Visão online:
'O PS associado aos negócios e interesses é apoiante de António Costa'
Há, em Portugal, um partido invisível, que tem secções sobretudo nos partidos de Governo, que capturou partes do Estado, que tem um aparelho legislativo paralelo através dos grandes escritórios de advogados e influencia ou comanda os destinos do País."
"A esquerda precisa de mostrar que é rigorosa com a despesa e as finanças públicas. E Costa está a dar um espaço enorme para a direita dizer que os socialistas são irresponsáveis."
"(...)Muita gente, logo no início, disse: "com o Costa é que a gente lá chega". Não interessam o projecto, as ideias, o que as pessoas fizeram durante três anos, a disponibilidade...Para algumas pessoas, no interior do PS, interessa é aquele que dá poder e o distribui."
"Comigo, há uma separação clara entre política e negócios. Não tolerarei que qualquer membro do meu Governo tenha a mínima suspeita. Na dúvida, deve demitir-se."
"Não podemos ter um País de meias-tintas, meias verdades, de "uma mão lava a outra". Isso adensa o clima de podridão".
"A minha linha de fractura é entre a nova e a velha política. A velha política que mistura negócios, política, vida pública, interesses, favores, dependências, jogadas e intriga. O que existe no PS mais associado a essas coisas é apoiante de Costa."
"Gostaria que toda a verdade [no caso BES] viesse ao de cima. Doa a quem doer. Se isso acontecesse, o tal partido invisível seria...mais visível. Não podemos ter um País de meias-tintas, meias-verdades, de "uma mão lava a outra". Isso adensa o clima de podridão. Não seremos o centrão político nem o centrão dos negócios".
Outra notícia, desta feita, da revista Sábado:
A revista "Sábado" noticia, na sua edição desta quinta-feira, que José Sócrates está sob "apertada vigilância" do Ministério Público "há largos meses", por suspeita de envolvimento no escândalo Monte Branco.
De acordo com a notícia, que faz a capa da revista, o Ministério Público já quebrou o sigilo bancário e fiscal do antigo primeiro-ministro e pondera detê-lo para interrogatório, e constituí-lo arguido. Contra Sócrates existirão "indícios de crimes de natureza fiscal e económica".
A equipa de investigadores junta, segundo a revista peritos das Finanças e vários procuradores, liderados pelo procurador Rosário Teixeira. Têm trabalhado neste caso "sob rigoroso sigilo". Na origem da investigação estarão "fluxos financeiros que se suspeita atingirem milhões de euros".
Esta notícia da Sábado é pura especulação e junta vários elementos plausíveis, sendo certo que é motivo de falatório em Lisboa, abertamente e em certos locais, este assunto, com pessoas do próprio partido do entalado. Boatos, portanto. Até agora.
O que é que isto significa? Que há pessoas ansiosas em envolver o antigo primeiro-ministro. Este está neste momento na RTP1 ( 20:10) a defender-se e a dizer que a sua reacção é de "estupefacção" e é tudo uma "canalhice" e "absurda" e que "nunca tive contas no estrangeiro nem tenho contas para movimentar" e que "esteve um ano em Paris a viver, sem rendimentos".
Sócrates só tem "uma conta bancária há mais de 25 anos, na CGD" e "não tem nenhumas poupanças". "Estive um ano a viver em Paris, fiz um empréstimo e estive a viver desse empréstimo". " Agora estou de novo a trabalhar"...
Depois o jornalista tentou confrontá-lo com a notícia da revista Sábado e falou-lhe numa empresa, no "seu amigo empresário". Sócrates atrapalhou-se e disse que não queria ver a notícia, mas que sobre o assunto "deveria perguntar ao meu amigo".
"Tenciona processar a Sábado", diz, a pergunta específica do jornalista Rodrigues dos Santos que furou .
É uma "pura campanha de difamação", acaba por repetir.
Hummm...esta defesa de José Sócrates, assim em directo na RTP1 é um furo jornalístico de Rodrigues dos Santos e parece-me bem. E quanto ao assunto de fundo, é deixar correr o marfim.
Só mais uma pequena questão, para não passarmos todos por um bando de parvos: o jornalista não lhe perguntou uma coisa simples e que pelo facto de José Sócrates ter repetido a história do empréstimo na CGD, para "viver um ano em Paris", devia ter perguntado. A coisa simples é esta: sabendo que o empréstimo foi da ordem de cem mil euros, José Sócrates, já que falou e repetiu esse facto como defesa, tem que esclarecer como é que pagou esse empréstimo, com que dinheiro, com que juros, com que prazo, com que spread e com que garantias...
Afinal, a CGD tem que cumprir regras que o BES também tinha. E o BPN. E o BPP. E o BCP.
Como é que José Sócrates pagou o empréstimo à CGD? É essa a questão a que tem de responder.
E ainda outra que já me esquecia: como é pessoa pública, antigo primeiro-ministro e agora envolvido nisto, tendo acesso à RTP1 para se defender, importa que esclareça outra coisa: que faz, em concreto, agora que já trabalha, "como toda a gente"? Quanto ganha, ao certo? E quem é que lhe dá o trabalho, em concreto? Já sabemos que pode ser a Octopharma, mas a história desta firma é logo outro dossier...que no Brasil já foi chamado de "máfia dos vampiros". Esta informação da própria firma é muito escassa e incerta.
Estas coisas é que José Sócrates devia explicar na RTP1. Mas tal nunca acontece...
Entretanto, a PGR parece que já veio esclarecer, desmentindo a notícia da Sábado. Foi demasiado rápido este desmentido e deixa lugar a especulações.
Não poderia ter sido melhor uma coisa mais elaborada?
Aditamento:
Torna-se muito estranho que a Sábado publique algo que aparentemente é tão falso no seu contorno objectivo e preciso que só com uma grande dose de engano se percebe como foi possível tal suceder.
Esperemos pelo amanhã, para ler. A ver como poderão ter sido enganados os jornalistas da revista. Ou não...
Como nunca mais se falou, dos empréstimos do bes, aos partidos politicos, não interessa.
ResponderEliminarCusta-me chegar á conclusão, que não existe coragem, para levar todas as investigações, até ao fim.
Existe,algum povo em Portugal, que merece respeito e a verdade possível.
O resto, faz parte daquele povozeco, labrego, que já lhe cheira a dinheiro fresco, da europa, claro, para se fazer ás migalhas.
São capazes de vender a mãe, várias vezes, se isso lhe trazer algum beneficio.
Portugal no seu melhor.
Para "marchar" o bicharel teriam ( e não "terão"...) também de "marchar" o nascimento do ínfimo, o pinto monteiro "pgr", e a cândida da d.cândida.
ResponderEliminarUma pirotecnia totalmente improvável.
Mas que credibilizava um regime podre...lá isso credibilizava.