Na altura - maio de 2011 -, Silva Carvalho já não estava em funções no SIED e era administrador na Ongoing. De acordo com o despacho de acusação, a que o Expresso teve acesso, a jornalista fez novo pedido a Silva Carvalho, desta vez sobre o posicionamento do diretor financeiro da embaixada sobre o conflito e o contacto do embaixador. A informação foi novamente recolhida por João Luís e transmitida à jornalista.
Da acusação consta ainda outro facto: já depois de sair dos serviços, Silva Carvalho continuava a receber uma lista de todas notícias que lhe poderiam interessar, e passava-a a todos os responsáveis da Ongoing como Nuno Vasconcellos, Rodrigo Mora ou José Eduardo Moniz.
A acusação, que confirma todos os factos noticiados pelo Expresso, acusa três arguidos: João Luís, Silva Carvalho e o presidente da Ongoing Nuno Vasconcellos. Os dois últimos estão acusados de corrupção porque o MP entende que a saída de Silva Carvalho para a Ongoing foi uma recompensa pela informação que recolheu para a empresa enquanto ainda era diretor dos serviços. Como transmitiu informação classificada, é acusado de violação de segredo de Estado.
Os outros factos que constam da acusação já tinham sido notícia no Expresso: Silva Carvalho é suspeito de passar à Ongoing informação classificada sobre dois empresários russos, de aceder à lista de mensagens e telefonemas de um jornalista do diário Público e de ter pedido informação sobre o ex-marido da mulher de um quadro da Ongoing.
Ou muito me engano ou os advogados de defesa destes arguidos ( o advogado Proença é um deles) vão ter o trabalho simplificado. Isto não parece ter ponta por onde pegue uma condenação.
Por outro lado continua a faltar um arguido neste processo. Ou um despacho de arquivamento em relação ao mesmo. O director do Expresso, claro.
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