O jornalista Aurélio Cunha que no Porto trabalhou muitos anos no Jornal de Notícias, o jornal do Norte por excelência ( ainda hoje e provavelmente o melhor jornal do país, apesar do Camões...), depois de terem acabado os demais ( Comércio do Porto e Primeiro de Janeiro), publicou agora um livro que recolhe algumas das suas memórias de reportagens em modo de jornalismo de investigação.
No caso de Aurélio Cunha a expressão faz todo o sentido porque foi dos poucos em Portugal a aventurar-se nesse género excepcional que se reserva aos melhores e que é a quintessência do jornalismo. Aurélio Cunha, um jornalista sem peneiras e que escreve de modo escorreito, pegou em assuntos que lhe cheiravam a esturro e tentou descobrir a origem do lume e a causa do odor.
Ao contrário de muito jornalista que por aí anda, encavalitado em diplomas que servem para nada ou em prebendas conquistadas em subserviências, Aurélio Cunha sempre me pareceu um tipo sem vaidades fátuas ou peneiras de ocasião. Um tipo terra a terra e com o sentido agudo das realidades prosaicas da vida.
Aurélio Cunha assemelha-se no estilo pessoal a um Columbo do jornalismo, interessado na descoberta da verdade, independentemente do sítio onde a vai encontrar.
Ontem, dia do seu aniversário, o JN publicou uma página em que dava conta de um livro que escreveu e que ainda não está à venda nas "bertrands", porque a editora "é difícil" ( ou seja, pequena e com problemas de distribuição) mas que vou evidentemente comprar. No dia 14 de Fevereiro, na biblioteca Garrett no Porto, vai ser o lançamento oficial. Se puder lá estarei, para um abraço de consideração e homenagem.
Houvesse meia dúzia de aurélios cunhas no jornalismo português e ninguém falaria hoje de troika, do recluso 44 e do BES. Porquê? Pelas simples razão que não chegariam a existir, tais casos. O recluso 44 continuaria a fazer projectos de casas algures e o senhor Salgado já teria ido para o Brasil há muito. Por isso a troika não teria passado por cá...
O nome de Aurélio Cunha, o modesto jornalista, "repórter do JN" , merecia uma comenda. A sério.
Ainda me recordo de o ver por Valbom (Gondomar), um homem do tempo em que o Jornal de Noticias não era a trampa em que se tornou hoje por estar nas mãos de quem está. Caso tenha possibilidade também passarei na biblioteca Garrett, é um orgulho para todos os homens bons da cidade do Porto homenagear Aurélio Cunha.
ResponderEliminarAleluia! pensei que só havia lixo humano
ResponderEliminarquando incluiu as fotos do palácio Tokyo julguei que ia falar do museu
detesto arte moderna e pintura de 'mulé pêlada' (caída em desuso em virtude dos estudos ao vivo)
há uns anos fugi a 7 pés do centro Pom Pom e de um museu de Viena
o desastroso pres wilson lixou a Europa no tratado do final da IGG
por largos anos 'Podemos' ainda ter de apanhar os cacos
continuaremos
Ainda há Homens Bons no Porto.
ResponderEliminarLi várias reportagens do Senhor Aurélio Cunha, nomeadamente sobre a prostituição na Via Norte. a forma como falava daquelas mulheres notava muito humanismo sem pieguices.
Desejo que o local de lançamento Biblioteca Almeida Garrett seja o pronúncio de que muitos o vão ler e compreender.
Nesta biblioteca fiz-me parte do que sou hoje.
Ainda me lembro de o ex-director adjunto do JN, Alfredo Leite, dizer que não sabia quem era o Aurélio Cunha.
ResponderEliminarE eu não sei quem é o Alfredo Leite...
ResponderEliminarCaro José:
ResponderEliminarConhece este magistrado a quem foi distribuido o recurso do recluso 44?
É de confiança?
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/recurso-de-socrates-nas-maos-de-exdirector-adjunto-da-pj-1684821
Não conheço, mas não alinho em teorias de conspiração, neste caso.
ResponderEliminarSe a Relação decidir alterar a medida de coacção, não vem mal ao mundo, se o essencial da prova já estiver recolhido.
Quanto ao julgamento, isso já é outra coisa...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarNão vejo as coisas bem assim.
ResponderEliminarSe a Relação alterar a medida de coacção vai ser um festim e uma machadada na acusação, penso eu.
Pelo menos, a "turma do 44" vai tentar explorar ao máximo essa ideia.
Ao contrario, se a prisão preventiva do 44 for confirmada, tenho a ideia que será uma derrota enorme do recluso, pois que um tribunal superior validou totalmente os meios de prova apresentados no processo.
Huummm...não me parece que seja necessariamente assim.
ResponderEliminarA prisão preventiva tem função diversa.
A acusação quanto a mim talvez já pudesse ser proferida e é no julgamento que as coisas se resolvem.
As provas, neste caso, serão na maior parte indirectas.
E continuo a apostar no número redonso: 10 anos de prisa para o recluso 44 que parece ainda pensa em ser...presidente da República!
ResponderEliminarhttps://dosdoisladosdasgrades.wordpress.com/
ResponderEliminare já sabe de um contemporâneo preso preventivo em Évora, João Sousa inspector da PJ?
O homem tem partido a loiça, mas resisto a definir se vale o que diz, sendo que também se acha injustiçado, pediu HC e quer pôr o nome aos bois.
Já contou coisas e libertinagens do Sócas lá na pildra.
Mas aflorou o tema Camões JN e não apreciei.
Conhece?
Já li no CM. Não comento.
ResponderEliminarFrequentava o 10.º ano de escolaridade - Jornalismo, e a prof. organizou uma palestra como o AC, na altura, se bem me recordo, tinha feito uma investigação sobre as farmácias, um escândalo. Na palestra o homem respirava investigação, o método, que resultava, era o faro. Lembro-me de outras investigações, às empresas funerárias, ao aliciamento de mulheres para a prostituição em Espanha e a alguns escândalos, na urgência do São João, etc. Enfim um jornalismo que dizia algo às pessoas o que fazia com que os jornais se vendessem como agora não.
ResponderEliminarCreio que era do PC, como aliás uma boa parte dos jornalistas do JN/Pravda:-)
Já há muito tempo, aqui neste blog, referi o nome do Aurélio Cunha, como Jornalista de referência do JN (a propósito de uma série de artigos sobre a corrupção na CM do Porto/anos 80). É por isso com muito prazer, que partilho aqui e agora este reconhecimento.
ResponderEliminar«E o juiz Carlos Alexandre que se cuide…» - Mário Soares
ResponderEliminar«E o juiz Carlos Alexandre que se cuide…» - Mário Soares
ResponderEliminarE ninguém pergunta a Soares porquê?
E o Bochechas que não se descuide mais. Aquilo não foi uma ameaça, foi um peido.
ResponderEliminarExcelente texto! Parabéns! Hoje vou participar precisamente na apresentação desse livro que devia efectivamente estar nas "Bertrands" e em todas as outras lojas.
ResponderEliminaratualidadesbyclaudia.blogspot.com
MUITO OBRIGADO PELO SEU LIVRO QUE VOU LER COM MUITO PRAZER .OCTAVIO CUNHA
ResponderEliminar