Em Julho de 1973 Marcello Caetano foi a Londres, onde foi publicamente enxovalhado por alguma oposição ao regime, na qual se incluía Mário Soares que manobrou para que tal sucedesse.
A revista Observador de 27 de Julho desse ano mostrou imagens da manifestação de apoio a Marcello Caetano, quando regressou. Assim:
Em 25 de Março de 1974, a propósito da publicação do livro de António Spínola, Portugal e o Futuro, a revista francesas L´Express publicou um artigo em que se dava conta das dificuldades do regime por causa das guerras em África.
Interessante ainda é ler sobre a posição de então de Adriano Moreira, o pai da jacobina desatinada. Dizia que Portugal era uno e indivisível como a Santíssima Trindade. Depois apostatou...
No dia 28 de Maio de 1974,a revista Paris Match mostrava imagens da caminhada para a manifestação do 1º de Maio desse ano, em Lisboa. no Estádio da FNAT, onde se encontravam Mário Soares e Álvaro Cunhal.
Terá este fenómeno de transferência colectiva de vontades em manifestar apoio a pessoas e situações tão diversas, algo a ver com esta caricatura do Tintin e os Pícaros, em que num país sul-americano sai um ditador, entra um populista e o povo em geral apoia do mesmo modo ( mas com vigilância policial?
O Dragão que tem vindo a escrever excelentes análises ( embora altamente discutíveis) sobre o devir do 25 de Abril, sugeriu que talvez seja essa a explicação para a mudança súbita de apoio colectivo no espaço de tempo de menos de um ano.
Não me parece nada. E nem sei dizer porquê, uma vez que ando a tentar compreender.
O apoio coletivo não se afere por manifestações, por muito grandes que sejam. Mas pelo voto. Após o 25 de abril, pensava-se que havia muitos comunistas, mas o CDS e o PPD eram afinal muito maiores do que a elite esquerdista lisboeta julgava.
ResponderEliminarA questão é outra e mais complexa:
ResponderEliminarquem apoiou Marcello Caetano fê-lo com o incentivo dos caciques do regime de então. Vieram pessoas de todo o lado.
No 1º de Maio tal não sucedeu.
A pergunta que coloco é esta:
Marcello tinha perdido o apoio popular de base? Ou seja, quem aderiu ao 25 de Abril e penso que foi em massa, fê-lo por não gostar de Marcello, do regime de então, ou porquê?
E se foi assim, como suponho que foi, então como se explica o apoio aos partidos de esquerda que alguns deles, da extrema esquerda e comunistas, eram ainda piores do que o regime anterior, quanto às chamadas liberdades?
Como é que houve uma transferência de apoios assim tão de repente e para o lado mais oposto?
O voto em 75 foi relativamente moderado, mas o mal estava feito.
Meu Caro a manif do 1º de Maio foi no antigo estádio da FNAT
ResponderEliminarse as manifs tivessem algum efeito a Igreja ganhava as eleições
o zé polvinho é inconstante
vai atrás do 'bacalhau a pataco'
O Floribundus emendou bem.
ResponderEliminarFoi em Alvalade, no da FNAT.
Uma coisa pequena, sem comparação com o Nacional.
Eu não vi nada disso. Só reportagens.
Mas a diferença de local tem peso.
http://www.rtp.pt/arquivo/?article=105&tm=13&visual=4
ResponderEliminarPode-se comparar aos mentecpatos qeu agora também apoiam Sócrates mais o sentido folclórico do golpe de Estado.
Acho que havia comunas e palermas suficientes para isso.
Tinha-me esquecido do detalhe FNAT que nada tem a ver com o do Jamor
Fico a saber porque confundi. Vou rectificar.
ResponderEliminarTerá sido a seguir, quando começaram as comissões de tudo e mais alguma coisa- os pequenos poderes; as vinganças e, depois, as ocupações.
ResponderEliminarO poder caiu na rua mas a esquerda e extrema-esquerda agarrou-o logo.
ResponderEliminarE a populaça foi tendo "cargos".
De facto, o Estádio da FNAT não tem nada de especial.
ResponderEliminarÉ uma coisa pequena.
A populaça muda de lado devido aos patéticos acontecimentos do dia 25.
ResponderEliminarEra 1974 era suficientemente novo para não ter significativa compreensão dos acontecimentos e, por isso, não serei a melhor testemunha ocular. Ainda assim arrisco a minha versão (mais uma, mais observada e escutada que lida).
A ideia que me ficou é que por aqui (Lisboa) além de uma maioria que se estava nas tintas para a política, a restante populaça estava dividida em três partes de dimensão idêntica: os apoiantes de Marcello, o “reformista moderado”, os simpatizantes da esquerda (essencialmente comunista) e os saudosos de Salazar (que achavam Marcello demasiado frouxo).
Em 1974, muitos esperavam um golpe de direita (à séria) que depusesse Marcello e aumentasse os meios disponíveis no Ultramar para pôr um fim mais rápido ao conflito.
No dia 25 de Abril quem, como eu, foi apanhado na confusão (ia comprar pão com o meu pai, ele depois seguia para o trabalho e eu regressava a casa) por volta das 8 horas, ficou com a sensação que era (mais) uma intentona de esquerda, com duas ou três centenas de revoltosos mal armados e demasiado desorganizados para que o golpe tivesse qualquer hipótese. Militares da PM (creio que de Lanceiros 2 tomavam posição nos esgotos da cidade “cercando” os homens de Salgueiro Maia e mandando os civis (como nós) para casa. Foi o que fizemos. Por esta altura, a impressão com que os meus familiares ficaram era de que nem seria necessário grande derrame de sangue, pois aos primeiros disparos das forças leais ao regime os revoltosos (na sua maioria instruendos das Escolas Práticas) render-se-iam de imediato. A inversão das previsões começou a ganhar forma, pouco mais de hora e meia depois, quando Junqueira dos Reis enfrenta Salgueiro Maia e se começa a perceber que ninguém toma a iniciativa de dar o primeiro tiro (e acho que bastava um, fosse de que lado fosse, para o desfecho ser rápido e culminar com a rendição dos golpistas). Acho que a questão (além da ausência de uma ordem superior) era psicológica: quem vai abrir fogo (por esta altura, o golpe jogava-se essencialmente entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço) contra umas dezenas de putos mal dormidos, sem grande instrução militar e que (provavelmente) nunca tinham sequer disparado a espingarda de assalto que empunhavam atabalhoadamente?
A manhã avança, as forças leais ao regime, ante cenário tão ridículo vão “baixando a guarda” e aos poucos juntam-se aos revoltosos. O número de civis nas ruas aumenta e estes começam a tomar consciência de que a resistência ao golpe parece paralisada à espera sabe Deus de quê .Quando, já próximo da hora de almoço, Jaime Neves se prepara (com “meia-dúzia” de homens) para tomar o quartel da Legião e Salgueiro Maia se dirige ao Carmo (onde já todos sabiam que estava Marcello) e apesar de barrado por forças de Infantaria 1 nada acontece (uma vez mais) toda a populaça percebe que o golpe pode vingar. A PSP e a GNR aguardaram (tanto por ordens superiores como pela iniciativa militar); C7, L2 e I1 limitam-se a “parlamentar” com os revoltosos, A Legião não está no quartel nem se vê na rua, a Marinha não se manifesta, a Força Aérea não reage (com excepção de um avião (não se sabe, enviado por quem) que vai sobrevoar o Carmo durante a conversa de Maia e Marcelo) e a DGS (ao que consta) também aguarda ordens que nunca chegam. É um golpe decidido na “secretaria”.
ResponderEliminarAlmoçamos. Surge o comunicado do MFA a dizer que controla o país. A populaça demasiado curiosa face aos anedóticos acontecimentos sai em força para a rua. Quando, ao fim da tarde, Marcello sai do Carmo, de blindado e o avião deixa de sobrevoar o quartel percebe-se que o surreal golpe afinal é real. Os soldadecos lisboetas juntam-se aos revoltosos, os oficiais vão para casa, a Legião, ninguém a vê, a DGS desaparece na sombra da noite. A populaça enche, há horas, as ruas. Um golpe assim só pode vingar se a maioria estiver com os golpistas.
ResponderEliminarNos dias seguintes, a parte visível do movimento golpista, perdão, do MFA é de esquerda. Está contra a Guerra Colonial e contra o Fascismo. Parte significativa dos civis mais barulhentos também é de esquerda. Está ao lado do MFA, contra o Fascismo… e a Guerra Colonial, exploradora, injusta e, por isso, perdida, que tantas vidas e dinheiro custou, mantendo-nos tão miseráveis. A um de Maio somos (quase) todos de esquerda, contra o fascismo.
A maioria nunca mais se curou.
Apache: segundo o que agora vou sabendo, de alguns anos a esta parte, parece ser essa a versão correcta dos factos que ocorreram.
ResponderEliminarMas há a tal pergunta: como é que isto se desagregou tão rapidamente de modo a que a esquerda comunista tomasse rédea solta em poucas semanas?
Foi o MRPP do camarada Barroso e Arnaldo Matos e camarilha ( como eles dizem)?
Foi a intelectualidade lisboeta dos jornais?
Foi a vontade genuína de uma parte importante da população, mais voluntarista?
Eu penso que a linguagem teve um papel decisivo e quem controla a linguagem como era o caso dos media tem meio caminho andado.
Por isso é que tento recuperar memórias impressas que são as que atestam tal fenómeno.
O que essa versão demonstra também é que não precisamos de teorias de conspiração rebuscadas para explicar factos prosaicos.
ResponderEliminarEstou muito mais próximo dessa versão do que a que encena um acordo entre Marcello Caetano e revoltosos, por interpostas pessoas.
Então, pá...
ResponderEliminarA versão do Apache não é uma versão: são os factos. Foi assim. O Marcello atirou-se da cadeira abaixo porque quis.
Fica agora por explicar porque é que ele não fez o mínimo que seria exigível para cumprir o seu dever. Tornando-se o principal responsável pela queda do regime, daquela maneira sórdida e com todas as implicações subsequentes: abriu-se a tal caixa da Pandora.
Ora, se o Marcello diz que entregou o poder ao Spínola para este não cair na rua, talvez a figura crucial para a explicação seja o Spínola, não?...
"Fica agora por explicar porque é que ele não fez o mínimo que seria exigível para cumprir o seu dever."
ResponderEliminarHá uma razão prosaica, a meu ver: julgava que tudo poderia ficar em águas de bacalhau ou então se não ficasse, a situação ficaria entregue a alguém que poderia resolver melhor que ele conseguiu.
Estava esgotado, parece-me.
Acordo conspiratório? É não conhecer Marcello, dizer isso.
a MC faltou o apoio militar que não soube preservar
ResponderEliminar'xico rolha' era isso mesmo
o gajo do caco no olho era um inexperiente politico
uma nulidade como se viu
o pc, única força organizada, atirou o gajo do caco pela janela no 28.ix deu o golpe de 11.iii
foi salvo pelo grupo dos 9 em 25.ix
e ainda se viu livre da extrema -esquerda
"quem apoiou Marcello Caetano fê-lo com o incentivo dos caciques do regime de então. Vieram pessoas de todo o lado."
ResponderEliminarÉ completamente verdade. Pude testemunhar este facto na minha envolvente.
"No 1º de Maio tal não sucedeu."
Também é verdade. Mas tal se
deveu, no meu entender, ao factor explosivo da criação de novas expectativas de vida e em liberdade.
"Marcello tinha perdido o apoio popular de base?"
Aqui poderá estar o ponto. Ninguém perde aquilo que não tem. E, Marcello nunca teve apoio significativo de base. Todo o processo eleitoral de 1973, assim o provou.
Mas então, qual o factor que desequilibrou a relação de forças de então? A quebra de fidelidade de um largo sector das forças aramadas que tinha perdido toda a confiança no regime. E, não nos podemos esquecer que o 25 de Abril, começou por ser em golpe de estado, mas que depois, a sua dinâmica transformou em "revolução".
"E se foi assim, como suponho que foi, então como se explica o apoio aos partidos de esquerda que alguns deles, da extrema esquerda e comunistas, eram ainda piores do que o regime anterior, quanto às chamadas liberdades?"
Porque eram as únicas estruturas com uma organização mínima capaz de capitalizar a disponibilidade popular de então. A outra experiência, do conhecimento entre a teoria e a prática das forças em causa, ainda não era conhecida, ou evidente, para a larga maioria da população.
"O voto em 75 foi relativamente moderado, mas o mal estava feito."
As eleições de 1975, foram as que melhor reflectiram uma verdadeira escolha em liberdade. A partir daí, começaram a prevalecer a capacidade e meios disponíveis pelos partidos, muitos financiados por interesses externos, para manipularem o eleitorado.
Lembram-se da brigada do reumático?Aquela que depois das Caldas e com os respectivos militares presos pela PIDE/DGS foram jurar fidelidade e apoio ao Marcelo?E passados uns dias tudo foi abaixo.O Marcelo por mais que tentasse no 25 "combater" os revoltosos estava feito.
ResponderEliminarPena mesmo foi o que passada uma semana se começou a desenhar.Mas embora nunca tenha andado pelos meios do poder emergente os militares que são apresentados como "ideólogos" do que se passou a seguir foram simplesmente paus mandados por quem veio de fora cheio de condições a cumprir...
e sem nada escrito como agora se comprova nis casos de corrupção...
Não fazia a menor ideia que tinha havido lanceiros nos esgotos a tentarem cercar...
ResponderEliminarehehe
É um detalhe qeu ignorava.
"E se foi assim, como suponho que foi, então como se explica o apoio aos partidos de esquerda que alguns deles, da extrema esquerda e comunistas, eram ainda piores do que o regime anterior, quanto às chamadas liberdades?"
ResponderEliminarPorque eram as únicas estruturas com uma organização mínima capaz de capitalizar a disponibilidade popular de então. A outra experiência, do conhecimento entre a teoria e a prática das forças em causa, ainda não era conhecida, ou evidente, para a larga maioria da população. "
Isso prova demais. Ou então temos um povo completamente acéfalo, o que recuso aceitar a priori.
Mas num sei, não...pelo que vejop agora quando defendem o 44.
"Isso prova demais. Ou então temos um povo completamente acéfalo,..."
ResponderEliminarAinda tem dúvidas? na grande maioria, assim é.
E se dúvidas não houvessem, como explicar as vitórias eleitorais desta corja do costume? e as do Isaltino, Valentim, Narciso, Cavaco, etc..
Lá vem o povo acéfalo... Ó homens de Deus, não vedes que isso não explica nada?! Qualquer povo, desse ponto de vista, é acéfalo!
ResponderEliminarO que aconteceu aconteceria em qualquer lado!
E falta o papel do "xico rolha".
ResponderEliminarE nesse poucos tocam. E é aí mesmo que está o busílis para mim...
Ele é a chave para todo este enigma...
O povo acéfalo tanto dá para então como para agora como para sempre.
ResponderEliminarEntão também foi acéfalo no 25 de Abril de 1975, dia das eleições que deu a vitória ao PS.
E recuso-me a aceitar a candura desse entendimento.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminaro jornalista Mário Mesquita ao ver o resultado das eleições de 1985, em que o Soares e o Almeida Santos levaram um banho de humildade monumental, dado pelo Cavaco, disse no DN.
ResponderEliminar"Deus não dorme". Ou seja, na minha interpretação: O eleitordado, cansado da incompetência do senhor bancarrota, resolveu mudar de agulha.
O que veio a seguir não é para aqui chamado, agora, mas o povo não é acéfalo.
"Isso prova demais. Ou então temos um povo completamente acéfalo,..."
ResponderEliminarAinda tem dúvidas? na grande maioria, assim é.
Mas se encontrarem melhor explicação, venha daí!
Cerca de 45%, nem se apresenta aos actos eleitorais. E, os que votam, é o que está à vista. Depois queixam-se.
"o jornalista Mário Mesquita ao ver o resultado das eleições de 1985, em que o Soares e o Almeida Santos levaram um banho de humildade monumental, dado pelo Cavaco, disse no DN."
E, nessa época, julgo ter tido toda a razão. E agora, diria o mesmo de Cavaco?
A explicação, a meu ver, é simples: as pessoas não votam porque não fazem a menor ideia em quem hão-de votar!
ResponderEliminarPorque ninguém pode saber, de antemão, o que vale alguém antes de este o demonstrar...
E como de promessas e boas intenções está o inferno cheio, a única opção com alguma lógica é votar para não eleger...
Mas assim que se instala a opinião - verdadeira ou falsa pouco importa - de que são "todos iguais", deixa de haver razões para votar.
Deixa de haver razões, isto é, excepto o cacique.
ResponderEliminarPara mim, se mais de metade das pessoas não votam, é sinal de sensatez: quer dizer que o paleio hipócrita e demagógico dos politiqueiros, todo aquele chorrilho de mentiras e trapaças, não chega sequer para os convencer a darem-se à maçada de colocar um papel num caixote.
ResponderEliminarPor alguma razão Lenine falava em vanguarda revolucionária; desde que houvesse uma vanguarda bem organizada ideológicamente, com palavreado e um mínimo de intimidação, o povo aderiria à causa. Depois, as organizações da Igreja JOC, JUC, já tinham feito um trabalho paralelo ao PC difundindo a possibilidade de um mundo fraterno, de igualdade. E o povo gosta de acreditar em ilusões. Aliás, a canção Pedra Filosofal retrata isso mesmo: "sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança".
ResponderEliminarPenso que a adesão à extrema esquerda não foi numerosa como depois se viu pelos resultados eleitorais. Eram organizados e virulentos. Tinham uma cartilha. Por isso pareciam ter mais peso.
ResponderEliminarOs portugueses distribuíam as suas preferências pelos partidos mais moderados e penso que a rápida adesão ao novo regime está no facto de estarem habituados a que os políticos lhes falassem verdade. Este padrão cimentou-se em 40 anos. Por isso aderiram de alma e coração a promessas de um futuro radioso para todos.
Recordo-me que no programa original do PS estava previsto as donas de casa serem remuneradas. Hoje rimos disso. Na altura as pessoas eram mais crédulas.
Soares prometia um país rico com o fim da guerra no ultramar.
As pessoas estavam habituadas à seriedade e à estabilidade das instituições. Nem sonhavam com as bancarrotas e as irresponsabilidades que nos colocaram nesta penúria e dependência. Isso não estava nos seus horizontes.
"As pessoas estavam habituadas à seriedade e à estabilidade das instituições. Nem sonhavam com as bancarrotas e as irresponsabilidades que nos colocaram nesta penúria e dependência. Isso não estava nos seus horizontes."
ResponderEliminarDepois das nacionalizações deixou de haver qualquer ilusão, incluindo o PS que era marxista moderado.
E em 25 de Abril de 1975 as pessoas votaram no PS...
Portanto, ou foram acéfalas ou ignorantes.
ResponderEliminarOu demasiado crédulas, de facto, em promessas absolutamente irrealizáveis o que as leva para o lado acéfalo.
Mas poderiam ter corrigido o tiro ao longo dos anos e eleições. Principalmente depois da bancarrota de 1976.
ResponderEliminarAparentemente fizeram-no em 1979 com a AD mas j+a havia um núcleo de acéfalos a votar no PS que se manteve durante décadas e até hoje.
E esse fenómeno esquerdizante nacional também me causa interrogações várias.
Em 1983, outra bancarrota e nem assim aprenderam.
Agora em 2011, idem aspas uma vez que votaram outra vez no 44 em 2009.
Irra!
"As eleições de 1975, foram as que melhor reflectiram uma verdadeira escolha em liberdade. A partir daí, começaram a prevalecer a capacidade e meios disponíveis pelos partidos, muitos financiados por interesses externos, para manipularem o eleitorado."
ResponderEliminarCompletamente verdade o que Carlos testemunhou nesta frase. Sabe-se hoje perfeitamente que a ajuda gigantesca e preciosíssima recebida pela esquerda comunista e socialista em toneladas de dinheiro vivo, bem como a infiltração simultânea de mihares de mercenários vindos de fora e ricamente recompensados vindos de fora, que ajudaram a pôr ràpidamente em acção o trabalhinho de sapa engendrado em Paris muito tempo antes pelos traidores Soares e Cunhal a que se juntou o cínico e oportunista Almeida Santos e o bando criminoso d'Argel.
E é dos livros a eficiência total que as revoluções levadas a efeito obtêm sucesso garantido em todos os países do mundo onde elas ocorreram (e continuam a ocorrer) porque detrás delas esconde-se a mão satânica do governo mundial. Mas atenção, disse 'revoluções' e 'golpes de Estado' preparados com anterioridade, porque, no caso português, aquela só se verificou efectivamente com a bruta ajuda externa (CIA e KGB) uns dias largos após o 25, porque o seu início apanhou a oposição traidora totalmente de surpresa. Tendo esta, não obstante, o tempo suficiente para em bloco pôr imediata e ràpidamente em prática, como referi acima, a verdadeira revolução lançando mão de uma manipulação persistente e continuada a seu favor - através de uma completa lavagem ao cérebro em que a exímia esquerda marxista é perita - dos militares ingénuos, inseguros, extremamente influenciáveis e polìticamente analfabetos; desmotivar desvalorizando a lealdade à Pátria por estes jurada; anular a obediência rigorosa e o respeito devido aos governantes do regime deposto; convencer a opinião pública (nesta altura já com a total anuência e a inestimável prestação de quase toda a comunicação social, comprada ou vendida, como se queira, generosamente recompensada e garantida até ao fim dos seus dias) de que os portugueses "querem acabar definitivamente com o regime fascista" e "punir criminalmente todos os políticos fascistas", bem como os seus colaboradores próximos e demais responsáveis catalogados à priori de "fascistas e contra-revolucionários" pelo seu apoio durante décadas a uma "ditadura tenebrosa" em detrimento de um "povo que ansiava desesperadamente pela liberdade de movimento e de expressão" fèrreamente cerceadas e que lhe estavam a ser finalmente devolvidas para seu eterno bem-estar espiritual e felicidade terreal para todo o sempre.
E foi com estas monstruosas mentiras, falsidades de toda a espécie e feitio e múltiplas e gravíssimas traições ao Povo e à Pátria, que um punhado de ladrões, traidores e criminosos do pior extracto conseguiu subverter diabòlicamente a seu favor obliterando por completo a esperança genuína desejada por um povo esperançoso numa mudança de regime para melhor, acreditando que seria protagonizada por gente sã, íntegra e patriota, que um povo inteiro crente na bondade de quem convictamente lho havia hipócrita e cìnicamente prometido, lhes colocou literalmente nas mãos o destino de um País milenar, traíndo de uma forma violenta e satânica a confiança cega que esse mesmo povo ingénuo e crente neles havia depositado de alma limpa e coração puro.
da minha longa convivência com o zé polvinho dos 3 sectores conclui muito cedo por
ResponderEliminarignorância
estupidez
má fé (devassa da vida dos contribuintes)
acédia os javardos sacodem os castanheiros, estes abanam a árvore dapatacas
inveja
ódio
conheci gente do campo impecável e igualmente trabalhadores da indústria.
destaco os meus compadres de etnia Rom, vulgo Ciganos
eram muito superiores aos tómonhés deste socialismo
a merda acumula-se sobretudo no terciário ('ter muito esperto nos cabeça')
José, não tenho uma explicação definitiva para todas as interrogações que coloca e que no fundo são as que todos colocamos.
ResponderEliminarTenho apenas uma perspectiva. Era muito pequeno em 74. Amadureci algumas ideias conversando com o meu avô que tinha sido maçon e com o meu pai, já falecidos.
O golpe foi militar. O regime que lhe sucedeu foi criado pelos oposicionistas do anterior, sobretudo civis.
O povo era apolítico em Abril de 74.
Os meios de comunicação de massa foram imediatamente tomados pelas organizações de esquerda que os usaram para implantar o chip que ainda hoje em parte perdura.
Esse domínio ainda existe e creio que é responsável pelo constante passar de esponja pelos descalabros sucessivos a que nos têm conduzido.
Houve um bombardeio avassalador de propaganda. Isto até tem sido frisado pelo José aqui no blogue.
Por outro lado, os portugueses podem não ser um povo muito intelectualizado. Não produziram muitos vultos nas artes e nas ciências, se comparados com alguns outros povos. No entanto têm um espírito prático e uma capacidade de adaptação muito forte.
As pessoas aderiram aos partidos muito na base de interesses concretos. Empregos na função pública, a começar pelas autarquias, etc.
Perceberam para que lado soprava aquilo que o José chama de "ventos da História" e que o Dragão apelida de "ventosidades da História".
Trataram todos de cuidar das suas vidinhas e de acautelar os favores dos novos Caciques.
Há portanto vários tempos neste compasso da História.
Hoje a estrutura do voto está mais adulterada pela importação de votantes que vêm em busca do Estado Social e das habitações sociais, dado que o indígena se abstem em maioria por desacreditar nos partidos do regime.
Se reparar, a pressão da esquerda para nacionalizar mais estrangeiros é uma constante há muitos anos. E dá os seus frutos.
Fugiu-me há pouco um comentário, em que aduzia ao anterior mais uma peça importante para juntar ao puzzle que deu origem a que a maioria dos portugueses a partir de uma certa altura começassem a votar mais à esquerda do à direita, contrariando a tendência verificada em peso nas eleições de 79.
ResponderEliminarÉ preciso ter em conta que nestas eleições a AD obteve uma votação fabulosa jamais esperada inclusivamente pelos próprios partidos que a compunham. Este facto surpreendente e inusitado provocou um verdadeiro pânico em toda a esquerda. A continuar esta tendência direitista lá iria por água abaixo o projecto maçónico/mundialista de destruir o Portugal Europeu e de entregar o Ultramarino às duas potências.
A esquerda em bloco tinha que agir ràpidamente para travar o ímpeto direitista, pois caso o não fizesse nessa precisa altura talvez o poder lhe escapasse das mãos para nunca mais o recuperar. Além doutros receios, a esquerda (e particularmente alguns dos seus elementos mais revolucionários) tinha um medo atroz do que lhe poderia vir a acontecer caso a direita, mesmo vigorando a democracia, alcançasse o poder através de maiorias eleitorais sucessivas. E isto era mais do que previsível pelo que se tornava premente e urgente atacar a o mal pela raíz. E foi assim que o plano maquiavélico foi ràpidamente engendrado e posto em marcha em menos de dois anos. Lançando mão de um atentado verdadeiramente satânico submeteram cruelmente sete inocentes à pior das sevícias - uma morte lenta até à carbonização dos corpos pelo fogo.
A incredulidade, pânico e dor que se apoderou do povo foi de tal ordem que pouco tempo depois transformou-se em verdadeiro medo do que polìticamente pudesse vir a seguir (a tática é sempre a mesma em actos desta natureza, lançar o pânico para ràpidamente passar a medo de tudo e de todos).
Feita a encenação e obtido o sucesso esperado, a esquerda passou à fase seguinte e o que foi sucedendo eleição após eleição é de todos conhecido. Afastado de cena o mais perigoso empecilho da democracia maçónica, o palco estava preparado para receber as cenas seguintes. Manipulações sistemáticas sempre a favor da esquerda em todas as eleições; fingir que estamos em democracia com a pretensa alternância no poder dos partidos criteriosamente seleccionados - e sòmente esses - que fazem parte do sistema e que, para todos os efeitos fingem ser dois mas que na realidade são um único porque as políticas e os interesses (e a corrupção, a trafulhice, as mentiras, as traficâncias e os negócios sujos) são os mesmos; etc.
E por último e já consolidado o plano d'ataque inicial, começaram a colocar no tabuleiro as peças escolhidas a dedo para o desempenho prèviamente estabelecido, sempre as mesmas, substituindo-se umas às outras no poder, até aos dias de hoje.
Pergunta o José e pergunta bem, porque é que a maioria do povo vota à esquerda? Olhe a principal resposta deu-a o maçon António Reis ua vez em directo numa televisão. Ele respondeu mais ou menos isto: pelos fins dos anos 70 "o país estava a inclinar-se perigosamente para a direita e nós demos um jeitinho para inverter a tendência..." e disse isto a sorrir e sem a mínima vergonha na cara.
Que a maçonaria nestas manobras sujas e secretas (no caso, reduzir a AD a quase nada ao matar quem lhe dava uma força genuína, com a ajuda fiel e autêntica das massas, através dos votos expressos da imensa maioria dos portugueses) teve um papel preponderante e decisivo, lá isso teve. Mas para além da eliminação de políticos oposicionistas (estes tornam-se empecilhos que estorvam e portanto estão a mais) com hora e data marcadas e da manipulação vergonhosa e descarada dos votos em cada eleição, terá forçosamente que haver algo mais. Exactamente o quê, de que modo e por que meios é que esse "quê" se processa, é a pergunta cuja resposta vale já não um milhão mas um bilião de dólares.
“Mas há a tal pergunta: como é que isto se desagregou tão rapidamente de modo a que a esquerda comunista tomasse rédea solta em poucas semanas?” [José]
ResponderEliminarOs principais rostos públicos do MFA (com uma ou outra excepção) pertencem a idiotas úteis e a estrema esquerda manipula-os como marionetas e a enorme máquina de propaganda que põe em movimento doutrina rapidamente um povo ingénuo habituado a acreditar nos líderes.
“Eu penso que a linguagem teve um papel decisivo e quem controla a linguagem como era o caso dos media tem meio caminho andado.” [José]
Subscrevo.
“O que essa versão demonstra também é que não precisamos de teorias de conspiração rebuscadas para explicar factos prosaicos.
ResponderEliminarEstou muito mais próximo dessa versão do que a que encena um acordo entre Marcello Caetano e revoltosos, por interpostas pessoas.” [José]
Não sei se a minha teoria é rebuscada ou conspirativa, mas Marcello, admito que por inacção, conspira (em vários momentos) contra o regime. E quando digo que o golpe se resolveu “na secretaria” é porque acho que a vitória dos golpistas estava garantida antes do movimento de tropas, que não passou de uma encenação para o povo.
P.S. Acho que o José não “foi à tropa” e, por isso, parece-me admissível que esteja a pensar – “este gajo não tomou as gotas.” ;)
"Para mim, se mais de metade das pessoas não votam, é sinal de sensatez: quer dizer que o paleio hipócrita e demagógico dos politiqueiros, todo aquele chorrilho de mentiras e trapaças, não chega sequer para os convencer a darem-se à maçada de colocar um papel num caixote."
ResponderEliminarNão posso estar mais d'acordo com estas palavras de Muja. Traduzem na perfeição o que a maioria dos portugueses ex-votantes ou os nunca votaram pensa sobre as pseudo-eleições desde há várias décadas. E o desprezo por elas, na verdade trata-se de uma farsa monstruosa que vem desde o seu início, tende a aumentar.
Também estou 100% d'acordo com as palavras acertadíssimos de Neo, tanto no comentário de 19/3 às 17,51 como no de 20/3 às 01,57.
Qualquer das análises objectivas destes três comentadores (sem òbviamente excluir as de muitos outros que aqui comentam e que possuem igual valia) sobre o que pensam efectivamente quase todos os portugueses, sejam os ex-votantes ou os que nunca pensaram fazê-lo, exprimem coerência, realismo, inteligência e é a mais pura das verdades.
"E em 25 de Abril de 1975 as pessoas votaram no PS..."
ResponderEliminarE o José tem a certeza que nestas eleições não houve manipulação de votos? Não sei, não...
Olhe que a partir das eleições de 76 houve-a de certezinha absoluta.
E mais, a manifestação da Alameda A. Henriques, que aliás se tratou de uma encenação monstra sàbiamente planeada e melhor executada (com a ajuda inestimável do mafioso Carlucci e umas dicas preciosas e infalíveis do execrável sionista Kissinger, à qual se juntou a técnica subversiva marxista-leninista de resultados garantidos - como o foi e é em todos os países onde a mesma te sido aplicada sempre com sucesso, como hoje é sobejamente conhecido) em apoio ao traidor Soares e ao resto do bando que forma aquele maldito partido e todos os que se situam à sua pseudo-esquerda. Digo pseudo porque todos esses partidos são unos e indivisíveis, embora andem há quarenta anos a finger hipòcritamente o contrário. E são-no porque os primeiros não existiriam sem a ajuda camuflada dos últimos.
A manifestação que Soares em desespero de causa convocou para a Alameda teve várias motivações:
1º- no tempo decorrido até aí, 1974/75, ele e os comparsas viram o "POVO" revoltar-se sèriamente contra os comunistas e toda esquerda em geral e isso provocou-lhes um tal pavor que os fez tremer da cabeça aos pés..., temendo com razão uma reacção drástica dos portugueses e, sabia-se lá, até onde esta os poderia levar... Ai, que lá se ia a democracia (dele) por água abaixo!;
2º- só 'puxando' a extrema direita e a direita moderada para o seu lado (fingindo cìnicamente querer afastar os comunistas do poder (que só lá estavam porque havia sido isso justamente o planeado), por, segundo o pulha-mor anunciava falsamente irado à multidão presente, "quererem impôr uma ditadura comunista no país" (ahahah!), palavras que mais não eram do que uma manobra de diversão velhaca e gritantemente mentirosa, igual às milhares que se iriam seguir durante as décadas seguintes, como ficou provado a da Alameda assim ter sido, já que o seu partido e todos os demais partidos esquerdistas não poderiam/não podem viver sem a conivência e o apoio secreto mútuos, sabendo-se que estes últimos só servem para fazer o trabalho sujo (com brutas contra-partidas, está visto) e simultâneamente irem limpando a imagem do partido mais 'democrático' de todos os existentes ao cimo da Terra e do seu próprio chefe, este o maior 'libertador' não pròpriamente do povo, não era esse o seu verdadeiro objectivo, mas da pesada herança com a qual se abarbatou com ganância e voracidade desmedidas e libertando-se também do Ultramar Português por, depreende-se, as suas incomensuráveis riquezas serem demasiadamente pesadas... E com todas estas benesses mostrou à saciedade o quão amiguinho e libertador ele foi deste infeliz povo. Então não era..., viu-se e continua a ver-se;
3º- Depois dele ter atarído para o seu lado a maioria do povo que, ele, velhaco do pior extracto e com a escola toda, sabia d'antemão iria cair na esparrela que nem um patinho, havia chegada a altura de ele dar o tiro de partida para o início das manobras criminosas gizadas secretamente nas masmorras da seita maçónico-sionista a que pertence e à qual deve obediência cega.
E, seguindo à risca as ordens do governo mundial ou seja do seu deus supremo, foi rigorosamente o que ele fez sem vacilar, meteu mãos à obra e foi o que se viu. Aniquilou maquiavèlicamente milhões de seres inocentes e desgraçou irremediàvelmente a vida muitos mais.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Golpe_Botelho_Moniz
ResponderEliminarCosta Gomes tem um historial longo, que vem do golpe Botelho Moniz; Adriano Moreira é que me surpreende pela sua participação contra esse golpe.
"P.S. Acho que o José não “foi à tropa” e, por isso, parece-me admissível que esteja a pensar – “este gajo não tomou as gotas.” ;)"
ResponderEliminarDe facto não fui à tropa. Fui às inspecções, fiquei apurado, em 1974, e dali a dois anos embarcaria, como outros, se fosse esse o caso.
Depois fui adiando por causa dos estudos e acabei por ficar na reserva territorial sem saber como.
Em 1979 ou para aí, o meu irmão que estava na Marinha disse-me que tinha passado à reserva territorial e o lateiro que o informou disse-lhe que eu devia ter uma cunha.
Nada de nada. Nunca me importei nada com isso. Tive apenas sorte.