O artigo de Vasco Pulido Valente, hoje no Público suscita alguma perplexidade que me leva a comentar.
O assunto do "empobrecimento" dá pano para muitas mangas opinativas e quando leio que em Portugal, nos anos cinquenta e sessenta a miséria e a pobreza contaminavam tudo " o que se vestia, o que se comia, o que se fazia e o que se pensava" e que a "tirania estava na necessidade de se poupar, na privação perpétua da frivolidade e do prazer, no mundo imóvel e sem saída e que pouco a pouco se tornava numa prisão a céu aberto", fico mesmo a pensar em que mundo viveu VPV.
Para quem viveu os sessenta do século que passou, este panorama miserabilista parece um resumo de um livro de Alves Redol dos anos 40, mesmo sem ter vivido esse tempo. Mas... nos sessenta era tudo miserável assim?
Eu tenho recordações desse tempo e a tal miséria e pobreza, que existia, não era drama neo-realista. A ideia de poupança e contenção na "frivolidade" não era sinónimo de tristeza e não havia tirania alguma nessa circunstância.
Por outro lado, o mentor do Estado Novo, Salazar, vinha de uma aldeia beirã, de uma das tais famílias que VPV refere como vivendo no "horror". Os pais eram caseiros de terratenentes. Mas Salazar singrou, mesmo assim, o que desmente o prognóstico póstumo de uma suposta miséria que cairia sobre o actual primeiro-ministro caso nascesse nesse "horror".
O que é verdadeiramente a miséria? A família de Salazar era miserável segundo aquele standard do "horror"? Talvez. Mas não era. De facto, não era e VPV não está certo no que escreve.
Esta notícia do Correio da Manhã de há uns dias pode servir de exemplo sobre o que é a miséria. Mas não é a que aparentemente se mostra. É outra...a moral, muito mais deletéria que a corrente.
Porém, o melhor comentário a esta crónica é a citação que aparece em epígrafe, no jornal, atribuída a George Bernard Shaw: "alguns homens vêem as coisas como são e dizem "Por quê?" Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo "Por que não?"
É mesmo isto.
Já estava mais ou menos à espera que ele voltasse a este jacobinismo.
ResponderEliminarEssa do Bernard Shaw nem de propósito.
ResponderEliminarA miséria vinha de trás. Já no século XVIII o atraso era grande. O território, montanhoso e agreste em boa parte do Norte e Centro, e a excessiva dispersão da população por sítios, montes, aldeolas, não facilitava o desenvolvimento e a melhoria das condições de vida. VPV, sendo historiador, deveria saber isto.
ResponderEliminarescrevi noutro local mas não publicaram
ResponderEliminarconheci Portugal a partir dos anos 30 e a Europa ocidental a partir dos 50
no final dos anos 50 comi carne de burro em Roma
feijão bichado em Viena
na Bélgica era um pouco melhor
na Espanha nem se fala
o pai da minha amiga Vienense
comi batatas com casca na URSS
por cá comiamos bem melhor.
a Caritas trouxe alguns milhares de crianças Austriacas
no final da IIGM
eu e VPV na vivemos na mesma galáxia
ele é um menino rico da cidade que não distingue um repolho dum chaparro
Para quem viveu esses anos, VPV não passa de um mercenário ao serviço da desonestidade intelectual, para ser simpático.
ResponderEliminarO regime anterior evoluiu e o que VPV refere é um retrato de uma certa época.
ResponderEliminarÉ como se VPV escolhesse alguns fotogramas de um filme e fizesse a crítica baseando-se apenas nessa pequena sequência.
Por outro lado empobrecer não significa no momento actual regredir às características de vida do tempo do regime anterior.
No entanto empobrecer é necessário.
É abandonar certos hábitos de consumo e fazer vida 'espartana'.
O que, bem vistas as coisas, é o melhor.
É despoluir, é emagrecer, é reduzir ao essencial.
É pensar.
Antes de ter filhos, carros ou casas.
Nunca dar o passo maior que a perna.
Deste modo, o processo depressivo é necessário e fundamental. Não é uma tragédia como quer fazer crer VPV.
"Navegar é preciso, viver não é preciso."
Um regime que não consegue fazer obras e requalificar a casa onde Salazar nasceu não é um regime.
ResponderEliminarÉ um bando de malfeitores.
Claro que é. Um regime que não quer ter memória correcta e aceita a versão da História do PCP não merece melhor que o PCP.
ResponderEliminarO Saramago ao pé do Salazar nem chega a anão, mas fica apenas em projecto de mostrengo.
ResponderEliminarE tem a Casa dos Bicos, um dos maiores símbolos das Descobertas.
ResponderEliminarIsto nem é um escândalo: é apenas um crime sem catálogo porque o riscaram de lá.
nunca conheci tanta miséria como depois de 1994, ano em que enviuvei:
ResponderEliminarmoral
intelectual
física: ébrios, drogados, vaginas pouco recomendáveis, gordos , cancros, diabetes, sindrome de Lois Ahlzeimer eo outras degenerescências neuronais
politica
MONSTRO devorador dos contribuintes ou 'júlios'
Além da Casa dos Bicos atribuída, a antiga casa onde nasceu Saramago na Azinhaga do Ribatejo está totalmente recuperada.
ResponderEliminarIsso é que é um dos melhores retratos do regime que temos. Da pusilanimidade de uns tanto e do atrevimento da maioria.
ResponderEliminarmanipulada pela minoria ruidosa dos media.
ResponderEliminarA questão, para mim, é esta:
ResponderEliminarNós percebemos porque é que o PCP faz o que faz e diz o que diz. É claro e evidente.
Porém, importa muito mais perceber porque é que este indivíduo, e outros equivalentes, dizem o que dizem e escrevem o que escrevem.
Que é desonestidade (nem é intelectual nem deixa de ser - é desonestidade e chega; mentira, mais prosaicamente) , isso é ponto assente.
Mas o que leva estes indivíduos a isso?
Poderiam apenas esquecer, ignorar, não mencionar as realidades que lhes causam engulhos...
Arrisco dois motivos complementares:
- a estratégia marxista de usar toda a ciência e campo do conhecimento como uma arma: nada é neutro e tudo é "politizável" e susceptível de ser manipulado para combate político.
- apontar defeitos aos outros para encobrir os próprios. Tipicamente são os próprios defeitos que são projectados sobre os outros.
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Pessoalmente, estimo bem que este merdas deste burguês de meia-tigela vá para a pq o p.
Diz que a tirania estava no poupar... Pois para cabrões como ele e outros não terem que poupar, vai a minha geração e as que a ela se seguirem, andar a mendigar, já que nem poupar podem. Os que se não quiserem sujeitar a isso, ou se põem a andar, ou ingressam num partido.
Um bom par de bofetadas nas ventas - ou uma vimezinha no traseiro - era o que esta gente precisava e que, cada vez mais me parece, nunca teve...
Ainda ia bem a tempo de sentir uma vime no traseiro ia...
ResponderEliminarOu muito me engano, ou esta gente não cresceu. Continuam a ser os fedelhos cretinos, idiotas e mimados que tudo indica que eram quando o azar lhes entregou os destinos deste país...
Afinal até o meu admirado VPV é aldrabão...
ResponderEliminarNão há estratégia marxista alguma.
ResponderEliminarO VPV é um estrangeirado.
Uma vez ele escreveu um artigo que também se lhe aplica.
ResponderEliminarChamava-se "limite de velocidade". Tinha uma certa piada porque começava por falar dos carros de grande calibragem que existem na Madeira, onde é risco de morte rodarem à velocidade para que os compram.
Depois passava para os intelctuais, tipo Filomena Mónica qeu podiam ter ficado lá fora mas ficaram por cá e se imaginavam escritoras inglesas ao olharem para as hortências do quintal.
É um pouco mais ou menos esta fantasia que ele também tem- um liberal de Oxford a ver a paisagem pela janela do quintal, com a agravante da formação jacobina que teve em família.
Só faltava o VPV queixar-se de que no tempo do Estado Novo a internet era lenta e os telemóveis tinha pouca rede...
ResponderEliminarEnfim, quando um historiador chega a isto está tudo dito.
Porque é que VPV não pergunta algo como:
Qual era a distância do PIB per capita entre Portugal e o conjunto da Europa dos 6 em 1973 e qual é a distância em 2014 face a esses mesmos 6 países, depois de 3 décadas de milhões de fundos comunitários?
Miguel D
ResponderEliminarPara esfregar no focinho ao VPV:
Evolução do PIB:
http://3.bp.blogspot.com/-rgBuFxOxM9E/UT5Mwm5-zzI/AAAAAAAADNQ/7eAH2WuFKXA/s1600/Cresc_PIBpc_Portugal.jpg
Ou seja se o regime não tivesse sido minado e destruido hoje estávamos melhor que a Suiça.
Embrulha PVP.
ResponderEliminarMais para esfregar na tromba ao PVP:
http://aventadores.files.wordpress.com/2011/04/image9.png
http://campelodemagalhaes.files.wordpress.com/2011/12/desemprego_taxadedesempregoemportugal252c1932-20102528mateus1998252cbphistorstats252cocde25291.png
Ora ai está uma questão deveras pertinente caro Miguel... Alguém se atreve a responder?
ResponderEliminarMesmo partindo do princípio de que se trata de épocas diferentes e ter em conta que na altura a restante Europa tinha levado com uma guerra (no nosso caso, tivemos alguém com uma notável capacidade diplomática que nos permitiu dizer "Nim" quer aos aliados quer aos inimigos declarados), mas que em contrapartida recebeu bastante ajuda (nomeadamente através do plano Marshall) e que a mesma possibilitou um verdadeiro boom económico e que com a ameaça comunista permitiu uma certa estabilidade social e até serviu de exemplo de democracia para o restante mundo... Certo, certo é que se tivéssemos na altura alguma inteligência neste cantinho hoje podíamos estar muito melhor... mas não, acharam por bem que a melhor opção seria arrasar tudo e começar de novo… Pois, caso contrário lá se iam os “tachos”… Agora só nos resta o mar (ZEE)… e a ver até quando…
Pedro Lopes,
ResponderEliminarChamo a atencao para um pormenor no seu primeiro gráfico : o pormenor 'e que em 1973 'Europa' diz respeito aos 6 ou 7 Estados da então CEE, enquanto que em 2014 a media diz respeito aos 27 ou 28 Estados, se já incluir a Croácia. deste modo, nao reflecte que em 40 anos nao houve convergência com os 6 de 1973.
PS : desculpas pelos acentos
Miguel D
Perdi mesmo agora um comentário, vamos lá ver se este vai. Mas já não irá igual e é pena.
ResponderEliminarComo sempre, para não destoar:) o penúltimo comentário de Mujahedin, com o qual concordo inteiramente, diz o que de facto se passa na a cabeça da pseudo-direita vendida à esquerda e o que realmente interessa salientar sobre o oportunismo e a falta de carácter da mesma.
V.P.V. é parvo. Nasceu rico, teve uma educação à altura e nunca teve privações de espécie alguma em toda a sua vida.
Viveu e foi educado num regime em que tudo isso lhe foi proporcionado e sem entraves políticos ou outros. Escolheu viver em Portugal. Se este país lhe fosse tão adverso nessa altura como ele hoje prodigaliza, teria certamente escolhido outro, como por exemplo Inglaterra onde viveu e se douturou.
Como sugere e bem Mujahedin, este intelectual e outros do mesmo jaez, têm em comum a mania que são de esquerda mas só porque lhes convém. Aos intelectuais que sejam de direita (os que mais tarde mudam de casaca, são de desconfiar) a esquerda com a sua retórica velha e cediça continua a não lhes dar descanso..., isto até eles mudarem de campo.
Estes escritores e historiadores da nossa praça que fazem o jeito à esquerda porque lhes dá muito "jeito", além dos bastos ingressos proporciona muitas oportunidades de trabalho sem esquecer as nada despiciendas prebendas e mordomias, são uns oportunistas de primeira apanha e, claro como água, apátridas. Porquê? Porque nascidos e criados em Portugal o facto de apoiarem um sistema contra-natura cuja génese é a antítese daquela pela qual política, social e cìvicamente sempre se regeu o povo português, para eles esse contra-senso não tem qualquer importância nem entraves de maior e para o qual estão-se completamente borrifando, portanto tanto se lhes dá como se lhes deu.
Este menino-bem, mimado toda a sua vida, nascido em berço d'oiro, de repente foi atacado por um vírus mortal e sofre desde então da síndrome da esquerdice adquirida e quem a adquire muito difìcilmente - ou jamais - se livrará dela. E é isto que temos.
Este menino rico faz lembrar o outro menino, M.Soares, que também nasceu rico e nada lhe faltou e que sempre viveu à grande e à francesa, literalmente... e não obstante sempre pugnou pela ideologia marxista tendo a ela aderido sem hesitação na juventude... Este 'democrata' avant-la-lettre foi de tal modo esquerdista-oportunista que o mesmo esquerdismo o tornou bilionário à custa da roubalheira desenfreada feita durante décadas ao País (facto este que acontece com todos os governantes democratas em todas as democracias). País que ele, como seu obreiro-mor e traidor à Pátria, ajudou a afundar-se na mais iníqua ignomínia.
Vá lá e honra lhe seja feita, dos gravíssimos crimes cometidos contra os portugueses e contra Portugal por este último democrata-farsante, V.P.V., felizmente para ele, está inocente.
Só mais um pormenor. A mulher de V.P.V., Constança C. e Sá, que sempre apreciei ouvir e ler, está insuportável nas opiniões políticas que tece semanalmente na TVI-24. A gaguez nervosa e a pressa com que fala são inadmissíveis em televisão. Além disto, os ataques inopinados ao governo e a defesa desbragada da oposição, especialmente a Sócrates e a Seguro, são de tal modo desfazados de sentido e inauditos que metem dó. Quando esta senhora aparece a falar, mudo logo de canal.
"... doutorou", claro.
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