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quarta-feira, maio 01, 2013

A koltura geral é uma lástima

Segundo a Sic, os exames para ingresso na carreira diplomática foram "uma razia".

Foi uma razia na cultura geral dos aspirantes a diplomatas, 98% dos candidatos à carreira diplomática chumbaram no teste de cultura geral. Dos mais de 2 mil pretendentes apenas 44 souberam responder, num teste de cruzinhas, a questões consideradas essenciais.

No sítio da estação de tv, uma professora da faculdade de Letras da Universidade do Porto ( que afinal poder ser uma licenciada pela FLUP e professora do ensino básico e secundário) comentou assim:

"Não me admira... cada vez mais os nossos jovens evidenciam um grande desinteresse pelos factos atuais e não só. Não leem livros, revistas, jornais; não se interessam pelas notícias veiculadas pela televisão. Não sabem História de Portugal nem Universal, desconhecem a literatura portuguesa, entre outros aspetos.
O conhecimento deles é muito redutor; arruma-se em gavetas que têm no cérebro e não conseguem relacionar épocas; esquecem tudo muito rapidamente porque não memorizam nada. Os que vão para o ensino superior, uma grande parte "marra" para passar nos exames e não se interessam por aprender um pouco mais, aprofundando conhecimento através the investigação. Eu sei do que falo. Sou professora e luto todos os dias com este problema. é uma angústia e uma desilusão. Por muito que se aconselhe, os jovens distanciam-se dos factos, dos problemas sociais, políticos e económicos e, por isso, não conseguem ter opinião formada acerca de nada.A capacidade de argumentação é nula. A estes Jovens caberá a responsabilidade de nos governarem no futuro! O que nos espera!" 


E a senhora escreve segundo as regras do novo acordo ortográfico...e segundo alguns optimistas de sempre, Portugal tem actualmente uma geração academicamente preparada. Mais: é a que tem melhor preparação intelectual de sempre. Pobres coitados que nem sabem o que dizem nem dizem o que não sabem.
Fazem-me lembrar um colega que habituado a chumbar nas orais, saía sempre a criticar os professores que o reprovavam, porque nunca perguntavam o que valia a pena para a vida prática. E isso ele jurava que sabia.
Agora é a mesma coisa: os alunos não percebem nada de cultura geral mas sabem muitas outras coisas muito importantes e que dantes não se aprendiam. Por exemplo, jogar na playstation...ou teclar nos telemóveis à velocidade do som, pelo menos. Ou dizer Ya; ou escutar rapiocadas; ou distinguir um hamburger da mcDonalds de um da Pizza Hut; ou saber de cor a equipa do Benfica...do ano passado.

29 comentários:

  1. Parece-me que o tipo de perguntas que saíram no teste era de aprendizagem básica no ensino do Estado Novo.

    Mas hoje para os jovens o que interessa realmente é o que aparece no facebook.

    As revistas, jornais e tvs só vale a pena a quem já tiver análise crítica e seletividade. Senão o indivíduo sujeita-se a levar com injeções de ideologia quando julga que está a receber conhecimento.

    Governar o futuro?
    Basta olhar para o presente que os jotinhas nos deram.

    Enquanto não se repuser a verdade da história e correr com os jacobinos e a maçonaria do controlo do poder, Portugal está condenado a não ser Portugal.

    Se Salazar tivesse sido alemão ou inglês as suas palavras, teorias e métodos fariam hoje escola em todo o mundo.











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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Uns postes abaixo, o comentador Ricciardi escrevia:

    "Caro José,

    Não vejo onde está a mentira da jornalista.

    Até 1975 a taxa REAL de escolarização ao nível do Secundário era de 8%. Hoje é de 73%.

    Ao nível universitário a coisa era assim:
    - 1978 =12%
    - 2011 =54%"

    Talvez este "post" o faça agora perceber que estas estatísticas não passam de números.

    E que pouco importa ter taxas reais de escolarização de 73% e ensino obrigatório até ao 12º ano, quando os alunos terminam a escola sem saberem construir uma frase ou fazer uma conta de dividir, e sem o gosto pela leitura.

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  4. tenho em casa pessoa qualificada a tirar o 2º mestrado por não haver no país onde possa fazer doutoramento.
    encontra-se a dar aulas do 2º e 3º ciclo e não no secundário.
    dirigem-na mamãs donas de casa desactualizadas por nunca terem estado actualizadas.
    o mesmo acontece no sns e na magistratura

    os alunos coitadinhos andam traumatizados e esfomeados

    os bandidos de colarinho branco andam à solta

    a nau catrineta 'vai de vento em proa'

    seguramente emprego vai ser 'em prego (casa de)'

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  5. "...ou saber de cor a equipa do Benfica...do ano passado."

    Bem esse conhecimento desde sempre foi uma caracteristica cultural do nosso Povo.
    Deve ser a única coisa que não é culpa do PREC.
    .

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  6. No caso em concreto, como noutro tipo de concursos em que os lugares postos a concurso já estão cativos, talvez valha a pena atentar não apenas na falta de "Koltura", mas na abundância de Cunhas.

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  7. Gostava honestamente de ver qualquer um de vós, comentadores, blogger ou a dita professora universitária, a acertarem 63 daquelas 90 perguntas de cruzinhas. É que chumbar, neste caso, equivale a não ter um 14/20. Se quiserem dar uma vista de olhos ao exame sugiro que sigam este link e tirem as vossas conclusões: http://ntpinto.wordpress.com/2013/04/22/5089/

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  8. nãoseiquenomeusa:

    Isso é palpite ou apenas facto conhecido?

    É que nestas coisas convém ter certezas próximas da realidade. Não absolutas ou meramente abductivas, mas positivamente concretas e plausívels para o senso comum.

    Se assim for, tendo a acreditar.

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  9. Mas então estamos noutro nível que é o jornalístico.

    Se o/a jornalista que escreve a notícia sabe qualquer coisa que explique esse fenómeno convinha que fosse agente de revelação pública.

    Como não é, contribui para a confusão, deste modo:

    O jornalista soube que os chumbos nesse exame foram uma razia, objectivamente. Deve noticiar. Mas sabe também algo mais, porque a verdade dos factos não fica por aí. Deve escrevê-lo, mesmo sob reserva de conformação se tiver a noção e a dúvida fundamentada ( próxima da certeza) de que o exame foi apenas um pró-forma para que algum afilhado do Portas ou do raio que o parta, passe o teste para ingressar na carreira.

    Seria esse o verdadeiro jornalismo. Porque é que não é assim?
    Será que o jornalista em causa é imbecil ou anda a tirar curso de idiota?

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  10. Jpsé, por favor emende a identificação da senhora: não é professora da Faculdade de Letras do Porto, é licenciada pela FLUP e professora do ensino básico e secundário.

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  11. Não é? Mas se é o que lá consta...

    Vendo aqui, pelo link não se chega lá...mas vou emendar na mesma.

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  12. O questionário começa bem...

    1. Quem é o autor do álbum: “Venham mais cinco”?
    José Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Adriano Correia de Oliveira

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  13. Ah ah ah Vivendi, bem apanhado.
    Eles estão em todo o lado...
    Como dizia o meu avô, puta que pariu.

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  14. A prova é anormalzinha. Podia ser concurso de tv.

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  15. Em que cidade alemã foi fundado o pêesse? Como se chamava o livro que escreveu Rui Mateus um dos fundadores? Não me digam que isto é cultura geral. No exame de estágio da ordem do bestonário Marinho não fazem perguntas destas.

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  16. E aprova em si, ninguém comenta? Ou já perceberam o quão ignorantes são?

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  17. Olha aí, ó inteligente: não sabes ler ou és mais ignorante que anormalidade da prova?

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  18. Beko:

    Já li a prova. Parece tirada do concurso daquele da tv que me esquece o nome. Malato, é isso. O género é o mesmo, aliás.

    As perguntas foram elaboradas pela mesma pessoa? Um diplomata, talvez. Ou um professor de diplomacia, amigo de quem escolhe?

    As perguntas culturais ressumam a esquerdismo balofo e bolorento. As perguntas sobre relações internacionais podem servir. As restantes são de uma cultura geral a granel.

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  19. Se é com este tipo de prova que se escolhe alguém para uma carreira diplomática está visto o futuro da diplomacia portuguesa.

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  20. Pois é. As perguntas são completamente mentecaptas.

    É concurso de tv e feito por fóssil. Só um fóssil se lembrava de incluir o Luandino Vieira num teste para diplomata.

    ":O)))))

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  21. Ainda bem que já leram o teste. Mantêm a teoria de que a minha geração é isto e aquilo ou vamos admitir que o teste era idiota, não sendo adequado a medir a "koltura" geral de quem quer que seja?

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  22. "vamos admitir que o teste era idiota, não sendo adequado a medir a "koltura" geral de quem quer que seja".

    Sim, é isso.

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  23. Mas mantenho a teoria que a geração dos vintes e trintas têm falta de conhecimentos humanísticos em dose que julgo preocupante.

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  24. Não é dose preocupante, é dose cavalar.

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  25. Eu estou admirado como é que o povo que foi fazer o exame não se levantou e começou a cantar a grandôla como protesto.


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  26. Ola,

    Muito bem Beko !

    Eu sou de uma geração intermédia (nascido em 66) e sobre a questão da cultura das gerações de hoje não me pronunciarei, nem alias sobre a pretensa cultura humanistica das gerações anteriores à minha, que verifico tantas vezes ser um mito.

    A cultura humanistica autêntica NAO se adquire na escola, nem alias na universidade. A escola e a univeridade podem, quanto muito, dar uma ajudinha, mais nada...

    Seja como fôr gostei da demonstração e, embora deva reconhecer o fairplay do José, gostava de ver mais humildade em quem se apressou a criticar de forma categorica e emproada, antes mesmo de procurar saber do que se estava a falar.

    Vejo que, tal como a cultura humanistica, o espirito critico tende a ser repartido com muita parcimonia, embora com uma perfeita equanimidade, entre gerações.

    Boas

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