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quarta-feira, outubro 17, 2012

A História como farsa?




Estas duas imagens traduzem realidades que ocorreram durante o PREC de 1975, altura em que os comunistas quiseram tomar o poder político, depois de terem decapitado o capitalismo nacional.  A primeira, em cima, com imagens dos protagonistas do 25 de Novembro desse ano foi publicada há uns anos num suplemento do jornal Expresso, por ocasião de mais uma efeméride do acontecimento.
Lembra-nos o óbvio: quem não conhece a História pode ser condenado a repeti-la. Como parece ter dito Marx, a História repete-se, primeiro como tragédia e depois como farsa. Estamos nesta fase...

A segunda, tirada do livro "Os dias loucos do PREC", de José Pedro Castanheira e Adelino Gomes, publicado em 2006 pelo Expresso e Público, mostra-nos o comício do PS, na Fonte Luminosa, em 19 de Julho de 1975. Tal como o algodão, não engana: uma multidão porventura maior do que as que a CGTP/ Intersindical agora arregimenta gritava "Fora, Vasco!" Ou seja, arredem, comunistas!
Não arredaram e enredaram-nos durante mais uma década na Constituição que apostava em levar-nos à sociedade sem classes. E tem sido essa a carta magna dos reaccionários comunistas que se opõem sempre à mudança de paradigma do socialismo inscrito para o capitalismo mesmo social-democrata em que vivemos e que tem sido a realidade nestas últimas décadas. A contradição nunca se desfez e as manifestações estão aí a comprová-lo. Desta vez, animadas por aqueles que não têm memória destas coisas, nem querem tê-la.
Quem não conhece a História...


17 comentários:

  1. o comício do candidato a Kerenski tinha mais gente de direita e do centro do que socialistas.
    muitos militantes do 'piésse', não apoiaram este comício.

    fui convidado mas não compareci. fico com alergia sempre que vejo ou ouço o boxexas. razões não me faltam.

    as burguesias substituiram o 'jogging' por passeatas. em frente do FMI deitaram fora os tomates que levavam para o efeito

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  2. Brilhante recordação.

    Bem preciso é, que alguém vá relembrando a nossa muito recente história que, foi ontem e que a grande maioria se esqueceu do que se passou.
    Obrigado José

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  3. Portugal visto do exterior:

    Pintor Português que viveu em Paris nos anos 50 desenhou o 'Zé Povo' a observar o mundo através duma teia de aranha.

    Para mim
    Fatores genéticos: inveja, ódio, estupidez, má fé, prepotência, sebastianismo, falta de persistência, alergia ao trabalho, indisciplina
    Fatores ambientais: ignorância atrevida, iliteracia, ausência de civismo e cultura
    Têm certezas, eu jogo com probabilidades; têm sonhos, eu elaboro projetos (para os próximos 5 mil anos). São palavrosos, se puder usar uma só palavra não uso duas. Hipócrates escreveu no 1º aforismo 'arte longa, vida breve'

    Quase toda a gente sabe tudo de tudo, eu não. Provavelmente por deformação profissional.

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  4. Falta só uma coisa: acrescentar que a moda das megamanifestações anticomunistas começou na 'província', eh, eh, eh, a primeira megamanif aconteceu em Aveiro com D. Manuel, oito dias antes da luminosa com dom mário; depois foi um ver se te avias... Há um beltrano que tem uma cronologia quase ao minuto, aqui,
    http://abril-de-novo.blogspot.pt/2009_07_01_archive.html

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  5. Sobre D. Manuel, que não era e não é um pangaio qualquer, ver a wiki que tem um artiguinho decente.
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_de_Almeida_Trindade

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  6. José, agarrei um livro numa loja de artigos em 2ª mão que gostaria de saber se conhece o autor.

    O Livro chama-se.
    Cartas de Manuel de Portugal.
    o livro de de 1977
    Conhece a personagem?
    Isto porquê?
    Li as primeiras 4 paginas, em que o autor retrata os meses a seguir á revolução e retrata Marios Soares e comparsas, onde se inclui o Ministro das Finanças, um tal de Medina Carreira e ao ler aquilo, parecia que estava a ouvir Pedro passos coelho e Gaspar, com a conversa que
    "Só com auteridade, conseguiremos alavancar a economia "
    Fiquei de boca aberta.
    Agora não tenho aqui ao meu lado o livro comigo que só agora o começei a ler, mas, hei-de postar umas frases retiradas de lá, ditas pela boca dos senhores que mencionei que é de ficar de boca aberta com a cara de pau desta gente quando vêm dar lições de moral hoje.
    Ao ler aquilo, parece que parei em 77 e estou a ouvir PPC e Gaspar.
    Su-rre-al

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  7. Perdão, o nome do Livro é;

    Crónicas e Cartas de manuel de Portugal
    De
    Manuel de Portugal

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  8. È este
    http://www.leiloes.net/Cronicas-e-Cartas-de-Manuel-de-Portugal,name,202940637,auction_id,auction_details

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  9. Não tenho esse livro mas ouvi falar no manuel de Portugal, um pseudónimo, acho.

    Quanto à repetição da História está tudo dito nestes postais que tenho colocado aqui sobre esse período... e vou continuar a colocar.

    Sobre Medina Carreira, era um socialista democrático, em 1977. Ainda assim sem poder suficiente para se impor e obrigar os demais socialistas não democráticos a mudar de rumo.

    O discurso de Medina Carreira tem sido coerente. O que não é são as ilações que deveria tirar sobre os responsáveis pelas crises.

    Mas isso seria como que renegar o passado e se alguém tem uma identidade não a quer perder por considerar que apostou sempre no cavalo errado da razão, apesar de saber qual era.

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  10. com o pseudónimo Manuel de Portugal apareciam crónicas num jornal cujo nome não recordo
    várias ficaram célebres como 'melena e pá'

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  11. lembrei-me
    'D. Lourençote de melena e pá'
    apareceu creio que em 75 no
    jornal 'O Tempo'.
    crónicas muito elucidativas da época.
    comprava em 7 rios quando levava meu filho à D.Pedro V
    onde andava o João do Portugal dos Pequeninos
    e a Guida Gorda, hoje D. Margarida

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  12. Estou arrependidíssima de ter participado nesta mega manisfestação e tal como um leitor sublinhou e bem, ela foi composta por centenas de milhar de pessoas do centro e de direita e de uma centena, se tanto, da esquerda e da extrema esquerda. Foram todos, menos esta centena, ao engano por este burlão de casaca.
    Um oportunista, velhaco e ganancioso, que tudo quanto sempre ambicionou foi usurpar o poder em Portugal para, dentre outros crimes na sua agenda posteriormente a cometer, assaltar os cofres do Estado. E tudo isto ele alcançou à custa de fraudes gigantescas e mentiras mil, valendo-se da generosidade e ingenuidade dos portugueses que o receberam como se de um deus descido à terra se tratasse "para salvar o povo das garras da ditadura faxista". Afinal ele mais não era (e é) do que a malignidade em pessoa. Estamos perante um animal selvagem e perigoso que se fez (e faz) passar cìnicamente por um de companhia e manso. Ele personifica a verdadeira maldade. Um perfeito velhaco que merecia que lhe fizessem o mesmo que ele fez a Portugal e aos portugueses. E era pouco.
    Para velhaco, velhaco e meio.
    Maria


    Obs.: Não consigo ler os imprescindíveis artigos que transcreveu, porque a imagem foge do écran assim que se aumentam os caracteres. Isto não me acontecia com o template/padrão anterior. Será só comigo que isto se passa? Não creio.

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  13. Maria:

    Não sei o que pode provocar isso na imagem. Parece tudo bem e agora já se pode ampliar com dois cliques e ler.

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  14. Mas olhe que estive agora mesmo a ler transcrições de artigos noutros espaços e tudo correu lindamente.

    Naqueles, eles não só aparecem no centro do écran como permanecem no mesmo lugar após a ampliação.

    Devo acrescentar, sem querer repetir-me, que aqui, após o aumento dos caracteres, metade da imagem desloca-se quase toda para a direita, ficando oculta, do mesmo modo que a sua metade inferior não se consegue recuperar de todo em todo.
    Também devo dizer - e isto não acontecia anteriormente - que o aumento dos caracteres não se processa na totalidade e a respectiva definição aparece um pouco alterada.
    Mas irei tentar de novo.

    De qualquer modo, muito obrigada pela resposta.
    Maria

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  15. Porque Escrevo?
    Escrevo porque trago em mim uma ânsia incontida de Liberdade e de Vida.(Fascismos de Esquerda,ou de Direita,a ambos abomino por igual).
    Foi o 25 de Abril como uma trombeta a demolir todos os Muros da Indignidade,da Prepotência,da Injustiça que afrontavam o Povo de Portugal.Acreditei na sublime missão de Resgate da Pátria a que,aparentemente,se haviam votado os jovens capitães do nosso Exército.Mas se,imediatamente,aderi ao Movimento das Forças Armadas,cedo me desiludi das suas intenções.À ditadura deposta sobrepunha-se outra de mais feroz cariz.
    Escrevo para que me ouçam os portugueses de Portugal,aqueles que sempre põem os interesses da Pátria acima das ordens e dos interesses do Partido.
    Escrevo para todos os que extravasam da alma a sede infinita de Liberdade e por terem nascido homens e mulheres livres não dobrarão a cerviz para se tornarem escravos de quem quer que seja.
    Por isso escrevo.

    Manuel de Portugal,Janeiro de 1976 in "Crónicas e Cartas de Manuel de Portugal"

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