“Em poucas décadas estaremos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade
de outras nações, pelo que é ridículo continuar a falar de
independência nacional. Para uma nação que estava a caminho de se
transformar numa Suiça, o golpe de Estado foi o princípio do fim. Resta o
Sol, o Turismo e o servilismo de bandeja, a pobreza crónica e a
emigração em massa.”
“Veremos alçados ao Poder analfabetos, meninos
mimados, escroques de toda a espécie que conhecemos de longa data. A
maioria não servia para criados de quarto e chegam a presidentes de
câmara, deputados, administradores, ministros e até presidentes de
República.”
Marcello Caetano, sobre o 25 de Abril
Tirada daqui, fica esta imagem de um panfleto com uma notícia do jornal A Rua de 2 de Junho de 1977, numa altura em que ainda se faziam sentir as sequelas da "descolonização exemplar" levada a cabo por Mário Soares, Almeida Santos, Rosa Coutinho e os seus compagnons de route de tijolos vermelhos, do PCP e da esquerda com doença infantil.
Como essa "descolonização exemplar" passou sempre por ser isso mesmo, importa questionar este mesmo Mário Soares, agora em fim de validade, sobre o que disse publicamente sobre o assunto, antes de 25 de Abril de 1974 e logo a seguir.
Segundo o jornal A Rua ( fascista, claro e desprezível por isso mesmo...), Mário Soares terá dito qualquer coisa de ignóbil e bem pior que o que fez em Londres na mesma altura.
Pode ser que a fonte da Rua esteja inquinada e a tirada fatal sobre os tubarões seja falsa e provinda da propaganda "fascista", como é hábito dos antifassistas atribuir àquilo que lhes foge do controlo e não lhes agrada nada. Pode ser. Mas também pode não ser.
A única maneira de saber é perguntar-lhe e indagar as fontes originais, designadamente ouvir o relator do episódio ( se ainda for vivo) publicar a crónica do Jornal de São Paulo onde tal menção se fez e ouvir testemunhas que possam confirmar o facto. É para isto que servem os inquéritos, porque os crimes contra a Humanidade, ou seja, os apelos ao genocídio sérios e ponderados, devem ser investigados. Principalmente vindos de um indivíduo que anda por aí a vociferar contra qualquer coisa que não o deixe mandar outra vez e até apela a revolta armada para depor um poder legítmo, tendo a sorte de ninguém ligar a esse crime público de incitamento à violência.
Sorte é um modo de dizer. Se fosse um fassista já tinha um inquérito em cima, uma acusação planeada e uma condenação de preceito como antes nos tais "plenários".
Sobre este assunto já por aqui se abordou o modo como Mário Soares encarava a "descolonização", ou seja o abandono rápido das nossas províncias ultramarinas e a sua entrega aos movimentos de libertação marxistas que se digladiavam entre si e originaram a guerra civil que se conhece.
Mário Soares, logo nos meses a seguir ao seu regresso do exílio dourado em Paris, deu algumas entrevistas a revistas estrangeiras sobre o assunto, designadamente à alemã Der Spiegel e que foram republicadas num livro editado em 1975 pela D. Quixote, na colecção Participar que tem outros dedicados a Sá Carneiro e Álvaro Cunhal.
É preciso lembrar a este desmemoriado e em passo acelerado para se tornar desmiolado, o que fez verdadeiramente pelo país e não o que gostaria que dissessem que fez. É preciso voltar a ouvir Rui Mateus, exilado e calado por motivos obscuros ( terá medo, como no fascismo?) a propósito deste Soares. É preciso lembrar o que escreveu Rentes de Carvalho e outros sobre este indivíduo para que a lenda não se transforme em mito e a realidade salte cá para fora, com o brilho da Verdade.
Ficam aqui algumas páginas desse livro com a entrevista à Der Spiegel, em que Soares não é tão explícito sobre os tubarões e a carne branca, mas não desiste da ideia da entrega rápida e em força...
«A maioria não servia para criados de quarto»
ResponderEliminarahahahah Não sabia que ele tinha dito isso mas foi mesmo assim.
É politicamente incorrecto chamar-se os bois pelos nomes. Mas nem para criados de quarto. FVoi pessoa das barracas que tomou o Poder, como o José disse, como quem toma um bagaço.
Agora e depois de 40 anos o problema também é nosso.Estamos colonizados pelo ex-império e pagamos pesados tributos e sem reciprocidades...
ResponderEliminarManda a constituição que tem uma noção de "povo" directamente ligada ao "planeta"...
Se foi na edição de 15-05-77, pode-se consultar aqui.
ResponderEliminarNãi vejo nada mas é preciso estar registado.
http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19770515-31335-nac-0001-999-1-not
De todo o modo, o Estadão até tem um espantoso arquivo online.
ResponderEliminarQuem tiver pachorra que se registe e procure.
Também não gosto de boatos e nem sei para que se repete que foi escrito pelo Santana da Mota numa edição de 15/051977, página 15, quando essa página até é de publicidade.
O Santana da Mota já morreu, pelo que também não pode esclarecer quando e onde ouviu isso.
José,
ResponderEliminarFaltam ali duas páginas do livro (82 e 83) que gostaria de ver publicadas para leitura. É que fiquei "pendurada na pergunta do final da pág. 81 :)
Esse cão gordo aliou-se a Cunhal e aos comunas e foi assim que a esquerda 'despachou' as províncias ultramarinas.
ResponderEliminarEstas eram um empecilho.
Os pretos camaradas agradeceram.
A seguir o cão gordo combateu os comunas e fundou-se a ele próprio como o padrinho do centrão
A partir daqui é o que a gente conhece: compadrio, corrupção, tráfico de influências.
O 25 de Abril acaba assim por ser um contrato entre 'o povo' e a mafia reinante: liberdade por bancarrotas.
Quanto aos comunas são as toupeiras do regime.
Causam só uns estragos.
Desde que os deixem facturar através da Inter, fazerem as festas do Avante e receber o el contado do Estado.
Aqui fala-se de qualquer coisa como distorções.
ResponderEliminarNão dá para aumentar para ler.
http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19760327-30984-nac-0006-999-6-not/busca/Mota+Santana
Mas ele morreu em Julho de 77, a Rua publicou isso em Junho e ele teria escrito um mês antes.
No ano de 77 não encontro nenhuma crónica dele
É curioso o arquivo desse jornal e até me lembrei disso mas não fui verificaer. A Veja também tem um arquivo de edições antigas e já li as de 1974 sobre o 25 de Abril. Jornalismo superior é o que acho.
ResponderEliminarTenho um número de Setembro ou Outubro de 1974 e que ando à procura. Comprei na época e é sobre os militares de Abril...
Independentemente do Soares ter dito aquilo ou não, a verdade é que em 1974 disse o que publiquei. E não é isso.
ResponderEliminarPortanto, anulou o que dissera antes.
Aliás, não era timbre do Soares, na altura, proferir bacoradas dessas.
Se as proferiu deve pagar em termos de opróbrio Agora, claro porque anda sempre a lembrar o passado do fassismo e do Caetano e merdas assim.
Portanto, amor com amor se paga.
Quanto à entrevista vou publicar tudo daqui a um tempinho.
ResponderEliminarAgora vou ouvir uma filarmónica.
Essa história dos tubarões tem o mesmo valor que a do pisar da bandeira.
ResponderEliminarSendo apresentada como facto tem um valor real, mas o que Soares realmente fez, para além disso, é muito pior.
Só que as pessoas agarram-a estes fait-divers como se fossem provas irrefutáveis de traição.
Mas não são precisos para mostrar a fibra do cabrão.
Afinal tenho essa imagem no link que mostrei. Já coloquei.
ResponderEliminarC'um caraças. Esse tipo é um nojo.
ResponderEliminarObrigada. Por TUDO!
ResponderEliminar:)
Entre os compagnons de route deve constar o Vitor Crespo,alto comissário para Moçambique e que tudo fez para expulsar a população branca durante o período em que ocupou o cargo de Setembro de 1974 até á independência em Junho de 1975. Mais conhecido por Vitor Copos devido à atracção fatal pelo álcool. Hoje ocupa o lugar de director da biblioteca da marinha. Bela sinecura para quem nunca deve ter lido nada mais que os rótulos das garrafas de whisky.
ResponderEliminaro gajo nunca deixou de ser um comuna de peso
ResponderEliminara tartaruga que o diga
tem um biombo protector de 'arte não bão' por aí
Ainda não li todas as páginas da entrevista que ele deu à Spiegel. Mas do que li só me cabe insistir na designação que este escroque merece: o mais corrupto, pior ladrão e maior traidor à Pátria e ao Povo português de que há memória no nosso País. Este apátrida ganancioso por poder e dinheiro, a determinada pergunta do jornalista sobre o que faria o poder em Lisboa perante um movimento crescente da direita em Angola, capaz de vir a provocar um desfecho tal como havia acontecido na Rodésia, entre as várias aldrabices e outras tantas mentiras a puxar ao 'patriótico dever' do governo de Lisboa (governo imposto aos portugueses sem estes terem concordado ou não com o mesmo, esclareça-se) que, caso esse tal movimento (fortíssimo) da direita em Angola persistisse em querer levar avante esse seu intento (este verdadeiramente patriótico, acrescento eu), que se resolveria o assunto em três tempos (cito de memória, expressão minha a querer significar o mesmo que ele disse). À pergunta, de "como e porquê", o assassino de Povos e obliterador de Nações, teve o desaforo, traduzido na incomensurável cobiça das imensas riquezas do território, de que, uma vez em seu poder à custa de milhares de traições e não menos mortandades, jamais poderiam fugir-lhe das garras malditas para as entregar direitinhas à maçonaria mundial para a qual aliás sempre trabalhou e continuará a trabalhar enquanto viva, de responder que os militares cortaríam cerce os ímpetos direitistas desse hipotético movimento, nem que fosse à força, pois caso contrário instalar-se-ia no país outra ditadura de direita... Esta, sim, a sua maior ameaça e não menor terror de que se tal viesse a acontecer nos meses ou anos que se seguiram à grande traição, ele nunca mais na vida poderia fazer uso da suas satânicas intenções de entregar Portugal e os Territórios Ultramarinos aos dois internacionalismos, levando à prática a extrema malignidade de que ele é possuído, sendo este o mais demoníaco defeito que qualquer ser humano é capaz de personificar e de que ele, na realidade um sub-humano, é o seu exemplo acabado.
ResponderEliminarDisse saber que a Revolução ia acontecer. Como?
ResponderEliminarNão era só eu. Havia uma infinidade de pessoas. Só não sabíamos a hora. Palavra de honra. Uns dias antes havia uma onda de gente que sabia o que ia acontecer. O Golpe das Caldas foi um ensaio, a coisa estava para acontecer a qualquer momento. No Apolo 70, em Lisboa, todas as noites se reuniam oficiais aos gritos. Não inventei nada. Mas a história da carochinha é mais interessante e mais vendável.
José Rentes de Carvalho
http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=104315
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAcabo de ouvir na TVI, no telejornal apresentado pela ex-UEC Judite de Sousa, um recontar da história.
ResponderEliminarFalava ela da ovação que Marcello Caetano foi alvo no Estádio de Alvalade durante um jogo entre o sporting e o benfica escassos dias antes da revolução.
E dizia que a história poderia estar mal contada, e que essa ovação podia, afinal, não significar que o povo estava com Caetano.
Como?
É então que entra em cena Fernando Correia, jornalista desportivo daquela TV, que relatou que esteve no estádio nesse dia e que tudo foi preparado e encenado, como forma de dar algum conforto ao Presidente do Concelho que dias antes tinha-se refugiado em Monsanto na sequência do golpe das Caldas.
Disse ele que as forças do regime misturaram entre a assistência milhares de pessoas (diz que não sabe bem quantas, mas que podiam ser 15 mil!) já com o propósito de simularem uma ovação ao estadista como se tivesse sido espontânea. E que quando o nome dele foi anunciado, esses infiltrados começaram imediatamente a bater palmas, dando a ideia de uma enorme ovação.
Mas que, afinal, essa ovação apenas ocorreu na bancada central e que nas bancadas do topo do estádio o que se ouvia eram assobios e apupos...
Concluiu dizendo que Marcello Caetano ficou convencido que tinha o apoio do povo quando tudo não passou de uma encenação.
E assim se vai reescrevendo a história...
Esta foi bem apanhada pelo Insurgente.
ResponderEliminarA superioridade moral do jornalismo abrilista
Ouvir a partir do 3º minuto
https://www.youtube.com/watch?v=CQUQOt37NUo
Oh Amália! Desculpe-me mas vou ter que dizê-lo com muita frontalidade. A Amália é uma grande “fassista”. Onde estava no 25 de Abril?
Jornalismo abrileiro uma verdadeira mitologia.
o boxexas não é o único a ver-se ao espelho
ResponderEliminarou se preferirem a especular
se bem me lembro aquele correia comentador
foi o gajo que chorou ao fazer a transmissão do funeral do Prof Doutor AOS, ex-PR
'mudam-se os tempos, mudam-se as vontades'
aflige ver a má consciência destes biltres
verdadeiras rolhas flutuantes
15.000 para simular uma ovação? Neste regime, para aplaudir o presidente da câmara enchem 30 camionetas de carreira e são capazes de juntar 1.500 para uns vivas e uns punhos no ar… e ainda têm de oferecer o almoço e o lanche! -- JRF
ResponderEliminarSe isso é verdade nem se percebe quem o andou a enganar e depois deixou sozinho.
ResponderEliminarAliás, quase estou como o Mujah- como é que cai um governo com pretextos tão bacocos de militares.
ResponderEliminarA questão que não fz sentido é não ter havido uma alternativa política.
ResponderEliminarNão há políticos no golpe militar. Mas havia políticos que achavam que a coisa tinha de mudar.
Não sei. Na volta o autoritarismo gera estes equívocos.
Por se querer melhor, conseguiu-se mil vezes pior e deixou-se que labregos fizessem um golpe militar.
Se sempre pensei mal dessa cambada do MFA, com este cheirinho a coronéis tapiocas à boleia dos 40 anos, ainda penso pior.
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=o7Fbww50BPs
ResponderEliminarjbp,
ResponderEliminarexcelente ligação! Obrigado!
José, valia a pena dar mais atenção a isto, penso eu!
Como vê, não estamos assim tão sozinhos...
22 anos...
Deliciosa e lúcida a intervenção desse jovem, João Ferreira.
ResponderEliminarPena a má qualidade do som.