Eram dois os funcionários da "biblioteca". Um conduzia a carrinha Citroên e o outro preenchia as fichas dos pequenos leitores interessados, apontando os livros requisitados para ler durante um mês.
Havia umas poucas centenas de livros, à escolha, mas quem escolhia, por vezes, era o funcionário que "impingia" literalmente tais leituras a quem hesitava na escolha. Um, dois ou três livros por mês ( havia um limite de cinco) , chegavam bem e muitos liam-nos. Outros, raríssimos, perdiam-nos e andavam meses para "entregar".Quem não "entregava" era penalizado pela não concessão de novos empréstimos ou pela exclusão do Cartão de Leitor, com um pequeno registo no verso onde se apontavam os empréstimos.
A par dos livros, a "biblioteca" oferecia um "Boletim" e era um maná de informação cultural.
Em 1963, a História, Literatura, Generalidades e outras matérias como Ciências aplicadas ou Belas Artes eram as obras que havia para ler.
Por mim comecei com a literatura infantil tipo História dos Três mosquitos ( Maria de Figueiredo) ou os Contos Tradicionais Portugueses ( Selecção de Branquinho da Fonseca). Passei para o Salgari de A esmeralda de Ceilão ou coisa assim.
A par dos livros, o Boletim , periódico, juntava-se ao lote. E foram esses boletins que ficaram.
O primeiro que arranjei, ainda da primeira série, era de 1963 e trazia um texto sobre as nossas viagens pelo mundo, no séc. XV- XVII e que hoje duvido que exista nos livros de leitura das nossas crianças na escola.
Em 1964 inaugurava-se a série II do Boletim com este número dedicado ao "Romance".
Em 1968 o Boletim tratava de temas históricos, no caso, medievais. Assim:
Em 1974, saiu o boletim dos primeiros meses e dedicado ao estudo das artes modernas, ou seja, ao Modernismo, português e universal. Fernando Pessoa, heterónomos, Almada, Mário Sá-Carneiro etc. Nas últimas páginas, impressas já depois do 25 de Abril de 1974, uma surpresa: a mudança da linguagem. Uma radical alteração na orientação editorial do "boletim produziu isto:
Nesta imagem pode ver-se a "carrinha da biblioteca"
Nos primeiros meses de 1975 surgiu uma "comissão de reestrutura" que produziu um documento redigido por Victor Sá Machado, um indivíduo de quem José Hermano Saraiva conta um conto no postal abaixo...
O que se torna interessante nisto é a completa claudicação de pessoas que foram funcionários e governantes no tempo de Marcello Caetano, peranto os novos poderes esquerdistas e comunistas. Completa claudicação, até na linguagem. Impressionante, este vira-casaquismo.
o meu cão também urinava com a perna alçada
ResponderEliminarMouzinho da Silveira morreu esmagado por um piano. Sepultaram-no na aldeia de Margem entre Ponte-de-Sor e Gavião, onde lhe ergueram um monumento de pedra.
O jornal organizador indicava as pessoas importantes que estiveram presentes à inauguração do monumento. Entre elas figurava o pároco da minha aldeia.
Este terá vivido na casa onde meu pai e eu nascemos. A compra da mesma foi adquirida por minha avó, a qual, por não saber ler nem escrever, mandou meu avô assinar a escritura.
A casota destinada aos cuidados higiénicos deve ter sido reconstruída na altura da compra sobre outra anterior, porque a casa onde minha bisavó morava tinha no quintal outra com a mesma configuração.
Suponho ter sido pelo menos o prior da freguesia o introdutor de práticas higiénicas numa vila pertencente à Casa do Infantado e local de passagem para o Crato.
Ó Floribundus: " A compra da mesma foi adquirida"? Porque é que você não pediu ao seu avô para lhe redigir o texto do comentário, como fez a sua avó em relação à escritura?
ResponderEliminarOh Floribundis a velhice é um naufrágio...já nem serves para ser praxado.
ResponderEliminarQuanto ao Jos+e...bem me parecia que era fa cêpa dos que evoluiram com as bibliotecas itinerantes tal como o Duarte Lima. A confusão na cabeça é imensa a ponto de atribuir à equerda a responsabilidade por tudo o que de mau acontece neste país...até as praxes!!!!
ResponderEliminarWegie:
ResponderEliminarmalha-te deus! Depois deste tempo de ausência voltas para dizer disparates.
Toma nota então que vou repetir: uma boa parte do que somos- pobres, medíocres, iletrados, sonhadores, etc etc, devemo-lo à Esquerda.
É uma tese já com vários post-docs demonstrativos.
E ainda não vi estudos em contrário que fossem convincentes. E muito menos os teus comentários meramente opinativos.
Sobre as bibliotecas e o Duarte Lima:
ResponderEliminaro tipo é pessoa com estudos e saberes antigos. Tem é uma personalidade, sei lá, digna de estudo psiquiátrico.
Mas isso há muitos.
Quanto às bibliotecas da Gulbenkian: numa aldeia desse tempo- meados dos anos sessenta- nem Casa do Povo havia. No caso da minha aldeia e vizinhas, muito próximas de uma cidade média, só apareceu dali a dois ou três anos, ou seja, para lá de metade da década.
Então, na Casa do Povo havia também uma biblioteca. Só que a Gulbenkian era ao pé de semear. Apareciam na escola, no fim das aulas, perto do meio dia e meia e atendiam os alunos que queriam ler historietas.
Nessa época gostava de ler os Kansas Kid e os Texas Jack mais os Major Alvega.
Portanto, o Salgari era um must. Tinha mais letras e poucas imagens mas dava mais gozo ler.
E houve uma altura já depois da escola primária em que me tentei pela História Universal da Europa-América, em vinte volumes. Trouxe alguns para ler mas é evidente que li coisas esparsas.
Portanto, felizes os que tiveram essa "biblioteca" para se cultivarem.
Oh Zeca...Num te amofines!!! É foi só para animar aqui a cx de comments. De qualquer forma essa treta da praxe apenas pode ser imputada à direita ultromontana como bem sabes. A sabes muito bem porque é que no teu tempo de estudante em Coimbra não viste qualquer praxe e dificilmente deves ter visto alguém trajado de "corvo". Agradece à Esquerda!
ResponderEliminarRelativamente a bibliotecas eu servia-me da Biblioteca Municipal do Porto. Enfim ...outra dimensão.
ResponderEliminarPois isso posso agradecer à Esquerda e até agradeço. Mas não agradeço o facto de os Galifões andarem à mocada com os capistas imberbes que em 1980 começavam a despontar. Isso é "fassismo", como disse hoje o imbecil do Gago.
ResponderEliminarOra ainda bem que reconheces. Quanto às mocadas que o pessoal da UEC deu, foram bofetadas de pai. Nada de grave e ninguém se aleijou.
ResponderEliminar"Uns safanões a tempo"...percebo.
ResponderEliminarDo mesmo género que lhes faltaram dar no tempo da PIDE
ResponderEliminareheheheheh
"O que se torna interessante nisto é a completa claudicação de pessoas que foram funcionários e governantes no tempo de Marcello Caetano, peranto os novos poderes esquerdistas e comunistas. Completa claudicação, até na linguagem. Impressionante, este vira-casaquismo."
ResponderEliminarO regime estava encarceirado sobre si próprio e não conseguiu uma 'abertura' capaz que pudesse isolar os prómoscovitas e desterrá-los para a Sibéria.
Mário Soares, o maior embusteiro que o País já conheceu no último século, perdeu a oportunidade 'Mandela'e preferiu juntar-se a Cunhal antes da Abrilada, para depois negá-lo na Alameda e abrir a porta aos democorruptos.
Houve assim exaustão e depois a debandada,a claudicação.
O medo também.
O interessante, porém, é que Marcello Caetano não perdia uma oportunidade em zurzir e denunciar o comunismo, fazendo-o com linguagem clara e compreensível por todos.
ResponderEliminarMesmo assim, foi como se não tivesse falado. Depois do 25 de Abril de 1974 o que disse passou a ser "fascista" e por isso perdeu todo o valor.
O que ficou a valer foi aquilo contra o que o mesmo mais combateu.
Isto é que é um fenómeno digno de estudo sociológico.
Marcello pese o seu valor intelectual e a sua integridade não tinha a imagética nem a juventude que pudesse transmitir também num outro plano o que transmitia "com linguagem clara e compreensível por todos".
ResponderEliminarDaí o tiro sair pela culatra e o discurso sem dúvida actual e pertinente, ter sido revertido a favor daquilo "contra o que o mesmo mais combateu".
Resultava assim algo parecido no mecanismo ao que acontece nos dias de hoje com o António Seguro: demagogia clara e compreensível para todos enunciada por alguém que não transmite segurança e firmeza.
Daí ninguém o (a)creditar como líder.
"acontece nos dias de hoje com o António Seguro: demagogia clara e compreensível para todos enunciada por alguém que não transmite segurança e firmeza. "
ResponderEliminarMarcello não era demagogo. Absolutamente o anti-demagogo, até.
Portanto, continuo sem perceber por que razão o povo não o ouviu e aprendeu.
O regime estava encarceirado sobre si próprio
ResponderEliminarLê-se isto, ou coisa que dê no mesmo, muitas vezes aqui. Incluindo pelo José.
Que o regime estava podre, ou fechado em si, etc, etc.
Bom. Mas vejamos: e este regime? Não está ele podre? Diria mesmo mais, alguma vez esteve são? Não é corrupto por demais (de uma forma, conduta e escala que ultrapassa qualquer coisa alguma vez vista no anterior)?
Não é incompetente no prover das necessidades dos cidadãos? Na promoção dos interesses portugueses no estrangeiro? Que diabo, até na simples preservação dos elementos culturais portugueses básicos (de bandeiras às avessas a abortos ortográficos)?
E penso que não digo nenhuma mentira se afirmar que a maioria das pessoas concorda, de uma ou outra forma, com o que acima escrevo?
Então, se é assim, porque é que não cai? Porque é que um, que era podre, era isto, era aquilo, reprimia as liberdades, oprimia o cidadão, tinha polícia política; enfim, porque é esse caiu, e este não há maneira nem de cair, nem de mudar? Demais a mais quando, em teoria, prevê a mudança sempre que as pessoas quiserem?
Não me fiz entender.
ResponderEliminarEstou a falar dum mecanismo.
"Resultava assim algo parecido no mecanismo".
Comum a Marcello e a Seguro.
CLARO QUE MARCELLO NÃO ERA DEMAGOGO.
Vou caricaturar:
Como pode um velhadas com olhar 'mefistuloso' comunicar com melhor propriedade de tempo novo e da necessidade actual - sempre actual- de nos precavermos contra o comunismo ?
Como pode um tanso com cara de anjolas despertar confiança na demagogia sem ela se tornar inevitavelmente barata e soar a falso?
Em ambos não existe congruência, algo se desfaz e não tem eficácia comunicativa.
"O regime estava encarceirado sobre si próprio.
ResponderEliminarLê-se isto, ou coisa que dê no mesmo, muitas vezes aqui. Incluindo pelo José."
E estava, de facto. O regime não tinha saída a não ser largar o Ultramar, através de um processo que fosse digno.
Não foi o que sucedeu e a culpa directa disso não é de Marcello Caetano ou Salazar. O que estes fizeram no Ultramar é digno de figurar nos anais da História como exemplar, na época porque nenhum outor povo o tinha feito. Nem os ingleses nem os franceses ou holandeses e belgas.
Nisso não copiamos ninguém e podemos dar lições.
Outra coisa, porém, são os tempos. O tempo dos anos setenta já era de sair de África e de entregar os países a quem lá estava. Como eram pretos os que se tinham como autóctones porque África é negra, seria aos pretos. Como foi, mas da pior maneira.
Quanto ao regime, por cá, também carecia de maior abertura democrática. A Censura era uma estupidez e a proibição de forças políticas de esquerda radical deu no que deu: o contrário do desejado por Marcello Caetano.
É este fenómeno que tento compreender.
O Marcello não era nada disso que escreveu. Se assim lhe parecer, lamento mas não apanhou a essência do sujeito.
ResponderEliminarO Marcello era um político fora de série no que se refere a apreciação crítica do mundo e de Portugal.
Não teve foi imaginação para se impor e determinar a mudança de regime capaz de evitar o que o comunismo e socialismo depois fizeram.
Quando digo que "o regime estava encarceirado sobre si próprio" quero dizer que "não conseguiu uma 'abertura' capaz que pudesse isolar os prómoscovitas e desterrá-los para a Sibéria."
ResponderEliminarClaro que este regime está podre e mais que podre.
Mas não é isso que está em questão.
Á questão é que consentimos a existência de um partido no interior da democracia que está contra a própria democracia.
Tivesse o regime de Caetano a arte e o engenho de promover uma maior qualidade na abertura e se calhar não víveriamos hoje o cancro politico que temos hoje.
Eu lembro-me das "conversas em família" que passavam na tv e ninguém ligava, como se fossem discursos políticos para inglês ver.
ResponderEliminarPorém, com o recuo do tempo e lendo o que Marcello escreveu na época e as entrevistas que deu, tenho de reconhecer que era fora de série.
Como ele, só Sá Carneiro anos depois.
"Tivesse o regime de Caetano a arte e o engenho de promover uma maior qualidade na abertura e se calhar não víveriamos hoje o cancro politico que temos hoje."
ResponderEliminarCom isto concordo.
A tv de então tinha assim uns cromos como o João Coito que aparecia ao Domingo à noite no tempo que agora é do Marcelo Rebelo de Sousa com um apontamento escrito codificado e a que também ninguém ligava.
ResponderEliminarCom o recuo do tempo é que vemos como tinham razão e deviam ter sido escutados a preceito.
"O Marcello não era nada disso que escreveu. Se assim lhe parecer, lamento mas não apanhou a essência do sujeito.
ResponderEliminarO Marcello era um político fora de série no que se refere a apreciação crítica do mundo e de Portugal."
Caricaturei para melhor captar a essência do problema e do mecanismo.
Continuo a manter que Marcello era velho e por ser velho aquilo que dizia soava a velho, corroborado por um ar, um semblante, uma imagem, que não despertava entusiasmo ,
independentemente do enunciado, daquilo que dizia.
O problema não é de ordem cognitiva, mas de ordem afectiva e da personalidade.
No anterior regime era tudo assim "velho" e por isso talvez a imagem que não era muito apelativa.
ResponderEliminarMas o Marcello na altura não me parecia assim tão "velho".
Tenho a ideia que a maioria das pessoas gozava com o Tomás por achar que era burro ( mas não era) e com o Tomás tomavam-no por aquilo que era: um professor, distante do vulgo e capaz de saber o que era o melhor para o país.
Era essa a ideia que tinha do dito e na altura estava na minha adolescência.
Respeitava o Marcello. O Tomás, não.
O aspecto "cinzento" do regime é nem caricaturado numa passagem em Março de 1974, no Coliseu dos Recreios, no I Encontro da Canção que reuniu Zeca Afonso e outros, entre os quais o guitarrista Carlos Paredes. Como apareceu de fato e gravata, gritaram-lhe da plateia: "tira a gravata!"
ResponderEliminarEsse episódio, para mim, diz mais sobre o regime que muitos discursos.
A primeira coisa que notei na noite de 25 de Abril, na tv, foi o Fialho GOuveia aparecer a apresentar notícias sem gravata...
ResponderEliminarDali para a frente foi sempre a descambar até apareceram os SUV´s de cabelo grande por baixo do boné da tropa.
ResponderEliminarEstes sinais são inequívocos sobre o que sucedeu: a reacção ao que havia dantes e era conservador.
Bem captado José.
ResponderEliminarJá contei esta história várias vezes porque me parece o melhor exemplo do que sucedeu:
ResponderEliminarum padre meu amigo do tempo em que estudava, feroz anti-comunista, encontrou-me dias depois do 25 de Abril junto da livraria Bertrand. Falamos sobre o que tinha acontecido e ele disse-me: isto estava muito comprimido e houve esta descompressão.
No fundo foi isso que sucedeu, politica e socialmente.
Vossemecês não responderam à questão, a minha única questão.
ResponderEliminarQue é: e este não muda porquê?
É colorido? Aos meus olhos é negro como o futuro que se (não) vislumbra...
É aberto? Aos meus olhos é mais fechado que um couraçado, pois vejo lá sempre os mesmos e quando saem é para mais tarde regressarem. E quando não são nos mesmos, são piores.
Então porque é que não cai, como caiu o outro?
Mas volto a repetir: com o recuo do tempo acho que Marcello tinha razão e era um fora de série na política porque sabia exactamente o que devia fazer quanto a medidas de fundo.
ResponderEliminarNão soube foi liberalizar o regime e descomprimi-lo. Mas isso...agora é tarde.
Sim, é verdade. O Tomas era gozado e não só nem era burro como era excelente pessoa e família dele idem.
ResponderEliminarSabe porque é que este não cai?
ResponderEliminarPorque o outro era controlado pelas figuras do regime que mandavam e não deixavam que a Esquerda se impusesse politicamente, proibindo-a de exercer política activa em partidos comunistas e socialistas.
Agora, é a Esquerda que manda politicamente ( a social-democracia que temos é a Esquerda é preciso não esquecer e deixar de lado a ideia fútil que é o neo-liberalismo que temos) e por isso, como não há oposição de valor e intelectualmente sólida, o regime não muda.
Não há massa crítica para o mudar porque o pensamento é único.
Antes do 25 de Abril havia mais pensamento do que agora e a Esquerda sobrepôs o seu ao que havia.
E o que havia era melhor, a meu ver.
Se quisermos mudar o regime temos que começar pela linguagem.
ResponderEliminarE não vejo ninguém preocupado com isso, antes pelo contrário continuam a reproduzir os mesmos mantras da Esquerda para explicar os fenómenos.
Ora bem. Donde se pode concluir que, feitas bem as continhas - cinzento, cinzento - é este bem mais que o outro. Ou pelo menos bem mais monocromático.
ResponderEliminarIgualmente, continhas feitas, ao final se conclui que - encarcerado, encarcerado - está este que nem muda nem deixa mudar.
Mas é que é mesmo mais cinzento que o outro. Este não admite o leque político que havia no outro, mesmo proibindo todo um lado desse leque.
ResponderEliminarÉ que essa proibição era outro exercício fútil. Como sabemos o fruto proibido é sempre o mais desejado e a Esquerda impõs-se nos media e meios intelectuais por ser mais apelativa. Como era proibida, tornou-se ainda mais desejada como modelo...
Portanto, agora não temos ninguém que seja capaz de reafirmar os valores de Marcello Caetano e temos toda a gente a afirmar os valores dos que lutaram contra ele.
Isto do 25 como revolução é como aquele ditado de que não é com vinagre que se apanham moscas.Ou melhor nos engates a moça é sempre muito boa, linda querida até o rapaz se conseguir meter nela...quer-se dizer a foder...
ResponderEliminarPoderíamos era indagar porque é que agora não há mais gente que se interesse pelo outro lado do leque, o que agora foi obliterado e até proibido com a treta da proibição das "organizações fascistas", um pretexto para aniquilar toda uma Direita que tivesse ideias.
ResponderEliminarA minha explicação é que a proibição de agora é mais subtil e mais eficaz. Não é explícita nem carece de propaganda porque ninguém aparece a mostrar as ideias que poderiam ser alternativa.
Algumas delas são subversivas: por exemplo proibir as actividades do PCP.
Digo, combater as actividades do PCP, partido anti-democrático, totalitário, censório, capador de liberdades.
ResponderEliminarEnquanto não mudasse de estatuto ia fazer companhia aos do leque "fascista". Porque era assim que seria justo.
"Então porque é que não cai, como caiu o outro?"
ResponderEliminar1ºPorque o grau e a extensão da democracia politica é diferente. Esta 'democracia' dá-se ao luxo de carregar com partidos que a atentam.
2º Porque existe um consenso alargado em torno da corrupção.
Desde o Chico esperto que construiu a sua casa à custa do turismo rural até aos Dias Loureiros e Duartes Limas deste País, todos ganharam ou beneficiaram com o que a Abrilada deu origem
E também não cai porque dantes havia uma alternativa evidente que era a democracia tipo europeu.
ResponderEliminarAgora não há alternativa senão o mesmo.
Os regimes fazem-se com pessoas. Dantes as pessoas tinham outro "calado" e outra fibra.
Agora são todas formatadas na mesma dimensão.
Ninguém se atreve a pôr em causa a democracia porque é uma vaca sagrada nesmo que só dê leite desnatado. Ninguém se atreve sequer a exigir o leito completo.
Pois não. Esse é o gigantesco problema. A terraplanagem global.
ResponderEliminarPara salvar a democracia deveria permitir-se que a mesma pudesse ser posta em causa.
ResponderEliminarSó desse modo se poderia mudar o que mina a democracia: o sistema de partidos com as pessoas que tomam conta dos mesmos como se fossem uma casta.
E que no caso denegam a própria noção de democracia.
Ou seja, temos um paradoxo: a democracia que temos não é verdadeira mas um ersatz, um derivado.
Logo para alcançar uma democracia mais aperfeiçoada deveria ser possível por este simulacro em causa.
Ora é exactamente isso que os democratas que temos não deixam. Qualquer tentativa de "suspender" a democracia, que afinal os mesmos já suspenderam há muitos anos é sempre tomada como um regresso ao fascismo.
ResponderEliminarE com palavras levam as pessoas ao credo.
Para salvar a democracia deveria permitir-se que a mesma pudesse ser posta em causa.
ResponderEliminarSalvar a democracia? Parece-me que é mais do que capaz de se defender sozinha. Está viçosinha como nunca! Medra que é uma maravilha no lodaçal mediático.
Já o país... esse sim, requer salvamento e urgente.
Há uma petição de princípio: o que temos é um simulacro de democracia muito bem defendida por quem dela depende para viver a vidinha. E são aos milhares.
ResponderEliminarEu sei. Mas já que estamos numa de linguagem, é melhor chamar os bois pelos nomes, não?
ResponderEliminarE a verdade é que o que necessita resgate é o país. Se é com esta democracia ou com outra, ou com nenhuma, é coisa que a mim me não importa nada.
Democracias são como chapéus: há muitas. Portugal só há este.
Penso que Portugal melhoraria se fossem criados Partidos de cariz regional, mas a nossa Constituição não o permite. Permite, isso sim, é que os grandes Partidos dêem grande autonomia às suas delegações, como acontece relativamente à Madeira e aos Açores, com o "PS regional" a desobrigar o funcionários públicos do arquipélago a serem dispensados de parte da austeridade. Uma vergonha.
ResponderEliminarÉ, era bué de giro os sacos azuis multiplicarem-se por infinitos "plesidentes da câmara".
ResponderEliminarAi, o que gosto da possidonice bairrista.
ResponderEliminarNão é com regionalização alguma que vamos lá. Antes pelo contrário.
ResponderEliminarPortugal sempre foi um país concentrado. Preferia que fosse como a Suíça, mas não é.
Se quisermos pôr as contas na ordem temos que concentrar poderes em gente séria.
Estes que lá estão são sérios, mas não da estirpe que prefiro.
Prefiro os que são mesmo, mesmo sérios e tal se note.
Como dantes se notava no tempo de Marcello Caetano.
São sérios na trapaça, isso são.
ResponderEliminarO caso da Suíça é curioso, com a sua democracia directa.
ResponderEliminarÀ tarde estive a ler sobre eles e pelos vistos chegam, em cada cidade, a votar orçamentos e mesmo despesas concretas. Nalguns casos o recurso a esse expediente é opcional, mas noutros é obrigatório por lei.
Isso parece, à primeira vista, uma ideia apelativa. Mas interrogo-me se é isso que nós, portugueses, com a nossa própria maneira de encarar a vida e a viver, se é mesmo isso, que nós queremos: passar a vida a votar orçamentos e despesas para o pavilhão de não-sei-quê ou se preferimos que nos subam os impostos para ter centro de saúde ao pé...
Não. A Suíça não é para nós. Nós, ou seja, o português médio tem a mania que é fino. Mais que os outros.
ResponderEliminarA opinião alheia é olhada com uma espécie de condescendência de quem julga que sabe melhor.
É por isso que nos desenrascamos sempre.
os sociais-fascista da esquerda volver
ResponderEliminardo 'estado a que isto chegou, como disse Salgueiro Maia
não gostam que lhes lembre o seu passado vergonhoso
de 20 milhões de camponeses na Ucrânia
não gostam de ouvir das boas ligações de Franco e Salazar com Fidel de Castro 'o galego explorador de pretos', como dizia um Amigo comuna
do tempo em que a comunistagem dizia
«o capitalismo é a exploração do homem pelo homem,
e o socialismo exactamente o contrário»
poupem o 'óbulo de Caronte' que a dívida está por pagar
hoje escrevo directamente e não no meu documento 'in oculum'
que conservo desde os difíceis tempos de 'tenente maliciano'
Acho que é também por isso que a Esquerda tem grande audiência por cá.
ResponderEliminarO individualismo junta-se numa amálgama de desleixo pelas opiniões alheias mas acabam sempre por seguirem os panurgos locais que lhes acenam com a igualdade e a consideração aos pobrezinhos, como bandeira ideológica.
É este fenómeno que é estranho
E é sempre chico espertice.
ResponderEliminarPor exemplo- o colectivismo, os coitadinhos, a importância de defender o Estado Social, tudo isso acaba sempre num manguito- pague o rico, que eu cá não posso.
A bandeira dos coitadinhos é para irem à boleia.
ResponderEliminarAté a Maria João Pires passa por coitadinha, se der jeito e pingar também para o próprio.
Essa característica deve provir dos sarracenos que por cá passaram. Não sei...
ResponderEliminarÉ o pior que temos como matriz social porque é muito comum e vulgar.
E não há sociólogos que estudem isto porque se divertem a estudar fantasias.
Sarracenos e não só...
ResponderEliminarAcho que é também por isso que a Esquerda tem grande audiência por cá.
ResponderEliminarNão sei se concordo. Penso que a grande audiência que essas ideias e, até certo ponto, essa maneira de ser têm, se deve principalmente à televisão.
É o que passa na televisão. É só idiotas condescendentes e ignorantes de manhã à noite. Hão-de contar-se pelos dedos de uma mão os que podem servir para algum género de exemplo e nem me lembra agora nenhum.
De pivots a apresentadores de concursos, é tudo de uma pobreza atroz.
Eu acho que isso é muito importante. O anterior nunca teve oportunidade de usar a televisão completamente desenvolvida. E mesmo assim, fizeram-se as Conversas em Família que é uma coisa bastante progressista. Se existissem os meios audiovisuais que passados poucos anos se banalizaram, não sei se as coisas se tinham passado da mesma forma...
"Estes que lá estão são sérios, mas não da estirpe que prefiro.
ResponderEliminarPrefiro os que são mesmo, mesmo sérios e tal se note.
Como dantes se notava no tempo de Marcello Caetano."
É isto.
Precisamos de pessoas que não se deixem contaminar pelo estrelato politico e que não sejam guiados pela sociedade de consumo.
Precisamos de pessoas frugais, que sejam exemplo de vida, que sejam rectos, competentes e ponham o interesse público acima do interesse privado.
Então, se é assim, porque é que não cai?
ResponderEliminarPorque os portugueses vivem de modas... Primeiro teria que acontecer mudanças políticas na Europa e só depois por cá.
Acho que é também por isso que a Esquerda tem grande audiência por cá.
ResponderEliminarMarxismo Cultural
A esquerda falhou redondamente na economia mas conquistou e deprava todos os dias a sociedade pela invasão cultural dos valores de esquerda.
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ResponderEliminarNas redes sociais:
ResponderEliminarMário Soares, num dos momentos de lucidez que ainda vai tendo, veio hoje estabelecer, num artigo de opinião, um paralelismo entre o actual (des)governo da III República e o Estado Novo.
A lucidez, uma das suas maiores qualidades durante uma longa carreira política.
A lucidez que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido Socialista.
A lucidez que lhe permitiu ler os artigos "O Polvo" de Joaquim Vieira na "Grande Reportagem", baseados no livro de Rui Mateus, e assistir, logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto no filho, em pleno dia de eleições, nas últimas Autárquicas.
No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares? Resta um punhado de momentos em que a lucidez vem e vai. Vem e vai. Vem e vai.
Vai... e não volta mais.