Marcello Caetano, já exilado no Brasil, assistia de lá a uma reescrita apressada da História recente, pelos Rosas&Pereira que então militavam no maoismo mais empedernido de estupidez. O discurso político e até corrente mudara de repente e os heróis de então eram estrangeiros ou aparentados. Portugal deixara de ser o que sempre fora para se transformar num país de maravilhas em que o senso comum era apenas cultivado pelo povo humilde e sem instrução.
Marcello Caetano assistia a tudo isso de longe, no Brasil, e escreveu então um livro de memórias que intitulou "Minhas memórias de Salazar", publicado pela Verbo em 1985 mas escrito entre Setembro de 1974 e 1977, num português estranhamente "atual".
Antes de publicar o prefácio desse livro, ficam quatro páginas que relatam como Marcello conheceu Salazar em 1929 e foi nomeado pelo mesmo auditor jurídico num ministério. Torna-se interessante a história para perceber como o jacobinismo do PSD e do PS acabou como as funções de auditoria substituindo-as pela parecerística que engordou firmas de advogados afectos ao novo regime. E tal é ainda mais interessante para se entender a "ética" e o estilo de governação que estes parolos do novo-riquismo político inauguraram, com os resultados que se podem ver: ruína económica, bancarrota anunciada e ausência de futuro risonho para a juventude que ainda por cima continua abalfabetizada porque os poderes que estão lhe subtraem o conhecimento destes factos e destas pessoas importantíssimas para a nossa História, substituindo-as pelo Cunhal e quejandos Saramagos e entregando a narrativa histórica aos ressabiados Rosas&Pereira.
Quem ler a petite histoire contada no final sobre a faculdade de Direito de Lisboa, percebe como é que a Liberdade se exerce actualmente em Portugal...e o apontamento sobre Freitas do Amaral é muito significativo.
E mais: é um crime cultural que os Rosas&Pereira patrocinam, impedir de facto ou por influência, a reimpressão deste livro em Portugal, deixando a narrativa histórica à mercê daqueles e doutros.
Não tenho conhecimentos aprofundados para ajuizar acerca do Marcelo.Mas julgo que duas situações não abonam muito acerca dele, isto em termos profissionais como governante:
ResponderEliminarFoi dele a ideia peregrina de instituir "colónias" quando as outras potências estavam a torná-las independentes.Uma provocação muito má para e dano para Portugal.Depois e como o Spínola diz o homem distraíu-se nas previsões como governante máximo.Não sabia e portanto não combateu os marxistas traidores que difundiram o comunismo nas universidades?Não se alheou da sustentação das Forças Armadas?12 oficiais de infantaria do QP em 1973?E ele ainda escreveu que o Exército gastava de mais...
Timorato em deixar atacar o inimigo fora de portas como fizeram todos os outros.Assim como é que queria resolver o que quer que fosse?
E torno a afirmar que os que fizeram o 25 nunca tiveram a ideia de decidir por si o futuro de Portugal.Antes pelo contrário.Basta ler o famoso programa do MFA.Se depois apareceram gajos que se converteram ao comunismo e socialismo e obedeceram aos políticos "democratas" isso já outra coisa.Mas deveriam justificar-se antes de morrerem...a não ser que queiram arcar com as culpas todas...da forma traiçoeira e desrespeitadora da palavra dada e escrita...de como amputaram Portugal até de ilhas!
ResponderEliminarNão foi Marcello quem instituiu qualquer ideia peregrina de colónias. Antes dele, outros o fizeram, designadamente os poderes jacobinos e antes deles os monárquicos.
ResponderEliminarSalazar e Caeatano são frutos do seu tempo e o tempo de Marcello provavelmente, em 1970 já precisava de uma alteração em relação às "províncias ultramarinas" como então eram designadas.
No entanto é preciso ver o que Marcello dizia do problema e do que profetizou- em termos que se cumpriram integralmente.
E a opção que fez tem que ter isso em conta.
Quem não teve em conta tal coisa foi o poder que surgiu depois de 15 de Abril: abandonaram as províncias entregando-as ao comunismo. De resto, já nem disso se trata porque se transformaram em cleptocracias. Marcello isso não adivinhou...
Porém, nestes escritos a questão não é essa.
ResponderEliminarBem o termo "colónia" só apareceu nas moedas do Ultramar em 1948 e até 1950.Tenho ouvi dizer que foi ideia do Marcelo
ResponderEliminarNa ONU os guerrilheiros até atiravam as moedas quando se predia defender a "Portugalidade"...
Desculpem; a melhor solução para PU era a de Marcelo; autonomia progressiva e sustentada, tal como pretendia Spínola. Aliás, as PU, já tinham o pré-estatuto de Estados.
ResponderEliminarMarcelo iniciou a democratização do ensino superior através de Veiga Simão e foi a partir daí que os alegados progressistas invadiram as nossas universidades, que se transformaram em santuários do comunismo, hoje, fábricas de pós-modernistas e keynesianistas.
Marcelo governou "entalado" entre os integracionistas e os reformistas. Devia ter assumido o poder dez anos antes.
No entanto, não tenhamos ilusões; o destino da áfrica portuguesa estava traçado e era irreversível; outros, ambicionavam o império português, depois de se terem aboletado com o império britânico.
A atual crise europeia, tem algo a ver com o tema...velhas estórias que se repetem, nas quais muito poucos reparam, talvez devido ao tal défice cultural...ausência de livre-pensamento.
A parte em que Marcello Caetano refere que o «povo português soube repelir energicamente o totalismo marxista», só prova que devia ter de imediato permitir a formação de outros partidos e democratizar o regime logo em 1969, inclusive, legalizar o PCP. Assim, evitava a ida deste partido para órgãos com poder, como aconteceu após o 25 de Abril. Marcello quis ficar pelo meio termo e isso foi-lhe fatal.
ResponderEliminarA obra teve nova edição neste século XXI, tenho a 4ª edição de 2000, mas já houve reedições posteriores. Podemos aquilatar, pelas palavras de Marcello Caetano, a intolerância académica que apareceu pós-25 de Abril em Portugal vindo da esquerda totalitária, só as obras ou os autores aliados do progressismo socialista - os compagnons de route - tinham aprovação oficial, ainda hoje assim é. A censura dos académicos do BE e do PCP que se apoderaram do Ensino em Portugal velam pela visão marxista da História e da natureza humana.
ResponderEliminarSaliente-se ainda o excelente intróito de José Freire Antunes, um autor desdenhado e desprezado pelos "intelectuais" vigentes na cultura nacional.
Como disse Winston Churchill:
ResponderEliminar"na Vitória: Magnanimidade, na Paz: boa vontade". Se realmente os homens - refiro-me não só a alguns militares, mas sobretudo a políticos e civis - que se apoderaram do movimento, ou golpe político, do 25 de Abril fossem homens de "boa vontade" e desejavam criar uma sociedade mais justa teriam devolvido os livros e a biblioteca pessoal a Marcello Caetano, mas logo nessa atitude se viu o vil carácter de que eram feitos os «revolucionários».
Concordo nas críticas à fraqueza da repressão sobre a esquerdalhada nas universidades.
ResponderEliminarDevia ter sido mais e melhor. O Estado devia ter tomado a iniciativa da propaganda. Aí falhou e, portanto, falhou Caetano como seu chefe.
Quanto ao problema ultramarino, discordo de tudo.
Portugal tinha duas opções: ou abandonava ou lutava.
Não havia meio termo, porque o inimigo não estava disposto a isso. Aliás, nem a sua estratégia permitiria outra coisa e foi assim que deram à perdição toda aquela gente os iluminados democratas; se é que, entre eles, havia algum de boa fé... Dada a mão, tomaram o braço, e por aí fora...
Mesmo essa famigerada "autonomia progressiva" implicaria continuar a combater, pois seria antes de mais e sobretudo, económica. Sem o desenvolvimento económico, nunca haveria autonomia nenhuma. E embora Angola e Moçambique estivessem a crescer extraordinariamente, dificilmente atingiriam esse estádio em menos que dez anos.
Portanto, autonomia nunca antes de 84 - 85.
Qualquer saída prematura envolveria entregar os territórios aos selvagens que se combatiam nas fronteiras. Como foi exactamente o que se passou. A diferença seria talvez que morressem menos brancos no processo e que fossem evacuados em boa ordem e com os seus pertences os que lá não quisessem ficar e se evitassem assim muitas situações vergonhosas. Mas não se evitaria a infâmia de abandonar toda aquela gente à selvajaria porque depois viria a guerra a sério, total. Como veio.
Qualquer saída portuguesa, para ser honrosa, deveria deixar os territórios em condições de prosseguirem a sua defesa autonomamente. Porque os bandos de selvagens "libertadores" não cessariam a sua actividade, pois não agiam por conta própria.
Até 25 de Abril de 1974, Portugal portou-se admiravelmente. Diria mesmo que deu um exemplo de civilização ao resto dos pretensiosos europeus, que do alto dos seus cavalos democráticos abandonaram os territórios e as gentes sob a sua responsabilidade à selvajaria conveniente e nunca pretenderam outra coisa que não fosse acautelarem os seus próprios interesses políticos, económicos e geo-estratégicos.
O processo da "descolonização" é mais do que suficiente para tirar estas conclusões.
Não é da "colonização" que devemos envergonhar-nos. É da "descolonização" e mais ainda do facto de que quem a fez, é quem ainda nos governa.
Confesso que tresli os comentários. Para mim o tempo escasseia.
ResponderEliminarMas... que raio tem a ver a Monarquia com as "colónias"? Foi capaz de decidir peremptoriamente sobre o Brasil, Molucas:) e até sobre a criação de cemitérios! :)
É atribuído a Clara Ferreira Alves, mas deve ser falsa a atribuição. Já o que diz é inteiramente verdade: Fortíssimo texto de Clara Ferreira Alves no Expresso sobre :
ResponderEliminar"Sua Alteza Real, D. Mário Soares "o chulo de Portugal"
Tudo o que aqui relato é verdade. Se quiserem, podem processar-me.
Eis parte do enigma. Mário Soares, num dos momentos de lucidez que ainda vai tendo, veio chamar a atenção do Governo, na última semana, para a voz da rua.
A lucidez, uma das suas maiores qualidades durante uma longa carreira politica. A lucidez que lhe permitiu escapar à PIDE e passar um bom par de anos, num exílio dourado, em hotéis de luxo de Paris.
A lucidez que lhe permitiu conduzir da forma "brilhante" que se viu o processo de descolonização.
A lucidez que lhe permitiu conseguir que os Estados Unidos financiassem o PS durante os primeiros anos da Democracia.
A lucidez que o fez meter o socialismo na gaveta durante a sua experiência governativa.
A lucidez que lhe permitiu tratar da forma despudorada amigos como Jaime Serra, Salgado Zenha, Manuel Alegre e tantos outros.
A lucidez que lhe permitiu governar sem ler os "dossiers"...
A lucidez que lhe permitiu não voltar a ser primeiro-ministro depois de tão fantástico desempenho no cargo.
A lucidez que lhe permitiu pôr-se a jeito para ser agredido na Marinha Grande e, dessa forma, vitimizar-se aos olhos da opinião pública e vencer as eleições presidenciais.
A lucidez que lhe permitiu, após a vitória nessas eleições, fundar um grupo empresarial, a Emaudio, com "testas de ferro" no comando e um conjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatas internacionais.
A lucidez que lhe permitiu utilizar a Emaudio para financiar a sua segunda campanha presidencial.
A lucidez que lhe permitiu nomear para Governador de Macau Carlos Melancia, um dos homens da Emaudio.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume ao caso Emaudio e ao caso Aeroporto de Macau e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos para uma Fundação na sua fase pós-presidencial.
ResponderEliminarA lucidez que lhe permitiu ler o livro de Rui Mateus, "Contos Proibidos", que contava tudo sobre a Emaudio, e ter a sorte de esse mesmo livro, depois de esgotado, jamais voltar a ser publicado.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume as "ligações perigosas" com Angola, ligações essas que quase lhe roubaram o filho no célebre acidente de avião na Jamba (avião esse transportando de diamantes, no dizer do então Ministro da Comunicação Social de Angola).
A lucidez que lhe permitiu, durante a sua passagem por Belém, visitar 57 países ("record" absoluto para a Espanha - 24 vezes - e França - 21), num total equivalente a 22 voltas ao mundo (mais de 992 mil quilómetros).
A lucidez que lhe permitiu visitar as Seychelles, esse território de grande importância estratégica para Portugal, aproveitando para dar uma voltinha de tartaruga.
ResponderEliminarA lucidez que lhe permitiu, no final destas viagens, levar para a Casa-Museu João Soares uma grande parte dos valiosos presentes oferecidos oficialmente ao Presidente da Republica Portuguesa.
A lucidez que lhe permitiu guardar esses presentes numa caixa-forte blindada daquela Casa, em vez de os guardar no Museu da Presidência da Republica.
A lucidez que lhe permite, ainda hoje, ter 24 horas por dia de vigilância paga pelo Estado nas suas casas de Nafarros, Vau e Campo Grande.
A lucidez que lhe permitiu, abandonada a Presidência da Republica, constituir a Fundação Mário Soares. Uma fundação de Direito privado, que, vivendo à custa de subsídios do Estado, tem apenas como única função visível ser depósito de documentos valiosos de Mário Soares. Os mesmos que, se são valiosos, deviam estar na Torre do Tombo.
A lucidez que lhe permitiu construir o edifício-sede da Fundação violando o PDM de Lisboa, segundo um relatório do IGAT, que decretou a nulidade da licença de obras.
A lucidez que lhe permitiu conseguir que o processo das velhas construções que ali existiam e que se encontrava no Arquivo Municipal fosse requisitado pelo filho e que acabasse por desaparecer convenientemente num incêndio dos Paços do Concelho.
A lucidez que lhe permitiu receber do Estado, ao longo dos últimos anos, donativos e subsídios superiores a um milhão de contos.
A lucidez que lhe permitiu receber, entre os vários subsídios, um de quinhentos mil contos, do Governo Guterres, para a criação de um auditório, uma biblioteca e um arquivo num edifico cedido pela Câmara de Lisboa.
A lucidez que lhe permitiu receber, entre 1995 e 2005, uma subvenção anual da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o seu filho era Vereador e Presidente.
A lucidez que lhe permitiu que o Estado lhe arrendasse e lhe pagasse um gabinete, a que tinha direito como ex-presidente da República, na... Fundação Mário Soares.
A lucidez que lhe permite que, ainda hoje, a Fundação Mário Soares receba quase 4 mil euros mensais da Câmara Municipal de Leiria.
A lucidez que lhe permitiu fazer obras no Colégio Moderno, propriedade da família, sem licença municipal, numa altura em que o Presidente era... João Soares.
A lucidez que lhe permitiu silenciar, através de pressões sobre o director do "Público", José Manuel Fernandes, a investigação jornalística que José António Cerejo começara a publicar sobre o tema.
A lucidez que lhe permitiu candidatar-se a Presidente do Parlamento Europeu e chamar dona de casa, durante a campanha, à vencedora Nicole Fontaine.
A lucidez que lhe permitiu considerar Jose Sócrates "o pior do guterrismo" e ignorar hoje em dia tal frase como se nada fosse.
A lucidez que lhe permitiu passar por cima de um amigo, Manuel Alegre, para concorrer às eleições presidenciais mais uma vez.
A lucidez que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido Socialista.
A lucidez que lhe permitiu ler os artigos "O Polvo" de Joaquim Vieira na "Grande Reportagem", baseados no livro de Rui Mateus, e assistir, logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto no filho, em pleno dia de eleições, nas últimas Autárquicas.
No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares? Resta um punhado de momentos em que a lucidez vem e vai. Vem e vai. Vem e vai. Vai.... e não volta mais."
Texto de Clara Ferreira Alves, retirado na internet em 22 de Julho de 2013:
http://justicapovo.blogspot.pt/2012/10/acerca-de-mario-soares.html
O português não é «atual», é tropical. A edição da Verbo deve ter sido composta no Brasil.
ResponderEliminarA 4.ª ed., de 2000 -- a que tem uma introdução de Freire Antunes -- está em português, salvo um «apodítico» (cap. 48) que o revisor não devia saber o que era e deixou ficar.
É obra de tomo cujas últimas reedições devem ter vendido bem apesar do preço já ir nos 9 contos (a que tenho foram 6 380$00 em 2000 ou 2001).
O Mujahedin acerta lùcidamente sôbre o Ultramar.
O rol da lucidez, depois, será um rico epitáfio..
Cumpts.
Mujahedin:
ResponderEliminarÉ exactamente isso que penso sobre o Ultramar que foi português.
Infelizmente esse discurso não tem voz corrente.
Pois não tem mas é necessário que comece a ter.
ResponderEliminarPela minha parte pode crer que o repito a quem o quiser ouvir.
Marcello percebeu que o problema do Ultramar era humano (ou, na gíria hodierna, humanitário). Daí o drama e o bico-de-obra em que estávamos metidos.
Ele sabia que abandonar era condenar à morte incontáveis pessoas, inúmeros portugueses. Penso que a sociedade não compreendeu isso, intoxicada que estava com a propaganda anti-colonialista.
Porque a coisa era facílima de resolver: Portugal evacuava tudo, fortificava pontos-chave no litoral e dizia à ONU: estamos prontos para entregar a soberania do território, fazem favor de vir supervisionar ou largamos isto aos primeiros que vierem. A ONU viria, faria a borrada que sempre faz, a guerra instalar-se-ia, Portugal defenderia os pontos com recursos estratégicos que lhe interessassem (Cabinda por exemplo) e entender-se-ia com quem a ganhasse para salvaguardar os seus interesses e lucrar com isso.
Foi o que fizeram todas as outras potências europeias. Evidentemente que os grunhos que pegaram nisto depois do 25A não estavam à altura, mas antes havia gente em Portugal mais que capaz para levar a cabo essa empresa com resultados muito melhores incluindo fazer pender o resultado da guerra vindoura a nosso favor.
Mas isso era trair aquelas gentes. Era condená-las. Os tenebrosos fascistas não foram capazes de fazer tal coisa.
Para isso foram precisos democratas.
E assim se perdeu tudo. Perderam-se as gentes e perderam-se os interesses.
E agora, ainda por cima, temos de levar com o moralismo ateu da escumalha reles - tanto doméstica como estrangeira - com as mãos encharcadas de sangue, que insulta os nossos antepassados e portanto, também a nós, mas que se não coíbe de lamber as botas aos sionistas que exterminam os indígenas da sua colónia-fortaleza mai-los paus mandados americanos que não fazem senão semear a morte, o ódio e a destruição pelo mundo fora.
Não. Basta.
E agora, ainda por cima, temos de levar com o moralismo ateu da escumalha reles - tanto doméstica como estrangeira - com as mãos encharcadas de sangue, que insulta os nossos antepassados e portanto, também a nós, mas que se não coíbe de lamber as botas aos sionistas que exterminam os indígenas da sua colónia-fortaleza mai-los paus mandados americanos que não fazem senão semear a morte, o ódio e a destruição pelo mundo fora.
ResponderEliminarEscreveu tudo num só parágrafo do mundo atual.
Deixa ver: o salazar faz uma nova lei de seguros e pede aconselhamento a um gajo duma seguradora? Onde é que eu já vi isto?
ResponderEliminar«Era preciso (...) disciplinar o mercado, sanear as empresas, e criar um sistema eficaz de inspecção pelo Estado.»
ResponderEliminarIsto dito por um funcionário da seguradora Fidelidade.
«E pusemos mãos à obra: (...) regime jurídico da indústria de seguros (...) outro criando uma Inspecção de Seguros.»
Coisa pouca. Com o patrocínio da seguradora Fidelidade.
a:
ResponderEliminarA corrupção nesse tempo nada tinha a ver com o que o Sócrates fez. Fez, repito.
Chega ou quer mais?
A Fidelidade dessa altura provavelmente funcionava de modo mais transparente do que agora. E não punham o pé em ramo verde. Isso não punham e não era preciso muitas leis.
ResponderEliminarBrevemente porei aqui a razão porque não eram precisos tantas leis como hoje.
Se calhar era porque a concorrência era limitada à partida, como foi explicado no doc "Donos de Portugal"? Era um capitalismo lusitano para meia dúzia de amigos, não?
ResponderEliminarOs Donos de Portugal é um livro de caca. Explico: transforma em caca a informação factual por causa do défice de inteligência dos autores.
ResponderEliminarTomara a nós termos agora os tais donos de Portugal!
Porém, V. para entender isto tem que desfazer a lavagem cerebral que lhe fizeram ao longo destes anos.
ResponderEliminarSubscrevo tudo quanto escreveu Mujahedin. Dois comentários do melhor que tem sido escrito sobre este tema e note-se que sobre o mesmo muito de excepcional já tem aqui vindo a ser escrito. Soubera eu escrever assim e não teria feito melhor.
ResponderEliminarSe calhar ainda os temos mas agora preferem declarar impostos na Holanda. O que só prova o quanto eram/são "patriotas" e como essa noção de "patriota" está ao mesmo nível das ilusões dos tais "fossilizados" que aqui refere.
ResponderEliminarUm católico a falar-me de lavagem cerebral deve ser piada.
Mas quem idolatra um homem que acreditava que "se o homem cumprir com a sua natureza, Deus não abandonará a nação" já está tudo dito.
ResponderEliminar(citação tirada por alto)
Ao tipo do comentário das 00:04:
ResponderEliminarColocar no mesmo prato da balança a doutrinação católica com a "lavagem cerebral" (mentiras e patranhas) efectuadas pelo comunismo é de uma desonestidade intelectual gritante, desonestidade que é inculcada pela tal lavagem cerebral feita pelos que se julgam "Donos da História" e genuínos intérpretes do devir histórico.
Mas a questão principal permanece: seria ou não bom para o país termos hoje os tais "donos de Portugal"?
ResponderEliminarOu será que os a´s fariam o mesmo que os esquerdistas de 1974 que desprezaram o investimento de 120 milhões de contos da época, com os mesmos argumento que agora vejo por aqui escritos?
É essa lavagem cerebral que não permite ver melhor o problema...
E o catolicismo tem uma cura para tal: humildade e caridade. Que começa por nós mesmos.
Tem razão: uma tem 2 milénios, a outra 100 anos.
ResponderEliminarNota: vá ler sobre os primeiros 4 séculos do movimento cristão, para perceber o que a seita católica fez aos próprios cristãos.
a: o tempo de Afonso Costa já passou. E o tipo enganou-se: o catolicismo ou até o cristianismo não acabou em duas gerações como o jacobino profetizara.
ResponderEliminarE mentiroso era, como o provou Salazar. Mentiroso e inquisidor.
O comentário anterior é para Miguel Dias. Respeito os católicos, só não suporto a sua arrogância de fundamentalistas cristãos. Fundamentalistas no sentido em que empregam o termo católico como se fosse equivalente a cristão. Não é.
ResponderEliminarSenhor José, o catolicismo é bem claro o que é para quem teve sorte de nascer depois de 1945 e beneficiar das descobertas de Nag Hammadi. Nenhum católico pode negar a importância daqueles textos na destruição dessa ideia de "ortodoxo", do que está certo, que andaram estes séculos todos a esforçar-se por impôr.
ResponderEliminarE fala-me de lavagem cerebral?
Falo em lavagem cerebral quando refere os "donos de Portugal".
ResponderEliminarDiga lá: e se tivéssemos agora os taia "donos" não estaríamos melhor?
Estaríamos melhor se fossemos todos donos, se houvessem menos donos. Não credito no credo capitalista da redistribuição da riqueza. Respondi?
ResponderEliminarOs capitalistas patriotas fugiram. Vão declarar os impostos lá fora. Agora até o PC aceitava os "120 milhões" desde que fizessem de conta que vinham das "micro-pequenas-empresas".
ResponderEliminar"Estaríamos melhor se fossemos todos donos, se houvessem menos donos."
ResponderEliminarÉ esse o problema. O idealismo misturado com uma solidariedade que em muitos casos apenas mascara a inveja.
O outro problema é que o analfabetismo não é apenas não saber ler contar e escrever.
Olvidando o clássico "antes é que era bom" a questão do catolicismo e da lavagem cerebral é muito interessante. Curiosamente, discuti isto com uns amigos este fds que passou.
ResponderEliminarÉ um exercício engraçado imaginar o que aconteceria se o catolicismo e as suas permissas (imaculada concepção e afins) surgisse neste momento.
Teria um tratamento diferente daquilo a que chamamos seitas? Como a Cientologia? Seria menos ridículo?
Surgiu a Teoria das Cordas e não consta ter sido incluída na Cientologia.
ResponderEliminarE, quem diz essa, diz muitas mais.
ResponderEliminarA Ciência passou a perna à religião em matéria de fezadas e explicações fantásticas para coisas que ninguém viu.
Mas pronto, como diria qualquer talibã cientóino- pelo menos têm "o método"- o "método científico" é tudo.
ResponderEliminarNo entanto, sempre que algum cientista famoso quer aventurar-se a falar em "causas primeiras"- como não sabem filosofia, recorre à mitologia.
ResponderEliminarO Stephen Hawking, aqui há tempo, deu uma explicação para a propagação da matéria a partir da Partícula Primeira que já tinha sido dada pelos egípcios- foi por felatio do deus Atum.
":OP
Estaríamos melhor se fossemos todos donos, se houvessem menos donos. Não credito no credo capitalista da redistribuição da riqueza. Respondi?
ResponderEliminarRespondeu. Mas repare:
Se fossemos todos donos, haveria mais donos. Havendo mais donos, cada dono seria menos poderoso. Certo?
Por outro lado, se houvessem menos donos, naturalmente que os donos que houvessem seriam necessariamente mais poderosos. Ou não?
À primeira vista, não se percebe bem o que quer, assim.
Há uma contradição.
Mas eu acho que a contradição contida no que escreveu, apesar de tudo, não obscura. Antes pelo contrário, aclara se interpretada correctamente, coisa que tentarei fazer:
O que V. quer dizer é que estaremos melhor se, independentemente de quantos donos haja, eles não possam agir de forma a prejudicar os interesses de todos nós em favor dos seus próprios interesses de "donos". Daí a oscilação entre mais donos e menos donos. Porque não é questão de quantos donos sejam. É questão do que podem ou não fazer.
Acho que nisto, todos aqui estamos de acordo. Quem não está são os neotontos lá dos blasfemos e dos insurgentes que se masturbam intelectualmente com as regurgitações esquizofrénicas de israelistas que falam "universal" mas pensam "tribal", tipo Friedman, Rand e por aí fora.
Mas terá de concordar, porque é facto que não admite contestação, que esses donos podem ser benéficos para os interesses de todos, nomeadamente a nível económico, quer pela acumulação de capital disponível que detêm, essencial para levar a cabo empresas económicas consideráveis, quer pelo saber em criar e gerir negócios de monta. Repare, qualquer pessoa é capaz de abrir e gerir uma mercearia. Mas uma refinaria de petróleo tem mais que se lhe diga, por exemplo.
Portanto, o problema que aqui se põe é saber como, do ponto de vista do interesse comum, garantir que este não é, contas feitas, prejudicado pelos interesses particulares desses donos - ou seja de quem for.
Simplesmente, trata-se de salvaguardar o interesse comum.
E isso não se faz nem dando rédea solta aos donos - porque eles não são altruístas; nem correndo com eles* - porque são necessários.
O dr. Salazar sabia fazer isto. Sabia que os donos puxariam sempre a brasa às suas sardinhas. Mas via-se a ele - ao Estado, do qual era chefe de facto - através da autoridade que detinha, como o contrapeso que travava essa tendência no momento exacto em que deixasse de ser vantajosa para o que ele entendia como o interesse comum. Decerto, como homem que era, não era perfeito. Mas se olhar para o que se conseguiu levar a cabo durante o período em que governou (e aqui inclui-se o governo do prof. Caetano), não há como negar que muito se fez - do porto de Sines ao aeroporto da Portela, dificilmente se poderia fazer sem permitir a existência de "donos". Mas quase nunca o Estado português ficou a perder com essas empreitadas. O mesmo, obviamente, se não pode dizer dos tempos que correm. Aliás, não há como não afirmar o contrário: o Estado, hoje em dia, fica sempre a perder com qualquer empreitada em que se envolva.
Haverá melhor solução que o EN, ou Social de Caetano? Talvez. Mas qual? Não se vislumbra nenhuma.
ResponderEliminarPior, não se vislumbra sequer a possibilidade de se discutir objectivamente o problema com vista a encontrar uma solução. De tal forma o discurso está manietado ideologicamente em termos de análise da história e do passado, como o está na análise do presente, que é impossível começar sequer a ponderar o futuro! E assim estamos entregues ao Deus-dará - presentemente incarnado pelas troikas, BCEs, CEs, FMIs, etc, autênticos deuses no que a decidir o nosso futuro respeita. Autênticos donos do mundo. Trocámos os donos de Portugal, pelos donos do mundo!
E V. sabe muito bem disso. A prova é que vem aqui, ao único sítio onde ainda se publicam e dão a conhecer factos ocorridos no passado que ilustram bem os problemas que temos e solução que lhes foi arranjada no passado pelos homens que à altura governavam. E V. também sabe que isto tem interesse e que é não com base ideológica que isso aqui se faz e que as pessoas aqui escutam o que tem para dizer. Pois duvido muito que vá "contribuir" para os fóruns da ala hooligan do PNR, ou para o Stormfront ou o que seja.
V. vem aqui porque também não tem solução nenhuma e, como todos nós, anda à procura dela.
*"correr com eles" não passa do reverso da mesma medalha esquizofrénica nariguda, para quem tudo funciona por negação e maniqueísmo. Não é de admirar que que se encontrem sobre-representados em ambas as fileiras. Estão sempre contra qualquer coisa - contra o estado, ou contra os capitalistas. Contra a esquerda, ou contra a direita.
Tudo isso é supérfluo. Só há uma coisa, nesta discussão que interessa estar a favor e outra que interessa estar contra. E isso, perceberam-no bem durante o EN: tudo a favor da Nação, nada contra ela. Apenas deste princípio sairão as soluções adequadas, sejam elas quais forem. Não é de Berlim, Moscovo ou Jerusalém.
E a razão é simples: se não cuidarmos de nós próprios, mais ninguém cuidará. Sempre foi assim, e sempre assim será. Estamos a ter uma demonstração inequívoca disso mesmo nos tempos que correm.
Zazie (não me chamava parvo há tempo a mais!!),
ResponderEliminaracredita em Adão e Eva qua tale e não como uma eventual metáfora ou alegoria?
Alegoria de quê?
ResponderEliminarV. prefere que se chame Lucy a Eva?
Nop.
ResponderEliminarPrefiro a explicação científica da coisa, ou seja, a verdade.
É isto a que me refiro.
Se hoje, do zero, viesse alguém dizer que o homem apareceu, do nada, no paraíso e que foi expulso por causa de uma maçã seria, justamente, intitulado de louco...como o bonas da cientologia.
Foi a isto que me referi quando disse "alegoria".
(sendo certo que "Lucy e Eva" como título de filme para adultos tem claramente futuro)
ResponderEliminarQue verdade?
ResponderEliminarNem a Bíblia diz isso e nenhuma mitologia o diz.
O que dizem é que houve várias espécies de homens que eram terríveis ou monstruosos e foram acabando até aparecer a nossa espécie.
Chamar a isso titans ou gog e magog tem alguma diferença?
E que verdade é que se pode ter que seja mais provável que a que aparece com a História?
Acredita que vai haver fóssil de trilobite a contar algo mais provável que os registos históricos e tradições humanas, repetidas praticamente da mesma forma em todo o planeta?
Eva quer dizer "vida"; "fonte de vida".
ResponderEliminarAcha que a palavra Lucy é mais verdadeira por nem ser alegórica?
Mas eu agora tenho curtido é esta nova espécie que dizem que são nossos antepassados- os macacos lemures.
ResponderEliminarDeve ser por isso que já os romanos chamavam lemures aos espíritos dos mortos
ahahahahahahaha
Um dos gigantescos dramas da actualidade foi ter-se perdido o bom-senso do conhecimento antigo.
ResponderEliminarNinguém conhece sequer so ritos dos povos primitivos, nem as lendas, nem as mitologias e depois idolatram a psicanálise sem se darem conta que é cópia de segunda dessa imensa sabedoria milenar.
Veja o Jean Rouch que até o coloquei no youtube.
Ou leia o Mircea Eliade em vez de ler cientoinice apalermada.
Este ano deu-me para arriscar dar workshops fando disso tudo.
ResponderEliminarE expliquei que não se tratava de ser "a verdade" mas apenas uma outra forma de conhecimento e explicações das coisas que eu tinha a certeza que nunca lhes falaram nem falariam na vida.
Serve para contrabalançar e a minha posição teórica é essa- resistência activa pelo saber quer foi posto de parte e de que ninguém fala.
Até ando a dar religiões e arte contemporânea e ainda não foi presa
ResponderEliminarahahahahahahah
Pelo contrário- toda a gente tem ficado completamente fascinada.
Como se fosse um mundo novo por descobrir.
Não é nada- é apenas o ar dos tempos que manda falar de porcarias menores e esqueceu tudo o que tinha maior consistência.
Não fui presa.
ResponderEliminareheheh mais qualquer dia tenho brigada politicamente correcta à perna.
o problema deles, dos patrulheiros, é que são completamente ignorantes.
Mircea Eliade, aí vou eu!
ResponderEliminarAlgum em específico?
e isso é uma outra história.
ResponderEliminarNão coloquei em causa a importância histórica e a sabedoria que a Bíblia encerra.
A Bíblia como documento é uma coisa.
A Bíblia como manual religioso é outra.
Volto ao mesmo: só a ignorância permite a alguém entender Adão e Eva como literalmente verdadeira.
Não é ignorância- é uma explicação que encerra um belíssimo ensinamento humano que mais nenhuma contem.
ResponderEliminarQuanto à Bíblia- Antigo Testamento, confesso que não consigo lê-la sem ter necessária necessidade de comparar com outras mitologias paralelas.
Aliás, acho que o problema do Mircea Eliada era esse- é difícil reduzir culturalmente algo tão importante e tão vasto a uma mera Verdade do Povo Eleito.
Já com o Cristianismo não tenho o menor problema- acredito, porque sim e acho que faz bem acreditar porque sim.
Porque se acredita sempre em alguma coisa e há formas de crenças que pacificam e em nada impedem procuras científicas de saber como as coisas funcionam.
A doutrina católica faz bem a tudo
ehehe
Digo eu, uma católica badalhoca.
Agora aquilo que nunca fiz nem nunca faria, seria transformar a transmissão de conhecimentos em doutrinação ou militância religiosa/ideológica.
ResponderEliminarE, ao contrário do que se diz, quem trata mesmo de forma doutrinária o saber são os jacobinos.
E fazem-no de maneira soberba, acintosa e até insultuosa para quem tenha qualquer crença.
Nunca na vida disse se acreditava ou não, no que quer que seja, em público e no âmbito de conversas teóricas.
Mas já apanhei com o Crato, em mesa redonda comigo, a ter de dizer no fim que era ateu- completamente a despropósito- o tema era Arte e Ciência
Acho que um mais irreverente, disse baixinho que também preferia ser do Sproting ao Benfica
ehehehe
"acredito, porque sim e acho que faz bem acreditar porque sim."
ResponderEliminarIsto, para mim, é uma afirmação absolutamente honesta e inatacável.
A maioria, acredito eu, também acredita "porque sim" mas tem menos coragem para o dizer.
Quanto a uma sugestão de um livro do Mircea para me iniciar, deixou-me a boiar!
E isso é feio!
Sorry- leia todos.
ResponderEliminarA sério; leia todos. Pode começar pelo Sagrado e o Profano.
Até encontra digitalizados online.
O Livro de Job é muito curioso, precisamente porque deve ser o único texto sagrado de época antiga onde se coloca a possibilidade de nada fazer sentido, incluindo Deus e a injustiça de tudo.
ResponderEliminarUma vez tive esse debate com o Dragão (acho que ainda está online a resposta dele, a gozar) mas não existem os meus comentários.
Continuo a pensar isso. É o oposto de se dizer que há uma doutrina inquestionável.
Do mesmo modo, Cristo- um Deus feito homem- simultâneamente transcendente e igual a um de nós, é um escândalo único.
Mais nenhuma religião consegue ser tão humana.
Quem entendeu todos estes paradoxos foi o nosso Teixeira de Pascoaes.
ResponderEliminarÀs vezes penso como deve ser pobrezinho ensinar-se literatura e poesia ignorando a religião.