas que antecederam o 25 de Abril; a verdade sobre o puzzle de etnias de Angola e Moçambique, e o projecto «civilizador» do Estado Novo, das elites de então; a interferência da URSS, da França ou dos EUA na guerra colonial; a roubalheira feita por Rosa Coutinho, denunciada há uns anos por Tomé Feteira; a catástrofe que foi o PREC; etc. Quando frequentei o básico e o secundário, dizia-se então que Salazar era um tirano que mantinha a população na ignorância e na pobreza, os portugueses africanos eram uns esclavagistas que exploravam os «pretos», e o 25 de Abril trouxe a prosperidade económica. Mas ninguém diz que Salazar herdou um país com «50 anos de atraso» a todos os níveis. Quem lançou as bases do SNS? Quem ordenou a construção de milhares de escolas primárias por toda a província? Quem modernizou as universidades de Lisboa, Coimbra e Porto? Ordenou a construção de dezenas de liceus e escolas industriais? Tentou integrar os «incivilizados» na nossa cultura a até na administração pública? Os mesmos que queriam manter a população na ignorância e na pobreza.
ResponderEliminarZephyrus,
ResponderEliminarCalma, que já vai poder celebrar tantos feitos com "memórias de Salazar". E já agora, para esquecer tantos males feitos pela democracia e que lhe permitem opinar sem se preocupar com o vizinho do lado. Quanto à evolução que refere, e dado que me parece bastante novo para saber do que fala (desculpe se estou errado), consulte alguns dados disponíveis na "prodata".
Bom proveito!
Sim sou novo. Tenho 24 anos. Conheço esses dados. Temos de prestar atenção ao ponto de partida. Quando o Estado Novo começou Portugal já tinha o dito atraso de 50 anos. Poderemos ainda recuar mais no tempo e constataremos que no final do século XVII já havia atraso. Estamos a falar de um atraso histórico. Sei que na ditadura não havia apenas virtudes. O problema é que a maior parte do que havia de positivo no Estado Novo foi... destruído!
ResponderEliminarE foi destruída a pouca indústria que havia. Perdeu-se uma certa cultura industrial e agrícola que se estava a instalar em muitas regiões do país. Havia de facto um verdadeiro Ordenamento do território, coisa que hoje não temos. E uma elite que defendia os interesses do país, e que não era ingénua em relação aos verdadeiros interesses dos EUA, da França ou da Alemanha.
ResponderEliminarZephyrus,
ResponderEliminarRegisto com agrado que um jovem de 24 anos se interesse pela nossa história recente.
Permita-ma sómente uma sugestão (que não pretende ser conselho): continue as suas pesquisas, estude e questione tudo de forma livre, sem preconceitos ou ideias feitas. Mas lembre-se, hoje, pode fazer tudo isso, porque não está no tempo de Salazar. Senão, à primeira questão incómoda ou que contrariasse a ordem dominante, iria bem perceber o tamanho de uma diferença fundamental.
"Mas lembre-se, hoje, pode fazer tudo isso, porque não está no tempo de Salazar. "
ResponderEliminarNenhum dos que hoje vitupera o salazarismo e que viveu nesse tempo ficou impedido de conhecer o que quis. E muito melhor que hoje.
O conhecimento nesse tempo era mais sólido. A História ensinava-se melhor que hoje. A Geografia idem. A Matemática nem falar. A Física e a Biologia idem aspas.
ResponderEliminarQue é que falta? Ah! A Sociologia! Essa quase nem existia. Foi preciso a Filomena Mónica ir para Oxford aprender. Como se vê aprendeu que se fartou...ahahah!
O ISCTE apareceu em 1972 e era um sítio de entretenimento para a esquerda sindicalista.
ResponderEliminarAinda hoje é.
Essa do tempo de Salazar ser o tempo do obscurantismo é o maior mito que a Esquerda propagou.
ResponderEliminarEssa do tempo de Salazar ser o tempo do obscurantismo é o maior mito que a Esquerda propagou.
ResponderEliminarJosé, só pode estar equivocado, ou...
ResponderEliminarEquivocado? Duplamente certo.
ResponderEliminarEm fase de provocações:
ResponderEliminarQuantas caixas já encomendou José? para comemorar, ou para esquecer?
...continuando:
ResponderEliminarO outro, também dizia que era "preciso nascer duas vezes". Esta onda do duplamente, parece estar a fazer moda numa certa classe de traumatizados.
Para se perceber melhor e livrar-se das lavagens cerebrais:
ResponderEliminarO dia seguinte a 11 de Março de 1975
José Manuel de Mello passou o 11 de Março, rodeado de militares, no aeroporto porque tinha uma reunião administração da Lisnave em Paris no dia seguinte... não embarcou nem foi preso. Ao contrário do irmão Jorge de Mello que cercado na CUF a 12 de Março de 75, no edifício da Infante Santo, acabou por ser preso. Na prisão de Caxias, a família Espírito Santo ocupava a cela ao lado da sua. Libertado dez dias depois, só saiu do país em Agosto de 75, para a Suíça, onde ficou três anos. Segue depois para o Brasil, onde fica mais três e onde chegou a ter interesses nos adubos e nos tabacos.
Afirma que após o 25 de Abril de 1974, "a pressão era de tal ordem que eu, na altura presidente da CUF, tive de saltar a fronteira várias vezes com o meu filho". Jorge de Mello classifica este período como "um tempo perdido, no sentido de não ter correspondido a nada de útil, não se inserir em nenhum projecto com sentido. Não penso que sobreviver seja um projecto muito estimulante, sobretudo quando tanto havia para fazer na economia portuguesa". Chega mesmo a pensar que nunca mais poderia regressar a Portugal.
"Vivi, juntamente com o meu irmão, essa situação caricata de não podermos estar os dois no estrangeiro: para um sair, o outro tinha de ficar como refém das autoridades portuguesas", referiu José de Mello. A família de José de Mello partiu de Portugal a 30 de Setembro de 1974 e vai para a Suíça. No rescaldo das nacionalizações, José Manuel de Mello fica com 14% da Lisnave numa participação dele e dos irmãos e foi graças ao apoio dos accionistas estrangeiros que se manteve na Lisnave.
Como refere Helena Garrido, "Jorge de Mello (...) e José Manuel (...) chegaram a reunir-se em Londres para traçar as possíveis estratégias de um tempo sem acesso ao país que, estimavam, seria de sete anos". Pouco depois, decidem separar negócios. Mais tarde Jorge de Mello explica: "Tem sido muito explorado o facto de sermos dois irmãos e de cada um ter o seu pequeno grupo. É que a nós foi-nos tirado tudo. Cada um de nós, o meu irmão, eu e as minhas irmãs, recebemos como indemnizações aqueles títulos de dívida pública, a 2,5% por cento por 28 anos. Aquilo não dava para fazer muito: por isso, combinei com o meu irmão que cada um ia recomeçar tratando da sua vocação. É que, mesmo no passado, dentro do colégio superior do Grupo, a parte financeira estava mais com o meu irmão e a industrial mais comigo".
Ainda mais a ver se resulta:
ResponderEliminarO regresso de José Manuel de Mello
Se Jorge de Mello se exilou, José Manuel de Mello diz que viveu alguns meses em 1975 fora de Portugal, de resto manteve-se sempre no país. Diz numa entrevista a Maria João Avillez: "vivi muito pouco tempo no estrangeiro. Estive apenas alguns -poucos- meses sem vir a Portugal, porque o meu nome estava incluído na tal lista dos malfeitores que deveriam ser presos sem ser julgados..."
Em 1980, José Manuel de Mello decidiu reinvestir em termos industriais em Portugal. O seu primeiro investimento industrial é a aquisição, no Porto, da empresa Uniteca à família Magalhães, pois os 14 herdeiros não se entendiam. A Uniteca dedicava-se à produção de cloro e soda caústica e derivados, e tinha ainda uma actividade têxtil (Sifa, Mondex, etc) que acabaram por vender. É também em 1980 que Jorge de Mello regressa. Helena Garrido escreve que "arranjou um escritório e contava com uma equipa de dez pessoas, ex-colaboradores, que vinham trabalhar depois das seis, quando saiam dos seus empregos. A primeira empresa que comprou foi a Alco, ligada à transformação de sementes oleaginosas.
Custou 480 mil títulos de indemnização". Adquirida em 82 ao IPE, simbolizou o início da reconstituição de um grupo empresarial por parte de um homem que sempre privilegiou a actividade industrial. Viu-se na contingência de vender património como a casa onde nasceu, a Quinta de Ribafria, e herdade do Peral no Alentejo (vendida a Américo Amorim), mas não estava disposto a desistir. "Não me resignava a ficar a viver das indemnizações que o Estado Português me atribuiu (valores que não chegavam aos dois milhões de contos, a ser pagos em 28 anos e à taxa de juro de 2,5% ao ano) que nem sequer aceitou corrigir depois de privatizar essas empresas por valores muito superiores ao que lhes atribuiu como indemnização. Só como exemplo refiro-lhe o caso da Tabaqueira. Como valor de indemnização, ficou abaixo de dois milhões de contos. Quando se tratou de a privatizar, o Governo vendeu por mais de 50 milhões de contos, depois de ter estado a receber fartos dividendos durante duas décadas".
Jorge de Mello diz que "um empresário nunca se reforma. Não por uma questão de conquista, mas antes de continuidade" E sustenta que a luta de reconquista "é uma luta para toda a minha vida". Nessa reconquista desponta a Nutrinveste.
...e então!
ResponderEliminarQuantas pessoas foram presas sem culpa formada e sem a possibilidade de recurso aos tribunais comuns, antes do 25 Abril?
11.03.75, quem financiou, armou e disparou sobre o Ralis?
Quem foi e quando foram julgados, os assassinos do Padre Maximino e Maria de Lurdes?
O ELP, foi uma criação da esquerda?
Quanto aos Melos e outros "pobres coitados", é vê-los por aí na "clandestinidade" a tratarem do que sempre lhes interessou - dinheiro.
Por falta de tempo, não vou aqui respescar uma listagem de presos sem culpa formada do antes de 25 de Abril, nem o José precisa.
Conto no entanto um episódio passado na minha terra:
Em meados dos anos 60, havia um cego (invisual) que toda a gente conhecia como bufo (essa figura nobre do Salazarismo). Certo dia e numa tasca que frequentava, agarrou a sobrinha do proprietário, apalpou-a e tentou beija-la. Como foi observado por outros clientes da tasca e a miuda desatou aos gritos, o proprietário correu com este f.d.p. da tasca. Passado dois dias, este proprietário, foi preso de madrugada, com o argumento de que a tasca servia de local de reunião de comunistas.
P.S.: Nesta narração, onde quer meter as injustiças com o sr.Melo e quejandos!?
Vou responder:
ResponderEliminar"Quantas pessoas foram presas sem culpa formada e sem a possibilidade de recurso aos tribunais comuns, antes do 25 Abril?"
As pessoas que foram presas no Estado Novo incorriam em prática de crimes contra o Estado, nomeadamente o de actividades subversivas.
O comunismo era legalmente proibido, logo a prisão por suspeita de pertença ao comunismo era legal.
Pode discutir-se o fundamente de princípio que tal erigia em lei mas argumentar que não havia culpa formada, como se isso fosse algo ilegal nos termos do processo da época é falacioso.
O Estado Novo era mais legalista nesse aspecto que agora, porque as leis eram mais coerentes.
os comunistas que foram presos e os "subversivos" sabiam muito bem ao que se arriscavam porque viviam na ilegalidade.
Não tinham direito de ser comunistas e propagandear a ideologia porque tal era crime.
Portanto, quem foi para o Tarrafal não se deve queixar a não ser em termos de direitos humanos violados por excesso de rigor prisional...
"Em 11.03.75, quem financiou, armou e disparou sobre o Ralis?"
ResponderEliminarEm 11.3.1975 havia uma guerra civil em curso. E havia "armas em boas mãos", o que também era um crime.
Basta como resposta
"Quem foi e quando foram julgados, os assassinos do Padre Maximino e Maria de Lurdes?"
ResponderEliminarHouve um inquérito criminal, houve suspeitos que foram acusados em processo crime mas não foram julgados porque as provas não eram suficicientes.
Relativamente a outros crimes de outras áreas tal ocorreu de modo idêntico, mas com uma diferença: não chegaram a ser acusados...e prescreveu tudo na A.R.
Quanto aos crimes do 28 de Setembro também foi um ar que se lhes deu com as amnistias.
O ELP era uma organização contra o comunismo. Não era de extrema direita.
ResponderEliminarPagava para ver um cego que não fosse invisual, caso não existissem muitos ceguinhos mais cegos que os originais.
ResponderEliminarPagava eu e pagava o ceguinho.
ResponderEliminarJá os ceguetas não pagavam nada porque a cegueira não é defeito, é feitio.
E esta hein!...
ResponderEliminarCo
E esta Hein!...
ResponderEliminarConsidera o José, que todos os presos na ditadura pela polícia politica, eram perigosos comunistas. Não eram. Mas o ditador também pensava como o José.
A legalidade no anterior regime, tinha como regra: eu quero, posso e mando. O josé concorda, o ditador também.
Em 11.03.75, não havia guerra civil. Só por facciosismo doentio se pode fazer tal afirmação. Aqui, o ditador já não exprimiu opinião - ainda bem!...
Crimes, houve para todos os gostos e tendências. Aqui parece que estamos perigosamente de acordo. Mas confesso, o "criminoso" de que mais gostei, foi do artifice que construiu a cadeira fatal. Paz à sua alma!...à do marceneiro claro!
"O ELP, era uma organização contra o comunismo". Cumpria aliás, todas as leis e regras do regime em vigor e tinha até a benção do cónego. Perfeita a apologia ao terrorismo aqui expressa pelo José. Tiveram no entanto azar estes terroristas, o milagre no regresso ao passado, não aconteceu. Mais uma vez se demonstrou como incompetente o ditador, afinal não é santo.
Bom!...dou por aqui por terminado este divertido "ping-pong", concluindo: ainda há gente muito "democrata" que considera haver bons ditadores.
P.S.: à badalhoca que ainda por aqui a consporcar os comentários, o meu vómito! E, não vale a pena insistires - vai chamar pai a outro.
"Considera o José, que todos os presos na ditadura pela polícia politica, eram perigosos comunistas. Não eram. Mas o ditador também pensava como o José."
ResponderEliminarNão considero nada disso. Apenas considero que os presos do regime o eram por serem subversivos, ou seja por atentarem contra o regime que tinha regras e leis que tal impedia.
Evidentemente que só uma Revolução poderia alterar isso, mas a lógica do Estado Novo era, como hoje a legalidade. Como aliás a do comunismo. Ou a do nazismo.
Portanto, discutir a legalidade do Estado Novo como se fosse uma ilegalidade só nesse nível se pode aceitar.
Raciocinam como se o Estado Novo fosse um regime sem lei, sem Constituição, sem instituições representativas e só eles o fossem.
Os comunistas a falar disto é de rir. E os socialistas também porque na altura nem existiam.
A falácia é tão grande que só a cegueira a pode justificar, de facto.
ResponderEliminarEste fenómeno de diabolização do regime do Estado Novo, imputando-lhe a violação de uma legalidade fictícia é a prova provada de que a doutrinação antifassista fez o seu trabalho de casa com um sucesso inaudito.
ResponderEliminarOs argumentos do Carlos são os argumentos dos antifassistas encartados que passaram a ditar leis sobre o modo de pensar.
E nem sequer lhes ocorre que a mesma lógica argumentativa se pode aplicar aos regimes ditatoriais de Leste, precisamente aqueles que queriam implantar aqui e cuja andidemocraticidade negam sempre, atribuindo as críticas aos mesmos à "reacção".
ResponderEliminarEste discurso simplista e enganador tem dado cartas no regime democrático de tipo ocidental que temos e que os comunistas aliás nunca quiseram e não querem. COntemporizam apenas com o mesmo porque lhes dá jeito ter alguns deputados e visibilidade política, porque senão eram zero.
José,
ResponderEliminarSe há coisa que não assumo, é qualquer pretensa superioridade com os meus interlecutores. Daí, não encaixar essa de encatado. E logo "comunista" - "arreda santanás" (ás vezes quase acredito no diabo, nem que venha travestido de zazie!).
Mas se quer comparar ditaduras- ditaduras-tudo bem. Embora eu entenda que as ditaduras são todas iguais. Ou seja, a de Salazar não era melhor do que a do Brejenev.
Ironia das ironias, hoje, os comunistas funcionam como "abono de familia dos capitalistas".
Quanto ao valor da lei, já várias vezes aqui comentei: a lei serve fundamentalmente o poder instalado - seja ele qual fôr! Ok?...
Fico a pensar se percebeu o meu ponto de vista...
ResponderEliminarmitu
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