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quarta-feira, maio 28, 2014

Educação no secundário: "muitas horas de aulas, programas longos e turmas grandes"

 RR:

A carga horária dos alunos do 10º ano é muito elevada, alguns programas são muito extensos e o sucesso escolar poderia ser mais facilmente atingido com turmas mais pequenas. Estas são algumas das conclusões do estudo "Cursos Científico-Humanísticos e o alargamento da escolaridade obrigatória - medidas educativas de inclusão".

Este estudo teve por base respostas de 4.676 estudantes portugueses, que no ano lectivo passado frequentavam o 10.º ano, mas também opiniões de directores de escolas e pais, também entrevistados para o trabalho coordenado por Marília Cid, do Centro de Investigação em Educação e Psicologia, da Universidade de Évora.

Sobre a carga horária, "dizem que não lhes deixa muito tempo para estudarem ou fazerem outras actividades fora da sala de aula", contou à agência Lusa Marília Cid.

Os alunos e psicólogos entendem ainda que "a articulação entre o básico e o secundário não está muito bem conseguida" e que as notas tendem a baixar quando chegam ao secundário.


Os problemas estão elencados e ainda falta falar em disciplina, assunto que se torna aflitivo no básico. Falta mencionar que os alunos do secundário que precisam de notas altas para entrar em cursos almejados ( Engenharias e Medicina, mas não só) carecem absolutamente de frequentar explicações caras para a maioria das bolsas. Sem isso, o ensino público e mesmo privado ( à volta do Colégio do Rosário no Porto há centros de explicações que surgem como cogumelos e o panorama em todo o país é idêntico) seria uma verdadeira catástrofe.

40 anos de ensino inclusivo e massificado, com todas as "ciências da educação" a estudar o problema e todos os sociólogos debruçados e de cócoras sobre o assunto deram no que tinham para dar: falência do sistema, ausência de motivação dos professores ( muitos deles mal formados técnica e cientificamente, inadaptados ao ensino, apesar de todas as pedagogias científicas ensinadas por outros tantos especialistas em nada), desprestígio da classe profissional, com os sindicatos própcp sempre a lutar e a coleccionar derrotas.

É este o panorama do ensino e apesar disso ouvimos a estralejar foguetes lançados por aqueles pedagogos, sociólogos de iscte e outros antros científicos a proclamar a excelência do nosso ensino que nos legou a "geração mais bem preparada de sempre".

Outro embuste e outra intrujice dos mesmos de sempre. O sistema, nas chamadas "ciências sociais", foi gizado para produzir raquéisvarelas e quejandos que se tornam depois nos mentores do próprios sistema, perpetuando as anomalias. As ciências propriamente ditas produzem o que têm de produzir: técnicos que se preparam para intervir numa sociedade orientada por aquelas luminárias. Uma contradição que tarda em se resolver.

112 comentários:

  1. Antigamente havia alguns alunos que tinham explicações, uns por falta de capacidade e outros por ambição de maiores voos académicos. Hoje em dia existem alguns que não têm explicação, tendo-se tornado um negócio (mais economia paralela). Não será desprestigiante para um professor, que a maioria dos seus alunos para ter aprovação tenha de se socorrer desse apoio pago ?

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  2. Com a "Escola Pública" a ter nas turmas alunos das mais desvairadas paragens, porque não são SEF,deficientes nalguns casos em alto grau e acima de tudo indisciplinados porque é isso que a actual sociedade é, se calhar queriam milagres?
    O nivelamento por África está garantido...

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  3. João GOnçalves:

    A questão pode e deve ser vista por outro prisma: são os explicadores, geralmente professores dessas escolas quem vai salvando o ensino público. Se assim não fosse, as médias não seriam o que são e os conhecimentos seriam muito abaixo da realidade que os exames mostram.

    Ou seja, a falência do sistema seria evidente.

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  4. A cena das explicações não é só um negócio. É uma perversão completa de qualquer pretensão igualitária!

    O secundário é uma corrida à média, com provas específicas. Para se desempenhar bem em "alta competição", requer treino específico.

    Não é para aprender que se vai para explicações. É para treinar para os exames, como quem treina para a meia-maratona.

    E os treinadores são caros. Muito caros.

    Portanto, temos que só vai para Medicina e outros cursos de média absurdamente alta, quem tiver cacau. É tão simples quanto isto. A pretexto da igualdade fizeram um sistema que só deixa ir ricos para certas profissões...

    Esse sistema é um cagalhão que só podia realmente ter saído das cabeças de quem saiu.

    Misturar exames de secundário com acesso à universidade não tem ponta por onde se pegue. As universidades deviam ter o seu próprio exame de acesso, ponto final. Os exames deviam servir apenas para terminar o secundário.

    A escolaridade obrigatória devia baixar, é um absurdo passar 18 anos na escola sem se querer.
    É um engano e quem não quer devia processar o Estado e pedir indemnização por danos morais e materiais.

    Até ao 9º chega perfeitamente. Talvez até antes. Mas como dizer uma coisa destas sem ter os demagogos do costume a acusar logo uma pessoa de querer o obscurantismo?
    Mas dava perfeitamente se apertassem a malta na escola. Aquilo é um passeiozinho até ao secundário, depois é um bocadinho mais difícil e depois, na universidade, se forem para um curso de jeito até andam de lado...


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  5. Ó José, não acredito em nada disso.

    As únicas explicações que tive foi de matemática no 12º. E posso dizer que foi porque era preguiçoso.

    Mas também não tinha pretensões de ir para medicina. Tinha média de 16 mais ou menos e podia dar-me ao luxo de ter negas nas coisas que não me interessavam porque era muito bom nas outras. Tinha noves e dezanoves eheheh.

    Mas toda a gente que dizia que queria ir para medicina tinha explicações não só de matemática, como de química, biologia, etc.

    Não iam para aprender mais. Iam para treinar para os exames que iam ter. Eu nunca tive explicações senão a tal de matemática e aprendi muito. E ainda hoje as pessoas se admiram e perguntam como é que sei cenas de biologia, química ou francês, ao que eu só posso responder: aprendi na escola. E aposto consigo (ou qualquer um deles) que sei mais do lá ensinavam do que essa gente toda que andou em explicações.

    E andei em duas diferentes no secundário.



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  6. Quando digo não acredito, é nisto:

    são os explicadores, geralmente professores dessas escolas quem vai salvando o ensino público

    Salvando, só se for para os apaniguados que dele vivem.
    A malta não aprende nada nas explicações. Vai ser treinado para provas específicas, de forma específica, por quem conhece as tais provas.

    Talvez salve as médias. Mas os conhecimentos estão muito abaixo do que mostram os exames. A cena é essa.

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  7. E andavam em explicações todos os três anos do secundário!

    Imagine-se em quanto não ficará semelhante investimento...

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  8. Segundo informações que recebo de gente de vários sitios do país, o problema actual e relacionado com a necessidade de explicações para colmatar as graves falhas do ensino, generalizou-se.

    De há uns anos para cá, agravou-se dramaticamente e as pessoas que pensavam que os filhos deviam era estudar em vez de arranjar explicações, já não pensam assim.

    Isto resulta das tais consultas que vou recolhendo aqui e ali e me serve como o indicador deste estado de coisas.

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  9. A situação crítica está relacionada com a má qualidade dos professores do ensino de certas disciplinas, particularmente das Ciências.

    Além disso, os manuais contêm erros científicos graves e não são verdadeiros manuais explicativos e que deveriam servir para os alunos estudar e aprender.

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  10. os índios pais despejam os índios filhos nas escolas pagas pelos contribuintes

    o ministro grilo do ps disse 'o mais dificil é conserva-los calados'

    desinteressados ficam à espera de subsidios do estado paizinho
    depois só servem

    eles para rebolar caixotes
    elas para limpar cagadeiras nos centros comerciais

    tenho prof cá em casa
    que sabe bem o que é gastar inutilmente o dinheiro dos contribuintes

    por mim há excesso de donas de casa que nos intervalos vão à escola olhar para os alunos

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  11. Tenho prof em casa que deixou de dar explicações há duas décadas atrás. Neste momento dá acompanhamento na escola, com frequência(explicações para quem está). Aparecem pais a casa a pedir explicações para os petizes, aos quais lhe é respondido que não dá explicações. Se o aluno quer explicações apareça na escola nas horas para o efeito (apoio). Acontece que os únicos alunos que aparecem ao apoio, são os bons alunos. Os medíocres nem põem lá os pés.
    Conclusão: só damos algum valor àquilo que nos sai do corpo.

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  12. José,

    Parabéns pelo texto.
    Escrever sobre o "sistema de ensino" e sobre o ensino dos professores bnão é tarefa fácil, porque o terreno está sempre sujeito às idiossincrasias de "tudólogos". Todos "acham" que têm uma verdade sobre o assunto.
    Usou o termo "Educação", mas deveria ser Ensino. Esta mudança de termo é o sinal para todos opinarem porque todos se acham educadores. E é verdade que educadores são os pais, os familares, os vizinhos e os cidadãos dignos desse nome. Ensinar é apra os professores. Nessa função devem, apenas, estar os bons. O sistema de ensino deveria cuidar de saber se realmente os que lá estão são os mais capanzes no Ensino das criançs e jovens. Claro devem ter profundos conhecimentos de Pedagogia em paralelo com a áreas científicas de base e de preferência das ciências base: Língua Materna, História, Matemática, Física e Quimica. As outras Ciências devem ser adoptadas conforme a via a seguir no futuro: secundário-superior.
    A confusão entre Educação e Ensino é mais um elemento para baralhar e obter a partir daí posição no "mercado da educação.
    Nós sabemos, temos experiência disso, os da nossa geração (que estavam no superior ou secundário no 25 de Abril) que não havia dinheiro apra explicações e não se precisava disso porque era "uma desfeita" para um professor do Liceu, sim Liceu saber que um dos seus alunos andava em explicações. Se fosse necessário um reforço eles próprios faziam questão de se disponibilizarem quando um aluno pedia explicação adicional.
    Devo este testemunho aos meus professores do liceu e da faculdade. Não recorri nunca a explicações.
    O Ensino (a tal Educação) está travestido de "Mercado de Educação" onde todos querem tomar parte para ganhar algo.
    Sou licenciado em Ciências da Educação, mas prefiria dizer em Pedagogia.
    Tenho outra área de Formação de que faço uso profissional.
    Fui professor do superior numa área "Técnica", apeado negocialmente pela crise.
    Estou a trabalhar noutra actividade, felizmente.
    Rui Moringa

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  13. Usei o termo Educação no Secundário porque é disso que se trata no texto.

    Ensino no Secundário seria o mesmo, mas a Educação no Secundário, neste caso, equivale ao ensino. Se distinguisse teria que dizer Educação em casa, na sociedade, na Igreja, no grupo, etc etc.

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  14. É claro que os tudólogos têm sempre opinião sobre o assunto.

    Porém, aqui reduzem-se as discussões a três aspectos aos quais acrescentei mais dois.

    Discuta-se por isso aqueles três aspectos:

    horários extensos, programas extensos e turmas extensas.

    Com o acrescento da indisciplina generalizada no Básico e incontrolável e as explicações para quem não sabe o suficiente para tirar notas razoáveis.

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  15. José,

    Certo. Sem dúvida.

    Rui Moringa

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  17. No Porto toda a gente sabe que o externato ou o colégio A ou B inflacionam as notas para que os seus alunos entrem em Medicina. De outra forma não conseguiriam e isto é grave, tem mais de 20 anos e não há fim à vista. Quando frequentei o 12.º ano, há dez anos, vi muitos testes do Externato Ribadouro e do Colégio D. Duarte e posso assegurar que eram muito mais fáceis que os testes da escola pública que frequentava.

    Tive colegas do Externato Ribadouro que terminaram a algumas disciplinas com média de testes 16 e acabaram o ano lectivo com 20. Na minha escola pública sucedia o contrário e eu tive a muitas disciplinas 17 ou 18 quando tinha média de testes para 18 ou 19. Não participava, diziam os professores.

    Durante uns anos, em tempos recentes, a nota de Educação Física contou para a média de ingresso no Superior. Houve alunos de escolas públicas que ficaram de fora do curso que pretendiam no Superior por não terem boa nota na discplina. Resta dizer que em boa parte dos colégios privados os alunos eram todos corridos a 18 e 19, especialmeente nos colégios que querem meter alunos em Medicina.

    A ler:

    http://expresso.sapo.pt/estudo-mostra-que-colegios-inflacionam-notas=f868155

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  18. Se os cientistas sociais da treta querem saber o que é uma boa escola falem com os professores que estiveram na Infanta Dona Maria em Coimbra até há uns anos. Ali os alunos entravam em Medicina e Ciências Farmacêuticas sem notas inflacionadas e não havia notas altas desvalorizadas pela ausência de «participação» ou de «motivação». As notas de exame nacional eram geralmente acima da média e não havia a febre das explicações.

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  19. Os manuais estão cada vez piores. Um bom manual de Ciências deve permitir que o aluno aprenda por si próprio, tendo os exercícios modelos resolvidos e explicados. Quem quer algo assim tem de comprar vários manuais pois os livros de texto estão cheios de bonecos, esquemas, imagens, desenhos. Tudo cada vez mais infantil e estúpido. Convido os interessados a passarem uma tarde na Biblioteca Nacional. Que se compare a sobriedade e a clareza dos manuais de há 20, 30 ou 40 anos com os actuais.

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  20. No estado actual em que as coisas estão, o ensino tem a sua razão de existência justificada, mais pela necessidade de empregar gente que não sabe fazer outra coisa senão 'ensinar', do que propriamente pelas necessidades dos alunos, que constituem a razão de ser última do sistema.

    Para um intersindicalista, o professor é um "engenheiro de almas" e a sua missão cá na terra é contribuir através da sua actividade na escola para a revolução proletária.

    Ensinar passa para 3º plano. Em primeiro está o Partido/sindicato.

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  23. Pior ainda que os erros científicos é a falta de informação. Por isso quem tem dinheiro compra manuais de várias editoras a algumas disciplinas, porque só um não chega.

    E os manuais vêm divididos em duas parte partes e com maus exercícios para os pais comprarem ainda o livro de exercícios e mais tarde o livro de preparação para o exame.

    Assim, no 12.º ano, em vez de se gastar 25 euros num manual, gasta-se 100 e tal em 4.

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  24. E sim há excesso de horas de aulas mas também há uma desorganização enorme dos horários. Que se veja a antiga telescola. Eram 5 horas nas salas com 20 minutos de intervalo. Não se perdia tempo a mudar de sala, com intervalitos pelo meio, com «furos». Se os alunos entrassem em todo o lado às 8 e saíssem às 13 seria muito mais produtivo.

    Sei que em muitas escolas os horários são feitos à medida dos interesses de meia dúzia de professores com actividades fora da escola, como a gestão da empresa da família ou as explicações. Por isso surgem aqueles horários absurdos, com aulas de manhã cedo, aulas ao fim da tarde, e sem aulas a meio do dia.

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  25. Aqui deixo as minhas sugestões. O que sugiro já foi feito no passado em Portugal.

    1) O acesso ao Ensino Superior deve ser separado da conclusão do Ensino Secundário. A nota de Secundário deverá servir apenas para desempate. O acesso será feito via exames nacionais, com a média dos exames. Os exames serão sempre feitos em escolas públicas a designar pelo Ministério, em duas chamadas, uma antes do fim do ano lectivo e outra em Setembro.

    2) O GAVE via Imprensa Nacional lançaria um manual de preparação para exame nacional para cada disciplina sujeita a exame. O manual deveria conter toda a matéria teórica e todos os exercícios modelo. Qualquer aluno que estudasse por este manual deveria poder aspirar a nota máxima. O GAVE deveria lançar também uma matriz com os itens que seriam avaliados em exame.

    3) Nas escolas públicas deveria ser instituído um horário nacional com aulas de 8 às 13h, e quando necessário, das 14h às 16h. Apenas com um intervalo a meio da manhã. Aulas seguidas e tardes livres.

    4) Os professores deveriam ter exame de acesso à profissão e deveria ocorrer uma revisão dos cursos superiores que dão acesso ao Ensino.

    5) A avaliação dos professores deveria ser externa ao estabelecimento de Ensino, como já se fez em Portugal na telescola.

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  26. não havia a febre das explicações

    Eu não estudei no D.Maria, mas duvido muito disto. De qualquer maneira é-me fácil saber.

    Estamos a falar de que anos?

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  27. De que altura, queria eu dizer.

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  28. Final dos 90, início da década passada. Quem queria Medicina ia para as explicações a Biologia e Química, e nem iam todos. Sei que há poucos anos já se tinha explicações a tudo.

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  29. De forma alguma o ensino a jusante (3 anos de secundário) pode colmatar o que não foi ensinado a montante (9 anos de básico, cuja preocupação última é trabalhar para as estatísticas.
    Posto isto, o ensino secundário, confrontado com a situação de ser inviável recuperar a situação descrita, encontra-se no dilema:
    - Dar boas notas, para não prejudicar as médias dos alunos no acesso ao superior, sabendo que irão ser confrontadas com as dos exames finais, onde o professor, e só esse (nenhum dos anteriores) irá ser confrontado com a sua discrepância e eventualmente ser olhado/rotulado (e até pelos inspectores das DREs) como incompetente.
    - Dar notas menos boas para não ficar mal no confronto com as notas dos exames finais, e aí, será a escola a colocá-lo em cheque pelo facto de os alunos estarem a fugir para escolas que lhes dão melhores notas, e onde conseguem melhores médias, portanto. Não esqueçamos que neste momento, as escolas secundárias públicas, agrupadas em mega-agrupamentos, cada vez com mais autonomia, e confrontadas com a queda abrupta do número de alunos, já lutam ferozmente pelos escassos alunos do básico.

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  30. A questão fulcral e incómoda, é saber porque é que os alunos do privado apesar de tudo conseguem melhores notas nos exames. Se na realidade os testes internos dessas escolas até nem são de grau de dificuldade superior aos das públicas e se as notas de frequência são inflacionadas, como aqui tem sido aventado, leva-nos a supor que o que vem sendo dito por aí sobre o facto de os alunos das privadas terem acesso "privilegiado/antecipado" aos enunciados de exame pode bem mesmo ser verdade, mas isso é mais um caso de polícia.

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  31. Acesso aos enunciados?

    Vs. drogam-se?

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  32. Pelo menos no Porto os alunos da escola pública têm, em média, um melhor desempenho que os alunos das escola privadas no Ensino Superior.

    As notas elevadas devem-se, em parte, ao trabalho dos explicadores. Conheci uma filha de um político que chegava a gastar 1000 euros por mês em explicações. Era aluna do Ribadouro e ingressou em Medicina à terceira tentativa. Tinha média de Secundário pouco acima de 17. Houvesse frequentado escola pública e nunca teria ingressado.

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  33. Há quem seja do Minho ou de Trás-os-Montes e compre ou arrenda apartamento no Porto para os filhos frequentarem o Ribadouro...

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  34. E esta inflação de notas internas é legal pois os professores podem avaliar como entenderem. Um professor pode dar uma percentagem de 60% às médias dos testes e o resto ser avaliação da «participação», «comportamento» ou de trabalhos. É tudo muito subjectivo mas são asssim as regras desde meados dos anos 80.

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  35. «Acesso aos enunciados?

    Vs. drogam-se?»

    No Porto, corre o seguinte boato: num passado recente, houve professores em colégios privados que ajudaram alunos a resolver exercícios durante o exame. Ou exames alterados antes de abandonarem a escola.

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  36. Mas existia acesso a enunciados de exames de equivalência à frequência e a testes em alguns estabelecimentos de ensino privado.

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  37. Isso é outra coisa. Não é ter acesso aos enunciados ministeriais.

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  38. Não faço sequer ideia do que esteja a falar.

    Estou a leste desse mundo e nunca gostei lá muito dele.

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  39. Mas acesso a provas que são feitas no Ministério e que dantes até eram entregues por militares?

    Isso era impossível. Quando se tornavam públicos era por rádio e sabia quem calhava- sem diferença entre particular ou público.

    Aquela malta tem a cabeça carimbada e cumprem todas as regrinhas como se fosse ritual sagrado.

    E têm medo. Têm pavor a serem apanhados ou denunciados por inspecção.

    As denúncias era mais que muitas porque nestas coisas, em havendo aldrabice ajudas, ela também nunca é totalmente paritária.

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  40. Eles entregavam de manhã cedo. Logo a seguir começavam os exames. A inspecção aparecia regularmente. Não imagino como é que se pode passar enunciados a alunos numa situação como ainda conheci.

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  41. Minha cara, entre o militar e a sala de exame muita coisa pode acontecer...

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  42. Um colégio particular que apanhasse com uma denúncia estava tramado. Perdia todos os contratos de associação e podia perder o paralelismo pedagógico.

    Não imagino qual o interesse em se suicidarem para ajudarem cábulas que até podiam continuar a pagar se chumbassem.

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  43. V. está a falar de algo que conheça ou de cor, como é hábito aos portugueses.

    Eu não vou perder tempo com especulações e inventonas.

    Também muita coisa pode acontecer entre gostar de boatos e teclá-los na net, protegido por um nick.

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  44. Senão como explica que os alunos do privado, não sendo na realidade melhores do que os do público, como já aqui, e não só foi testemunhado, conseguem notas superiores nos exames nacionais do ministério? Por divina obra e graça do espírito-santo?

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  45. Eu conheci quem fez aldrabice.

    Fui até chamada a depor. Disse o que tinha a dizer, mostrei todas as minhas coisas, como é óbvio, nunca entraria em cenas dessas.

    Mas, por acasos, à noite, quando via certos colegas a deixarem copiar e a darem notas que eram aldrabice, até dizia bem alto que, comigo, se quisessem eu fazia o preço e dava a disciplina.

    Mas vender-me para parecer simpática e à borla é que nunca. Tinham de pagar bem alto

    ahahahahahahah

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  46. Aliás, quando vinham com graxa os que já conheciam até brincavam e diziam que era perder tempo- comigo só bem caro.

    Tinham de vender muita droga para conseguirem abébias.

    ":O))))))

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  47. Caro Zephyrus, conheço uma escola pelo menos que foi ao longo de vários anos, seriamente admoestada por um inspector da DGE, por dar notas de frequência desfasadas (acima) das notas dos exames nacionais. Este assunto é amplamente debatido nos pedagógicos das escolas e não pensemos que ele é pacífico, como já expliquei atrás.

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  48. Eu não tenho de explicar nem deixar de explicar uma inventona.

    V. é que tem de concretizar se inventou ou se sabe de algo concreto.

    Não funciono com conversa de talho.

    Isso é coisa de mulherio. o diz que disse.


    Posso é dizer que conheci caso onde aquilo praticamente acabou por haver quem tivesse feito fraude.

    E foi denúncia de alunos que se sentiram prejudicados por não terem beneficiado também.

    Mas nunca com provas nacionais.

    Jamais. Borravam-se de medo.

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  49. O acesso a um curso de medicina, até há bem pouco tempo, valia muito dinheiro. Agora, até a medicina começa a entrar na espiral recessiva.

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  50. No Porto há explicadores especializados na preparação para o 20. É a vida deles e alguns são bem pagos. Sabem o que fazem e o acesso é muito selectivo. Por vezes os alunos estão obrigados ao segredo. Conheço bem este mundo porque fez parte da minha vida.

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  51. Como é que v. faz esta generalização:

    «Senão como explica que os alunos do privado, não sendo na realidade melhores do que os do público, como já aqui, e não só foi testemunhado, conseguem notas superiores nos exames nacionais do ministério? Por divina obra e graça do espírito-santo?»

    Mas quais? quantos, De que privado? por comparação com quê?

    Apresente dados e depois falamos.

    Desabafos e generalização mancas deste género é mesmo conversa de sala de profs.

    Elas é que falam assim- tudo por palpitações, por "supônamos".

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  52. Olhe, no Sagrado Coração de Maria (que até já foi bem melhor do que aquilo que é) quem chumbar mais do que uma vez é convidado a sair.

    Não sei se sabem muito mais que os do público. Sei, por conhecimento directo, que saem de lá sem dar erros a português.

    Coisa que nem em profs da faculdade se consegue agora encontrar.

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  53. Portnto, a ideia que eu tenho desta lenga-lenga contra o privado é que é da mesmíssima ordem do choradinho ecardalho contra o patronato.

    O problema é sempre os grandes. Os grandes capitalistas. Porque a única coisa que toleram, são os pequenininhos; os de vão de escada.

    Depois admiram-se que esses sejam os mais exploradores ou os que maior trafulhice fazem.

    Basta passar "capitalistas e empresários" para escolas particulares.

    Querem tolerar apenas o merdoso, em concorrência com as brutas regalias que facultam aos do vitalício, e depois dizem que os que se aguentam, são beras e se vendem.

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  54. Zephyrus:

    Como é que os explicandos estão obrigados ao segredo e a que segredo, para terem explicações a preparar para o 20?

    estou a leste. Não entendi.

    Segredo de quê?

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  57. os que chamam capitalismo ao privado procuram esconder o capitalismo de estado

    para eles os contribuintes servem para servir o estado

    tudo quannto é privado é mau com excepç
    ao para o dinheiro que engorda o MONSTRO

    sei por convivência diária que o ensino público é uma merda com a grande maioria dos serviços que os contribuintes pagam

    os índios não se interessam pela instrução muito menos pela educação

    por essa razão depois de 40 anosw de sociedade sem classe

    1/2 pelo último censo tem no máximo
    4 anos de escolaridade

    cá em casa há quem vá no 3º mestrado para fins pessoais porque na escola só conta a antiguidade
    e a arbritariedade

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  58. biba o binóito de maio !

    abaixo o binte cinco do iv
    apesar do dever comprido

    uma vítima do dever que ninguém quer pagar

    PQP

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  59. Obrigado pela lembrança. Já está postal a comemorar.

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  60. «O sistema, nas chamadas "ciências sociais", foi gizado para produzir raquéisvarelas e quejandos que se tornam depois nos mentores do próprios sistema.»

    A mais pura das verdades!

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  61. O Mal é geral e já não é só no Ensino das disciplinas básicas.

    Se alguém tiver paciência para ler, convido-os a dar uma vista de olhos no Plano Nacional de Saúde Escolar: Uma autêntica doutrinação.

    Deixo algumas citações:

    "Hoje, como ontem, a saúde escolar necessita de reflexão e de inovação. As crianças com um bom início de vida aprendem melhor, têm vidas mais produtivas e contribuem activamente para a sociedade. As desigualdades e os determinantes sociais, incluindo o género, são factores de risco em termos de educação e acesso a serviços de saúde. Numa Escola para Todos, podem ser minorados e revertidos em benefício do bem-estar, da participação escolar e social e de escolhas mais saudáveis das crianças e dos jovens."

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  62. "O novo Programa Nacional de Saúde Escolar|2014 (PNSE|2014) tem, por isso, em conta a evolução demográfica da população, os novos modelos de sociedade e de família???, a crise económica e social e as desigualdades regionais, cujo impacto se repercutirá, a médio e longo prazo, na saúde das crianças e dos jovens."

    "Os determinantes da saúde são globais e as desigualdades económicas e sociais aumentam as desigualdades em saúde. Enquanto houver desigualdades, que se perpetuam através de gerações, continuaremos a ter populações vulneráveis, excluídas e marginalizadas."

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  63. Talvez o Zephyrus( é médico certo?) consiga ter a paciência de ler e dizer-me se acha o mesmo que eu: que o Programa de Saúde Escolar foi feito por malta das ciências da educação, sociologia e psicologia e com pouquíssima participação profissionais de saúde.

    O resultado? A ausência de medidas que capacitem( de facto) alguém a cuidar melhor da sua saúde.

    Para mais, o plano de saúde escolar raramente abordou a importância da família e até me parece fazer crer que a Escola é que dá a Educação e os pais são apenas os geradores do "fruto".

    Como se pode chamar a este fenómeno de encher chouriços e tornar-nos totalmente inaptos para o que quer que seja, porém com a expectativa de sermos altamente diferenciados pela descarga de toda esta "matéria" do eduquês"?

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  64. Senão como explica que os alunos do privado, não sendo na realidade melhores do que os do público, como já aqui, e não só foi testemunhado, conseguem notas superiores nos exames nacionais do ministério?

    Eu estudei em escola pública, privada com contrato de associação ou lá como se chama - à borla no fundo, e privada sem ser à borla.

    Não notei que os alunos fossem favorecidos ou as notas "inflacionadas". Obviamente não posso garantir que houvesse intrujice, mas eu nunca notei. E penso que teria notado.

    Mas é verdade que os alunos são beneficiados em relação aos do público. Ou melhor, os do público é que são prejudicados. Mas não da maneira que se pensa.

    As razões podem resumir-se numa coisa simples: no privados os alunos têm sempre a mesma sala (pelo menos comigo foi assim). Cada turma tem a sua sala.

    Isso significa, por um lado, que há menos pretexto para macacadas no início das aulas; que os alunos não têm de andar a correr carregados de porcarias escola acima escola abaixo e - mais importante - que os profs. também não.
    Nas escolas privadas onde estudei, os profs. passam muito mais tempo no fim das aulas com os alunos a tirar dúvidas ou o que seja. Sabem perfeitamente quem são todos os alunos (e a maioria dos pais). Eu diria que os bons profs. nem de testes precisariam para avaliar os alunos, pois sabiam perfeitamente o que eles sabiam ou não.

    Por outro lado, os alunos sentem que pertencem ali. Têm a sua escola; a sua turma, e o seu lugar. Não sou psicólogo mas não me espantaria se isso não fizesse diferença.

    No fundo, as escolas privadas são melhores e é essa a razão. Podem não ter os melhores professores, ou os melhores alunos; mas geralmente e globalmente falando, são melhores pelas razões acima e outras que parecem triviais mas todas juntas hão-de fazer diferença.

    Ou posto de outra forma: as públicas é que são uma merda. Que absurdo é esse de mudar de sala a cada aula?! Apenas um demente conceberia semelhante imbecilidade! Transformem as escolas públicas em sítios normais e vão ver se o caso não muda logo de figura...

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  65. 'tão para aí uns "nãos" a mais, mas percebe-se.

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  66. Outra que merece ser dita: nas escolas privadas há um director, reitor, o que seja. Não há cá "presidentes de conselhos directivos".

    Este tipo de coisas faz diferença. A diferença entre uma escola e um asilo de doidos kafkiano...

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  67. No outro dia estávamos aqui a falar do pensava a juventude a propósito de não sei já o quê.

    Pois bem, querem saber porque é que as escolas privadas são melhores? Perguntem aos alunos.

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  68. Mujah.

    Acabo de vir de uma patuscada onde fui cilindrada pelos argumentos escardalhos acerca da bondade do modelo escolar do PREC contra o famigerado "salazarista".

    Limitei-me a perguntar em que classe é que o pimpolho dessa pessoa andava.
    No quarto ano. A que eu acrescentei, pois sabia, que ainda bem que andava numa boa escola particular da linha, porque as coisas estão beras.

    Só isto. Confirmei a informação que o próprio já me tinha dado. Que o filho estuda numa boa escola privada da linha, onde até tem aulas de música, coisa que ele achou importante dar como formação bem cedo.

    Pois o que se seguiu a esta minha frase foi a prova provada de que é impossível sequer não se passar por alguém imbecil ou agente da PIDE se não fizer coro com o chorrilho que se seguiu.

    E o chorrilho foi assustador, tendo em conta que é uma pessoa inteligente e que já vai nos 52 anos.

    Pois desbobinou tudo sem que eu abrisse a boca ou tivesse dito mais alguma coisa.

    Que sim, que está no particular por culpa deste malandro deste ministro neo-liberal que está a destruir o bom sistema de ensino público que tínhamos construído.

    E a seguir veio tudo. Que ele teve excelentes profs e excelente ensino crítico em 74. Que felizmente não apanhou a porcaria que a geração do pai dele apanhou. Que até na 4ª classe se tinha de saber os rios e os caminhos de ferro das colónias (este chavão é decorado por meio mundo) e que ainda teve de responder a uma professora salazarista que a ìndia já não era nossa, quando ela insistia em querer dar essa matéria.

    E mais. Foram tantas que eu apenas confirmei que tenho mesmo de andar clandestina e nem piar porque a maioria é assim.

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  69. Em relação à Índia disse que tinha apenas 7 anos mas respondeu à professora quando essa lhe disse que era a mesma coisa que se perder um retrato da mãe e achar que já não se tinha mãe.

    E ele respondeu-lhe que era o contrário- ficámos com o retrato porque o original não era nosso.

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  70. Mas sabe o que senti de mais estranho neste bombardeamento ideológico a propósito de nada?

    Foi que eu nunca em momento algum da minha vida achei natural desbobinar assuntos que possa pensar, como se estivesse a julgar impossível que o interlocutor pudesse ter ideia e experiência diferente.

    Eles não têm. Esta é a História. Ele até usou um termo giro- "o politicamente correcto salazarista" que impingia o estudo dos caminhos de ferro das colónias.

    O "politicamente correcto".

    Como eu não faço parte, na ideia dele, de qualquer coisa obscurantista, imbecil e fascista, atirou com isto, para eu fazer coro.

    É assustador. Não me lembro de antes do 25 de Abril apanhar com este silenciamento por julgamento moral de alguém que é meu par.

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  71. Fiquei até a imaginar o que aconteceria se eu abrisse igualmente a boca e contra-argumentasse.

    Não ia ser ouvida, sequer.

    A brincar, a brincar, no meio dos copos, até perguntou bem alto: "então, vamos fazer a revolução?"

    Que é isto? 52 anos. Inteligente, culto, alguém que eu tenho por referência e recomendo naquilo que faz. É meu par.

    Diz isto. Pensa isto. Afirma isto, atira com isto, apenas por lhe perguntar se o filho vai bem na escola.

    Na escola cara, bué de cara, particular, da linha, onde estuda.


    ehehehehehe

    A esquerda é mentira. São assim por viverem numa mentira até aos 52 anos, neste caso. E isto transmite-se.

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  72. Quanto ao que o Mujah disse- o principal é mesmo isso- no particular há mando.

    Por muito que o tenham corrompido com obrigatoriedade de ser igual ao estatal, ainda há uma hierarquia vertical.

    E isso faz toda a diferença.

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  73. O estudo dos caminhos de ferro das províncias ultramarinas. Era assim que o mesmo devia dizer porque era assim que se dizia.

    E se lhe fizessem o reparo talvez percebesse o sentido da falsificação.

    Por outro lado deveria também perceber o sentido da memorização dessas e doutras coisas.

    Por falar nisso amanhã vou publicar uma coisa sobre essas chinesices, no entender dessa gente.

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  74. ficámos com o retrato porque o original não era nosso.

    Ahahah essa debia ganhar o prémio da argumentação progressista!

    Olhe, em relação aos comboios, estava no outro dia à conversa com o meu belho e perguntei-lhe como tinha sido a tropa e essas coisas...

    E ele disse-me que lá recebeu a ordem para se apresentar, chegado o dia despediu-se dos meus avós, e foi para Lisboa; e que não precisou de perguntar a ninguém como lá chegava, porque sabia desde a 4a classe exactamente que comboios tinha que apanhar. Ahaha!

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  75. Quando lhe perguntei em que data teve esse ensino excelente. Ensino que ele até descreveu como criativo porque se "aprendia a aprender", a explorar, a ser crítico- ele respondeu que foi em 74-75.

    Eu apenas lhe disse que tinha piada achar isso, pois eu até devia ser das raríssimas pessoas por cá, que recusou passagens administrativas e até interrompi os estudos precisamente nessa altura.

    E acrescentei- por ser uma mentira.

    Ele não respondeu. Voltou a desbobinar as verdades que sabia serem assim- a patranha do ensino salazarista- de decorar tretas de modo acéfalo.

    O do pai dele que não teve a sorte de ter os excelentes profs muito criativos que ele teve no PREC

    O que me espanta é como, apesar de achar tudo isto, não ficou besta sem se dar conta.

    É inteligente graças à Natureza. Por isso é que, mesmo achando que a culpa é deste ministro, lá pôs o filho a estudar num famigerado excelente colégio bué de caro, particular.

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  76. E viva a Revolução

    AHAHAHHAHAHAHAHA

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  77. José. Eu pensei nisso. Pensei em tentar responder, de forma muito calma, isso mesmo.

    Mas não tive coragem.

    Porque é meu amigo. E ia ficar decepcionado. Não ia entender, nem querer ouvir.

    Não sei. É a tal sensação estranha de incomunicabilidade com quem vive de palavras mas tem por lá uns rancores ideológicos que não são sequer teoria.

    Aliás, não era apenas ele. No meu meio, ia jurar que se a conversa englobasse mais gente, eu era feita em cacos porque o grito de "vamos fazer a revolução" é qualquer coisa tribal que os une.

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  78. Oh olhe não sei. Às tantas é o "complexo de burguês". Lá no fundo recriminam-se por viverem bem mas acham que acreditar naquela patranha absolve-os. É o indulto intelectual do euzinho. Ahaha!

    Em vez de irem confessar os pecados ao cura, são de esquerda.

    Inventam os pecados e a absolvição ahahaha!

    Nada que uma enxada na mão não resolvesse... eheheh!

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  79. Mujah:

    Não dá para explicar a estranheza que eu senti.

    Porque, se v. imagina alguém tão idiota quanto a frase, é mentira.

    Não entendo isto. Não sei. Na volta chego a pensar se não podia ser igual e estar ali a dizer o mesmo com a mais santa convicção.

    Sei lá.

    Eu penso que isto é que é ideologia. Esta vontade de "revolução" e de repetir os mesmos chavões, achando que se está a ser original.

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  80. Não estou a criticar. Estou a referir que deveria ser assim para o indivíduo embatucar.

    No outro dia, à mesa de almoço, também com pares meus, calhou em mencionar Salazar.

    Quase era triturado em argumentos desse género.

    Quando mencionei a "recta intenção", veio logo o Hitler.

    Não vale a pena argumentar com pessoas assim.

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  81. Não vivem bem. Para o caso não interessa mas é dinheiro de família.

    Não sei. Não encontro explicação e lembro-me de outras que já lhe tinha ouvido que nem quis entender melhor.

    No 11 de Setembro. O regozijo era tão grande que até me disse que esteve para levar um retardado mental que foi dar uma conferência acerca do ocorrido na perspectiva de um terrorista, que esteve para o levar a ver um grafitti com um emblema da nike a destruir as torres.

    Nestas coisas sinto-me de tal modo envergonhada por quem o diz que prefiro fingir que nem ouvi.

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  82. A maioria dos meus pares julga que sabe tudo. Tudo e por isso é inútil contrariar essa sabedoria.

    E por mim, não contrario. Só me limito a referir o mais óbvio, tal como as três bancarrotas e a pesada herança.

    Com esses argumentos talvez os ajude a pensar melhor, mas não penso que seja eficaz.

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  83. Pois não vale, José.

    Foi essa a certeza que tive.

    Aquilo não vem da cabeça- vem das entranhas e está lá dentro há muito tempo.

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  84. Mas, ele não se calou.

    Ou seja. Ele sentiu uma necessidade de atirar com isto.

    E ele conhece o Cocanha.

    Sabe que eu não ia fazer coro.

    São as entranhas a falarem. É sempre a eterna luta. Vivem em guerra permanente com esses fantasmas.

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  85. A maior liberdade que eu tenho é sentir que não tenho que mudar o mundo.

    Por isso apenas mostro o que quero mostrar, sem medo. Aqui e agora, neste blog.

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  86. Em luta ou em festa.

    ahahahahahaha

    Há qualquer coisa de prepotente no desplante com que provocam os outros

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  87. Pode crer.

    No meu caso, o tipo de trabalho que tenho, não me permite mostrar o que penso a esse nível.

    Não sou livre por exigências teóricas e por dever de não fazer comício ou influenciar alguém.

    E isso é complicado quando os outros acham natural fazer a onda a propósito ou a despropósito.



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  88. Pois, eu, pessoalmente, estou-me um bocado nas tintas. Digo tudo.

    Há malta que se excita mais, mas eu borrifo-me para isso:

    O tipo morreu sem nada. Apontem um, um só, que seja pobre... E ainda explico o porquê da pensão vitalícia e que daquele fascismo não se livraram eles... Normalmente este não dá grande hipótese.

    Mas não é malta dessa idade. É bem capaz de haver aí diferença sociológica como V. dizia há dias.

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  89. Aliás, o problema é sempre esse.

    Uma pessoa tem todos os cuidados para elevar todos os assuntos para o único campo que se pode partilhar- o teórico- o mais teórico possível. Abstracto, ou no único campo em que nos movemos.

    Mas eles fazem o oposto- tornam coloquial e como tácito os gritos de ipiranga do "vamos fazer a revolução".

    Quando não é mais concreto e implica abaixo-assinados e até pior- literalmente política partidária

    ahahahahah

    E eu é que sinto vergonha.

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  90. Mas eu também digo tudo. Porém, ao encontrar a primeira resistência antifassista, com os chavões do costume, o melhor é não estragar a conversa e mudo de assunto, sem grande confronto.

    Dantes, ou seja em 1974 e 1975 é que tive grandes discussões em tempo real com essa gente.

    E já pensava como hoje, embora com menor conhecimento do que Salazar tinha realmente feito e do valor que teve, porque o regime era fechado e por mim gostei da abertura do 25 de Abril de 74.

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  91. Digo tudo entre amigos. No trabalho, não.

    O tipo de trabalho que tenho implica mesmo nunca ir por aí.

    Felizmente que não tenho dificuldades em elevar as coisas. Nunca me deixei enredar por comícios mesmo quando são os outros que já os estão a fazer.

    Mas a coisa é perversa porque há sempre naquilo tudo um certo som a provocação.

    A fazer silenciar por absolutas certezas. Ele até me disse que tinha tido uma conversa sobre o assunto com uma pessoa amiga que estava a dizer o inverso.

    Portanto, repetiu para mim o oposto que é a verdade que lhe apetecia que eu também ouvisse.

    E tive de ouvir e nem piar
    ahahahahahahha

    Mas não era contra mim. Era contra "este sistema".

    Felizmente que o sistema tem as costas largas ahahahahahah

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  92. Outra coisa, é que na dúvida lanço o logo o fascismo eu primeiro a ridicularizar. Eu é que digo logo que sou o grande fascista. E se for preciso vem o obscurantismo e a longa noite e isso tudo.

    V.s há uns tempos estavam a falar que a melhor maneira de neutralizar isso era a gozar e é verdade.

    Porque se feito com iniciativa isso neutraliza logo a cena. Se eles lançarem a acusação caem no ridículo. Isto quando, e se, recuperarem do pasmo ahahahah!

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  93. Nestes meios não digo tudo e mudo a conversa.
    Não só para evitar confrontos, como por causa da assistência que tem uma relação connosco de ordem diferente.

    Não somos propriamente todos pares. E os que nâo são pares têm-nos por referência de aprendizagem onde eu nunca quero que entre nada fora do que me compete.

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  94. Não. Neste caso nem sociológica há.

    Nisso até somos pares

    ahahahahaha

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  95. É um fenómeno do caraças.

    Porque eu ia jurar que isto é mesmo uma amostra sociológica, no sentido em que, de facto, já tinha referido.

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  96. Mujah. Há situações e situações.

    Não estamos a falar como aqui nas caixinhas.

    Existem alturas e meios onde não se pode dizer tudo.

    E ainda bem.

    A questão nem é essa. É a facilidade com que eles, por qualquer estranho fenómeno de onda ideológica, o dizem!

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  97. Não é isso. A diferença está entra a malta com quem vocês se dão e malta com quem eu "paro" ahaha!

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  98. Ao nível de idade logo para começar.

    Ninguém viveu nada disso. Faz logo diferença.

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  99. Vou resumir a questão de outro modo.

    No nosso meio. Naquele onde fomos ambos educados, isto dantes era considerado indecoroso.

    Pronto. Acho que assim dá para entender.

    É indecoroso falar-se de política como provocação em situação de convívio social que não é tu cá tu lá, ainda que descontraído e onde não são todos pares.

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  100. Eu dou-me porque é com quem trabalho

    ahahahahaha

    Uns são pares, outros são possíveis "clientes" outros são fãs e outros pagam

    ahahahahaha

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  101. Ah, este tem essa idade mas estavam lá outros bem mais velhos que eu.

    E, se ouvissem era grito de revolução idêntico.

    tenho a certeza

    ":O)))))))))))

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  102. Pois é.

    Mas agora coloque a questão assim.

    Imagine que v. também participava deste convívio e até tinha por referência estas mesmas pessoas.

    V. ouvia e ia ficar baralhado.

    Imagino eu.

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  103. Alargue aliás o leque de idades. Dos 20 aos 70, nas calmas.

    A coisa é estranha e o meu prurido tem precisamente a ver com isso.

    Com o poder de influência que se pode ter sobre outrem.

    E como se deve ter muito cuidado com isso.

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  104. Epá pois, sei lá.

    Não sou muito de me ficar se me provocam com essas coisas. Só se topar que é para mangar... ehehe!

    Mas claro, depende tudo da situação e também acho que nunca me fizeram isso, conhecendo-me...

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  105. Mujah:

    O que eu queria dizer é que nada disto é pessoal.

    É o meio- funciona assim. É natural ser assim e aposto que daqui a um século ainda se queixam do mesmo e continuam a gritar: "viva a revolução!".

    E há sempre gente nova a ser formada assim- com este som de unanimidade e revolta permanente e desbocada, como se fosse natural

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  106. Sim eu percebi.

    Não sei é se daqui a meio-século vai ser assim.

    Não encontro isso na malta mais jovem. Só na que está ligada mais ou menos directamente aos partidos, e portanto tem interesse particular em passar a cassete e excitar-se.

    O resto do pessoal tem coisas mais corriqueiras com que se preocupar. Como por exemplo o dinheiro ao fim do mês.

    É por isso que aquele argumento do Salazar morrer pobre e da pensão é tão eficaz. Mesmo que a malta dê importância à "censura" e à "liberdade", o dinheiro é como o algodão, não mente. A malta sabe perfeitamente que intruja não morre pobre e que nenhum político da actualidade vai estar nessa situação.

    O problema é a corrente, o barulho de fundo. A corrente vai toda para o mesmo lado. Não há vozes dissonantes, especialmente jovens. Porque se houvesse, acredito que as coisas seriam bastante diferentes.

    E nem precisava de ser na política. No humor, por exemplo. Alguém com talento que gozasse sem problema nenhum, como faz o Dieudonné em França. Que ridicularizasse toda essa linguagem e histerismo. Que agitasse as águas.

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  107. sim, essa sátira é que era precisa.

    Um Dragão em crónicas nos jornais e muita coisa ficava de pernas para o ar.

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  108. Mas repare como mesmo os que se dizem "de direita", ou seja, os neotontos, quando criam uma treta online, como este Observador, apenas se lembram de ir buscar os próprios ecos.

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  109. Este comentário foi removido pelo autor.

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  110. Havia muito para dizer sobre isto, mas felizmente (eh, eh…) não temos tempo.

    “Este estudo teve por base respostas de 4.676 estudantes portugueses, que no ano lectivo passado frequentavam o 10.º ano, mas também opiniões de directores de escolas e pais”
    Pois… Os únicos “professores ouvidos são directores de escolas. É um estudo para “pôr a tocar, mais uma vez, a cassete”.

    “Os problemas estão elencados e ainda falta falar em disciplina, assunto que se torna aflitivo no básico. Falta mencionar que os alunos do secundário que precisam de notas altas para entrar em cursos almejados (Engenharias e Medicina, mas não só) carecem absolutamente de frequentar explicações caras para a maioria das bolsas. Sem isso, o ensino público e mesmo privado (à volta do Colégio do Rosário no Porto há centros de explicações que surgem como cogumelos e o panorama em todo o país é idêntico) seria uma verdadeira catástrofe.” [José]
    O problema da indisciplina também já se coloca, na maioria das escolas, no Secundário.
    Pelo menos, 50% dos alunos andam na explicação, não são apenas os querem entrar para cursos com médias altas, pelo que, ela também contribui para a desatenção nas aulas, até porque (“toda a gente sabe” que) o professor não percebe nada da matéria, mas o explicador é um “crânio”, mesmo quando o explicador de um é o professor do outro e vice-versa.
    A concorrência tem criado explicações para todas as bolsas.

    “O sistema, nas chamadas "ciências sociais", foi gizado para produzir raquéisvarelas e quejandos” [José]
    Nas “ciências exactas” o sistema tende a produzir melancias, verdinhas por fora, vermelhinhas por dentro.

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  111. Aqui, pelos comentários, “ouve-se” alguma música de cassete.
    Talvez noutro dia, noutro texto e com mais tempo, rebata.

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