No Correio da Manhã de hoje publica-se a lista dos romeiros ao ep de Évora, onde se encontra acondicionado o recluso 44, antigo primeiro-ministro de Portugal e que segundo o mesmo jornal se preparava já para uma candidatura à...presidência da República.
É caso para pensar e dizer que nem sequer os italianos se atreveram a tanto, no auge do processo de corrupção que acabou com a DC de Andreotti e o PSI Craxi, dois "inocentes" defendidos como tal, in illo tempore, pela muleta de António Costa, Mário Soares.
Os italianos tinham governantes corruptos e como tal foram condenados como Bettino Craxi, (visitado na Tunísia pelo então presidente Mário Soares, perante a quase total condescendência dos media da época), mas não consta que elegessem alguma vez um presidente da República da craveira do recluso 44, o que diz muito acerca da democracia que temos e do partido Socialista que também temos e se apresenta já como vencedor virtual das próximas eleições.
Mário Soares é uma vergonha para a democracia, para a ética, para a imagem que Portugal devia ter perante o mundo. É uma personagem intolerável na decência democrática e só num regime que se afigura aos do terceiro mundo da América Latina dos anos setenta poderia ser figura de relevo nacional como ainda é, com os laudatórios da praxe, com um jornal ( Público) que lhe deu um destaque obsceno e com apaniguados antigos que têm menos vergonha que o dito. Mário Soares devia ser completamente ostracizado pelos media e completamente afastado de qualquer ribalta que não merece, não tem direito e que em países civilizados como uma Inglaterra já teria tal tratamento garantido.
Aqui é o que se vê, o que só nos aproxima do terceiro-mundismo serôdio dos tempos que já lá vão. Não se entende o desvelo, a cumplicidade e a condescendência para com um indivíduo daquele jaez. Nem se percebe como pode ser figura de Conselho de Estado porque tem mais rabos de palha que um Dias Loureiro. É incrível como este país mediático acolhe tal figura.
Eis a lista dos romeiros do infortunado recluso que viu a candidatura ao cargo de mais alto magistrado do país ir pelo cano abaixo.
Todos estes indivíduos que aqui figuram, com excepções pontuais e suspeitas porque são familiares, são do PS e todos foram em romagem a Évora para declarar depois, urbi et orbi, o que nunca deveria suceder: o PS está com o recluso 44, pelo menos em espírito e solidariedade no infortúnio que desejam e esperam seja passageiro e fazem-no por óbvios motivos políticos.
Esta mensagem atenta contra os valores democráticos que implicam que seja a Justiça a lidar com um caso que é de polícia e nada de política. Pois é exactamente isso que aqueles pretendem, como aliás o fizeram há cerca de dez anos, por altura do caso Casa Pia. Os protagonistas, aliás, são quase os mesmos.
É este PS mafioso, anti-democrático na sua essência, que vemos ressurgir e afirmar-se sem qualquer rebuço e principalmente sem qualquer acto de indignação pública dos poderes do Estado que se impõe, uma vez que a democracia não admite estes afrontamentos ao poder judicial que compõe a essência do Estado de Direito.
Este comportamento mafioso típico lembra o que sucedeu em Itália, nos anos noventa, aquando da perseguição judiciária à Mafia siciliana e coleonesa que tinha assassinado os juízes Falcone e Borselino.
Quando o líder, o "boss", il capo di tutti capi, Totó Riina, foi preso, também se repetiu a rábula da "inocência". Logo na altura da sua captura, num carro anódino ( Um Citroen Xsara) no centro de Palermo, o grande assassino mafioso disse aos que o prenderam que era um "simples componês" e que estavam equivocados...
Pois bem. Depois de ter sido efectivamente confinado ao cárcere, literalmente metido numa jaula, o então preso Totó, recebia cartas e cartas de admiradores, apaniguados e correligionários da seita. Muitas das cartas eram de pedidos de recomedação para lugares de trabalho, para pensões, etc. como conta a Epoca de 9 de Julho de 1995.
Riina, preso, ainda teria, para esses romeiros epistolares, o poder de mandar em quem decidia...
Como se explicava este fenómeno? Um jornalista escrevia que havia os cépticos que acreditavam que a prisão destes mafiosos era coisa para pouco tempo e portanto ainda acreditavam nas virtualidades de uma influência futura. Por outro lado, e para acabar com esse estado de coisas, escrevia assim:
" a actividade da polícia e o empenho da Procuradoria, assim como os grandes e pequenos processos, a agravação das penas, o cárcere duro, a diminuição das chamadas garantias podem ser essenciais contra o poder mafioso apenas se em paralelo foram aplicadas no reduto político capaz de dar aos sicilanos o sentido da segurança e da justiça."
Na Sicília tal fenómeno acontecia porque o poder lá, não era do Estado, apenas. O mais forte ainda era o dos mafiosos e por isso a protecção que se pedia era a esse, ainda mais forte e que se apresentava como um "simples camponês". Há vinte anos que está preso...e as provas dos crimes foram muitas vezes indirectas e através de depoimentos de testemunhas indirectas.
Por cá, o poder ainda pertence a certos políticos e entre os quais se encontram os do PS que ali figuram na lista. É um poder de seita que se afronta ao do Estado. É a esse poder que é preciso que os portugueses se refiram para o retirar em nome da democracia e da justiça. Quem usa esse poder, como Mário Soares o faz é um criminoso da estirpe de um mafioso como Riina, porque se apresenta como um padrinho.
O poder do Estado não pode nem deve contemporizar com o poder da seita deste PS que o afronta claramente e com isso pretende beneficiar um dos seus.
É um dever dos cidadãos e dos magistrados denunciar estas manobras contra a Justiça e a democracia e isto tem que ser dito claramente para que não haja equívovos. É apenas esta seita do PS que faz isto, em Portugal e como o experimentou uma vez, há dez anos, e resultou, volta a tentar de novo.
Para melhor compreender, ficam dois artigos no Sol de hoje, em contra-corrente.
Mais um óptimo post de José.
ResponderEliminarParece que Mário Soares tem uma atracção irresistível por corruptos, sejam ex-PR's ou outros políticos ou banqueiros, estrangeiros ou nacionais.
E assim se explicam as alarvidades proferidas pelo mesmo, a respeito do processo e detenção de Sócrates.
Também tem uma atracção irresistível por visitas. Visitou aqueles, mesmo quando estavam fugidos à justiça no estrangeiro, como faz questão de visitar o célebre preso preventivo 44.
Duma coisa está ele convencido, também, os seus amigos são corruptos mas ele é impoluto, conforme as suas próprias palavras em resposta a Basílio Horta num célebre debate na campanha à presidência, já há alguns anos.
Porém, ele pode estar convencido disso, mas muitos estão convencidos do contrário. Ele não é impoluto como se julga.
A "estória" a respeito da sua fundação tem muito de estranho.
O povo tem uma frase sábia: “Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”.
Pelos vistos seriam precisos muito mais lugares na prisão...
ResponderEliminarSim porque o dito lá diz: diz-me com andas e eu dir-te-ei quem és
ResponderEliminarExcelente artigo José.
ResponderEliminarHonestamente, não posso afirmar que o recluso 44 seja inocente ou culpado. Mas o que posso dizer é que rasto que deixou no caminho não abona a seu favor. Casos como licenciatura, lixeira da Cova da Beira, Freeport e agora a dívida ao amigo Carlos, que não sabe quanto é, deixam uma pessoa com a pulga atrás da orelha.
Excelente trabalho, José.
ResponderEliminara multidão de corruptos da esquerda sonha em ser como o 44 e vai votar costa
ResponderEliminardentro de um ano o 44 candidata-se a PR e o juiz vai dentro
o ps é pior que a mafia siciliana
Pode emigrar para Inglaterra será de certeza o Mourinho dos bloggers
ResponderEliminarBES
ResponderEliminarSÓCRATES
ESTADO DE (IN)JUSTIÇA
https://www.youtube.com/watch?v=Zs5tqFuVSh8
Muito bem José
ResponderEliminarCada dia que passa isto fica com um ar mais mafioso.
Uma coisa é ser amigo, e mostrar em privado alguma complacência, outra muito diferente é ser líder parlamentar ou candidato a primeiro-ministro.
Um líder partidário com ambições a governar não pode ter uma vida pessoal separada.
Quando vai publicamente à choldra apoiar um tipo acusado de corrupção em cargos públicos, está a mostrar a muitos dirigentes que a seguir pode vir a liderar que tolera esse tipo de ações.
Bom, isto para o Tomonhé. Para o outro sapo da Casa Pia só a total falta de vergonha é que permite que ande por aí outra vez.
O tipo só saltou fora da pedofilia por prescrição.
A múmia taralhoca tem pendor para os caídos na tentação e na condenação.
ResponderEliminarEm cada um, vê do que se livrou...
É o "bom papa francisco" a inspirá-lo..
Tudo isto seria patético, não fora a seriedade da ameaça desta máfia. Força, José! Que cada um faça o seu quinhão pela Pátria refém destes mastins raivosos!
ResponderEliminarFeliz 2015!
Entretanto o José Alberto dos fretes passou na TVI uma espécie de entrevista ao 44 a que ele responde dizendo que está impedido de dar entrevistas.
ResponderEliminarTenho estado para aqui a matutar se o 44 estudou mesmo filosofia e se anda a aplicar o gato de Schrodinger ao contrario, mas inclino-me mais para a falta de litio.
O bicho anda a testar a redução ao absurdo, mas no final esquece-se de contrariar a hipótese.
- refere que tem posses (ainda há pouco a mãe era rica, abdicou de receber subsidio de reintegração, não quis receber da RTP) mas que precisou de pedir ajuda ao amigo
- precisa de ajuda mas tem um serie S e chofer
- não aceita ser acusado pois não lhe mostraram as provas, mas em simultâneo garante que o amigo está preso indevidamente (é mais uma das "não conheço mas é com certeza falso")
- pensava um dia pagar as dividas ao amigo e no entretanto gastava como um astro da bola.
Eu só não sei se o absurdo é mesmo uma tecnica do advogado das FP25, ou se a senilidade do velho já o contagiou de vez e acredita mesmo nestas loucuras.
Também gostaria de perceber o papel da TVI no servicinho, pois as perguntas envergonhavam um caloiro de comunicação!
Isto tudo é verdade mas ainda existe um detalhe qeu não me parece teoria da conspiração.
ResponderEliminarEste tipo era um desconhecido. Não tinha fortuna alguma conhecida. Não era empresário; não era nada. Era um boy do PS.
Portanto, a que propósito o Balsemão o levou, na véspera das primeiras eleições, ao encontro do Bilderberg?
José
ResponderEliminarAparece por aqui o Perestrelo, o jovem do avental.
Valia a pena alguém ir investigar quanto é que ele meteu ao bolso, enquanto era Secretario de Estado, por "intermediar" estudos científicos nos PALOP.
Procurem os rendimentos oficiais e os que aparecem como cogumelos, e talvez tenham de calar mais um.
Esse tal Perestrelo é outro "inocente".
ResponderEliminarEstamos a falar de centenas de milhares de dólares.
ResponderEliminarÉ uma área interessante, esta dos acordos de cooperação internacional.
O Estado português fornece alguns serviços, envia pessoal com passaporte diplomático (que passa facilmente o cacau em notas), depois os Perestrelos criam empresas que facturam os estudos e apoio. Tudo muito limpo.
Não é à toa que os negócios estrangeiros agora têm dois ministros, um para a antiga diplomacia (e ara fazer de bombo) e outro para os negócios complexos com todo o tipo de estados corruptos (Brasil, Venezuela, México, Angola, Macau, norte de África, médio Oriente, etc.)
Com o petróleo em baixo a coisa vai estar mais calma nos próximos tempos, talvez tenhamos de voltar a comprar ou vender umas G3.
Há um ministro socretino, e não era um qualquer, que ainda não foi a Évora... Deixou de cronicar no JN... O 44 disse a pinto da costa que se ia vingar. Já começou.
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