Esta reportagem da TVI, sobre a
burla das barragens, mais outra a somar à das SCUTS- é da autoria de Carlos Enes da TVI. Este tipo de reportagens não encontra eco em lado algum. Na SIC será impossível. Na RTP1 absolutamente improvável porque seria um suicídio profissional para os seus autores. A dona Fátima do Prós & Contras nunca abordaria o tema desta forma porque os inoxidáveis do regime que está sempre a convidar para os seus programas de propaganda e de simulação não permitiriam.
Em Portugal não existe censura formal. Existe a real.
Notável! Obrigado por deixar isto exposto ao interesse público. Não tive oportunidade de ver na tv, em parte porque não percebi nenhum alerta para esta reportagem.
ResponderEliminarPor mero acaso vi em directo; comecei a ver a reportagem e já não despeguei, não tanto pela novidade do que ali se dizia, mas por me espantar também que tal pudesse estar a acontecer. Parabéns ao sr. Carlos Enes. Apesar de jornalista não se agachou.
ResponderEliminarIsto é - e é o único termo que faz jus ao carácter e às intenções de todos os envolvidos - é uma filha-da-putice.
ResponderEliminarVai muito para além dos trainéis com submarinos, bancos e até auto-estradas. Esta filha-da-putice que se está a fazer vai destruir património de valor literalmente incalculável não só para esta, nem para a próxima, nem para a próxima a seguir à próxima, mas para todas as gerações que virão, na práctica. Não tem ponta por onde se lhe pegue.
É uma desgraça. E não há quem nos valha...
Posto isto que é que se pode fazer?
ResponderEliminarNão podemos contar com os lacaios dos poderes instalados,ou seja esta corja que nos devia governar e que em vez disso nos desgraça!
Então em minha opinião quem tem a responsabilidade de tomar medidas é o povo deste país!
É tempo de o povo dizer basta!
Estamos á espera de quê?De D.Sebastião que nos venha salvar?
Só nós nos podemos salvar e livrar destes abutres que nos comem a carne!
Há uma frase que levo daqui, para quando me voltarem a convidar para ir falar a finalistas universitários de jornalismo:
ResponderEliminar"Apesar de jornalista, não se agachou".
Carlos, as pessoas têm consciencia acerca do quanto os Jornalistas estão reféns dos seus patrões, muitos deles envolvidos com os próprios investimentos que tentam denunciar.
ResponderEliminarA diferença é que alguns, ainda "tentam " ter coluna vertebral, outros, até a própria mãe são capazes de vender.
Obrigado pela peça.
É um bom trabalho jornalístico para suscitar o debate.
ResponderEliminarGostei da postura agressiva do jornalista (face à postura subserviente da maioria dos seus colegas), e do facto de discutir o problema com numeros e de uma forma minimamente informada.
Quanto ao problema em questao, acho que o termo burla é demasiado forte, trata-se de uma aposta política em energias renovaveis que a meu ver até faz sentido. Nao evita o consumo de petroleo (pelo menos enquanto as viatura electricas nao se generalizarem...), mas evita o consumo de gás e carvão que também são combustíveis fósseis.
Penso que para o cidadão comum perceber melhor o problema deveria ser melhor explicado o conceito de que a energia tem de ser consumida no momento em que é produzida, ou seja a rede nao permite armazenar energia, daí a utilidade desta solução com dupkla barragem, pelo que caso nao fossem feitos estes investimentos correriamos o risco de ter os geradores eolicos a produzir em seco.
Agora obviamente que existe a opção de nao realizar estes investimentos e continuar dependentes da importação de gás, carvão, (e mesmo petroleo no caso de os carros electricos terem futuro). Ou seja, nao concordo com o José quando equipara esta situação à burla das autoestradas. Penso que aqui se trata de uma opção politica com pontos positivos e pontos negativos. Agora obviamente que deverá haver renegociaçoes pois a margens parecem-me demasiado generosas...
Rui:
ResponderEliminarBurla é um crime cujos elementos constitutivos ocorrem sempre que alguém se predispõe a enganar outrem, usando para isso um meio insidioso, enganador, simulado, provocando um prejuízo a outros, eventualmente esse lesado.
Quando alguém com poder para tal se predispõe a "apostar" em energias renováveis e barragens a eito e scuts sem fim, está com a maior das probabilidades a ponderar que de tais apostas resultará uma fatia para os seus.
Nem todos são assim, mas vendo bem quem "apostou" a ponderação da aposta não pode ser apenas política, como disse Garcia dos Santos.
Tem que ser equacionada a hipótese de burla porque os prejuízos são de tal ordem e montante que só os mais perdulários e incompetentes poderiam atingir esse resultado.
O escândalo é de tal ordem que é obrigatório que a opinião pública e as autoridades judiciais considerem que pode existir essa intencionalidade criminosa, escondida sob a capa de "apostas políticas".
Em política o que parece é e isto já nem parece: é mesmo uma grande desgraça nacional.
Ah! E esse meio de engano deve ser ilegítimo.
ResponderEliminarÉ esse ponto que compete às autoridades judiciárias descobrir.
Se concluirem que a legitimidade política é tudo o que há a apontar que o digam e expliquem para que não subsistam dúvidas sobre o carácter de burla que tudo isto configura.
Já conhecia a razão aqui tratada. No entanto, esta reportagem, trata do assunto de forma clara e objectiva. Parabéns ao seu autor.
ResponderEliminarMas, consequências?...esperem sentados!
Aqui, tem razão e conhecimento bastante, o "padrinho" desta máfia do arco do gamanço, quando diz: "temos um jornalismo macio e somos um povo manso." Se calhar, é por isso que até as vacas se riem - digo eu!
Acreditar a priori que tudo foi resultado de opções políticas legítimas é a pior forma de legitimação desta desgraça.
ResponderEliminarÉ o mesmo que proclamar o perigo da "judicialização da política" e é isso que os visados querem: que tudo não passe desse cenário idílico em que o bem comum esteve sempre presente no espírito dos governantes e que nunca por nunca quiseram favorecer amigos.
José,
ResponderEliminaras SCUTS e a energia a meu ver são situações muito diferentes. E não concordo consigo quando diz que "em política o que parece é". Aliás, até fico bastante surpreendido pela sua afirmação pois o josé até é um grande crítico do "jornalismo para quem é bacalhau basta". Quando se analisam matérias complexas é fácil criar grandes escândalos sobre matérias irrelevantes e passar por cima de questões fulcrais como o josé aponta muitas vezes quando analisa matérias da área da justiça (que suponho ser o seu campo profissional).
Explico-lhe as razões pelas quais considero as SCUTS uma grande burla, ao contrario da política energetica.
No caso das SCUTS o estado propôs-se a portajar as SCUTS, ora isto obriga a uma renegociação de contrato em que o concessionario tem direito a receber mais dinheiro, isto passa-se porque o Estado contratualizou as SCUTS em função do numero de viaturas que passam nas SCUTS e a introdução de portagens diminui significativamente as condições consideradas inicialmente quando se assinou o contrato. Contudo em caso nenhum faria sentido o diferencial que o Estado iria passar a pagar a mais ser superior ao valor que recebe de portagens. Ora, é isto que está a acontecer, ou seja o estado está a ter prejuízo com a introdução de portagens, e a assegurar rendas indevidas aos operadores, pois estes deveriam suportar a diminuição de trafego derivado da subida de preços dos combustiveis e da crise (mas nao o da introdução de portagens). Esta situação a meu ver constitui BURLA ou GESTÃO DANOSA ou ambos.
Além do mais no curto prazo já se verifica esse prejuízo, ou seja, seria diferente verificar daqui a 20 anos que no global existe prejuízo, do que logo nos anos seguintes, o que a meu ver constitui uma negligencia grosseira das estimativas de trafegos consideradas na renegociação.
(continuação do post anterior)
ResponderEliminarOu seja, a meu ver a situação das SCUTS, constitui obviamente um negocio ruinoso para o Estado, pelo que caso seja investigado e nao vá ninguem preso e o negocio nao seja anulado é objectivamente porque a investigação foi ineficaz.
Passando à análise da situação da energia. A nível económico Portugal importa imensa energia. Aliás a nossa balança comercial seria positiva (exportações maiores que importações) caso não fossem consideradas as trocas energéticas. Assim investimentos massivos em energias renovaveis fazem sentido de um ponto de vista geral pois quanto mais energia portugal produzir menos terá de importar (seja ela sob a forma de petroleo, gas natural, carvao ou electricidade...). Por outro lado continuamos a ser dos poucos países europeus sem centrais nucleares pelo que esta aposta faz ainda mais sentido de um ponto de vista geral.
Penso que o ponto em que o jornalista é mais tendencioso ou menos informado, é quando afirma que as barragens recebem energia a custo zero e depois a vendem. Ora isto passa-se porque as barragens servem como "baterias" gigantes que permitem armazenar a energia produzida pelos aerogeradores durante a noite e fornecê-la durante o dia quando ela é necessária. Ora, caso nao existissem estas duplas barragens essa energia seria perdida, pelo que faz sentido investir.
Agora José, eu não estou a dizer que não existam burlas na política energética, e acho muito bem que se investigue. agora o que me pareceu foi que a investigação jornalística não foi suficientemente informada para as mostrar e quis criar polémicas em situações que me parecem justificaveis do ponto de vista tecnico e de gestao. como tal nao me parece que a situação nas SCUTS (em que não existe um unico ponto positivo na analise do ponto de vista do interesse publico: o Estado perde dinheiro com a introdução de portagens pois paga mais aos concessionarios do que recebe das portagens, e os cidadaos nao podem usufruir das autoestradas) seja comparavel com a do plano de barragens em que existem pontos positivos e negativos do ponto de vista do interesse publico pelo que terá de ser analisada em maior detalhe.
Mas porque raio não fazem essa inovação nas barragens já existentes, como sugere alguém na reportagem?
ResponderEliminarPorquê tanta vontade em destruir, em afogar a terra para uma coisa que se podia fazer com muito menos dinheiro e, sobretudo, menos impacto para a terra e as gentes?
Apenas uma coisa tem poder para isso: o guito. E nada mais.
É que para além da burla há a questão de que as pessoas vão perder a sua terra, e aqui terra não é apenas propriedade, são as raízes, o sítio onde nasceram, onde cresceram, o sítio que são, que diabo! Nunca mais a poderão ver ou visitar ou mostrar aos filhos e netos. É uma perda irreparável, inconsolável, que devia ser sancionada com o maior dos cuidados e a mais cuidada das ponderações. É como tirar a vida a uma pessoa, uma vez tirada não se pode restituir.
Não tem ponta por onde se lhe pegue. Não é só burla - isso é o mínimo - são vários crimes. E não é preciso cá lei nenhuma para o serem nem juiz para os sentenciar. Só olhos na cara e pés na terra.
É uma tristeza que me ensombra o coração, palavra de honra. Com o resto posso bem, mas isto dá cabo de mim.
E depois ver aquela cambada de nojentos, que não têm outro nome, que pulula no blasfésmias a defender esta calamidade, mais quem a ordenou e ainda grunhem que o jornalista é que manipula e mais não sei quê... Tiram-me do sério. E é aquilo gente do meu país...
Rui,
ResponderEliminarDesculpe, mas de uma forma muito simples, permita-me: considera os malfeitores da ex-SCUT uns anjos das energias?...
@Carlos,
ResponderEliminarclaro que não os considero anjinhos, mas entre não serem anjinhos e serem burlões ainda vai alguma distância...
O meu ponto de vista é que quanto às ex-SCUT o interesse público sai inequivocamente lesado pela intodução de portagens pois o dinheiro das portagens não chega para cobrir o diferencial pago às concessionárias. Ou seja, mesmo daqui a 15 ou 20 anos não consigo prever nenhum ponto positivo na introdução de portagens pelo que é óbvio que não são uma opção política mas sim uma "negociata" para favorecer alguns à custa de todos.
Já quanto às barragens, penso que a reportagem apenas se foca nos pontos negativos sem explicar devidamente as vantagens da sua construção que a meu ver efectivamente existem (basta pensar no valor estratégico de ser possível produzir mais electricidade em território nacional caso daqui a 15 ou 20 anos deixe de ser possível importar combustíveis...).
@mujahedin
Esse aumento de potência também está a ser feito nas barragens já existentes, pelo menos em algumas, no Alqueva a nova adutora irá entrar em funcionamento dentro em breve e sei que existem planos para aumentar tambem a potencia na barragem do alvito. Penso que a recolha de informação nesse ponto da reportagem não foi muito bem feito (apesar de no global achar que a reportagem tem um nível de profissionalismo acima da média face ao jornalismo português e tocar em matérias que devem efectivamente ser mais discutidas pela sociedade civil)
E aquele cujo nome não pode ser pronunciado, não há tomates para isso, vive em Lutécia como uma Laetetia Casta de quê? Das rendas, senhores, das rendas, não é só o menino riquinho e os meninos melinhos que vivem de rendas, também o menino roboredo delas vive, o que até tem sua lógica porque foi ele que as distribuiu. Agora, o sr. Carlos Enes, que merece os nossos respeitos, e de todos os espoliados do cainesiano, faxaovor de dizer a essa rapaziada, ou melhor, a essas cachopas que acabam jornalismo que antes de iniciarem qualquer actividade útil devem pensatr em 'tirar' outro curso e, para variar, um em que se aprenda alfuma coisa (sei que é difícil encontrá-lo, mas a persistência e desembaraço distinguem qualquer paspalho que quer ser um coirão dum 'jornalista'.
ResponderEliminarEntão mas vamos lá ver. As barragens não estão a ser feitas para produzir mais energia!
ResponderEliminarEstão a ser feitas para rentabilizar a energia produzia pelas eólicas em períodos de baixo ou nulo consumo na rede.
De facto, e é esse o principal ponto da reportagem, as barragens não só não vão produzir mais energia, como vão adicionar-se ao consumo! É certo que a energia que as barragens vão consumir, mais ninguém a consumiria, mas por isso mesmo é que as barragens são lucrativas sem produzir energia nenhuma.
Porque vão usar a energia não consumida pela rede de madrugada - desperdiçada, se quiser, embora não seja o termo técnico correcto - para encher as barragens e depois vão vender a energia produzida durante o dia com a água da albufeira enchida durante a noite.
Tudo isto estaria muito bem, se quem lucrasse com a venda dessa energia pagasse as barragens. Mas não é isso que se passa! Com efeito, o contribuinte está a pagar as barragens à EDP, Endesa, etc para que possam rentabilizar (completamente a seu favor) a energia que as eólicas produzem mas ninguém usa, porque o período de maior produção das eólicas coincide com o período de menor actividade humana, logo, de menor consumo energético. Pense nas barragens como grandes baterias de energia, só que em vez de armazenarem energia eléctrica, armazenam energia potencial gravítica que é convertida em eléctrica pelas turbinas da barragem. Só que quem paga as baterias somos nós, quem ganha dinheiro com elas é a EDP, Endesa, etc. Escusado será dizer que as baterias não produzem energia, apenas a armazenam.
Compreende agora porque razão é uma burla tão clara e evidente como as SCUTS? Eu até arriscaria dizer que é mais evidente, pela razão de que se poderia argumentar que o tráfego nas SCUTS poderia aumentar significativamente devido a um qualquer factor exceptional não previsto, ao passo que, no caso das barragens, estas foram desenhadas, a priori, para não adicionarem à capacidade produtiva global do país. Apenas transferem parte da capacidade para os períodos de maior necessidade. Se, porventura, o consumo disparar durante a madrugada, a produção das barragens passa a ser negligenciável. Mas até neste caso o contribuinte sai prejudicado por causa das garantias de potência.
Isto é o contribuinte a investir para as empresas lucrarem. Que é, normalmente, o que se chama investimento em Portugal, mas dá cadeia em países civilizados.
È o Capitalismo Portugues que eu mencionei Mujahedin....O capitalismo do Estado Investe, nós pagamos e os privados arrecadam.
ResponderEliminarO estado tem que deixar de comparticipar com fundos perdidos, investimentos para privados que nem sequer necessitam deles para dar pontapés de saida, se financiarem e continuarem a encher o saco.
No entanto, eu também sou da mesma opiniãqo que o @Rui, as SCUTS são muito diferentes deste negócio, o que não invalida de ambas serem ruinosas do meu ponto de vista.
Rui,
ResponderEliminarDando por adquirido a convergência de opiniões sobre as outras PPP, vamos à energia:
Tem razão o Rui, quando nos remete para a necessidade de uma optimização dos recursos já instalados. Mas, tal situação só existe, porque alguém decidiu que assim fosse e, sabe-se agora, que toda a capacidade instalada resultava e resulta em grande parte, em perdas, por falta de planeamento inicial da sua utilização. Ora, logo aqui há que perceber por que tal aconteceu. E, chegados aqui, vendem-nos agora a virtualidade do "mótum-continum" na utilização da energia que resultaria em perda, em alguma energia (alguma!) por via hidrica. Mas isto, para mim, é como que ficar muito cansado por andar a correr à volta de uma mesa. Corro todo dia, mas não evoluí no percurso.
Mas neste processo todo, houve empresas e gente que ganhou e ganha muito dinheiro (rendimento dos ótarios garantido) e aqui começa a cheiar a vigarice e começamos a recordar a casta de empresários, banqueiros e politicos, nomes bem sonantes do nosso mundo empresarial instantâneo.
Assim dito, estou como o célebre humorista brasileiro: "perceber eu já percebi. Agora só queria entender!"
"motum continuum"
ResponderEliminarPois, mas falta explicar uma questão-chave para se perceber a tramóia na sua totalidade.
ResponderEliminarTudo o que eu escrevi se aplica tanto no caso de se alterarem as barragens existentes como no caso de se construírem barragens novas.
Então porque é os nossos iluminados líderes entenderam que era melhor construir?
A resposta reside precisamente nesse verbo: construir.
Vai uma aposta em como quem está a construir as barragens são os mesmos que construíram as SCUTS? E os estádios? E seriam os que iam construir o TGV e o aeroporto?
É por isso que esta tramóia não é diferente da das SCUTS. É, quando muito, pior. Porque as SCUTS e os estádios e os aeroportos, a gente passa-lhes um bulldozer por cima, recolhe o entulho e a coisa fica resolvida. Com as barragens não é possível. Uma vez feitas, removê-las é um empreendimento de tal enormidade e complexidade que acho que nunca foi feito na história da humanidade. Excepto as que os aliados bombardearam na Alemanha, com consequências catastróficas para a população.
Comparadas com isto, as SCUTS são uma trafulhice menor e de fácil resolução, houvesse vontade política para isso. Mas não há vontade política capaz de remover uma barragem, uma vez posta no sítio.
É por isso que isto não é só uma trafulhice, é uma desgraça.
Muito obrigada por ter posto o vídeo José.
ResponderEliminarNão tinha visto e o Carlos Enes é um jornalista que admiro muito!
Fui ver e, realmente, já se removeram barragens na história da humanidade, mas apenas muito recentemente e é, de facto, um processo extremamente complicado por variadas razões. Ficam alguns links para quem quiser saber mais:
ResponderEliminarDam removal - wikipedia
Removing Dams and Restoring Rivers
Largest U.S. Dam Removal to Restore Salmon Runs
É particularmente interessante o último link, que fala da maior barragem removida nos EUA, e como se pode ver pela foto, não é assim tão grande...
@ carlos
ResponderEliminarConcordo consigo quando diz que esta necessidade resulta de um forte investimento prévio em energia renováveis (principalmente eólica). As barragens permitem um aproveitamento mais eficiente deste tipo de energia evitando assim a importação de energia.
Também concordo consigo quando diz que houve empresas a ganhar dinheiro com isto. Obviamente que houve empresas a ganhar dinheiro, pois é assim que a economia privada funciona, as empresas só fazem algo quando prevêm que possam ganhar dinheiro com isso.
Por outro lado também devemos lembrar-nos que quando importamos gás, carvão ou petróleo também há empresas a ganhar dinheiro com isso, mas essas empresas muitas vezes nem sequer operam em Portugal...
agora a questão é se tudo isto poderia ter sido
@mujahedin
Não é verdade que nunca tenham sido demolidas barragens. Já o fizeram nos Estados Unidos, em França e salvo erro também na américa central ou do sul (não tenho a certeza do país).
Por outro lado Mujahedin não são os contribuintes que pagam directamente a construção destas barragens, pelo contrário as empresas de elctricidade pagaram para poder ficar com a concessão assim como pagam a sua construção. Ou seja entrou dinheiro líquido para o Estado. Ao contrário das SCUTs em que a introdução de portagens obriga ao pagamento de dinheiro líquido pelo estado.
Obviamente que esses custos das empresas energéticas serão suportados por hipotéticos consumidores futuros de electricidade. Desculpe mas não tem nada a ver com a trafulhice das SCUTS em que o estado gasta dinheiro e ainda por cima os utilizadores são portajados...
E foram vendidas como motor para o «desenvolvimento». Na realidade o desenvolvimento poderia vir com o aproveitamento das linhas do Sabor e do Tua para turismo rural. Os turistas vinham nas companhias de baixo custa para o Sá Carneiro, subiam o Douro, ficavam nos alojamentos de turismo rural e divertiam-se a subir os rios, a fazer caminhadas, a experimentar a gastronomia regional. Não resolvia de todo os problemas da região, mas ajudava. Davo azo à criação de uns empregos, daqueles que não dependem do Estado Papá. E o contacto com os turistas só faria bem às gentes do interior.
ResponderEliminarEstragaram tudo com estas barragens, e agora o erro já não poderá ser remediado. Bem, há países que desactivam barragens e renaturalizam, mas não temos opinião pública para isso, nem dinheiro.
Estas barragens dão emprego durante a construção. Depois, não dão emprego extra a ninguém. Pelo contrário, destruirão toda a paisagem da região, e consequentemente todo o potencial turístico da região. Aqueles afluentes do Douro que descem das montanhas e dos planaltos de transmontanos e beirões têm, na minha opinião, os vales mais belos da Europa. Ali mistura-se a Europa eurossiberiana e mediterrânica, o carvalho e o sobreiro, as ervas aromáticas meridionais e nas terras altas a turfeira setentrional.
ResponderEliminarRui,
ResponderEliminarOs factos, devem no mínimo levar-nos a pensar e a questionar, enquanto contribuintes, e obrigar as instituições a clarificar as dúvidas e investigarem as suspeitas.
Há que perceber a engenharia financeira que esteve na base da opção pelas energias renováveis, com esta escala.
Há ainda que perceber, se o investimento feito, obriga a rendimentos proporcionalmente aceítáveis ao investimento efectuado por privados, mas garantido pelo estado.
Por último, e como mero exercício de análise, não se deve/pode, negligenciar o histórico da prática destes figurantes (podemos estar no polo norte a comprar frigorificos).
Corrigi o exagero imediatamente a seguir...
ResponderEliminarMas o que é que importa se pagam directa ou indirectamente as barragens? Pagam e pronto. Mas não deviam, porque não ganham nada com isso. Antes pelo contrário como se demonstra na reportagem. Os contribuintes vão pagar mais. Vão pagar tudo, tudinho. E o que é que ganham com isso? Nada. Vão pagar a energia mais cara, e ainda por cima ficam sem património ambiental e turístico. Não vejo como poderia ser pior negócio...
Mas enfim, o pior cego é aquele que não quer ver.
Rui,
ResponderEliminar...isto sou só eu a pensar:
Porque é que o "governo", não permitiu á iniciativa privada, a criação de uma empresa capaz de produzir e rentabilizar em lucros a obter, vendendo e ganhando o que conseguissem com a venda directa da energia obtida? seria ainda uma óptima solução para quebrar o monopólia da EDP, não?!
É que a história dos privados terem o direito ao lucro relativo aos seus investimentos, é muito bonito, mas é se fôr isso mesmo. Agora assim...
@Carlos
ResponderEliminar100% de acordo consigo. De facto devem ser investigadas as engenharias financeiras, pois os negócios não são nada transparentes para qualquer cidadão e deveriam sê-lo. todos os cidadãos deveriam perceber o que significam estes negócios, que encargos acarretam para o futuro e assim poder decidir se valem ou não a pena e se eventualmente houve ou não favorecimentos pelo meio.
Isto deverá ser é feito com conhecimento aprofundado das questões e sem falsas polémicas, infelizmente algo que é muito tentador do ponto de vista jornalístico e que depois enviesa a opinião do cidadão comum para falsas questões que depois não dão em nada e os elefantes vão passando...
@mujahedin
interessa se pagam ou não indirectamente pois do meu ponto de vista um negócio em que o estado paga mais e ainda por cima as autoestradas ficam com portagens é objectivamente uma aldrabice.
Por outro lado um negocio em que o estado recebe dinheiro, o pais ganha capacidade de produção (ou de reaproveitamento como lhe queiramos chamar...) de energia renovavel em troca de encargos (dos consumidores) e impactos ambientais e sociais, poderá ser ou não um bom negocio. existem prós e contras pelo que não penso que se possa afirmar à priori que seja uma burla ou algo parecido. Além do mais iremos pagar esta energia, mesmo que mais cara a empresas que produzem em Portugal, logo que pagarão cá impostos e taxas (mesmo que não sejam todos pois existem empresas estrangeiras no negocio).
em vez de pagar importaçoes de combustiveis fosseis a empresas estrangeiras...
ResponderEliminarMas que dinheiro é que recebeu o estado? Onde é que ele está? Quanto foi?
ResponderEliminarMas e a mim que me importa se pago a energia a empresas em Portugal ou na Conchichina? Porque é que os chulos portugueses são melhores que os outros?
É que essa conversa das taxas e impostos é uma grande tanga, é o que é. Sabe porquê? Porque as outras empresas, que pagam impostos e taxas também, em vez de pagarem a outro empregado, ou reduzirem as margens para aumentar a competitividade, vão pagar à EDP. E para pagarem à EDP, vão cobrá-lo a quem? Aos do costume.
Mas a percentagem que a EDP vai pagar de imposto sobre o lucro não se compara ao que pagariam todas as outras empresas se conseguissem aumentar o lucro delas.
Energia cara nunca, em circunstância alguma, é boa para uma economia.
Muito menos uma economia que necessite desesperadamente de crescer, como a nossa.
ResponderEliminarJosé
ResponderEliminarEstive a ver de novo na TVI24
O carlos Enes é um monumento do jornalismo!
Fez as perguntas certas e não se deixou abater.