Logo em 1974 Marcello Caetano, exilado no Brasil, escreveu o seu Depoimento sobre o que se tinha passado em Portugal nos anos mais recentes.
Um dos capítulos desse livro esquecido e vilipendiado versa o "Estado Social", assim mesmo apelidado e em relação ao qual Marcello Caetano começa por afirmar que esse foi um domínio onde o seu governo desenvolveu acção profícua em prol da "promoção social dos humildes e a protecção dos trabalhadores".
Vejamos então o que escreveu sobre isso em Depoimento, porque este assunto é um dos mitos correntes sobre o "fassismo" que era aliado dos "milionários" e desprezava os pobres, tendo sido o regime sucedânio quem lhes valeu, na assistência social. Se não fosse tal coisa, os pobres ainda eram mais pobres do que são...e isto é a ideia corrente que se propaga nos media.
Anda por aí agora um desmemoriado, a caminhar a passos largos para o desmiolado, chamado Mário Soares e que sucedeu no poder a Marcello Caetano. Soares disse agora que Marcello Caetano era mais fascista que Salazar e pode ver-se pelo escrito supra de que tipo era o fascismo de Caetano, assim como se irá ver de que tipo é o socialismo daquele indivíduo que passou a vida em estilo epicurista, a viajar à conta do zé-povinho e a gozar os seus prazeres nas funções que ocupou, o que o outro "fascista" nunca fez porque tinha outra classe e moral. Números, para Soares, é coisa de que "entendo muito pouco". Não precisa porque tem o patoá necessário à "política".
Que fez este Soares pelo Estado Social, do mesmo modo que aquele? Soares fez..."política", ou seja, tretas e mais tretas sobre o socialismo e a exuberante capacidade deste sistema organizar a vida dos povos e melhorar o seu satus quo.
Em 1976, Portugal estava perante a bancarrota iminente, depois de os "progressistas" antifassistas, incluindo aquele Soares ( de quem Caetano disse que devia escrever um livro sobre "como se destrói um país") terem malbaratado um par ou mais de centenas de toneladas de ouro maciço e mais de 100 milhões de contos em divisas, herança pesada que aquele deixou.
Nessa altura havia por cá, em férias da sua estância de Vence, um intelectual que escreveu um pequeno livro sobre o fascismo ( "O fascismo nunca existiu") , para assegurar que foi disso que a casa gastou durante meio século e agora estávamos libertos de tal impedimento ao progresso, caucionando intelectualmente a ideia feita sobre o tal fascismo.
Na mesma altura, Agosto de 1976, O Jornal publicou uma espécie de carta de intenções do socialismo sobre "os objectivos da política social".
É ler, comparar e tirar ilações...
Como se pode ler, o socialismo de Soares prometia mundos sem fundos. Vide o ponto 7: "toda a reestruturação do Ministério deverá ser orientada por dois princípios de economia: levar ao aumento de produção dos serviços quantitativa e qualitativa, e conter-se em limites financeiros toleráveis".
O que aconteceu afinal: em menos de quatro décadas, tempo mais que suficiente para completar o trabalho do Estado Social de Caetano, afundaram a economia, com mais duas bancarrotas e deitaram às malvas aqueles dois princípios que proclamaram, porque gastaram à tripa-forra ( as viagens do dito Soares são emblemáticas nesse sentido, como o é agora a sua Fundação) e nada fizeram de lógico, racional e competente para prover ás necessidades fundamentais do Estado Social que está falido ( Medina Carreira, ministro então de Soares, tem-no dito e repetido, a par de Silva Lopes que até nem se importa que lhe cortem as três pensões que aufere...)
Portanto isto não tem segredos: entre o fassismo de Caetano e o socialismo de Soares sobra a treta deste último que tem chegado e sobrado para enganar muita gente durante muito tempo.
E ainda ninguém se lembrou de lhe atirar um ovo podre quando fala nisto, consequência lógica dos seus apelos a uma violência contra quem pretende corrigir este Estado social a que chegamos.
ADITAMENTO em 29 de Abril de 2014:
Sobre as reservas de ouro que Portugal ainda tinha e o papel de Vítor, o Constâncio, governante ultra competente, sempre prendado com os mais altos cargos públicos, pode ler-se este prefácio a um livro de José Gomes Ferreira, acerca da venda, em 2004, de parte do nosso ouro, numa operação visionária daquele Vítor, o Constâncio que devia estar a esta hora fardado, na porta de qualquer hotel, como paquete.
Na parte que importa, o referido prefácio diz isto:
Dez anos depois, ao critério do senso comum junta-se o da frieza dos
números para concluirmos que a venda do ouro do Banco de Portugal foi um
erro inequivocamente prejudicial para a economia do país. Cada onça de ouro custava 270 dólares em 2001, aumentou para 1670 dólares em 2012, seis vezes mais.
O autor e executor do programa de venda massiva de ouro do Banco de Portugal,
cerca de um terço das reservas que a instituição detinha quando iniciou
o seu mandato em 2002, 590 toneladas, foi o então governador Vítor
Constâncio. O mesmo que é agora vice- -presidente do BCE.
Da próxima vez que algém entrevistar Vítor, o Constâncio que ainda não anda com farda de alpaca a abrir portas ( e devia) mas se senta em bancos de Mercedes e tem conta recheada, perguntem-lhe como é que aquilo aconteceu. Talvez o vejamos outra vez aos papéis, com suores frios e trejeitos faciais de irresponsável.
Por falar em desmemoriados… hoje perto do local onde vivo dou de caras com a recentemente inaugurada "praceta álvaro cunhal", com uma pedra de mármore que parece roubada de um cemitério… Continua-se a idolatração desta gente. Diz que teve direito à presença do operário Gerónimo e do presidente da câmara. Suponho que todos contribuimos para a lápide… -- JRF
ResponderEliminar"Suponho que todos contribuimos para a lápide… -- JRF"
ResponderEliminarClaro que sim.
Aliás, nem se deve estar a lembrar de que tem contribuido igualmente para outras comemorações festivas, como esta, por exemplo:
"O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) está a investigar o apoio da Câmara de Lisboa à festa do Avante!, através da cedência de, pelo menos, um quiosque e o respectivo transporte para a Quinta da Atalaia, no Seixal"
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=67711
E para certas nobres instituições, como esta, por exmplo:
"Apoio: Câmara de Lisboa dá 40 mil euros para Fundação Mário Soares"
http://videos.sapo.pt/sNDmTvEVcpFqf52pZBc5
o boxexas das falências do 'estrado social' teve dignos sucessores:
ResponderEliminargueterres
sôzé encenheiro
tótózero
parece a versão masculina da cruel Medeia, personagem mítica que liquidou os próprios filhos
Marcelo Caetano não soube fazer a transição da ditadura para a democracia. A democracia,hoje,com os seus sucessores é o que é. Foi frouxo e hesitante perante o dilema do Ultramar. Manifestou-se desde logo ambíguo na sua tomada de posse em S. Bento em 27 de Setembro de 1968,dizendo no seu discurso:
ResponderEliminar«O país habituou-se durante largo período a ser conduzido por um
homem de génio: de hoje para diante tem de adaptar-se ao governo de homens como os outros»
Mas que mais se podia esperar de um homem que queria mudar algumas coisas, para continuar tudo na mesma, e que é retratado do seguinte modo?
"Um professor de Direito, fascista da primeira à última hora, confecciona um bizarro uniforme, de modelo a meio caminho entre os dos "Balillas" italianos e o da "Hitler Jugend" e é nomeado por Salazar alto-comissário da Mocidade Portuguesa. As fotografias da época mostram um homenzinho estranhamente parecido com Himmler, o braço estendido na saudação fascista obrigatória. Marcelo Caetano".In Porrugal A Flor e a foice.
Talvez o reconhecimento das suas limitações e do seu medo, numa época tão difícil como a que se vivia, fosse da sua própria filha, Ana Caetano que,recentemente, após fórum de discussão sobre os 40 anos de Abril, cumprimentou, num acto reconciliador e amistoso, um dos capitães de Abril, Otelo.
Zéfoz:
ResponderEliminarA ideia que Marcello Caetano falhou é falsa, por esses pressupostos, mas será verdadeira porque de facto foi preso e exilado. Logo, perdeu.
Mas tinha razão.
A filha, no outro dia, na tv, nem sabia dizer que o pai tinha ficado na noite de 25 para 26 de Abril de 74, na Pontinha. Pensava que tinha ido directamente para a Madeira.
ResponderEliminarEnfim.
A filha era terapeuta de deficientes. Há-de ter sido por isso que deu o beijinho ao Otelo- um disléxico mental.
ResponderEliminarJá passou muito tempo e o Otelo é um "inimputável simpatiquíssimo".
ResponderEliminarehehehe
ResponderEliminarEle há coisas.
Agora é o uniforme que é bizarro... Até estou a ver o Marcelo Caetano na modista a tirar provas...
ResponderEliminarPelo que em tempos li julgo que ela se sacrificou pelo pai e que este o reconhecera.O Marcello Presidente do Conselho já não é o Marcello comissário da M.P.,houve tempo e caminho percorrido pelo meio.Assim me pareceu sempre.Não se pode refazer a História,é estultícia tentá-lo,mas...há muito que me pergunto o que aconteceria se Salazar o tivesse mantido por perto depois de 1958.
ResponderEliminarjosé j.
Há todo o interesse dos antifassistas militantes em encostar Marcello Caetano ao fascismo. Dá-lhes muito jeito essa falsificação histórica ( mais uma).
ResponderEliminarPorém, a verdade é outra: Marcello foi mais competente do que esse Soares alguma vez vislumbrou poder ser. E foi mais social do que o mesmo conseguiu ser.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCom três bancarrotas e consequentes sofrimentos sociais no currículo do soarismo está mais que provada a sua competência governativa.
ResponderEliminarjosé j.
José,
ResponderEliminarRelativamente ao malbaratar de centenas de toneladas de ouro, já leu o prefácio escrito por José Gomes Ferreira (jornalista da SIC)para o livro ''A guerra das Moedas'' ?? O prefácio é demolidor para o homem que ao contrário de Soares de números percebia imenso. Se não leu o prefácio poderá ler aqui: http://www.presenca.pt/files//products/Exc22950002.pdf
Dez anos depois, ao critério do senso comum junta-se o da frieza dos números para concluirmos que a venda do ouro do Banco de Portugal foi um erro inequivocamente prejudicial para a economia do país. Cada onça de ouro custava 270 dólares em 2001, aumentou para 1670 dólares em 2012, seis vezes mais.
ResponderEliminarO autor e executor do programa de venda massiva de ouro do Banco de Portugal, cerca de um terço das reservas que a instituição detinha quando iniciou o seu mandato em 2002, 590 toneladas, foi o então governador Vítor Constâncio. O mesmo que é agora vice- -presidente do BCE.
Competência democrática. Ou mais prosaicamente, ladroagem.
Se os zéfozes deste mundo, e eles apenas, tivessem que repor o que a sua tão bem amada ladroagem alheia, se calhar não prestavam tanta atenção aos uniformes do fachismo.......
E dizem vocês que a democracia é o menos mau...
ResponderEliminarPara os democratas é o melhor que há. E para quem comprou aquele oirinho, maravilha maior não deve haver...
Vou colocar a transcrição...
ResponderEliminarparecia a corrida ao ouro na Califórnia, no Klondike ou na Serra Pelada
ResponderEliminarera curioso ver numa só foto
vitinho, otelo e martins
fardados da Mocidade Portuguesa
andaram por aí separadamente
São os amigos da onça...
ResponderEliminarJosé, o prefácio não é a um livro do José Gomes F.
ResponderEliminarO JGF é o autor do prefácio. O livro é dum banqueiro gringo qualquer.
Chama-se "Currency Wars".
ResponderEliminarCuriosamente, há outro livro com um título semelhante - traduzido para inglês é igual - escrito por um chinês (Song Hongbing) e "bestseller" na China.
http://en.wikipedia.org/wiki/Currency_Wars
Tenho para mim que há-de ser mais interessante. Comprei-o mas ainda o não li.
Curiosamente, não foi traduzido em inglês. Para a Europa só há em Polaco e Francês... Porque será...
O Constâncio não está à porta de nenhum hotel porque nunca se ficou pela porta da loja. O Constâncio fez, pois, o trabalhinho por encomenda e ninguém me há nunca de convencer do contrário.
ResponderEliminarComo ele há inúmeros.
Cumpts.
Diz que era católico e por isso bufa muito mas não cede.
ResponderEliminarO livro chama-se ''A guerra das Moedas''(Currency Wars no titulo original) e o seu autor é James Rickards, editora Marcador. Já existe contudo um novo livro deste mesmo autor, livro esse que se intitula ''The Death of Money'', o qual foi editado no passado dia 09 de Abril nos Estados Unidos, ainda não há edição em Portugal. Espero ter ajudado.
ResponderEliminarNão é a toa que Salazar foi considerado o maior investidor português de sempre.
ResponderEliminarO ouro ainda vai dar muito que falar.
A Bloomberg está hoje a elogiar a "astúcia" de Salazar enquanto investidor. É que o "falecido ditador português" foi responsável pela "maior reserva de ouro da Europa".
ResponderEliminarLer mais em: http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/salazar_eacute_o_quotmelhor_investidor_sem_ganhosquot.html
A pesada herança vendida a pataco hoje só dá para tapar o défice e pagar a dívida de um ano.O grande "diversificador" de ouro em "papel" teve a paga...no BCE!
ResponderEliminarO ouro fazia comichão a tanto democrata...que agora anda a lamber o rabinho do mundo porque não orgulhosamente "sós"...
Quanto à linguagem ainda falta o crioulo...
Se isto não significa um crime de Alta Traição à Pátria, então não sei o que será.
ResponderEliminarSe este assalto despudorado aos cofres do Estado não traduz um crime gravíssimo cometido contra o nosso país e contra o povo português, a pedir uma punição severíssima, povo a quem pertencia por Lei todo o tesouro depositado no Banco de Portugal cuja guarda era/é da total responsabilidade desse mesmo Estado, pelos maiores traidores, mais perigosos 'políticos' - em exercício pemanente desde há quarenta insuportáveis anos - e os mais violentos seres humanos (capazes de mandar matar quem se lhes oponha e/ou pretenda travar, denunciando, os inúmeros actos de corrupção, traficâcias e ladroagem que contínua e impunemente têm levado a cabo desde que se tornaram donos e senhores de Portugal) disfarçados de pais de família impolutos, que o nosso país jamais albergou no seu seio, então não sei como classificá-lo.
Se os autores de um crime de Estado de tão enorme natureza e dimensão, duplamente agravado porque perpetrado por esse mesmo Estado com cuja protecção jurídica e política totais têm beneficiado até hoje os seus iniludíveis autores, não merecem uma condenação à pena máxima, então é porque vivemos num país de faz-de-conta, sem Lei nem Ordem e pior um pouco sem Justiça. Um país cuja politicagem que o governa não passa de um bando de criminosos e ladrões cujo povo, inúmeras vezes alertado por ex-governantes patriotas e honestos, os mesmos que mais tarde foram cobarde e oportunìsticamente afastados dos seus cargos políticos não obstante terem-nos sempre desempenhados com a lisura e a ética requeridas, consentiu que gente do mais reles e abjecto que é possível conceber-se em qualquer ser humano ascendesse ao poder, não é país não é nada. E quando um povo, qualquer povo, não respeita nem honra condignamente os seus Heróis, está a traí-los cobardemente desmerecendo o legado de grandeza e heroismo que lhe foram sendo transmitidos ao longo dos séculos. Um povo que não sinta uma profunda gratidão e um imenso orgulho pátrio pelos feitos Gloriosos dos seus Bravos antepassados, é um povo ingrato e desleal que não merece o chão que pisa e muito menos a Pátria que o viu nascer. A percentagem malsã deste povo (felizmente uma parte não significativa), ou seja aquela que permitiu que um punhado de criminosos destruísse irremediàvelmente o seu país e sem rebuço nem a menor hesitação mandasse assassinar mais de um milhão de compatriotas e que, nas mais das vezes desdenhando-os, não homenageia os feitos heróicos dos seus antepassados, antes, desvirtuando os valores pátrios que lhes são intrínsecos, só lhe resta uma opção condicente com o seu infamante percurso de vida - desaparecer. Simplesmente.
O Cosntâncio pode ser um incompetente, como atesta até a página dele na wikipédia em inglês, mas a ordem para vender o ouro deve ter vindo de cima, da Manuela, ministra que mandava na altura e que continua a mandar bitaites na tv
ResponderEliminarSe assim foi é bom que lho perguntem. Na tv.
ResponderEliminar