Durante um pouco mais de dez anos, de 1978 a 1990, o desenhador francês Yves Chaland ( 1957-1990) mostrou em algumas revistas de banda desenhada a quinta-essência do humor francês em desenhos.
Aqui ficam três exemplos tirados da série Bertinho ( Le Jeune Albert) que me parecem geniais. A primeira publicação na Métal Hurlant de Maio de 1982. As pequenas historietas têm como cenário a Bélgica dos anos cinquenta e reflectem o ambiente social da época, inventado por quem nasceu depois...
E a última, na mesma revista, em Julho de 1987.
Em bónus, uma deMaio de 1985
O humor de Chaland parece que não conquistou adeptos em Portugal, porque nunca vi nada publicado por cá, do genial artista desaparecido em 1990 num acidente de viação.
Que delícia. Obrigada, José
ResponderEliminarEm Portugal, o único indivíduo que se aproxima disto é o Nuno Saraiva que anda a publicar no Sol ( Tabu) algumas pranchas sobre o fado. Muito boas e do mesmo estilo.
ResponderEliminarAposto que Nuno Saraiva conhece bem Chaland...
Andei à procura de álbuns de Yves Chaland na Gibert e encontrei...um. Precisamente o que tem a recolha de todas as pequenas historietas do Bertinho, publicadas originalmente na Métal Hurlant que tenho, completa porque a assinei desde 1982 ou pra aí. O resto, desde o nº1 de Fevereiro de 1975, arranjei depois.
ResponderEliminarno início dos anos 40 publicava-se um jornaleco infantil de bd de nome
ResponderEliminar'o Mosquito'
trazia cenas de humor a par das histórias de acção
escaparam 3 volumes mal encadernmados que entreguei ao meu filho
era tudo muito primitivo em relação aos belgas que apareceram, na década de 50
desconhecia este tipo de humor francês
gosto imenso humor
faz muita falta num rectângulo 'de faca e alguidar'
ontem muito me ri a ver o 'pisca-pisca', turista cómico da rtp1, a gesticular sem som a descrever a vitória do Synapismós
o sinapismo era na minha meninice um cataplasma que se aplicava no peito nas doenças tipo constipação e denominadas 'a frigore'
até me enganei e escrevi italiasnos
Sim, conheço-o bem, ao Nuno Saraiva. É excelente.
ResponderEliminarTrouxe o Chaland agora?
Trouxe um dos álbuns que me faltava, precisamente o que tem as histórias do Bertinho.
ResponderEliminarMas já as tinha todas na revista, desde 1982 a 1987.
O tem ainda outras histórias que foram reunidas num outro intitulado Captivant ( publicidade numa das imagens) e ainda mais duas ou três. É um album de recolha que me custou 24 euros.
Há alguns anos já tinha um outro, o nº1, com a recolha de mais histórias como Bob Fish.
E ainda há um terceiro com as últimas histórias que publicou, da série Freddy Lombard que também tenho publicadas originalmente naquela revista e na que lhe sucedeu, Métal Aventure que assinava, em 1987.
Praticamente só me falta a última aventura de Freddy, em Budapest, na altura da invasão russa.
Mandei vir agora...
Portanto, sou formado em Chaland.
Este Chaland tinha praticamente a minha idade e quando começou a desenhar para Métal Hurlant, em 1978, também eu pensava nisso.
ResponderEliminarMas ao ver aqueles desenhos de um virtuosismo extremo, desisti.
Mas não devia porque os primeiros desenhos de Chaland, dois anos antes, nem são por aí além.
Apesar disso, Chaland deve ser um dos principais desenhadores descoberto nos setenta.
O seu género de humor, de filosofia subtil e sem cariz político de esquerda conquistou-me.
Andei à procura do álbum original do Bertinho, publicado em 85 ( com algumas historietas) e encontrei um numa pequena livraria do Quartier Latin ( Rackam). Mas o sítio estava mesmo a fechar e o tipo não foi suficientemente simpático pelo que o deixei lá.
ResponderEliminaro meu filho, quase nos 53, tal como o José adora BD
ResponderEliminarcomprou um album na última vez que nos encontrámos
de autor desconhecido
nunmca fui alem do oliveira da figueira, do gazpacho y migas
corto maltese do Hugo Pratt
sou da zona dos 'malteses de pau e manta'
Eu gosto é do desenho. A maior parte dos argumentos de bd é sofrível para não dizer pior.
ResponderEliminarHá excepções na bd de ficção científica, verdadeiras maravilhas, como é a Garage Hermetique ou a hsitória de John Difool, de Jodorwsky e Moebius.
Há Fred. Há Hermann e Vance ( só pelo desenho de casas e carros).
E muito mais claro.
tinha esquecido o Moebius relacionado com a fita do infinito
ResponderEliminarcomprei a minha bagnole d'occasion perto de Saint Ouen e nela fiz 50 mil
soube mais tarde que num restô junto as pulgas se iniciou Linda de Suza
acabei de terminar assunto que era verdadeira purga de óleo de rícino
e pro bono, como convém
ResponderEliminarE o Bilal , José ?
Bilal? Bien sûr. Comecei a ver os seus desenhos na antiga Pilote dos anos setenta.
ResponderEliminarEm 74, em Junho, saiu uma nova série, mensal que custava os olhos da cara ( 45$00 quando o Tintin português custava para aí 10 escudos e o Tintin belga cerca do dobro) e Bilal apareceu logo nessa altura.
Porém, como os desenhos de Bilal eram na época uma espécie de subproduto de Moebius, com tracinhos e pontos, perdi algum interesse.
Depois, quanto se virou para as histórias do Leste ( Partie de chasse, por exemplo) as coisas melhoraram mas não é dos meus preferidos.
Idem para Milo Manara, demasiado soft porn para o meu gosto, apesar de um excpecional e genial Quatre Doigts, L´Homme de papier, com uma clima e uma índia desenhada de um modo fantástico.
...e o william Vance.
ResponderEliminarW. Vance claro. Em 72 no Tintin belga fiquei fascinado com as primeiras pranchas de Sarabande à Sacramento.
ResponderEliminarCom o papel lustroso da revista, os cenários de interiores, com o mobiliário geométrico e as composições em plano cinematográfico embasbacaram-me.
Já tinha ficado fascinado com o modo como desenhava carros, por um exemplo um Porsche 911 Targa em 1971, em tom laranja.
Agora ando a coleccionar a série XIII que o Público lança às quartas-feiras, com dois álbuns por 7 euros e qualquer coisa.
ResponderEliminarEu conheci o Vance através do Bob Morane - e mais tarde pelo Marshall Blueberry e claro ,ainda pelo XIII .
Na biblioteca do liceu D. Maria em Coimbra , podiam-se consultar uma grande parte desses Tintins que vinham em fascículos e depois eram compilados em edições anuais cartonadas . Eram uma alternativa para quem não gostava de ir jogar futebol ou não tinha moedas para gastar nos flippers - nos raros «feriados» com que éramos prendados.
:)
ResponderEliminarHavia um personagem de BD que tinha um 911 ( ou seria um 912 ) amarelo ....Ric Hochet ?
Isso era uma sorte porque no meu tempo o Tintin, se o queria ler, esportulava 7$50. Chegava ao Sábado de manhã à Bertrand local. As aulas acabavam ao meio dia e 20, mais coisa menos coisa e era uma correria atê á livraria que fechava ao meio dia e meia hora. Por vezes era uma frustração ver na montra o exemplar pendurado e a porta já fechada até Segunda-Feira.
ResponderEliminarIsto durou dois anos se tanto.
Em 1974, quando chegou o 25 de Abril já estava noutra, na Pilote francesa que também começou a aparecer.
Mas os números desses dois anos de Tintin, esses ficaram e ainda os tenho todos.
Ric Hochet, exactamente. Um 911 amarelo, desenhado por Tibet e que não era tão virtuoso como Vance.
ResponderEliminarO 911 Targa ainda hoje é o meu carro preferido, para ver. Este ano saiu uma nova versão.
Para ver esta história basta ir aqui
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ResponderEliminarEm 1979 para mim já não havia Tintin.
ResponderEliminarHavia A Suivre, Métal Hurlant e outras leituras.
Depois de ler isto e os comentários ainda mais me convenço que a sociedade está doente:
ResponderEliminarhttp://www.dn.pt/inicio/tv/interior.aspx?content_id=4365270&seccao=Televis%E3o
Dizer a verdade ao que parece merece castigo.
Desculpe, e o Blake e Mortimer, os originais do Jacobs, claro, apesar de alguns sucessores também serem legíveis?
ResponderEliminarO MELHOR DO HUMOR PORTUGUÊS:
ResponderEliminar“Sócrates está mais firme. E eu, que sou seu amigo e na ditadura fui várias vezes preso, cada dia o admiro mais, tal como ao seu ilustre advogado, João Araújo, que com tanta inteligência, coragem e lucidez o tem defendido”, escreve o histórico do PS."
DESTAS nem o gato fedorento e o RAP., hein?...
Absolutamente. E Blake e Mortimer começaram a aparecer em Portugal logo quando sairam no país de origem, Bélgica.
ResponderEliminarO Cavaleiro Andante de 1958 publicou o SOS Meteoros. Tal como O Lotus Azul de Tintin, traduzido em modo diferente que o actual.
A revista era dirigida por Adolfo Simões Müller.