Para refrescar essas memórias esquecidas aqui ficam mais recortes de jornais- a melhor forma de situar acontecimentos, relatar factos e apresentar números, para além da mera opinião avulsa-neste caso do jornal i de Julho de 2009, antes das eleições desse ano e campanha eleitoral para as mesmas.
Em 22 de Julho de 2009 o jornal i apresentava dois políticos concorrentes a essas eleições: o primeiro-ministro em exercício e a contendora Manuela Ferreira Leite, do PSD e agora comentadora habitual contra o governo que está.
Na época a notícia era o brutal aumento do défice que ambos prometiam resolver sem um "brutal aumento de impostos". Assim:
Na edição de 28 de Julho de 2009 um professor tentava explicar como tínhamos chegado a este descalabro gigantesco nas contas públicas e estávamos à beira da terceira bancarrota em menos de 40 anos ( 1976, 1983 e agora). A conclusão estatística é que a despesa aumentou mais durante os governos de Durão Barroso e Santana Lopes. Ferreira Leite que agora aparece quase como outsider e crítica feroz do governo, eventualmente por lhe mexer na pensão na altura era pessoa com responsabilidades políticas importantes: "eleita pelo Círculo de Évora, tomou assento na Assembleia da República em 1995, reeleita por Lisboa, em 1999. Ao longo desses mandatos presidiu à Comissão Parlamentar de Economia, Finanças e Plano, de 1995 a 1999, e ao Grupo Parlamentar do PSD, entre 2001 e 2002. Em 2002 regressou ao Governo, como Ministra de Estado e das Finanças do XV Governo, tendo sido a primeira mulher portuguesa a assumir esse cargo." Ferreira Leite é uma das principais responsáveis pela bancarrota iminente em que nos encontrávamos. Na altura e quando precisávamos de pessoas de Estado, Ferreira Leite não via um palmo à frente do nariz. Porque há-de ver agora?
Na edição de 29 de Julho de 2009, o economista e deputado Miguel Frasquilho, do PSD; tentava alijar as responsabilidades do "monstro das bolachas do orçamento" para os governos de Guterres. Assim:
Quanto ao governo de Sócrates basta ler o que dizia o inenarrável ministro da Economia, o Pinho dos tamancos italianos e dos corninhos infantis. Na edição de 4 de Julho de 2009 ainda acreditava no pai Natal que aparecia mais abaixo a prometer apoio a um governo que apostava nos TGV e nas grandes obras públicas, para gáudio do dito que lá tinha o seu empregado Pinho, diligente e obrigado. Outro que não via um palmo à frente do nariz mas arranjou colocação condigna no estrangeiro, paga pela EDP pré-privatização. Um escândalo entre muitos.
Em 29 de Julho o mesmo jornal tentava explicar o que se passara com as despesas públicas que tinham assumido feição assustadora e a ameaçar bancarrota e o "brutal aumento de impostos" que se revelava inevitável, menos para aquelas luminárias.
O antigo ministro Luís Campos e Cunha ( quatro breves meses no governo de Sócrates, o suficiente para perceber que o mesmo não tinha emenda quanto à despesa) dizia ao mesmo jornal, em 11 de Agosto de 2009 o que parecia evidente mas a propaganda não deixava perceber, tal coomo hoje:
Quanto a Sócrates e ao governo que viria, o jornal de 30 de Julho fazia um prognóstico: aumento de impostos. O que agora contesta...
Agora, em 2014, o director do Sol, num artigo à guisa do Observador de antanho ( sans blague) explica como é que esta situação assim criada é apreciada pelos portugueses.
Parece que os portugueses se inclinam para dar a vitória eleitoral nas próximas eleições ao PS.
Teremos futuro como país? Duvido.
Pois é. Ninguém "salembra"
ResponderEliminarA resposta da malta escardalha é que é mentira- dinheiro não falta.
E dizem sempre isto com o ar mais sério da vida.
Fico sempre muito desconfiado que não haja chapelada nas eleições. É que perante o facto de ser enganado com propaganda falsa uma, duas, tres ..vezes e continuar a votar nos mesmos, ou pior, deixar de votar , não me parece de quem tem o juizo todo.
ResponderEliminarComo é que não votar pode ser pior que continuar a votar nos mesmos?
ResponderEliminaro MONSTRO vota à esquerda
ResponderEliminarcomo sempre
a pensar em mordomias
os reformados também.
ainda não começaram a pagar a dívida que aumenta a cada segundo.
o bes já está na Ugt
o betão no patronato
o elemento mais aproveitável no ps é o Tino de Rãs
ResponderEliminarTambém duvido.
ResponderEliminarO único futuro passa por aqui:
Descentralização
Tradicionalismo
Livre-mercado
Democracia direta só a nível local (municipalismo)
E estamos é longe.
Quanto ao poder centralizado em uma figura, encontrar uma pessoa da craveira de Salazar revelá-se uma missão bastante difícil de encontrar.
As figuras que fizeram uma verdadeira diferença no comando da nação contam-se pelos dedos da mão, desde a fundação até aos dias de hoje.
Portugal está a transformar-se numa terra sem rei nem roque mas carregadinho de coutadas e com novos colonizadores vindos de todas as partes do mundo. Este jardim à beira-mar pode acabar como um espécie de antro da Europa Ocidental, um país e uma sociedade descaraterizado de uma ideia de nação.
Se essa votação se vier a concretizar ( vade retro!), VPV terá , mais uma vez, acertado na "mouche" : Biblicamente estúpidos...
ResponderEliminarCara Zazie
ResponderEliminarencontrará a cocanha mencionada na obra de João XXI
regimen sanitatis salernitanum
ofereci a obra à BAV, de contrário enviava o texto
no ps, como dizia um comunista meu Amigo,
'assam passarinhos fritos'
ResponderEliminar«Latrocracia»
O FLABIAU FRANCÊS (Séc. XIII). In: FRANCO JÚNIOR, Hilário. Cocanha: Várias facetas de uma utopia. São Paulo: Ateliê Editorial, 1998, p. 19-32.
ResponderEliminarFRANCO JÚNIOR, Hilário. O fabliau francês. In: Cocanha: Várias facetas de uma utopia.
ResponderEliminarSão Paulo: Ateliê Editorial, 1998, p. 19-32.
_________. Cocanha: A História de um país imaginário. São Paulo: Companhia das Letras,
1998
Obrigada, Floribundus.
ResponderEliminarEu conhecia o texto original
Sobre o passado, muitas leituras se podem fazer, e são importantes. No entanto, o mais importante, não é acertar no euromilhões ao sábado, depois de conhecida a chave de sexta.
ResponderEliminarO que importa é: da leitura que cada um faz do passado, o que sugere para o futuro?
P.S.: ...já sei! Vamos a isso.
ResponderEliminarCarlos:
ResponderEliminarNo passado havia já quem acertasse no euromilhões das ideias certas.
A pergunta, assim, já deverá ser: esses que acertavam com os argumentos em dia porque é que não são seguidos, agora?
Precisamente porque os que sonhavam com o euromilhões continum a sonhar. Não querem saber de quem acertava porque nem sequer lhes reconhecem poder de previsão.
E como já escrevi muitas vezes por aqui: "pelo sonho é que vamos".
A Esquerda é sonho, fantasia. Uma coisa linda!
Só com um pormenor: precisamente o de prescindirem da realidade.
A esquerda não é só sonho.
ResponderEliminarMuitos dos governantes de esquerda sabe bem que as fantasias que defendem são ruinosas para o País.
Mas esse é o modo que encontram para caçarem votos e se manterem no poder.
Eu acho que devíamos todos passar a "ser de esquerda".
ResponderEliminarFalo a sério.
José:
ResponderEliminar"A pergunta, assim, já deverá ser: esses que acertavam com os argumentos em dia porque é que não são seguidos, agora?"
Mas esses, já tiveram a sua oportunidade, ou não? e o que fizeram para os seguirem? foram trabalhar para os principais beneficiários do sistema?
"A Esquerda é sonho, fantasia. Uma coisa linda!"
Critica o José o complexo da esquerda em apelidar à partida o anterior regime de fascista e, tudo dito. Mas, não faz o José outra coisa, senão criticar a esquerda como um todo e ponto final. E não é assim!
Mas vamos ao que interessa(futuro):
Em que regime considera ser possível outra via? Democracia, ou ditadura? e sendo a democracia que defende (penso eu!), quais as alterações que entende como necessárias? vá lá, faça a sua alteração doméstica à Constituição (como sugeriu o José Mário no FMI). Vamos lá à conversa.
Como sabe, nunca escondi a minhas posições, mas entendo que no actual quadro politico e com estes protagonistas (todos os instalados), não vamos a lado nenhum. O verdadeiro julgamento destes gangues, deveria ser feito nos tribunais e não nas urnas, como pretendem fazer passar. Até porque, falar em democracia, quando com 24% dos votantes consegue obter maiorias absolutas - está tudo dito.
24% dos recenseados
ResponderEliminar"Mas esses, já tiveram a sua oportunidade, ou não? e o que fizeram para os seguirem? foram trabalhar para os principais beneficiários do sistema?"
ResponderEliminarMas que oportunidade? Em corrigir os erros e as consequências daqueles?
É essa a oportunidade?
Salazar demorou anos ( décadas) a resolver alguns problemas criados pela balbúrdia da I República. Será que os que estavam certos "já tiveram oportunidade"? Mas que oportunidade se logo a seguir, escassos meses depois da iminente bancarrota, a "narrativa" dos que erraram passou a ser a de que estes que tentam agora resolver é que provocaram o descalabro?
Que seriedade pode ser esta nesta argumentação?
Isto nem lógica tem, sequer.
A dicotomia aqui não
e entre democracia e ditatura para se vituperar esta sempre em relação ao passado que nos resgatou da miséria de uma bancarrota.
A dicotomia é entre a Esquerda que governou mal e outra ideia que possa resgatar os erros que aqui conduziram.
Creio que pode ser em democracia se fôssemos evoluídos como outros países o são. No resto da Europa não há nenhum PCP e os PS aliam-se com frequência a outras forças políticas para resolver problemas, como o fazem agora na Alemanha.
Aqui, aliam-se ao PCP sabendo o que o PCP é e sempre foi.
Portanto quando digo sempre mal da Esquerda é com esse pano de fundo histórico.
A França actualmente vai pelo mesmo caminho que a Esquerda portuguesa foi. Vai dar com os burros na água se o presidente Hollande não arrepiar caminho como o fez Miterrand, aliás.
ResponderEliminarNão há alternativa aos "mercados", infelizmente.
"Não há alternativa aos "mercados", infelizmente."
ResponderEliminarMas, quem são os mercados?
É exactamente isso que me parece que V. não entende.
ResponderEliminarPor isso, pedi esclarecimento!
ResponderEliminarMercados é o nome que agora se dá ao capitalismo.
ResponderEliminarÉ simples e sempre foi assim porque nunca houve alternativa viável economicamente em lado nenhum. Nem há.
V. conhece?
ResponderEliminarDiga que logo podemos argumentar. Ou amanhã...
"Mercados é o nome que agora se dá ao capitalismo."
ResponderEliminarÉ uma moda? ou serão estruturas supranacionais que interferem nos estados e de forma a que ninguém controla?
Em suma, analisando os graficos constactasse que não existe diferença alguma entre a alegada direita portuguesa e a alegada esquerda.
ResponderEliminar.
Uns e outros foram e são, isso sim, incompetentes. O acessório é a cor politica deles. O principal é a incompetencia.
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Vou mais longe. Acho mesmo que são deliberadamente incompetentes. Que é o mesmo que dizer que fazem de proposito. O objectivo é claro como a àgua - o beneficio particular e o beneficio da tribo partidária.
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Quanto ao que distingue este governo do anterior, o de Socrates, não é o facto -acessório- de este se pretender de direita e aquele de esquerda. No essencial, na profunda incompetência, assemelham-se.
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Para que servem, então, as eleições?
Sinceramente, já não sei.
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Senão vejamos, o actual PM ganhou as eleicoes jurando a pés juntos que era um disparate do anterior PM cortar nos salários e pensões e nos subsidios de férias do pessoal. Até podia colocar um video (mas não me apetece) com a boca dele a mover-se para cima e para baixo e a criticar tal barbaridade que o então PM Socrates se preparava para fazer no famigerado PECIV.
O PSD de então, na oposição, dizia o que hoje o PS diz nas mesmas condições.
E o que é que ele faz mal toma posse? E o que é que dizem os hooligans fieis a cada um dos partidos?
Precisamente o contrário do que diziam então.
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Rb (inspirado no dragão)
Olha o Rb... Ora viva!
ResponderEliminarComeço por dizer o que disse muitas vezes: nenhum problema se resolverá em democracia, tal como hoje se entende: com partidos, candidatos e eleições.
É um sistema inerentemente corrupto. E é-o por uma simples razão: é preciso dinheiro para se ser eleito. Muito dinheiro. Não é por acaso que é o sistema favorito dos "mercados", ou capitalistas, ou o que lhes queiram chamar. É o sistema que mais rendimento dá ao dinheiro deles, através de contribuições partidárias, que se traduzem em benesses e vantagens de todos os níveis.
Houve uns casos em que foi possível vencer o sistema de forma democrática, mas nunca vindos da dita "esquerda".
O mais interessante que conheço foi o Rexismo na Bélgica. Naturalmente, não tardou a ser "fascista", embora fosse, na realidade, católico. Mas foram sempre casos de excepção porque as personalidades também eram excepcionais.
Portanto, enquanto não se resolver o problema do dinheiro nas campanhas, a democracia é, na realidade, a ditadura dos "mercados", capital, etc. Nas suas encarnações modernas, pode mesmo dizer-se, sem pudor, que não é um sistema político corrupto quanto é a corrupção em forma de sistema político.
Também ele papagueia "a direita portuguesa".
ResponderEliminarNão temos safa.
È tal qual o José diz- um problema de linguagem.
Isso e de biblicamente estúpidos"
ehehehehe
E toda a cantiga sobre liberdades - de expressão, de associação, etc; é para distrair os tolos de um outro princípio muito mais importante e fundamental que qualquer dessas ditas liberdades e, sem o qual, não há nenhuma: a igualdade de todos perante a lei.
ResponderEliminarTodas as democracias à ocidental, sem excepção, caminham no sentido da desintegração deste princípio.
O que nos leva à França.
Não sei se já ouviram falar no caso Dieudonné* e das quenelles.
ResponderEliminarA França aproxima-se do fim da macacada. Podem saber mais aqui
http://www.egaliteetreconciliation.fr/+-Quenelle-+.html
Resumindo brevemente, há um bravo comediante preto lá, chamado Dieudonné, que sendo há uns anos a coqueluche da comédia francesa resolveu, um dia, empregar o seu talento a gozar com os israelitas e dizer umas verdades inconvenientes. Passou de bestial a besta, e foi perseguido pela LICRA (associação anti-racista/semita) e pelo CRIF (espèce de AIPAC francesa, que controla aquela associação, entre outras).
Vai daí, começou a criticar o sistema não poupando palavras acerca da religião/etnia/coiso preferida de toda a gente (que, quer se queira quer não, manda naquilo) e inventou, nos seus espectáculos um gesto que denominou "quenelle" - acepipe francês - e que é como quem enfia uma quenelle pelo traseiro do sistema acima: um braço esticado que é o que entra e o outro cruzado a indicar até onde entra - o comprimento da quenelle, portanto. Durante muito tempo, isto não passou de private joke entre os fans do comediante.
Mas no final de Dezembro, por qualquer motivo, os preferidos de toda a gente, acolitados por todo o arco-íris da política francesa, (excepto a Front National, aparentemente já o terceiro, senão segundo, partido francês) da direita UMP Sarkozy à extrema-esquerda dum tal que me esquece agora o nome (e penso que aos franceses também já esqueceu), não encontraram nada melhor para dizer do que alegar que o dito gesto é uma saudação nazi invertida!
Ora daqui se avista o fim da macacada: quando se acusa um preto, comediante, de ser, essencialmente, um nazi anti-semita, é claro que entrámos na esquizofrenia aguda.
Não contentes, o ministro do interior (catalão naturalizado francês, que diz que tem uma ligação eterna a Israel, parece que à conta da mulher, embora já se tenha divorciado uma vez) Manuel Valls, faz um truque com o Conseil d'État para banir os espectáculos de Dieudo sob alegado risco para a ordem pública.
Deram também em perseguir e acusar todos os quenellistas, desde militares a bombeiros a gente anónima de todas as raças e credos, que entretanto deram em "glisser quenelles" em todo o lado e todas as situações: desde programas de tv, em fotografias à emplastro com Hollande, diante de edifícios oficiais e para-oficiais (como a sede do tal CRIF, guardada pela polícia).
Ao mesmo tempo, as Femen - financiadas por um omnipresente destas andanças, Soros - mijam em crucifixos, atiram merda à cara de Jesus Cristo, vandalizam igrejas e por aí fora, com tudo menos apoio oficial do Estado, ou talvez até já com esse.
Na realidade o pânico esquizofrénico é este: pela primeira vez em muito tempo, quiçá desde de Gaulle, há uma coisa que progressivamente une os franceses - de todas as raças e credos, sublinhe-se. Essa coisa é a quenelle representada por Dieudonné, "glissada" ao sistema e aos seus representantes e próceres. Pior do que isso, a única força não hostil a este fenómeno é a supostamente "racista", "fascista", etc, Front National. Pior ainda começa a pedir-se uma França livre. E nos julgamentos de Dieudo, que frequentemente são visitados pelos hooligans da LDJ (Ligue de Defense Juive), irrompe espontaneamente a Marselhesa:
https://www.youtube.com/watch?v=TWRVXIAzvMA
*Rb, se estiver a ler, aviso já que não vai gostar, mas sempre gostava de saber a sua opinião.
Em Londres está um show do Jerry Sadowitz que faz o mesmo.
ResponderEliminarEstive para ir ver mas calhou de ter a viagem de volta nesse dia.
Contou-me o meu pimpolho que na plateia houve burburinho por causa das bocas à gayzada.
Completamente politicamente incorrecto.
Mas a pimpolha do pimpolho contou-me coisas muito mais giras.
Na Goldman Sachs contratam empresas para debaterem umas tretas acerca da integração e convívio com pessoas "diferentes".
A sessão começou com uns exemplos básicos e, daí a nada, era pura militãncia do lobby LGBT.
Uma técnica russa, sem papas na língua, disse-lhas das boas. Que aquilo era uma imbecilidade que faria sentido na Rússia mas nunca em Inglaterra onde nada disso é perseguido.
E dizia-lhes que eles gostavam muito era de esfregar na cara das pessoas essa "culpa".
Uma coisa tramada. O lobby do B'NAI a pregar na banca.
Por cá ainda é só na escolinha.
":O))))))
Sim, mas no RU ninguém levanta grandes ondas. É tudo muito bem comportadinho.
ResponderEliminarHá uns quantos que falam, mas evitam certos assuntos que não deviam ser evitados. É o caso do Russell Brand e outros do género. Mas é perigoso levantar ondas. Dá cadeia facilmente. Só se fala para beijar-pés.
Nada ao nível de Dieudonné e do movimento que se gerou à volta dele e de Alain Soral.
Já dão que falar, mas darão ainda mais penso. De toda a forma, estão a fazer cair a máscara ao sistema francês, e a mostrar que não existe liberdade de expressão em França e pior, está a desaparecer já o princípio da igualdade perante a lei.
Já o ano passado no caso do casamento fanchono, a polícia deixava andar os antifas (guito Soros, et pour cause) a partir tudo, idem para os hooligans do PSG, e quando chegou à vez da malta da Manif pour tous que juntou quase um milhão de pessoas em Paris para protestar pacificamente contra essa trampa, foi pancada de meia-noite com os robocops da CRS. E ainda andaram a adulterar os videos de helicoptero para parecerem menos pessoas...
O que vale é que os gajos não vacilam. Aos malfeitores da LDJ chamam-lhes Ligue des Danseuses Juives! À conta dos saltinhos de hooligan excitado! ahahahaha!
Por cá temos alguma sorte por isto ser periferia e demorar a chegar o que é bom, mas também o que é mau. Nada que se não resolvesse com meia dúzia de homens e paus de marmeleiro nas costas dos propagandistas desse esterco. Que é para aprenderem a deixar as prácticas sexuais em casa. Que é onde elas pertencem. Na Rússia, lá está, não estiveram cá com merdas...
Faço minhas as palavras de JC, no comentário das 15,27.
ResponderEliminarAliás, no geral, estou d'acordo com pràticamente tudo quanto escreve.
Maria
O mesmo acontece com Mujahedin. Magnífico o seu comentário das 19.54. Todos eles sempre actuais, inteligentes e sempre a acertarem em cheio no alvo.
ResponderEliminarEntão esse comentário sobre Dieudonné é demais. Excelente descrição do que por lá se está a passar. Relativamente ao assunto que tão bem expõe, isto não só é lamentável como cìvicamente inadmissível, porque subverte completamente as tão apregoadas e não menos afamadas 'liberdades'. E, imagine-se, (não) paradoxalmente no país que supostamente as inventou e pôs em prática, levando-as a todos os países erradamente chamados 'democráticos'.
Hipocrisia e cinismo elevados à máxima potência dos legisladores e dos políticos em funções, é o que é.
José:
ResponderEliminarSobre os mercados e as democracias de hoje na Europa, recomendo a leitura, a quem não o fez, de um ensaio publicado nas pág. 18 a 22, caderno ATUAL, do último Expresso (4.1.2014).
Bom tema para debate.
Por acaso nem concordo, nestas questões, com o Mujah.
ResponderEliminar1- A questão do exagero de troças que pode provocar atritos sociais deve ser mantida de forma discreta.
Nada tem a ver com liberdade de expressão.
Chama-se outra coisa- nos franceses é chauvinismo e grosseria natural.
Os ingleses tratam melhor o problema- cheese- sorriso e muito cinismo snob.
Tamém não concordo que os nossos males sejam males todos idênticos e que se prendam com a existência de democracias.
Não existe em Inglaterra nada que se assemelhe a este pensamento único por cá e na Alemanha ou países nórdicos, democracia não é sinónimo de corrpução.
Como é óbvio, passo exemplos terceiro-mundistas.
Os franceses são umas bestas. Literalmente.
ResponderEliminarFedem e são de um chauvinismo nojneto.
Os cabrões podem ocupar um passeio inteiro que nem nem se afastam, nem pedem desculpa, se alguém vai a querer passar.
Um inglês nunca faria isto.
Os tugas são iguaizinhos aos franceses em matéria de grosseria social.
Apenas mais manhosos.
Carlos:
ResponderEliminarDeixei de ler o Expresso há longos meses.
De quem é o artigo sobre os mercados e as democracias?
A ACTUAL ( será ATUAL, agora?) ainda era o que me fazia comprar por causa dos artigos do professor Calado sobre música.
ResponderEliminarJosé:
ResponderEliminarAssim mesmo, ATUAL. (11.01.2014 e não 04)
Título: A democracia na Europa de hoje.
Autor: Jürgen Habermas
Nota: a referência aos mercados é de minha leitura.
Do Habermas?
ResponderEliminarehehe
Sem complexos, ou ideias feitas. Todos temos um percurso, o importante, é a evolução do mesmo e onde nos leva.
ResponderEliminarSim. E o que diz o Habermas que tenha a ver com o nosso problema.
ResponderEliminarÉ capaz de sintetizar o tal artigo?
Pois não tenho o artigo.
ResponderEliminarSerá capaz de sintetizar em meia dúzia de frases para todos entendermos se o mesmo se refere aos mercados, como supõe que sim?
Pela minha parte agradecia.
O Habermas é suposto ser um dos grandes pensadores do nosso tempo.
ResponderEliminarSerá um José Gil teutónico?
Há 25, 30 anos era o Wittgenstein...
ResponderEliminarAndam sempre a reinventar a roda platónico-aristotélica
ResponderEliminar"...nosso problema."
ResponderEliminarA questão é mesmo essa. Será só nosso, o problema?
José,
deixe lá o embrulho e vá ao conteúdo.
ehehe
ResponderEliminarCom diferença que cada vez falam menos de filosofia e mais bocas mandam de politica.
Quanto mais recentes, pior.
Este agora anda numa de democracia directa, ainda que nem vá à net.
Deve ser democracia directa por reunião de condomínio na casa da porteira.
Pois.
ResponderEliminarJá estava à espera.
É o problema da crise global.
A política interna é uma boa política, se fo anti-liberal ainda melhor política, o azar é o liberalismo internacional que nem deixa os xuxas governar.
Isto é tradução do Habermas para os biblicamente estúpidos
":O)))))))
Mas qual conteúdo, Carlos.
ResponderEliminarNem eu nem o José lemos o artigo.
Ora v. leu.
Já lhe pedi para o resumir- vá lá ao conteúdo do que leu e conte para a malta.
Ops.
ResponderEliminarJosé,
Hoje, já não tenho hipótese. Amanhã, estou longe, mas 6ª, faço-lhe chegar a peça. Prefiro, como sempre, que cada um faça a sua leitura. Por isso sou um democrata.
Eu escrevi aquilo sem ler o artigo.
ResponderEliminarNão tem nada a ver com o tal artigo que o Carlos leu?
Estou à espera que resuma as ideias que considera boas ideias e que recomendou lermos.
ehehehe
ResponderEliminarPirou-se.
Não vai contar as boas ideias do Habermas que tanto achou pertinentes.
Está de viagem, o Carlos.
É por ser um democrata que não explica nem resume
":O)))))))))))
Carlos:
ResponderEliminaresteja à vontade e agradeço-lhe o envio. Pode comentar quando quiser.
Gostaria mesmo de saber a sua opinião uma vez que ligou o Habermas aos "mercados" e isso parece-me interessante.
E não sou filófio nem sou capaz de escrever aqui o que o Habermas anda a dizer a não ser ideias feitas que posso copiar da Wiki. Mas não é isso que pretendo fazer.
Carlos:
ResponderEliminaresteja à vontade e agradeço-lhe o envio. Pode comentar quando quiser.
Gostaria mesmo de saber a sua opinião uma vez que ligou o Habermas aos "mercados" e isso parece-me interessante.
E não sou filófio nem sou capaz de escrever aqui o que o Habermas anda a dizer a não ser ideias feitas que posso copiar da Wiki. Mas não é isso que pretendo fazer.
1- A questão do exagero de troças que pode provocar atritos sociais deve ser mantida de forma discreta.
ResponderEliminarNada tem a ver com liberdade de expressão.
Chama-se outra coisa- nos franceses é chauvinismo e grosseria natural.
Os ingleses tratam melhor o problema- cheese- sorriso e muito cinismo snob.
Zazie, penso que não é questão de chauvinismo nenhum. Não sei se leu alguma coisa sobre o assunto, mas dê uma vista de olhos e vá acompanhando.
Tem muito que ver com liberdade de expressão, mas mais com a igualdade perante a lei ou haver dois pesos e duas medidas.
O Dieudonné não pode gozar com os judeus que mandam em França, mas pode e pôde gozar com qualquer outra "comunidade". E não poder, neste caso, não é como nos EUA onde isso é tratado pelos media apenas. Em França o Estado envolve-se. E envolveu-se no sentido de mandar cancelar e interdir os espectáculos dele, antes de acontecerem. Ora se isto não é censura, não sei o que é.
Por outro lado, a Femen fazem as coisas mais ofensivas, mais aberrantes, mais vis que se possam imaginar contra símbolos e igrejas católicas e nada lhe acontece. São protegidas pelo Estado.
Ora se a questão são os atritos sociais, como é que um - que a atacar, ataca uma percentagem ínfima da população - é perseguido; e as outras, que atacam a larga maioria (e mais ainda, pois os ataques ofendem também larga parte dos muçulmanos) não só o fazem tranquilamente como ainda têm apoio do Estado?
Há, objectivamente, dois pesos e duas medidas. E as pessoas começam a aperceber-se disso.
Também não concordo que os nossos males sejam males todos idênticos e que se prendam com a existência de democracias.
Não existe em Inglaterra nada que se assemelhe a este pensamento único por cá e na Alemanha ou países nórdicos, democracia não é sinónimo de corrupção.
Não é? Ponho-lhe duda.
Eu penso que a diferença fundamental é que em Portugal houve o saneamento do PREC, que removeu muitos obstáculos à instalação da porcaria, e agora não há quem a trave, ao contrário desses países que refere. Mas os obstáculos vão desaparecendo porque os media encarregam-se de formar as novas cabecinhas a preceito.
Mas as pessoas queixam-se do mesmo que em Portugal, se reparar com atenção.
Também têm mais gente logo mais probabilidade de haver mais massa crítica na opinião pública contra certas prácticas.
Repare, eu referi o que considero ser o ponto fraco do sistema. Qualquer sistema que tenha esse ponto fraco é vulnerável e é questão de tempo até isso se notar. Como é que se resolve? Como é que se evita a corrupção num sistema em que quem manda teve que ter, necessariamente, enormes quantias de dinheiro à disposição? E necessitá-las-á daí a quatro anos?
Quem lhas fornece? Como pode ele recusá-las, e às condições com que vêm, sabendo que o seu concorrente o não fará? Quando tem toda uma corte de gente que depende dele para muita coisa?
Se fôr um escroque, aceita o dinheiro e as condições. Se fôr honesto, pode recusar o dinheiro e ver o escroque ganhar - e portanto sofre o país que ele pretende servir. Pode aceitar o dinheiro e recusar as condições, mas sabendo que não será eleito dali a quatro anos, o que significa que tem, sensivelmente, dois para fazer alguma coisa - sofre ainda o país. Pode aceitar o dinheiro e algumas condições, e está a meio caminho de se tornar um escroque.
Expliquem-me como é que isto não dá, inevitavelmente, em corrupção...
<Pois. Isso é verdade. Por cá foi agora a cena no Porto com os restos da Sinagoga.
ResponderEliminarNão sabia que os espectáculos tivessem sido cancelados. Nem sei de que género eram as brincadeiras.
Nestas coisas, defendo o cinismo político.
.................
O Mujah nem referiu diferentes tipos de democracia e acha que é a "democracia" em abstracto que gera os males e que estão todas corruptas.
Eu não penso assim porque não conheço sistema alternativo à dita democracia.
Por outro lado, dantes ainda pensava que com moralização da vida pública muitos dos males da corrupução mudariam.
No presente estou mais inclinada para o que dizem os neotontos- quanto menos possam meter-se dentro do Estado menos facilidade para o saque e a corrupção.
Aliás, esta crise por cá tem-me feito concordar com muita coisa que antes até criticava.
Por exemplo, o comodismo de uma falsa classe média que vive encostada ao Estado é algo naturalmente decadente.
O José acha que as pessoas votam mal por estarem mal-informadas e gostarem muito da cantiga de ser para bem dos pobrezinhos.
Eu, cada vez penso que isso é pretexto porque pensam é neles e nem se querem informar muito mais.
A "informação" é o curto prazo de interesses a que se habituaram
E digo isto até por uma média de casos que conheço e do que lhes oiço dizer.
ResponderEliminarEra preciso passar a toda essa gente um brutal atestado de estupidez para ser assim.
Não são mais estúpidos que eu e não se informam porque nem querem.
Têm é lá os seus pequeninos interesses a que se habituaram e votam por eles.
Claro que se a escala aumentar, continuando tudo com o encosto estatal, é óbvio que nada muda.
Ainda no outro dia fiz o balanço a uma família.
ResponderEliminarCom iate, mais do que uma casa de férias, reforma principesca e tudo de luxo nos mais pequenos detalhes.
Ora bem. Não são da política, não são investidores, não são capitalistas e nem são famosos.
Uma delas, ligeiramente mais velha que eu, tem o 9º ano.
O resto são "artistas" e são todos de esquerda.
Isto explica-se pela arte ou pelo encosto que ela permitiu?
Isto para dar exemplo de pessoas vulgares, sem serem corruptas, sem ser biblicamente estúpidas e sem roubarem ou viverem da política ou infiltradas nos partidos.
ResponderEliminarE como estes existem às centenas por Portugal inteiro.
Há terras que são assim.
O Cartaxo, por exemplo, tornou-se uma coutada de vulgares funcionários públicos com quintinhas.
Acha que estão interessados em saber algo mais do que aquilo que lhes permitiu esta vida durante 40 anos?
ResponderEliminarNão.
Só quando as gerações mais novas sentirem na pela as coisas podem mudar.
E os burocratas dos ministérios.. ehehe
ResponderEliminarA vida gira que tinham.
Fim-de-semana a Paris para comprar chá.
Discutiam detalhes de requinte de tretas de luxo que compravam, à MEC.
O próprio MEC...
Claro que faziam isto porque no estrangeiro se fazia assim, ou vinha nas revistas que se fazia assim.
ResponderEliminarAgora, isto tinha a ver com riqueza que geravam ou com riqueza de Portugal?
Não. Nunca teve, Teve com essa mentira desse monstro estatal que serviu para comprar voto.
Serviu e serve porque o mais alto não muda.
Enquanto puderem descarregar para baixo, hão-de descarregar e nem dá para estar à espera de muito mais.
Vá lá, que não roubem. Que não vigarizem muito.
Depois, seria preciso haver cabeças e projectos de reforma, mas isso só a escardalhada diz que tem.
O Mujah nem referiu diferentes tipos de democracia e acha que é a "democracia" em abstracto que gera os males e que estão todas corruptas.
ResponderEliminarOs tipos são todos aqueles que façam depender a eleição de uma pessoa de muito dinheiro.
Onde é que eles vão buscar o dinheiro? E depois atrás disso vem muita coisa. Estabelece-se ali uma relação pouco clara.
O princípio parece-me pervertido logo à partida.
Agora, o nosso problema concreto é mais grave; porque a bandidagem acedeu logo ao topo no 25 e de lá ninguém os tira.
E não me parece que vá ser democracia nenhuma a tirá-los de lá. Só se for no dia em que ninguém votar.
Se - e é um grande se - os media e os jornalistas fossem alguma coisa de jeito, talvez houvesse forma. Assim, não me parece, porque os jornalistas são os primeiros a abandalhar.
Qual é a alternativa? Se não for democracia é o quê?
ResponderEliminarOnde tem exemplos diferentes com melhores resultados, exclusivamente pelo facto de ha er escolha por voto?
Acha que o de grande nº da população também depender do governo não interfere?
ResponderEliminarAcha que se a produção fosse muito mais de iniciativa privada os males das trocas de favores eram os mesmos?
Não lhe posso apresentar alternativa porque
ResponderEliminara) não falo de nenhuma democracia em concreto
b) não sabemos o que é democracia em abstracto porque a não definimos ainda
Mas a minha questão não é propriamente o haver escolha por voto. É o fazer depender as escolhas disponíveis de se ter muito dinheiro para campanhas eleitorais, com a agravante de as campanhas se fazerem muito frequentemente o que, obviamente, faz aumentar a quantia necessária.
Mas se pretende alternativas à escolha por voto, pois há muitas. É olhar para a História e vê-las. O Rei absoluto é uma delas. E note-se que absoluto não é o mesmo que déspota. Um Rei pode concentrar certos e vastos poderes e, ainda assim, estar sujeito a leis e princípios, implícitos ou explícitos.
Mas admitindo a escolha por votos como uma necessidade, o que, pessoalmente, acho pouco lógico, temos também várias questões. Desde logo, saber quem vota.
Faz sentido toda a gente poder votar, sem contrapartidas? Penso que não. E até acho que é um dos principais defeitos. Porque se a opinião de cada um sobre o que é bom para o país vale o mesmo que qualquer outra, sem ter em conta o que cada um fez ou está em condições de fazer pelo país, então que incentivo têm os que fazem mais para continuarem fazendo ou para ponderarem o que se pede que julguem na melhor das suas capacidades?
É a mesma história da colectivização do trabalho ou da propriedade. Se o trabalho vale o mesmo, faça-se o que se fizer, que incentivo há para fazer mais e melhor? Se a opinião vale o mesmo, que incentivo há para que se opine melhor?
É uma questão importante que ninguém discute. Salvo alguns neotontos que propõem o absurdo de limitar o voto a quem não depende do Orçamento do Estado, como se houvesse, de facto, alguém nessas condições...
Mas há, objectivamente, pessoas que contribuem para o desenvolvimento do país. Desde logo as que pagam impostos. Mas também as que voluntariam o seu tempo em actividades úteis: seja levar um pouco de algo a quem o não tem, como seja comida ou companhia, de gente sem abrigo a velhos abandonados. Ou gente que limpa e cuida a natureza. Gente que promove as actividades culturais das suas terras. Enfim, muitos mais exemplos haverá.
Não é justo, então, que a opinião deles valha mais do que a de quem pouco ou nada faz pelo país ou eles próprios? Não é essa, porém, a realidade.
Outra questão é em que moldes se faz a escolha e os prazos que a ela se impõem. Faz sentido pôr em causa o Governo de quatro em quatro anos? Forçando-o a dispender tempo e energia em propaganda eleitoral, em vez de na prosseguição do trabalho governativo, o que, a juntar ao tempo - sempre necessário - para que os governantes se inteirem do foi feito, se está a fazer e é necessário fazer-se, reduz, efectivamente, o tempo útil de governação para metade? Faz sentido governar a dois anos de cada vez? Penso que não.
ResponderEliminarPara mim, tem mais lógica o modelo do Estado Novo. Escolhe-se um Presidente da República, de sete em sete anos (ou período igualmente razoável), que é o garante da Constituição e dos princípios nela inscriptos. E cabe-lhe a ele indicar quem forma governo e a aprovação dos membros deste.
Neste modelo, já me parece apropriado o voto universal e sem condições: não se trata de escolher o governo, mas de escolher quem melhor represente o país e a sua vontade.
Naturalmente, nada impede a que haja também eleições para os representantes de cada sítio, incumbidos de zelar especificamente pelos interesses dos que representam, e uma assembleia que os congregue. Aqui, de novo, penso que já não tem lógica o voto universal.
Há muito para discutir. Mas a partir do momento em que se estabelece "a democracia" como o único sistema aceitável sem, no fundo, a poder pôr em causa, então não há esperança de obter uma solução melhor, democrática ou não. De facto, o que se faz é mais do que isso: a "democracia", que ninguém sabe o que é, é vista não como meio para atingir um fim - a justa e próspera governação - mas como o fim em si. Ora quando se caminha sem se saber para onde se vai, todo o caminho serve...
E é precisamente o que temos.
E para ser claro, não se trata de impedir ninguém de votar. Pelo contrário, trata-se de exigir a quem quer dar a sua opinião que demonstre o seu valor e forneça razões objectivas para que se deva considerá-la.
ResponderEliminarQuem não quiser, é livre de levar a sua vidinha como bem entender. Tanto o vagabundo miserável como o milionário inútil estão no pleno direito de não fazerem nenhum. O que não podem, porém, é pretender ao mesmo tempo decidir como é gasto o suor de quem contribui. Ter sol na eira e chuva no nabal.
O voto, nestas condições, estaria acessível a todos sem condições prévias que não a vontade de contribuir, conforme se possa, para o bem geral do país, demonstrando assim que as suas opiniões podem e devem ser tomadas em conta.
Estou sem tempo mas diga lá:
ResponderEliminarO Rei absoluto é alguma coisa que exista no mundo actual civilizado?
É que não tenho grande pachorra para utopias.
Estou a falar do presente e dos exemplos que temos com quem nos podemos comparar.
Todas as democracias europeias.
Existem variantes de representação e voto nas diversas democracias europeias.
ResponderEliminarAssim como existe uma história diferente em todas elas e modelos económicos diferentes.
Isto pode-se comparar sem ser preciso encontrar uma definição para uma palavra.
Quanto a quem teria direito de voto a resposta é básica-
ResponderEliminarQue comissão decidia?
Zazie, pediu-me alternativas e eu dei-lhas. Houve um tempo no mundo em que não havia democracias em lado nenhum. Não deixa de as haver hoje em todo o lado, porém.
ResponderEliminarTambém não disse que era uma boa alternativa ou deixava de ser. É apenas uma.
Quanto a comissões, não sei. Porque é que tem que haver uma comissão?
Podem perfeitamente estar inscritos na lei os critérios. Ou não?
Não é necessário ter trabalhado algum tempo para se receber o subsídio de desemprego?
Não há comissão nenhuma, creio.
Se conseguem apurar quem trabalhou, também não há-de ser difícil apurar quem contribui alguma coisa, penso eu.
Não queria muito entrar por especulações técnicas, mas não parece nada do outro mundo.
Em todo o caso, pretendia apenas ilustrar certas coisas que não se discutem, não se falam, porque se dá o que temos como a única coisa possível.
ResponderEliminarEncasquetou-se a ideia de que não há alternativas. Pois pudera! Não se permite mudar nada que não faça ficar tudo na mesma, como as hão-de haver assim?!
Ora eu não vou nessa conversa, porque isso é pensamento único.
O mundo fez-se sem democracias durante milénios. E grandes e elevadas coisas se fizeram nele. E ainda cá está. E nunca esteve tão próximo da obliteração do que na presente era das democracias, diga-se de passagem.
Por isso, não creio nem que as democracias sejam a única coisa, nem a melhor, nem que não se haja de poder melhorá-las. Mas para isso é forçoso pô-las em causa, analisar-lhes os defeitos e as qualidades. Mas se se decide que não há alternativa possível a priori, de que vale analisar? Escusamos, então, de perder tempo.
Mujah,
ResponderEliminarAs conversas acerca das coisas devem ter regras como pressuposto.
Neste caso a questão era esta:
O problema de Portugal, na dependência do voto, da economia e da política, da corrupção, tem a ver com o facto do regime ser de voto eleitoral ou prende-se mais com a realidade de existir uma percentagem superior a 60% da população que depende do Estado?
Ora eu, basicamente disse que me parecia que os interesses pessoais mais comezinhos tendem a sobrepor-se a qualquer noção de ética ou de patriotismo.
São hábitos que, neste caso, podem corresponde à vida de muita gente.
Perto de 40 anos é muito tempo.
A dependência existe. A economia é caca e dependência dos empréstimos tem sido o lema.
A partir daqui pode-se dizer tudo, pode-se apresentar todas as alternativas mas é bom que elas sejam enquadradas no tempo.
Ou seja- existem remendos que se podem fazer no presente ou médio prazo e existem outras coisas que são mera futurologia.
Eu não tendo a confundir isto.
Estou a falar do possível- agora- não de futurologia, nem de interpretações de conceitos nem de nada muito complicado.
A democracia pode ser desmontada de mil e uma maneiras. Tal como o capitalismo também o é.
ResponderEliminarA questão é que não sew conhece nada melhor que ambos.
Mas ambos têm vários modos de ser.
.............
O que eu não consigo é aquele tipo de conersa à ancap onde depois se faz utopia por democracia directa, por regionalismos, por secessões ou por voto por condomínio.
Para mim isso é ficção científica porque nem teoria política chega a ser.
Quanto ao passado- passou.
o que se pode pragmaticamente aproveitar do passado, tem sempre de integrar em algo viável no presente.
Se foi pura besteira querer uma Cuba na Europa em 74; é besteira idêntica e megalomania da mesma ordem acharmos que vai ser agora Portugal a descobrir a chave do problema que mais ninguém sabe.
Até poder ser que sim- que venha governo mundial, ou sei lá se nacionalismos por bairro.
Mas com isso não se responde ao aqui e agora que é problema exclusivamente nosso.
Portanto, antes de se inventar convém diagnosticar a originalidade da doença.
É isso que o José faz.
Pois não digo menos disso.
ResponderEliminarPenso que já esclareci quanto a "futurologia". Era um exemplo que dei para demonstrar que a democracia, sob qualquer forma, não é a única coisa debaixo do sol. Isto para demonstrar, por sua vez, que é possível pensar sem estar amarrado a esse conceito. Apenas isso.
V. diz que não há melhor que democracia. Bom, e eu pergunto-lhe: que critérios usa V. para chegar a tal conclusão? Em que é que as democracias, no concreto e no real - não apenas no abstracto - são melhores que o resto dos sistemas?
E concretizo ainda mais: em que é que a democracia que temos é melhor - objectivamente - que a chamada "ditadura" que tínhamos?
E termino fazendo uma reviravolta:
O problema de Portugal, na dependência do voto, da economia e da política, da corrupção, tem a ver com o facto do regime ser de voto eleitoral ou prende-se mais com a realidade de existir uma percentagem superior a 60% da população que depende do Estado?
Parece-me evidente a resposta: tem mais que ver com a segunda que com a primeira. Muito embora se possa dizer que andam as duas ligadas. Mas repare! Se o nosso problema não é o voto eleitoral, também não é a solução para os problemas de agora, como o não foi para os do passado.
E o meu problema é essencialmente esse: as democracias não resolvem absolutamente nada que outros sistemas não resolvam. Mas crê-se, hoje em dia, que são a solução mágica para tudo e que o que importa é "viver em democracia". Mesmo que a democracia seja corrupta, mesmo que a democracia censure e persiga, mesmo que a democracia arruíne, o que importa é a democracia.
Porquê? Porque é que a bandidagem, da mais corriqueira aqui do burgo à de mais alto coturno internacional, gosta tanto da democracia? Até a exportam à bomba, se preciso for... É por humanismo? Duvido. Porque será então?
É uma questão para a qual seria interessante arranjar resposta.
Tente lá V. responder, se conseguir.
Eu digo assim: dantes os sistemas políticos tinham e perseguiam ideais. Agora, o ideal é o sistema político.
Com a última frase concordo.
ResponderEliminarTantas escrevi que com alguma haveria de concordar! :)
ResponderEliminarMas diga-me lá, não considera isso uma coisa perversa? Que é que de bom pode vir de idealizar - diria mesmo divinizar - um sistema político?
É assaz irónico que seja o sistema que prometia e promete liberdade contra o despotismo e a a laicidade, a elevar-se ao estatuto de déspota e divindade do pensamento político...
eheheheheh
ResponderEliminarEssa agora teve piada.
Concordo que faltam ideias.
Democracia tornou-se numa espécie de concurso televisivo onde o que importa é ter maior claque que o adversário.
Eu não se se diviniza alguma coisa. Na prática é uma continuação do capitalismo de mercado.
Mas mesmo nesse formato as coisas podem ser diferentes.
E, para isso, é um facto que são precisas mudanças; que essas mudanças podem e até devem ter em conta resultados do passado mas não sou de fezadas de grandes experimentalismos autóctones num tempo em que tudo está cada vez mais ligado.
Olhe- por exemplo, já era bom conseguir-se mudar a Constituição.
É uma coisa simples, viável, nada tem de utópico e nem precisa de inventar restrições a voto em função do interesse da Pátria.
Mas nem isto se faz.
Nem no mais simples se toca. Para quê, então, estarmos com poesias e patetices à Arroja.
Literariamente, sim. Precisávamos de bons coveiros. De um Dragão bem sonoro.
Mas há um detalhe que eu julgo que v. não entende pelo facto de não ter vivido.
ResponderEliminarO José mostra aqui, com fontes, que o Estado Novo e, em particular o tempo de Marcello não foram as trevas que se conta.
Mostra como economicamente éramos um país que estava no bom caminho e que foi interrompido por esse PREC que ainda está no som de fundo da sociedade.
Mas nem o José nem eu dizemos que era notório desejo de toda a gente que o sistema não se aproximasse dos outros da Europa.
Caiu por isso. Por faltar liberdade. Por estar, de certa maneira retrógrado, em relação ao resto.
Ora, por muitos enganos que as civilizações possam ter, em tempo mais curto as sociedades tendem sempre a progredir e desejar mais daquilo que sabem que podem ter e fazer.
O regime de Marcello Caetano estava num beco por causa da guerra no Ultramar e a polícia política mais a censura que muitas vezes era estúpida mas não tanto que se deixasse enganar sempre.
ResponderEliminarEsses três factores determinaram a queda do regime.
O comunismo e esquerdismo em geral aproveitou a abertura para se proclamarem os arautos do progresso.
Uma maioria considerável de pessoas foi no engodo. Até hoje.
Os antigos que ainda acreditaram no Marcello nem têm coragem de dizer que apoiaram e em louvar a figura daquele que merecia ser estudado.
ResponderEliminarÉ verdade. Aproveitaram e fizeram-se passar pela tal liberdade e proximidade ao resto.
ResponderEliminarMas é difícil explicar isto sem parecer que a diferença estava na forma de regime e que esta só podia mudar por "revolução".
Mudaria naturalmente como mudou em Espanha.
O que eu queria dizer ao Mujah é que até Espanha mudou.
Mas a gigantesca mentira é mesmo essa.
ResponderEliminarA escardalhada, os comunas, ainda hoje vivem à conta da fama e dos créditos.
E nem sei como se deita abaixo essa mentira.
Não sei. Não vejo nada próximo para exemplo.
Foi algo errado. Fora do tempo, fora do local. Ganhou uma aura romântica aparvalhada. Até o "sei que estás em festa pá, fico contente" a propagou.
Quem são esses antigos, José.
ResponderEliminarpor onde param?
Tirando o Nogueira Pinto, quem ainda existe?
Até o Martinez se remeteu ao silêncio.
O outro Marcelo palra na tv e fez upgrade em 3 tempos.
O que se nota, ao ler estes recortes que o José vai deixando, é toda essa preocupação em deixarem para trás o que foi vencido.
ResponderEliminarAquelas conversas de sexo dos anjos, até do Barreto são uma coisa caricata.
Há um antes e um depois na noite de 24 para 25 de Abril de 1974 que é impressionante e julgo ser um fenómeno que não se verificou em mais lado nenhum no mundo ocidental.
ResponderEliminarSó se dá conta disso quem viveu o tempo.
E é esse fenómeno que tento apanhar por aqui nos recortes e memória do tempo, porque isto não é nenhuma fantasia ou saudosismo ou coisa parecida.
ResponderEliminarÉ uma forma de mostrar como era a vida num tempo que a maioria quer esquecer e até alterar historicamente.
É isso que me seduz ao me dar conta do que fizeram.
E, pela minha parte, só tenho a agradecer-lhe porque vivi sem pensar muito e depois até fui esquecendo muito.
ResponderEliminarEstes recortes são um noticiário do muito que perdi.
Interessou-me sempre esse som de fundo, a linguagem, pensei sempre nisso mas nunca tinha feito a reflexão que agora vou fazendo por aqui.
Quando ouço falar pessoas que foram de oposição ao regime, comunistas ou não, o discurso é sempre o mesmo de quererem que o regime fosse de atraso, analfabetismo, pobreza e cinzento.
ResponderEliminarE não era assim, exactamente, embora tivesse muitos aspectos em que se notava um atraso em relação à Europa.
Na moda por exemplo. Só cá chegava passados alguns meses, por vezes mais de seis meses.
Ou na dificuldade em obter certos objectos de cultura popular. Ou em experimentar coisas que lá fora já existiam.
A linguagem sim.
ResponderEliminarNa altura apanhava esse fenómeno de uma espécie de transfer para uma terceira pessoa teórica pela qual todos falavam.
Era o tal fenómeno Bouvard et Pécouchet.
Mas faltavam-me dados e factos porque até me deixei de interessar, durante muitos anos, pela realidade.
Quando descobri o Observador ( tenho a colecção completa) e alguns números , os primeiros, de 1971, comprei-os na altura, verifiquei que era aquela linguagem que conhecia e que depois mudou.
ResponderEliminarÉ a linguagem do regime de Caetano, sem tirar nem pôr.
E isso é fantástico porque é uma espécie de descoberta arqueológica de algo que julgava perdido.
Mas o Diário Popular ou o Século ou mesmo o Diário de Lisboa já esquerdista ressuma esse tempo.
ResponderEliminarSim, é verdade. Mas disso passou-se para a diabolização de tudo, porque tudo passou a ter o mesmo papel de espantalho que ainda tem a Idade Média.
ResponderEliminarSão as trevas. Sem as trevas quem nada tem para unir não funda nada.
Cantam de galo em cima dessas trevas.
Tem a colecção completa?
ResponderEliminareehhehehe
O José é único.
O episódio de Wiriamu, da ida de Caetano a Londres e o modo como se relatam esses factos é exactamente o que se passava na realidade que não era a oposição comunista ou mesmo socialista.
ResponderEliminarAs pessoas sabiam fazer essa destrinça e a manifestação que houve na Praça do Comércio ao Caetano foi impressionante e não se pode dizer que encenada pelo regime.
Pois é verdade e eu entendi o motivo pelo qual citou aquele texto simples do Saraiva.
ResponderEliminarPorque já ninguém fala assim. Já ninguém expõe as coisas de forma clara e simples.
Nas férias deu-me para reler o Significado da Arte do herbert Read.
Tive a mesma sensação. Já ninguém conta assim nada e se contasse passava por tolinho.
E, no entanto, de forma simples dizia-se mais do que com o tal intermediário Bouvard et Pécouchet.
Tenho a colecção completa que são um pouco mais de cem números porque a revista durou dois anos de 1971 a 1973. Anos fulcrais para se entender o regime de Caetano.
ResponderEliminarPara trás tenho a Vida Mundial. Um dia destes vou publicar uma reportagem sobre o famigerado "condicionalismo industrial" relacionado com a Siderurgia.
O modo como se explica o tal condicionalismo industrial é simples e toda a gente percebe.
ResponderEliminarO Saraiva é simplista por vezes, mas escreve com esse espírito. Falta-lhe a categoria intelectual para mais, no entanto.
O resto é como os sociólogos e educólogos que são incríveis na linguagem que usam. Conseguem escrever um artigo sem dizer nada absolutamente essencial para mostrarem um ponto de vista. Encharcam o discurso com conceitos redondos e formatados nos significados que se encerram nas próprias expressões.
ResponderEliminarMas nem o José nem eu dizemos que era notório desejo de toda a gente que o sistema não se aproximasse dos outros da Europa.
ResponderEliminarCaiu por isso. Por faltar liberdade. Por estar, de certa maneira retrógrado, em relação ao resto.
Não tenho dúvidas que era isso que se queria, a aproximação à Europa. Mas, no sentido lato, veja lá no que deu a aproximação à Europa que depois se fez... E até a moda retrógrada da altura é chique agora... eheheh!
Ora quem governava era prudente. E tinha toda a razão em sê-lo. Por muito que eu compreenda o sentimento das pessoas e mesmo ache que pensaria como elas, é preciso analisar friamente as coisas, senão não se aprende nada de útil para o futuro.
É verdade. Na maior parte das coisas está tudo pior.
ResponderEliminare vivemos um períodode ouro que só pode tar paralelo com épocas muito mais recuadas da monarquia.
Nunca mais tivemos políticos desse calibre.
E ai, sim, pode colocar-se a questão que as democracias, acabam, naturalmente com políticos e políticas com o nível da do Estado Novo.
Ficou tudo mais merdoso e não temos elites.
Nesse aspecto até andámos para trás, por comparação à Europa.
Olhe, o que eu nunca entendi foi o pretexto para festa.
ResponderEliminarMas a populaça é assim. Se a empurram para um lado, vão todos em matilha.
Pretexto para festa?
ResponderEliminarNão teria sido antes a festa o próprio pretexto?
Não houve festa alguma.
ResponderEliminarEu não dei por ela.
Dei por histerismo e matilhas a fazerem perseguições.