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domingo, setembro 28, 2014

28 de Setembro de 1974: o PREC em marcha acelerada

No dia 26 de Setembro de 1974 , uma quinta-feira, houve uma tourada no Campo Pequeno em seguimento a um concurso hípico, durante a tarde. No Sábado, 28, haveria uma manifestação em Lisboa, de apoio ao general Spínola, presidente da República que aliás estivera presente na tourada, acompanhado de Vasco Gonçalves, primeiro-ministro. A manifestação era convocada por representantes de uma "maioria silenciosa", ou seja as pessoas que não gostavam do rumo que Portugal tomava. Estava em curso o predomínio das ideias de uma esquerda comunista, em autêntico processo revolucionário e com a linguagem normalizada para tal em jornais como o Expresso.  Otelo prestar-se-ia,  dali a uns meses, a garantir a respectiva inserção do jornal nesse processo revolucionário, o que era contestado por aquele Vasco Gonçalves que o apelidara de "pasquim reaccionário".

A manifestação tinha sido convocada através de cartazes como este, espalhados por diversas localidades, ao longo do mês de Setembro desse ano:


A manifestação foi então denunciada, peloas forças da "aliança povo-MFA", ou seja a esquerda comunista e socialista mais os militares que mandavam particularmente o COPCON de Otelo, como uma conspiração fascista para abater a "democracia" e restaurar a ditadura. A mensagem passou rápida pelos jornais e rádios ( Adelino Gomes, por exemplo) e o "plano" de que a manifestação fazia parte incluía a introdução de milhares de armas, em Lisboa, para derrubar o poder que estava em PREC larvar.

O Expresso de Balsemão e Marcelo Rebelo de Sousa contou tudo, logo nesse Sábado...




E o Diário de Lisboa contou na Segunda-Feira, a mesma lenda tenebrosa da conspiração fascista.

No Domingo já raiava outra vez o sol dos amanhãs a cantar, mas foram três dias que "nem te conto"..." porque ameaçaram um povo"!


E como é que o "nosso povo" aliançado com o MFA reagiu a tamanha conspiração fascista?
Logo no dia 27, a "vigilância popular" aliançada com o MFA formou barricadas à entrada de Lisboa para impedir a chegada das armas que iriam destruir o exército, marinha e aviação nacionais que o MFA dominava mas seria impotente para deter, perante a ameaça reaccionária vinda do Norte.

"Piquetes populares" apareceram do nada e segundo o Diário de Lisboa a "iniciativa desta atitude deveu-se à Intersindical, ao MDP/CDE, PCP e Partido Socialista". Sim, o PS...



Durante a noite, "o povo-MFA" , animado por aquelas organizações político-sindicais, fez isto contra a fantasmática "avançada silenciosa" do fascismo:


O bravo Otelo, palerma habitual, teve a ideia fulgurante de pôr em prática o plano contra a conspiração, mandando prender "numerosos fascistas", logo na noite de Sexta-Feira, 27, para prevenir o sucesso da "tenebrosa conspiração". Os fascistas eram estes. Alguns já morreram, levando para a cova o labéu infame e outros ainda andam por aí, carregando a pesada cruz fascista enquanto este mesmo Otelo anda todos os anos pelas escolas a explicar como aconteceram estas coisas. Há uns tempos parece que disse que precisávamos de outro Salazar,  o "fascista" por antonomásia. Não foi assim? Pois não, porque a inteligência do indivíduo não deu para mais...


Portanto, como se podia ler nos dias seguintes, o povo dominou a reacção, falhou o golpe das direitas e ficamos com...o golpe das esquerdas, todos contentes e felizes até à bancarrota, dali a dois anos.




O Expresso de Balsemão/MRS também explicou a conspiração fascista. Assim:


E até com um editorial ( MRS?)


E qual o contexto económico-social que se vivia em Setembro de 1974. Ficam as imagens do Diário de Lisboa de 30 de Setembro, para mostrar um ideia.

Começando por um artigo de Mário Ventura Henriques  um "intlectual multifacetado" fruto da época. O artigo glosava a ideia de uns tantos capitalistas portugueses ( os que tínhamos e agora não temos...) em investir 120 milhões de contos ( cerca de 20 500 milhões de euros, segundo Pedro Jorge Castro no livro O Ataque aos milionários, já por aqui citado)  na economia portuguesa, projecto que foi abandonado porque era "ambiguo"...e os respectivos capitalistas, os melhores que tivemos desde sempre na nossa História recente, escorraçados para os brasis e outras paragens, onde se reequilibraram como puderam. O caso BES/GES tem naturalmente a sua origem remota neste período em que a Esquerda comunista e socialista mandaram no país. Em poucos meses, destruíram décadas de organização económica produtiva, para grande gáudio dos joões martins pereira, vítores constâncios e cravinhos diversos.


No âmbito cultural vivia-se o período das revistas pós-modernas das quais a primeira foi a celebérrima "Pides na Grelha", com o habitual elenco de luxo, sempre adaptado a todos as correntes de ar político.


O ambiente social era de cortar o fascismo à faca, nas empresas, repartições e associações.


5 comentários:

  1. O zé povinho vai comer a democracia do tudo e do seu contrário democrata que implantaram em seu nome os pais das pátrias que tanto dá para entregar tudo o que tinha preto e não era nosso como nos colonizarem depois mas com subsídios com o dinheirinho arrastado ao indigenato.
    O Homem Novo e mulato vencerá!

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  2. vieram ao de cima o ódio e a inveja referidos por Gasset em Meditações

    prometeram que iam ser todos ricos
    e acabamos todos pobres

    os boxexas, os santos e a tropilha não foram os únicos culpados

    o desastre começa com Caetano-Tomás, passa pelo gajo do caco e pela burguesia
    que se cagou toda de medo

    vi muita gente a passar da direita para a esquerda e a fazerem coisas inimagináveis

    um que era fascista tornou-se amigo de gente ligada ao camarada vasco para salvar a herdade alentejana

    à porta de um quartel da capital:
    vieram com a poltrona do comandante para a sentinela se sentar

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  3. zé sócrates acaba de ganhar as eleições no largo dos ratos

    vamos ter um lindo enterro

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  4. Huummm...num acredito. Sócrates acabou.

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  5. aconselho:
    31 armada
    insurgente

    boa noite

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