Depois do 25 de Abril 1974 a Igreja Católica foi rapidamente atacada pelos poderes de facto comunistas com invectivas escritas, propaladas e atentados ao seu poder na sociedade tradicionalmente católica, em Portugal. A Igreja era um problema para o comunismo e os seus próceres não sabiam bem lidar com a instituição. Em vez do jacobinismo passado e futuro ( actual) os comunistas tinham armas mais eficazes para afastar a Igreja Católica do palco de influência que lhe negavam. Como não podiam intervir nas homilias das missas, dedicavam páginas e páginas de jornais a desbastar " a reacção de campanário" que tanto os incomodava.
Em 30 Setembro de 1974 ( dois dias depois do 28 de Setembro) o jornal Sempre Fixe dedicava um suplemento de quatro páginas à "Igreja em Portugal".
Primeiro apresentava aqueles padres que lhes eram mais próximos ideologicamente, como Frei Bento Domingues, ainda hoje um padre mediático ( et pour cause) .
No entanto, a questão religiosa era outra e mais grave e insuportável para o comunismo. Os jornais "reaccionários" de campanário eram uma praga no Norte católico e havia que acabar com tais folhas de couve que impediam o comunismo de progredir socialmente. Parece que o antigo jornalista da Flama ( do Patriarcado) Alexandre Manuel tem a sua tese de doutoramento no ISCTE sobre este assunto magno da imprensa regional católica...deve ser algo de tomo.
Em Julho de 1974 o Século Ilustrado já dava uma achega para o problema que se apresentava aos comunistas como inultrapassável: no Norte, a Igreja tinha mais influência que o Partido e isso era intolerável. Que fazer, então? Dividir, em primeiro lugar, os padres entre progressistas e reaccionários. Assim:
Evidentemente, o arcebispo de Braga e o cónego Melo eram os alvos a abater. E por isso havia a Gazeta que em 8 de Abril de 1976 lhes fazia a folha:
E apresentava uma página inteira dedicada a um padre, émulo de "Camilo Torres com o seu fuzil" ( como cantava José Afonso na "arcebispíade" )que iria concorrer a eleições pela UDP e tinha morrido num atentado à bomba ( atribuído pelos comunistas logo ao ELP e MDLP e com a conivência, senão a participação, da Igreja) em Cumeeira, Vila Real.
A meio caminho ficava este bispo que tinha sido corrido de Portugal por se ter oposto ao regime anterior ao 25 de Abril. O bispo D. António, conforme se lê neste artigo do Século Ilustrado de 9.7.76 não achava que tinha havido fascismo em Portugal, mas sim um regime autoritário, apenas. Com ideias destas, não servia...
Ah, então so jornais de campanário eram esses.
ResponderEliminarMaravilha!
Eram as "folhecas paroquiais" que incomodavam tanto o comunismo e que deu o mote para a tese de doutoramento do Alexandre Manuel...
ResponderEliminarUma dessas "folhecas paroquiais" era o jornal da paróquia de S. Vítor, em Braga, o Luz e Vida que recebia em casa, porque o P.e Jorge tinha sido condiscípulo do meu pai e enviava-o todos os meses. A minha mãe lia-o até há pouco tempo. O P.e Jorge morreu há uns anos e era um feroz anti-comunista. Um bravo.
Que engraçado. Desconhecia completamente.
ResponderEliminar(A tese do tolinho deve ser muito interessante)
Pelo menos tão interessante como a do Adelino GOmes que ando a ler aos bocados, sobre os telejornais das tv´s. Adaptou a tese feita também no ISCTE a um livro que publicou recentemente.
ResponderEliminarAdelino Gomes e Alexandre Manuel devem ser da mesma idade e ideologia...
o cónego melo e o jaimite neves salvaram as creancinhas do país
ResponderEliminarexcepto as da casa pia...
bão trabalhar morcões
ResponderEliminarconheci D. António quando Bispo de Portalegre.
ResponderEliminar1949 foi ano seco e trágico no Alentejo. em 51 leu a Pastoral 'miséria imerecida' que saíu mutilada. só no final de 50 partiu para a Galiza como exilado.
o adelino surgiu um dia no meu sindicato como se fosse o único proprietário da verdade. podem calcular o que eu disse mas ele nem ouviu. só se ouvia.
face à ditadura comunista de 74 a 2ª república era uma doçura.
conheci alguns desses folhetos através do Carvalho Guerra, Grande Amigo Bracarense. diziam que o Conégo tinha uma milícia tipo 'justiça de Fafe'.
o padreca que imitava o seu colega guerrilheiro da libertação Camilo Torres tinha uma bomba e a mulher grávida, dizia-se
sempre desejei saber quem era o dentista da reacção porque nunca conseguiram partir-lhes os dentes.
penso que a generalidade dos comunas devia ser julgada por crimes de delito comum, mas percebo nada de direito. mataram, esfolaram, assaltaram
Foram amnistiados e para além disso já prescreveu tudo.
ResponderEliminarForam os tais "excessos revolucionários". Alguns desses excessos, como por exemplo o fenómeno da revolução comer os seus filhos, felizmente não chegaram a ocorrer. Por casualidade ou por ausência de oportunidade uma vez que a evolução do PREC não chegou até aí. Mas faltou pouco.
Não deixo de me espantar com o poder de meia dúzia de comunas que nem chegaram aos 20%: «Que fazer, então? Dividir, em primeiro lugar, os padres entre progressistas e reaccionários.»
ResponderEliminarMas não havia já católicos progressistas?
http://www.25abril.org/index.php?content=1&c1=1&c2=0&glossario=Capela%20do%20Rato
Queres ver que os dolcinitas foram invenção dos comunas? E porque não os Cátaros, que os CRIMINOSOS CATÓLICOS do Santo Ofício (na sua nova denominação, congregação dirigida pelo santo que ontem renunciou) mandaram massacrar sem piedade no Sul de França.
«Matai-os todos, Deus reconhecerá os seus!»
Ainda não apareceu a Palmira com o bode esperança pela trela?
ResponderEliminarEles esta noite andam à solta
eeheheh
A mim o que me espanta é que uma tão fraca representação social tenha uma tamanha amplitude mediática, completamente desproporcional e justificativa do ruído que temos nos media ainda hoje.
ResponderEliminarÉ exactamente esse fenómeno que aqui tenho dado conta.
Por outro lado os católicos progressistas não são católicos, são apenas progressistas. O catolicismo é apenas a capa para a função política essencial.
Certo. Mas em finais dos '60 a comunage não estava nos media e os exemplos que dá aqui são de '74, '75, '76... Infiltraram-se na IC, é isso?
ResponderEliminarQuanto aos católicos ficamos entendidos: quem não concordava com a ditadura não era verdadeiro católico. É como eu dizer que quem não era contra a ditadura e a guerra não era bom cristão... e nenhum cristão é a favor da guerra e da ditadura.
Duas imprecisões:
ResponderEliminarA communage estava infiltrada nos media desde o final dos anos sessenta. A geração do Maio de 68 e que tinha aparecido com as primeiras crises académicas aprenderam o marxismo e infiltraram-se nos principais media como a Flama e o Século Ilustrado e a Vida Mundial e jornais como o Diário de Lisboa, o República e outros.
A intelectualidade nacional era de esquerda, no final dos sessenta. O alfobre foi bem regado a marxismo.
A segunda imprecisão tem a ver com os católicos progressistas. Havia progressismo e progressismo como apontei. O bispo do Porto, D. António não era do progressismo antifassista apesar de o quererem empurrar para lá.
O Frei Bento e outros Mários da Lixa, esses eram compagnons de route progressistas.
Espantoso mesmo é como estes comunistas continuam a merecer a atenção da democracia como se fossem democratas e não piores do que os supostos fascistas do salazarismo.
ResponderEliminarIsso é que me espanta e tal acontece devido precisamente ao fenómeno apontado: a intelligentsia continua a ser de Esquerda e a desvalorizar a ditadura marxista mais a repressão brutal do comunismo, nem sequer considerando tal como inadmissível nos parâmetros da actualidade.
O PCP e O BE continuam a mercer os favores da democracia quando não são democratas. Isso é que é espantoso.
De resto o problema com a Igreja Católica surgiu logo em 1974, por causa do que escrevi: a Igreja era um obstáculo ao avanço do comunismo e grande, no Norte.
ResponderEliminarA imprensa da época reflecte isso mesmo e é por isso que coloco aqui exemplos de 74,75,e 76 porque foi nesses anos que o problema surgiu.
O caso do padre Mário da Lixa, esse foi antes do 25 de Abril. E para além desse não se conhecem muitos outros como seria de esperar...
ai balde-de-cal.
ResponderEliminarNão é que os Comunas Sejam Contra a " Religião " - Eles Intitulam-se os " Propagadores da Fé " - a sua Ideologia a " Correcta " a Única - e por isso Acachaparam o Poder dos Padres ... e querem Ser Como " Eles " os Condutores Espirituais da Sociedade - Na sua " Correcta Evangelização " e Lavagem Cerebral ... Uma Maravilha! ...
ResponderEliminarSão os Únicos Detentores do Poder Económico, pois nacionalizaram todos os meios de produção, sendo por isso " Donos " de toda a Economia ... com os " Brilhantes " resultados que o decorrer do tempo mostrou ... em todo o lado ... Por Cá desde o 28 de Setembro de 1974 é um Espelho ... O 25 de Novembro não lhe pôs cobro ... nem podia ... os Artistas eram os mesmos ... mas em Soft ... e o Assassinato de Sá Carneiro só piorou as coisas até ao presente ... Azar nosso ...
Eram e São os Únicos Donos do Poder Político ... A Democracia Cria-lhes ... Urticária ...
Por isso se diz que o " Comunismo " na sua Loucura Acachapou os Três Poderes ... Sentem que devem ser Eles os Únicos Condutores ... de um Carro Sem Travões ... Rumo a uma Sociedade sem Classes ... Hilariante!
Os Artistas e Adeptos dessa Ideologia cá do Burgo, Fossilizados ... ainda Mantém e Interiorizam ... que Assim Deve Ser - Por Graça e Benção de Deus ... A Quem Eles se Equiparam ...
Todos esses Burgueses Bem Sentados na Vida ...
E a Maioria dos Jornalistas Cá do Burgo, que só vêem bem pelo Olho Esquerdo ... dão-lhes guita ... À Fartazana ... O BE que o diga ...
Mas os Jornais e Restante Comunicação Social, que dizem que pertencem aos Capitalistas ... que deviam ser Adversos a essa Ideologia, cobrem-lhes por completo o flanco ...
Porque Será? ...
Responda Quem Souber ...
"Porque Será? ...
Responda Quem Souber ..."
É a isso mesmo que tento responder, questionando e indagando nos meus arquivos porque acho que a explicação está na nossa História e histórias que a mesma contém.
Este fenómeno bem português e que não se replicou em mais lado nenhum da Europa tem uma explicação mas parece que ninguém está interessado em sabê-la.
Por mim cada vez mais estou convencido de que vou sabendo coisas que me ajudam a entender o panorama global.
É por isso que os nomes interessam e o percurso das pessoas é importante porque Portugal é uma aldeia.
ResponderEliminarHá ideologias que se notabilizam pela sua essência maligna. É o caso do comunismo e do fascismo. Se reduzíssemos as duas palavras o que resultaria de detestável nessas duas correntes? Isto: Não há indivíduos. Os indivíduos desaparecem em benefício de um ente de razão. No caso do fascismo, é o estado; no caso do socialismo, é o partido.
Nenhuma publicação de esquerda publicaria uma crítica genérica e depreciativa ao islamismo, ao judaísmo, ao hinduísmo ou ao budismo, por exemplo. Seria considerado preconceito. Mas achincalhar o catolicismo passou a ser uma espécie de dever dos “bem-pensantes”.
Apesar de não ser crente, não sou militante contra Deus, respeito e reconheço a importância da ICAR. Melhor seria o homem sem religião? Não!! Onde existiu “esse homem” como uma CULTURA? Que eu saiba, só se tentou a experiência, no comunismo. O resultado todos sabemos.
O nome de um jornal ser "Super Fixe" é uma maravilha!!
ResponderEliminarNão sabia que tinha existido e tenho pena que tenha desaparecido...só por se chamar "Super Fixe"
Sempre Fixe e era um jornal muito antigo, vindo dos primórdios da República. Foi reactivado poucos meses antes do 25 de Abril e tornou-se um dos bastiões comunistas sob a batuta de Ruella Ramos que estivera no Diário de Lisboa.
ResponderEliminarEra um jornal que atiçava ódios autênticos e mostrava-os como por exemplo na altura do 28 de Setembro em que mostrou em foto uma fogueira em que se queimaram livros e jornais.
Duvido que antes de 25 de ABril tal tenha sucedido alguma vez.
Ruella deve ter deixado descendência...
A sic tem dias, que mais parece o izvestia.
ResponderEliminarTem uma proteção dos merdia nacionais, só visto nesta espelunca, outrora chamado de Portugal.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar"Espantoso mesmo é como estes comunistas continuam a merecer a atenção da democracia como se fossem democratas e não piores do que os supostos fascistas do salazarismo."
ResponderEliminarPara manter a ilusão que isto é uma democracia.
Não será assim?
Se assim for, por esse e por muitos outros motivos será razoável concluir que "isto" não é uma democracia mas um embuste utilizado para liquidar e escravizar um país.
Compreendo ser difícil mudar de "realidade", mas para quem quer realmente perceber o que se passou e passa, que a aceitação do ue digo é uma mera questão de tempo.
E não é com nenhum prazer que faço estas afirmações.
vamos à algumas realizações do comunismo
ResponderEliminar1)estupro de 5.000.000 de mulheres
2)assassinato de 100.000.000 de pessoas
3)destruição da natureza,destruição da liberdade religiosa,da liberdade política,da liberdade de imprensa e econômica
4)os comunistas dizem uma coisa e fazem outra,george bernard shaw,diretor de teatro comunista,disse certa vez que não queria acabar com a pobreza ele queria acabar era com os pobres,vale lembrar que exemplos valem mais que mil palavras
tento entender depois de tudo isso o que mais é necessário para que as pessoas entendam que comunismo não prestam,os comunistas ajudaram os nazistas durante a segunda guerra mundial por debaixo dos panos(a segunda guerra mundial durou de 1939 à 1945 e em 1939 foi assinado o pacto nazi-soviético entre os comunistas e os nazistas que durou até 22/06/1941 quando hitler rompeu esse pacto ao invadir a rússia comunista,ou você pensa que todo poderio militar nazista veio da onde?quem foi que forneceu combustível(petróleo e gasolina)munições,armas,minérios e metais para fabricar munições e armas como navios,tanques de guerra,aviões aos nazistas?foram os comunista soviéticos por debaixo do pano)o comunismo e o nazismo são 2 porcarias igualmente desprezíveis que usam a justiça social para chegar ao poder mais uma vez lá estão pouco se lixando para o povo e os mais pobres