Vale a pena ver os minutos iniciais sobre o AVE ( o TGV que ainda não temos).
ADITAMENTO em 23.6.2012:
A propósito do video abaixo recebi a seguinte mensagem via correio electrónico:
Estive a ver o vídeo sobre a Alta Velocidade, em Espanha, que foi colocado no blog Portadaloja e gostaria de fazer os seguintes comentários:
O Vídeo tem alguns comentários que podem estar correctos mas, em geral, omite o sucesso do AVE em Espanha em várias das linhas que já estão terminadas a saber:
A principal razão da Espanha ter decidido avançar com uma nova rede ferroviária de bitola europeia deve-se ao facto de a Espanha (e Portugal) ter um grave problema de interoperabilidade com a restante rede europeia. A bitola (distância entre carris) na Península Ibérica é diferente da restante rede da UE o que não permite a livre circulação do transporte de mercadorias.
75% da nova rede espanhola é mista de mercadorias e passageiros e em bitola europeia, sinalização e electrificação europeia. Vai permitir a livre circulação de contentores dos portos e plataformas logísticas para a UE e obviamente o restante território espanhol.
A Espanha avançou com a 1ª linha AVE Madrid-Sevilha porque o financiamento, a fundo perdido, na altura, era de 85%. Os vários governos de Espanha omitem este argumento crucial por várias razões. Este valor de financiamento raramente é referido na Imprensa mas foi a uma realidade.
A Espanha fez uma grande esforço para investir o máximo até ao ano de 2006 devido à entrada dos países de leste da Europa. Após esse ano a percentagem de financiamento caiu para 30 a 40%.
A modernização da Linha do Norte, em Portugal, nos anos 90 teve financiamento a 85%. Portugal cometeu um grave erro estratégico, pois o nosso país deveria era ter construído uma nova linha de raiz, em bitola europeia, para mercadorias e passageiros. Nessa altura, com o financiamento de 85% a fundo perdido, a obra teria sido viável e possível. Em vez disso, continuaram a investir na bitola ibérica o que nos pode tornar a ser uma "ilha ferroviária" com os portos e plataformas isolados da UE e dependentes do camião TIR
AVE Madrid-Sevilha já existe desde de 1992 e é um êxito comercial. Dá um lucro de 50 milhões de euros por ano. Mais de 50% dos passageiros utilizam o comboio de AV entre as duas cidades. O avião tem um tráfego residual. 75% dos passageiros do avião são estrangeiros que desconhecem o AVE.
O Comboio de AV que é de tracção eléctrica é muito mais eficiente e consome muito menos energia que o automóvel e avião. Tendo em conta que o tráfego do total (soma do tráfego directo Madrid-Sevilha+ tráfego entre cidades intermédias) deste corredor já atinge os 6 milhões de passageiros. A substituição da viatura particular e avião pelo comboio originou uma importante poupança de energia que representam muitos milhões de euros anuais.
AVE-Madrid-Málaga foi terminado no final de 2007. Está a acabar com as viagens de avião. Tem 11 comboios por sentido.
AVE-Madrid-Barcelona foi terminado em Fevereiro de 2008 e já transporta metade do tráfego do avião. Madrid-Barcelona era a maior ponte aérea do mundo. Comboio já retirou metade do tráfego. Por dia, já existem perto de 30 comboios, por sentido.
AVE Madrid-Valência . Existe há pouco de mais de 2 anos e está a terminar com o tráfego aéreo e retirou 25% da auto-estrada entre as duas cidades. 14 comboios por sentido.
Já existem ligações entre diferentes linhas o que permite ligações directas e SEM PASSAGEM E PARAGEM POR MADRID TAIS COMO:
Sevilha e Málaga já têm ligações directas a Barcelona
Sevilha e Málaga já têm ligações directas a Valência
A Espanha já cometeu alguns erros como foi o caso da ligação da Galiza a Madrid. A linha é exclusiva de passageiros e devia ter sido para mercadorias e passageiros. Vai ser uma linha muito cara e com baixo tráfego.
Envio um ficheiro PDF sobre a nova rede ferroviária espanhola com os custos e benefícios. O número de mortos e feridos nestas vias até hoje é zero.
Depois da leitura deste texto e do PDF que vinha anexo ( que não abre...) e da vista ao video será possível ter uma melhor opinião sobre o TGV.
Não foi só a AVE (linhas já fecharam): foram aeroportos como os de Beja (Ciudad Real), centros culturais como de Santiago de Compostela, O Metro ligeiro de Parla(de Tomas Gomez a quem Aguirre chama o Papandreu de Parla) que custou quase 200 milhões para 100000 pessoas e poucos km de linha, as embaixadas da Catalunha, O Instituto meteorológico de Catalunha, as subvenções de milhões a sindicatos e patrões, e uma classe política corrupta até à medula (Chavez, Grinhan, Barreda, José Blanco, Bono,Bibiana Aido, etc
ResponderEliminara politicos impreparados e corruptos é fácil gastar o dinheiro dos contribuintes.
ResponderEliminarlisboa e gaia são duas câmaras super falidas.
menezes quer mudar-se para o Porto onde há muito dinheiro para gastar
o democrata caa nem permite comentários
Só mais esta achega
ResponderEliminarhttp://www.libertaddigital.com/multimedia/galerias/el-despilfarro-espanol-en-30-obras/#aeropuerto_albacete.jpg
O Video está delicioso.
ResponderEliminarVi-o até ao fim.
O jornalista espanhol tem muita piada.
Desconhecia esta realidade espanhola.
Sabia de alguns desmandos mas não a este nível.
Assustador o que se passa actualmente no espaço que foi a Expo de Saragoça.
Incrivel a quantidade de aeroportos que os espanhóis construiram e que estão desertos.
E o Ave, então....
Imperdível. Para ver até ao fim. Obrigado, José!
ResponderEliminarO TGV é excelente e seria ecelente para ligar Porto e Lisboa e ambas a Salamanca-Madrid. O T deitado com nova linha do Norte em bitola europeia era a única soluação racional. Os cabrões das avenças preferiram trair o país e ligar Lisboa a Madrid. O castigo foi merecido: nada, nem um metro de TGV. Portugal não se liga a Madrid como qualquer região de Espanha, tinha que se ligar à Europa, à rede europeia, em Salamanca. O que os socretinos e barrosões fizeram é imperdoável. estoiraram fortunas na linha do Norte para o pendolino não poder pendular (se pendulasse nas curvas chocava com quem viesse em sentido contrário...). No México a corrupção acabou com o comboio, estamos quase, quase mexicanos.
ResponderEliminarComparticipação a 85%? Isso é irrelevante, quando não se tem os outros 15%. E ainda mais irrelevante é quando a exploração é deficitária. Até podia ser uma comparticipação a 100%...
ResponderEliminarEstá demonstrado que o TGV em Portugal seria sempre deficitário.
E a ideia de que estas estruturas criam riqueza para além do seu lucro de exploração está longe de já ter sido demonstrada.
Assim poderá ser quando estamos a falar do básico e quando não existe outra oferta. Não é, sguramente, quando estamos a falar se substituir um ALFA por um TGV.
E quanto à ligação europeia, não estou a ver os portugueses a trocarem o avião pelo TGV, quando partem de férias, nem os empresários que frequentemente se deslocam a Espanha a trocarem o avião que sai da Portela pelo TGV que sai lá do meio do deserto.
P:
ResponderEliminarJá tive mais certezas quanto a isso, mas há uns anos em conversa com emigrantes em França concluí que a viagem de TGV para cá lhes seria mais favorável, mesmo com mais algum tempo de viagem. Afinal nos aeroportos espera-se em média uma hora, pelo menos. O que acrescenta ao tempo de voo.
José:
ResponderEliminarO argumento dos emigrantes é forte, mas as suas deslocações são demasiado sazonais.
Ha que perceber que é necessário adoptar bitola e sinalização europeia, mas não é obrigatório modernizar a ferrovia para grandes velocidades. As mercadorias europeias circula de comboio a 50km/h em média e de factos os passageiros nacionais nunca irão para a europa de comboio mas sim de avião. Isto é, é possivel modernizar a ferrovia sem abusar dos contribuintes actuais e futuros. Evidente que os mesmos de sempre não estão nada interessados nisto.
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