Marcello Caetano, durante o exílio no Brasil foi escrevendo cartas a amigos e conversou com outros, como Veríssimo Serrão que reuniu em livro, publicado em 1984, já depois da morte daquele, ocorrida em 26 de Outubro de 1980, os "desabafos" que o mesmo foi tendo a propósito de vários assuntos.
Este que segue diz respeito à "pesada herança do fascismo", ideia estúpida propalada pelos heróis do novo regime e que Marcello Caetano comentava assim, em Agosto de 1979, depois do "e tudo era possível":
E uma apreciação pessoal sobre Mário Soares e Álvaro Cunhal que conheceu como alunos...
A tirada de Marcelo Caetano sobre Soares e Cunhal está o máximo, e penso que o diagnóstico lhes assenta bem, especialmente ao primeiro.
ResponderEliminarE queria o Floribundus que o pessoal soubesse plantar uma couve...
ResponderEliminarEntão mas estes sabiam? Ahaha Nem um pé de feijão em algodão em copo de iogurte fariam nascer. E se nascesse, era já murcho.
Por outro lado, o Caetano era gente de outra fibra... Sempre gostava de saber se o outro da inteligência superior se manteve respeitoso até ao fim...
E a mamã a escrever cartinhas ao sr. professor para o menino poder fazer o examinho...
E depois diziam que eram torturados... que gente sem vergonha...
A falta que uma enxadinha na mão, na altura certa da vida pode fazer a uma pessoa...
Era bom que essa carta aparecesse, se ainda existe, e fosse divulgada pubicamente.
ResponderEliminarpelo que ouvi em diversos locais e li
ResponderEliminarMarcelo foi abandonado pelos generais
pensou que o homem do caco no olho era a pessoa indicada para a democratização do país
por isso não terá mandado atacar os rebeldes
conclusão:
desprezou o pcp, a única força organizada
e permitiu a destruição do que existia
agora existe finalmente uma pesada herança
a dívida de 3 bancarrotas
o rectângulo passou de rural a suburbano
de pobre, mas sem fome,
a miserável e faminto
no prec aconteceu ao rectângulo
ResponderEliminaro título dum soneto de Carlos Drummond de Andrade
« a castidade com que abriu as coxas »
se me é permitido, sem urinarmos todos pela mesma pilinha (ou politicamente correcto)
muita gente devia ler gratuitamente na Net
'el arte de pensar de Ernest Dimnet'
do blog 'cidadãos por Abrantes'
ResponderEliminar« Acontece que o oficial que tomava muitas vezes a bica no Gil, inevitavelmente quando estava em Ponta Delgada, local a que o ligavam grandes interesses econónicos, devido à fortuna da primeira mulher que era açoriana, era Ernesto Melo Antunes, filho dum capitão tarimbeiro que fazia a escrita da Legião Portuguesa. »
Outro lateiro, mais sofisticado um pouco. Lia a vulgata marxista.
ResponderEliminarno blog 'Estado sentido' podem ler o que Arnaldo de Matos disse
ResponderEliminarno congresso dos reformados do D. Maria
declarou que Melo Antunes, o escriba dos escritos do mfa e grupo dos 9 (noves fora, nada), salvou o pcp no 25.xi
Não consigo lembrar-me de um único nome pós 25 de Abril com a categoria e dignidade de Marcello Caetano… nem um. Abastada e podre burguesia é um bom resumo do país como um todo, não só desses aproveitadores. -- JRF
ResponderEliminaro revolucionário socialista melo antunes
ResponderEliminarpossuia apartamento em Paris
na Rue Saint Dominique
do Cisterciense São Domingos de Clairvaux (Clara vallis)
Então vá, como estamos em maré de entrevistas e revelações, ficam aqui as minhas:
ResponderEliminarhttp://ultramar.github.io/depoimentos-jose-passo.html#titulo
http://ultramar.github.io/depoimentos-abilio-pires.html#titulo
http://ultramar.github.io/depoimentos-oscar-cardoso.html#titulo
Não são propriamente minhas, evidentemente. Coube-me apenas o papel de "arqueólogo digital" se assim se pode dizer eheheh
Cuidado que estas vêm do "lado negro da força"... Ler com toda a precaução e de preferência já encomendado ao santinho democrático da predilecção! Para quem ainda acredita nessas coisas, claro está.
Mais uma para a teoria das conspirações... ;)
ResponderEliminarA edição do Jornal, O Diabo, desta semana faz algumas perguntas sem resposta sobre o 25 de Abril.
Esta é a mais interessante:
Porque é que o golpe se dá no dia em que uma armada da NATO largou âncora no Tejo?
Pesada herança de Marcello: "dívida pública atingia os 18,8% do PIB em finais de 1973",recorda o i.
ResponderEliminarDívida pública actual: 130%. Conquistas de Abril.
rectifico:13,8%
ResponderEliminarCom uma guerra no Ultramar que consumia cerca de 2/3 do Orçamento, ou 40% segundo outras estimativas.
ResponderEliminarEstes números não impressional os democacas porque na altura era tudo "pobreza" e miséria.
ResponderEliminarAgora, somos ricos...
Não me parece que esses números estejam correctos, José.
ResponderEliminarPenso que não têm em conta o facto de, mesmo sem guerra, existirem despesas com as FA e o Ultramar.
Gen. Silvino Marques:
Em relação às despesas públicas globais de Portugal europeu, Guiné, Angola e Moçambique, as quais ascenderam, entre 1961 e 1975, a preços correntes, a 732 milhões de contos (col. 1 e col. 2), as despesas com as Forças Armadas, em todo o país, (180 milhões de contos), representam 25% daquelas. As despesas imputáveis à guerra (97 milhões de contos) representam 13,3 % das mesmas. Isto é: fez-se face ao acréscimo das despesas com as Forças Armadas resultantes da guerra desencadeada na Guiné, em Angola e Moçambique agravando de 13,3% as despesas públicas de todo o país.
O preços "correntes" são os de 1977.
ResponderEliminarOs números que apontei vinham referidos na revista Time de 5 de Novembro de 1973 já por aqui citada.
ResponderEliminar"it spends from 35% to 40% of its bufget fighting insurgents in Angola, Mozambique and portuguese Guinea".
No mesmo artigo o artista Balsemão dizia à revista que " We are at the bottom of any economic indicator you want to take". "Our only competitor is Albania. Even the East Eurpean countries have passed us".
ResponderEliminarBalsemão teve uma ocasião soberana para inverter este estado de coisas: foi primeiro-ministro durante dois anos...
E para quê,pergunta-se. Mais valia terem-no deixado entregue ao jornalismo de alpercatas em que é exímio praticante.
ResponderEliminarNão acredito que se gastássem 40% do PIB com a guerra do ultramar,apesar dos elevados rendimentos que a metrópole retirava de Angola e Moçambique. Deve ser outra mistificação que,de tanto repetida,se quer verdade. Só um país em guerra total gasta valores dessa grandeza. O que não era ,de longe, o caso.
Não gastava nada.
ResponderEliminarEsses bifes dizem n'importe quoi. Como hoje sobre a Ucrânia.
A gente fala do nosso jornalismo, mas têm bem donde tirar exemplo.
E duvido muito do que diz Balsemão também.
Do que eu vejo hoje da cobertura mediática feita a Estados, Governos e acontecimentos mundiais pelos media ocidentais, pode deitar-se tudo para o lixo.
A diferença é que hoje há a Internet que permite, de alguma forma, confirmar a informação com fontes independentes e, ou, nem sequer dos media. E o panorama é assustador. Já nem sequer é manipulação ou meia-verdade. É mentira descarada. Um mundo que não existe.
O mundo que vemos nos media ocidentais não existe, pura e simplesmente.
É o mundo das armas de destruição maciça no Iraque, dos Irões que vão limpar países do mapa, das revoluções democráticas nos países que os EUA rotulam de não-democráticos.
O mundo em que uma quenelle em frente a uma sinagoga é um escândalo anti-semítico e umas Femen a mijar na Madeleine é liberdade de expressão.
Estão aqui números como esses jornaleiros nunca se deram, nem dariam, ao trabalho de procurar, porque o objectivo nunca foi, nem era, informar:
ResponderEliminarhttp://ultramar.github.io/situacao-global-em-1973-1974.html#titulo
Está aí, preto no branco, quanto custou. Em dinheiro. Não é cá em paleio tecnocrático de indicadores e percentagens de indicadores.
97 milhões de contos.
E atenção que grande parte desse dinheiro de destinava a obras de promoção e desenvolvimento social levadas a cabo pelas FA e que faziam parte da estratégia geral de combate à subversão nos territórios.
ResponderEliminarAs despesas com material e logística exclusivos das operações de combate são uma fracção desses cem milhões de contos.
José, o livro de Marcello Caetano, de que fala neste post, é o "Depoimento" ?
ResponderEliminarFalta de atenção, porque está lá escrito no início do post.
ResponderEliminarNão: é o livro de Joaquim Veríssimo Serrão, Marcello Caetano, COnfidências no exílio, Verbo, 1985.
ResponderEliminarSó se encontra em alfarrabistas, mas já o vi em alguns, na zona das Escadinhas do Duque, em Lisboa e noutras zonas da cidade, mormente na Calçada do Combro ( Letra Livre)