Páginas
▼
sexta-feira, abril 25, 2014
Desertores e refractários
Ferreira Fernandes que se "lembra que", lembra-se de explicar hoje, 25 de Abril de 2014, a razão porque refractou ou desertou de ser português incorporado em forças armadas que lutavam pela manutenção da então província ultramarina Angola, onde aliás se encontrava.
Diz que foi por ser contra o "a guerra colonial", uma expressão inventada pelo comunismo para designar o que em Portugal se chamava "guerra no Ultramar". Ao mesmo tempo diz que "não foi ideologia nenhuma" o que o levou a "dizer não" à guerra. Terá sido antes o "colonialismo", logo aos vinte anos.
Pois bem. Não tenho o dom de adivinhar pensamentos e muito menos cogitações internas sobre motivos pessoais. Mas permito-me duvidar de quem se adianta como refractário ou desertor, desistindo de lutar na sua terra pela pátria que era a sua por causa do "colonialismo".
Percebo bem quem se passa para o outro lado, para lutar pela pátria que adopta, mas não percebo quem foge da luta pela pátria e ainda menos com razões inefáveis e fáceis de apresentar.
Percebo ainda melhor quem tem a coragem de assumir a cobardia ou o medo de lutar e poder morrer e por isso fugiu.
Mas não quero sindicar a razão de fundo daquela atitude pessoal. Apenas reflectir publicamente sobre as razões que a razão desconhece mas encontra sempre razões que explicam dignamente o que pode ser uma indignidade.
O senhor Ferreira Fernandes devia ter ouvido a opinião do resto dos familiares, do ramo "colonialista", sobre o colonialismo. A parte que adorava Angola e veio de lá sem nada. Há um da idade dele, pouco mais velho, que faleceu recentemente, que tinha uma opinião bastante vívida sobre como cuidar dos responsáveis pelas atrocidades que foram feitas e pela entrega de tudo aos comunas, democraticamente!
ResponderEliminarUm país que glorifica feitos como o do senhor Ferreira Fernandes, que os publica em jornais e enaltece, não vale nada. Pode-se viver do passado até um certo limite. Que eu tenha visto, tirando o ouro que o Dr. Salazar deixou para o pai da pátria delapidar, glórias passadas não pagam dívidas e o presente é isto. Está entregue a esta tropa. -- JRF
O pai carregava o peso de ir pobre para Angola e lá ter enriquecido. Deduz-se que preferia ter ficado pobretanas na metrópole. Tivésse ficado! Que cambada.
ResponderEliminar"Na minha Angola". Isso diz tudo. E depois venham acusar que o sentido de pertença era apenas dos "colonialistas". Esta conversa da treta está ao nível do escriba.
ResponderEliminarNasci e vivi em África,onde era a segunda geração a nascer lá e vem um tipo destes falar em colonos. Mas que gente é esta para fazer estas acusações gratuitas??? Quem lá vivia não tinha nenhum sentido de posse do território porquanto se sentia moçambicano e português em simultâneo. Talvez o pai da criatura tivésse saudades da courela transmontana que o vira nascer e ficara com essa visão durante a vida toda. Mas esses é que eram os verdadeiros colonialistas,os que queriam impor essa estreiteza de mentalidade aos outros. Que gente mais tacanha a darem-se ares de cosmopolitas e democratas a vida toda!
"Na minha Angola". Isso diz tudo. E depois venham acusar que o sentido de pertença era apenas dos "colonialistas". Esta conversa da treta está ao nível do escriba.
ResponderEliminarNasci e vivi em África,onde era a segunda geração a nascer lá e vem um tipo destes falar em colonos. Mas que gente é esta para fazer estas acusações gratuitas??? Quem lá vivia não tinha nenhum sentido de posse do território porquanto se sentia moçambicano e português em simultâneo. Talvez o pai da criatura tivésse saudades da courela transmontana que o vira nascer e ficara com essa visão durante a vida toda. Mas esses é que eram os verdadeiros colonialistas,os que queriam impor essa estreiteza de mentalidade aos outros. Que gente mais tacanha a darem-se ares de cosmopolitas e democratas a vida toda!
Carregaram o pecado de irem probletanas trabalhar para Angola.
ResponderEliminarTivessem ido para o Alentejo, que aí eram povo explorado.
Pascácios.
Na volta é sempre assim- temos de lhes aturar os traumas e ressabiamentos familiares.
Esse gajo o Ferreira Fernandes é mais um jornalista do regime.
ResponderEliminarO que é que esperavam?...
Esperava que fosse corajoso na verdade.
ResponderEliminarVoltando a ler este pateta: ele vivia em Angola quando desertou?
ResponderEliminarGostava de saber a percentagem de desertores que nasceram e viviam no ultramar.
É cá uma coisa...
Zazie,
ResponderEliminardas minhas indagações entre amigos e conhecidos com passado de Ultramar, impressiona a quantidade de europeus moçambicanos que viam a Frelimo como o futuro para uma Moçambique . Alguns com cartão de sócio e tudo!. O grau de ilusão de algumas pessoas ultrapassava tudo o que se possa imaginar.
Miguel D
E claro, em 77, o mais tardar, estavam todos a viver na terra dos opressores.
ResponderEliminarMiguel D
Pois é. É estranho.
ResponderEliminarSerá que vivem recalcados por coisas que os pais lá fizeram que não fariam se trabalhassem noutro lado?
Que é que esta malta quer dizer com: "foram colonos"- onde está o mal e a diferença entre viver e trabalhar em África ou na metrópole?
E, neste caso, ainda por cima "colonos pobres". Sem luta de classes nem nada.
Apenas cor de pele porque existem continentes para raças diferentes.