Mário Soares continua a ser o maior desta cantareira. Uma sondagem publicada pelo D.N. de hoje dá-lhe uma confortável maioria de 16% de votos como o político positivamente mais influente na história do país:
Segundo a sondagem, Mário Soares reuniu 16% das preferências como
personalidades que mais influenciou positivamente a história do país
após o 25 de Abril, logo seguido de Ramalho Eanes, com 7%, e de Sá
Carneiro, com 6%.
Pelo contrário, entre os políticos que mais contribuíram
negativamente para o curso do país, estão o atual chefe de Estado,
Cavaco Silva (15%), José Sócrates (14%), Pedro Passo Coelho (10%) e
Durão Barroso (2%).
O povo português que responde a sondagens tem memória mediática e por isso acredita nas histórias da carochinha que lhe andam a contar há 40 anos.
Ainda assim poderia lembrar-se o seguinte:
Antes de 25 de Abril de 1974, Mário Soares era um renegado que lutava contra o regime "fascista".
No Verão de 1973 ( imagem da revista Observador, da época) esteve em Londres a manifestar-se contra Marcello Caetano, legítimo chefe do governo português, juntando-se aos que faziam propaganda política contra Portugal por causa da guerra no Ultramar. Patriota, Mário Soares?
Tendo ocasião de comparecer a eleições em 1973 e esteve ausente ( com a mulher presente, imagem do Observador), por razões de táctica política ( não ser dominado pelo PCP). Democrata?
Em 1974 foi aclamado em Sª Apolónia como um novo messias laico. Um salvador de nada e um socialista ainda com o marxismo na letra, foi erigido como putativo líder da democracia civil, logo nas eleições de 1975. Aliou-se objectiva e subjectivamente ao PCP logo nos primeiros dias após a chegada, estiveram juntos no 1º de Maio de 1974 e só no Verão Quente de 1975 divergiram porque Soares teve medo de perder todo e qualquer poder, em favor de uma ditadura comunista. Só por isso.
Desde os primeiros governos provisóris e praticamente até 1979, Mário Soares por si ou por interposto PS e suas figuras de proa esteve no poder político. A Constituição de 1976, " a caminho de uma sociedade sem classes", muito lhe deve e a primeira bancarrota idem, aspas.
Perante esta gritante miséria instalada no nosso país, com grande contributo de Mário Soares, como é que este reagia a tais adversidades? Como sempre...apertando o cinto e passando a mensagem que não havia alternativa. Afinal o Soares até era o salvador da pátria que se afundava economicamente. Mistérios da propaganda mediática.
Por isso mesmo, o discurso era diferente do de agora...e nunca, nunca dando o braço a torcer, apontando sempre as culpas para os outros e para a "conjuntura". Foi sempre este discurso que agora dá resultados.
E como é que Mário Soares resolvia estes assuntos magnos? Fácil. Rui Mateus explicou num livro proibido pela nova censura. Uma espécie de Portugal amordaçado 2ª edição revista e aumentada e por isso também censurada.
Por isso mesmo no final de 1977, com um governo desfeiteado na AR, Soares já prometia...mais do mesmo.
Em 1979, o povo, cansado, votou na outra alternativa democrática. Em 1980, com a morte de Sá Carneiro a alternativa esboroou-se porque o patrão da Impresa não teve estaleca para fazer melhor que tratar da sua vidinha.
Assim, em 1984 já tínhamos o FMI à porta outra vez, porque a retoma económica, obrigatoriamente dependente de uma revisão constitucional, tinha sido impedida pela Esquerda, com o PS a comandar as tropas reaccionárias à mudança que se impunha e se impôs dali a dois anos.
Em 1985 a "crise" continuava e Mário Soares ao leme ( o artigo do Expresso é de José Manuel Fernandes).
E que fez então o povo português para pagar tanta generosidade política e sacrifício pessoal a Mário Soares?
Isto que é incrível e só foi possível porque os antigos aliados de 74 lhe deram as mãos nos votos: elegeram-no presidente da República!
A partir daqui a História é conhecida e resume-se numa imagem:
O grande Mário Soares... dono de um ou dois bairrinhos no Campo Grande, de uma belíssima fundação (quase tão bela como a de sua esposa, protectora dos pobrezinhos) e pai divino da democracia portuguesa... o grande Mário Soares...
ResponderEliminarO José não calcula o valor do seu blog. Obrigada.
Entretanto bastantes Portugueses indígenas gostam imenso de servirem de cágados ao pai da pátria...
ResponderEliminarUm dos maiores facínoras politicos que Portugal conheceu.
ResponderEliminarA sua arrogância, o seu egoísmo, a sua vaidade custou ao País 3 bancarrotas.
Cada vez que o elogiam tenho saudades de Salazar.
Que a terra lhe seja pesada.
"O José não calcula o valor do seu blog. Obrigada."
ResponderEliminarO valor de um blog como este é sempre subjectivo. Para muitos não vale nada e é de extrema-direita.
Para mim, vale muito porque é o meu lugar de exílio.
Não vejo por aí muitas pessoas com opiniões que se assemelhem e formem uma corrente de pensamento.
Por isso estamos sós, os que assim pensam.
Como sempre estivemos desde 1975.
Não estamos nada sós.
ResponderEliminarPensamos que estamos sós, mas isso tem uma explicação bem prosaica e que o José sabe muito bem qual é.
É a que vem demonstrando aqui, nem mais.
Pensamos que estamos sós, porque a imagem que chega aos nossos olhos não é a da realidade, mas uma distorção desta.
São os que pensam o contrário que estão sós, daí o verem-se forçados a distorcer a realidade aos olhos das pessoas. Para que cada uma delas pense que está só contra as outras todas.
Ahahahah!
ResponderEliminarNão me parece que assim seja desde que em 1986 me apercebi que Soares ganhou por uma unha negra apesar do que tinha feito antes.
Lembra-se do opositor de "direita" desse Soares?
É o mesmo que agora anda a dizer que temos o governo mais à direita em 40 anos.
Freitas do Amaral era dos que se afirmava "rigorosamente ao centro", em 1975 para ninguém pensar que tinha alguma coisa a ver com a direita.
Deve ter um problema com o passado...
Mais:
ResponderEliminarNós fazemos o papel dos domquixotes que com uma certa razão que nem me parece estapafúrdia de todo, porque assente em racionalidade e provas factuais, lutamos contra os moinhos de vento da História já escrita pelos Rosas&Pereira.
É uma tarega inglória mas ainda assim dá-me gozo malhar nessas bestas.
E não haja a mínima dúvida: esta visão da História recente que tento passsar aqui é minoritária e não acolhe muitos sufrágios.
ResponderEliminarA visão destes democacas que se locupletaram com o país, tomou conta de tudo, principalmente da televisão.
Era o que lhes faltava em 1974 porque o resto mediático já tinham quase tudo.
Caro José, acredite na resposta de mujahedin!Se assim não for esta "engenharia" de País morreu mesmo.
ResponderEliminarNão é o José que também não alinha em conspirações e prefere as explicações simples?
ResponderEliminarOra então, quer mais simples explicação que todos os meios de comunicação social tradicionais estarem nas mãos dos mesmos?
Acha realmente que existe noção clara do que fez ou deixou de fazer Soares? Como, se o que o José aqui faz, que é o básico do ponto de vista do jornalismo, não é feito nem nunca o foi?
Muito já as pessoas intuem, sentem e pressentem.
Lembre-se do gráfico de há dias: 50% é tudo quanto conseguem.
Nos outros 50 estamos nós todos. Não somos ainda tantos quanto seria necessário. Mas não estamos sozinhos...
tomou conta de tudo, principalmente da televisão.
ResponderEliminarLá está: a televisão não é tudo.
Muito embora tente com muita força convencer-nos do contrário.
Continue o seu passatempo, hobby ou o que lhe quiser chamar.
ResponderEliminarPara além de interessante em si mesmo, repõe a verdade, ou o que dela falta.
Nada bom pode ser construído sobre alicerces fracos.
E o mais forte de todos é a verdade. Ela se encarregará de se fazer valer.
Aposto que muitos desses solitários - os verdadeiramente sós que nos desgovernam - nunca sonharam que iam voltar a ver o que aqui se vê. Enganaram-se.
Esse engano será a desgraça deles e a nossa esperança.
O País não morre. Vai é levar muito tempo a perceber quem é esta cambada tipo Soares.
ResponderEliminarMarcello Caetano é que o definiu bem logo em 1974: Soares devia escrever um livro sobre como se destrói um país.
Em vez disso, pôem-no mediaticamente como o mais influente político pelo lado positivo!
É obra dos adelinos farias, anas lourenços e tutti quanti lograram obter o lugar de jornalistas o regime.
Falava de mim (e de mais uns poucos da minha geração), que vim depois do intocável e irrepreensível 25/4. Como se estes proxenetas fossem deuses caídos do Olimpo. Esta corja a quem pagamos salários, reformas, fundações, associações, tempos de antena, votos, locais de comício, multas, viagens, putas e afins.
ResponderEliminarÉ difícil explicar-lhe, por isso agradeço (apenas).
... ouvido de relance na Tvi24, a jornalista perguntava ao comentador de economia se, após a saída da troyca, era expectável voltarmos a viver no desafogo económico anterior?! Talvez quisesse dizer desaforo... Dá para acreditar?
ResponderEliminarReforço as palavras do Mujah: se a sondagem do Expresso diz o que diz para mais de metade dos inquiridos, creio que o José está muito longe de estar só.
ResponderEliminarTemos que distinguir o que são os pequenos códigos adoptados por certo extracto politico-universitário/mediático (que por vezes parece esmagador) da realidade. O tempo coloca tudo no seu lugar.
Noto no establishment abrileiro este ano (e tenderá a agravar-se) um certo rancor pela indiferença ou distanciamento com que as gerações mais novas vêm o 25/4/74. Porque é que o abrilismo está cada vez mais reduzido a uma brigada do reumático? Outro dia, no artiguito semanal do DN, o Papá da Democracia referia-se ao Cavaco como salazarista com todas as letras e já ninguém liga meia.
A realidade anda mais rápido que as instituições ou que as fórmulas políticas, especialmente se estas forem tão datadas e pouco sólidas como são as de 74-76. Cedo ou tarde, a realidade impõe-se e as instituições e as fórmulas mudam, a bem ou a mal.
Miguel D
"O que fez então?
ResponderEliminarFui para o Terreiro do Paço e esperei pela coluna de Santarém. Ainda vi o buraco por onde fugiu o ministro do Exército para o edifício da Marinha. Entretanto, veio o Salgueiro Maia e aí tive o meu primeiro choque. Quando estamos no meio da placa central, chega uma série de malta da Margem Sul, com bandeiras que dizem ‘Nem mais um homem para África’, ‘Abaixo o fascismo’. E eu interroguei-me: isto foi feito com tanto secretismo e já há bandeiras?
Está a dizer que havia uma articulação com o PCP?
Tinha que ser, era o único partido organizado e nós éramos uma cambada de inocentes. "
A última entrevista de Jaime Neves
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=67502
O José Jorge Letria que era do PCP e jornalista sabia do golpe e da data. Foi ele quem se ocupou da musiqueta para passar no rádio.
ResponderEliminarPortanto o PCP sabia. Porém, uma coisa é saber; outra é saber o desfecho. E se as bandeiras apareceram assim tão de repente é coisa que se explica por esse motivo.
Por mim, as fotos que vejo dessa alturea só denotam bandeiras com dizeres comunistas alguns dias depois.
Sim. Há-de ter sabido mais gente do que eu também imaginava
ResponderEliminaro MONSTRO é predominantemente de esquerda
ResponderEliminarbe, pcp, ps garantem sempre maioria
esta oligarquia vive de frases feitas sem conteúdo real
o MONSTRO e os seus mestres
são pelos contribuintes
'teúdos e manteúdos'
não está só
é pena haver tanta gente
'a cavalo em cima do muro'
José
ResponderEliminarEsta sondagem explica muito da miséria em que nos encontramos.
Um povo que admira o Soares e o Cunhal tem apenas o que merece.
Infelizmente.
Já que está tudo numa onda de entrevistas, também vou pôr umas eu eheheh...
ResponderEliminar-----
Este Jaime Neves pá... Também é dado a teorias da conspiração... :P ahahaha
mais uma entrevista,
ResponderEliminaresta de carácter económico
no Espectador Interessado
« Dormindo com o inimigo (ou a corrupção da ciência) »
José
tem razão. nem isto merece.
vivem-se intensamente os novos mitos urbanos, entre eles o
o da geração 'do algodão hidrófilo'
esta, a geração mais bem preparada,
não sabe cozer um botão, nem plantar uma couve mas infelizmente
talvez 'se lixe'
recebem o apoio de Flávio Josefo em Antiguidades judaicas
ResponderEliminar“A aristocracia é sem dúvida maneira muito boa de governo, porque põe
a autoridade nas mãos de várias pessoas do bem.'
Podemos ser uma minoria e ,por enquanto silenciosa,mas a História julgará um dia esta gente.
ResponderEliminarHoje,infelizmente, as tagarelices estóricas dos Pereiras & Rosas ainda consegue deturpar os factos e entupir as mentes.
A foto do soba sobre a tartaruga gigante ( tirada nas Seychelles num daqueles passeios turísticos com que se entreteve o tempo todo e enquanto durou a sua excelsa presidência) resume o personagem em todo o seu esplendor:vacuidade e nulidade. Pena que não tivéssemos tido a sorte de ser um país decente ,ter-lhe-ia acontecido o mesmo que ao seu amigo: o cretino Craxi. Como somos o que somos, e pelo andar das sondagens,acaba indo direitinho ao Panteão em voo ultra-sónico. Que vá em vida que não faz falta nenhuma.
Ainda esperei que com a idade este tipo passasse o seu rico tempo ( e para descanso do nosso!) a cuidar dos netos. Qual quê! Ontem,defendia às escâncaras e sem que ninguém o processe o derrube do governo por "ilegitimidade política",no que foi secundado pelo anafado da melena e pá e,como cereja no bolo,pelo discípulo dilecto de Marcelo Caetano. Em chegados a velhos esta cambada é que começou a sofrer da doença infantil do comunismo.
A propósito do José Jorge Letria ,convém dizer que este lá se alapou à SPA,antro de comunistas e que levam o cargo muito a sério,isto é,com dirigismo norte-coreano. O Francisco Rebelo fez daquilo uma quinta familiar e como bom ditador kimilsunguista preparou a dilecta filha para suceder-lhe,só que esta acabou deposta pelos actuais dirigentes num golpe palaciano,típico destas corjas esquerdistas. Cambada!
ResponderEliminarA propósito do José Jorge Letria ,convém dizer que este lá se alapou à SPA,antro de comunistas e que levam o cargo muito a sério,isto é,com dirigismo norte-coreano. O Francisco Rebelo fez daquilo uma quinta familiar e como bom ditador kimilsunguista preparou a dilecta filha para suceder-lhe,só que esta acabou deposta pelos actuais dirigentes num golpe palaciano,típico destas corjas esquerdistas. Cambada!
ResponderEliminarOntem o Medina Carreira e quando questionado sobre as declarações do soba,rematou taxativamente para espanto da Judite: "o dr. Mário Soares dá-se mal com os números,de modo que o melhor é escutá-lo apenas naquilo que sabe fazer melhor:política". Baixa política,devia ter acrescentado. A atónita da basbaque ainda tentou sacar mais mas o Medina calou-se e fechou-se em copas. Era bom que contásse o que sabe sobre o energúmeno .
ResponderEliminaresta, a geração mais bem preparada,
ResponderEliminarnão sabe cozer um botão, nem plantar uma couve
Ó Floribundus, olhe que nem todos!
Quando o Magnífico Reitor da UC, Gabriel Silva, sugeriu que o pessoal cultivasse nabiças, acho que para fazer face à crise, já eu tinha as minhas plantadas! E tinha mais tomates - que se não deram muito bem -, alfaces, cenouras e couve galega!
E onde estava, vi-me forçado a adquirir uma enxada pela Internet, pois não encontrei nenhuma em condições!
ahaha true story!
José, não faço ideia se o Porta da Loja é muito ou pouco lido. Tem alguma ferramenta para contar as visitas?
ResponderEliminarTenho as estatísticas da blogger. Há meses que não vou ver e não é agora que o vou fazer.
ResponderEliminarSabe porquê? Vendo as estatísticas fico agarrado ao síndroma da dependência de quem consulta e não quero.
ResponderEliminarEste é o melhor blogue de longe… one man show… vale por toda a imprensa portuguesa e blogues da treta e da perda de tempo, da esquerda e da esquerda mais à direita.
ResponderEliminarDevia transitar para livro… uma revista… algo de distribuição para iPad e iPhone, que está muito facilitada e não obriga a enorme investimento. -- JRF
Floribundus, o monstro é de esquerda e a direita também é de esquerda… aliás agora até temos uma caricatura Freitas, de cravo ao peito, rigorosamente ao centro da esquerda… é essa a direita portuguesa.
ResponderEliminarOs outros, que se dizem liberais ou lá que é, de vão de escada, venha o diabo e escolha… burguesia abastada, podre e hipócrita. Sempre gostava de saber a opinião de Salazar e Caetano sobre Quartas Repúblicas, Blasfémias, Insurgentes e toda essa cambada… havia de ser giro… São as alternativas que temos. -- JRF
Ah e Floribundus, também jardino e cultivo umas coisas… e tenho energia solar no telhado (para água quente, um excelente negócio com o qual poupo muito dinheiro por mês). -- JRF
ResponderEliminarÓ JRF, escusa de se fazer ao bife porque V. não é da geração mais preparada de sempre! Não conta! Ahahah
ResponderEliminarJá sou velho?… Pronto… posso considerar-me da segunda mais bem preparada de sempre? Os primeiros dos últimos! -- JRF
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