Em 18 de Abril de 1984, para comemorar os 10 anos passados sobre o 25 de Abril de 1974, o Semanário, dirigido por Victor Cunha Rego publicou um suplemento de uma dúzia de páginas em que dava a palavra a outros tantos comentadores para escreverem o que pensavam o anterior regime e do que mudou entretanto.
O primeiro a escrever foi o Prof. Soares Martinez, da faculdade de Direito de Lisboa, adepto confesso do salazarismo e que explica tal opção em termos interessantes.
A seguir aparecia Francisco Sousa Tavares, advogado e director de A Capital, cujo filho não lhe chega aos calcanhares em escrita analítica. Esta, mesmo em desprimor de Marcello Cetano, merece ser lida.
Depois aparece um artigo de Manuel José Homem de Mello, sem interesse e outro de Franco Nogueira sobre a política externa de Marcello Caetano que também não tem interesse imediato.
A seguir aparece um artigo de um socialista, Jorge Campinos, onde se nota a clivagem de entendimentos sobre os regimes.
E também António Guterres escreveu um artigo no mesmo tom. O indivíduo que nem sabia quanto era o PIB na altura em que governava, tinha a ideia corrente da Esquerda, mas escrevia sobre economia. O socialismo, realmente, não entendeu o antigo regime.
Por seu lado, o artigo de José Luís Sapateiro sobre o sistema económico do antigo regime é um pequeno tratado e uma lição que nunca foi tirada por quem governou a seguir. Complementa o artigo de Soares Martinez.
O general Silvino Silvério Marques escreve sobre o esforço de guerra do antigo regime um artigo que deveria fazer pensar aqueles, como Cunhal e Soares, que diziam que terminado esse esforço financeiro, Portugal entraria na via do progresso económico. Viu-se: dali a dois anos estávamos na bancarrota, mesmo sem esforço de guerra alguma.
Alguém explica isto aos portugueses e pergunta como é que esses dois governaram então o país?
Finalmente, um artigo de um dos intelectuais do MFA. Vítor Alves diz que desde o início do ano de 1974 que o movimento de capitães se dedicava a elaborar um documento programático que depois ficou conhecido como "o programa do MFA". É ler o que este militar, e os demais aliados do socialismo e comunismo cozinharam para os portugueses, nesses meses de 1974.
depois do 25.iv as auto-denominadas elites portuguesas: militares e políticas vieram todas da pocilga anti-fascista.
ResponderEliminarbarreirinhas, boxexas, melro antunes, almeida tantos e outros
parcialmente safaram-se barreto, grande-angular, gama, Rego
tenho procurado esquecer as noites sem dormir a aturar o barulho das taradas das vizinhas,
os bandidos do pcp no trabalho e na minha falecida aldeia
foi tudo pelo cano de esgoto
Ainda só li os subtítulos, não tive tempo pra mais. Estas linhas são sòmente para dar os parabéns mais uma vez ao ilustre dono desta casa pelos imperdíveis artigos de jornal de tempos mais ou menos recuados que tem vindo a reproduzir. Para memória futura, como costuma dizer e bem.
ResponderEliminarLer tudo quanto o Prof. Soares Martinez escreve, pessoa que admiro muitíssimo, é não só ficar a conhecer verdades históricas, outras, mas também as diferenças abissais entre o regime anterior e este em que vegetamos.
O mesmo se passa com o Sr. General S. Silvério Marques. O seu patriótico testemunho ao longo dos anos, através de artigos de jornal e de entrevistas, enche-nos d'orgulho e conforta-nos a alma.
Almeida Santos é alguém que me intriga, e muito.
ResponderEliminarA sua influência na nossa História recente nunca foi escrutinada e merece muita reflexão.
Há meses disse que esta crise iria durar longos anos e sei que sabe do que fala.
Almeida Santos teve muito poder até ao final dos anos setenta.
ResponderEliminarDepois disso fez render as influências.
É esquisito que não se saiba publicamente, nem ninguém jamais se interessou por isso, qual o ser verdadeiro património e como o ganhou.
ResponderEliminar"... verdadeiro património e como ganhou".
ResponderEliminarDeve ser pouco, deve. Todos os 'democratas' que nos trouxeram a famigerada 'liberdade' têm re-abastecido contìnuamente o stock dos respectivos armazéns (contas off-shore) melhor que bem, valendo-se da falsa democracia e da aldrabada liberdade, que funciona e de que maneira mas só para eles, é claro. Nunca na vida os 'democratas' pensaram, pré-golpe de Estado, vir a alcançar o El Dorado em meia dúzia de dias, para não dizer horas, sem mexer uma palha. E ninguém se interessa por saber como? Ora, ora..., os jornalistas da imprensa falada e escrita firmaram um pacto de silêncio (e ai de quem o quebrar) além de que o não fazem por razões óbvias, ganham com isso. E os independentes de partidos não o fazem porque mesmo que o tentassem (e porventura alguns já o terão tentado sem sucesso) seriam completamente boicotados por tudo o que é comunicação social. Tal empresa só poderia resultar se alguém totalmente desligado dos poderes instituídos, porventura vivendo fora de Portugal mas conhecedor profundo das linhas com que se coze este regime, tivesse o golpe d'asa para fazer uma investigação por conta própria. Mas isso...
Uma coisa é certa, só se saberão verdadeiramente os podres desta farsa de regime quando todos os seus obreiros tiverem desaparecido deste mundo. Tal facto será tremendamente trágico e de uma injustiça atroz, já que os principais culpados jamais pagarão em vida pelos gravíssimos crimes cometidos.