No Correio da Manhã de hoje aparece este pequeno editorial do
director Octávio Ribeiro ( que evidentemente merece todos os encómios
pelo papel relevante que tem vindo a desempenhar em prol de uma maior
sanidade política em Portugal, o que é mérito digno de medalha do 10 de
Junho).
Octávio
Ribeiro percebeu já a essência do que está em jogo, neste momento: a
exposição pública e com provas válidas de uma rede de tráfico de
influências ao nível das mais altas instâncias do poder político de há
uns anos, particularmente aqueles em que José Sócrates governou, mas com
ramificações noutras personagens de outros partidos, com o mesmo género
de moral política que se chama ética. Alguns desses factos e actuações
assumem relevância criminal de grande gravidade pelas consequências que
trouxeram a todo o povo português.
É isso que está em jogo e o
Ministério Público português parece neste momento amedrontado. Não é o
caso do juiz Carlos Alexandre que ainda não cometeu um único erro em
todo este emaranhado de procedimentos de há um ano a esta parte. Ou
talvez tenha cometido: não mandar para prisão preventiva o actual detido
domiciliariamente.
Quanto a Ricardo Salgado se quer
mesmo lavar a honra da família e fazer jus ao antigo José Maria do
Espírito Santo que nasceu não se sabe de quem e ficou dono de uma casa
de câmbios da Calçada dos Paulistas, tem um caminho de via única: contar
no processo o que sabe da comissão de 14 milhões de euros recebidos do
construtor José Guilherme e principalmente contar o que sabe da
colaboração de Hélder Bataglia nos casos que envolveram o GES/BES e este
indivíduo que me parece sinistro em alto grau. Pode começar pelo da
Escom e dos submarinos, cujas comissões foram efectivamente
distribuídas por cá, eventualmente por testas de ferro de certos
políticos.
Bataglia sabe disto e muito mais e se contar o regime pode
sofrer um abanão e regenerar um pouco, como na Itália. Mudar um pouco o
paradigma da pinderiquice da nacional-corrupção que não atingindo a
dimensão brasileira tem agora pontos de conexão importantes. O PS pode acabar? E daí? Perde-se alguma coisa a não ser para um par de milhar de apaniguados que contam com o partido para ganharem a vidinha que nunca tiveram? Na Itália também acabou e o país não parou.
É
isto que me parece que o MºPº português não tem capacidade para
investigar como deveria ser. E muito menos Rosário Teixeira que deveria
ser apenas um consultor nesta investigação, porque guarda em memória
muitos factos e ligações cuja prova nunca conseguiu materializar mas são
importantes.
Por outro lado parece-me que tem medo, aquele medo
real que amedronta mesmo. Ora quem tem medo, compra um cão.
Isto ainda não é como na Itália, mas quando
entram angolanos é mesmo um problema que exige outra abordagem porque
isto é doutra dimensão que já não se fica pelo pilha-galinhas que está
preso em Évora.
Haverá gente capaz disto no MºPº?
Talvez. É uma questão de procurar...com coragem e sentido do dever. O
que vem aí é um desafio ao MºPº, como se costuma dizer. Espera-se que
esteja à altura, pelo menos tanto quanto esteve nos idos dos anos oitenta com o caso FP25. Mas isto parece-me pior...
Ora bem...
ResponderEliminarEstava eu a fazer o DDT a 44%.
Já acrescentei link
Ninguém conta este escândalo, ninguém sabe nada.
É caso único. Mesmo em África ao menos sabia-se.
Evidentemente não há coragem, como não houve no caso Casa Pia. Tem dúvidas?
ResponderEliminarNo casso Casa Pia a "falta de coragem" foi entre pares.
ResponderEliminarNeste caso fia mais fino. Angolano não brinca.
o MP sempre foi a desgraça das desgraças
ResponderEliminaragora 'nem trepa,
nem sai de cima'
mais um 'empata-folgas'
'nem o pai morre,
nem o pessoal almoça'
o banqueiro do ps ainda será PR
deixei de pensar nestes casos por ser tempo perdido
Pois, José, assim é que se fala. Ou escreve. Parabéns.
ResponderEliminarSe estes dois casos escabrosos e de dimensões políticas inimagináveis, chegar a bom porto já será qualquer coisa de notável. Poderá finalmente dizer-se que a Justiça não apanha na rede apenas a arraia miúda mas também o peixe graúdo. O que convenhamos não é coisa pouca.
O próprio Processo Casa Pia, que ficou a meio por falta de coragem da Justiça e sobretudo de um medo de morte do poder instalado para ir até ao fim e deter e julgar políticos de todas áreas e de cargos os mais importantes, altamente implicados no mesmo, está inter-cruzado de algum modo com estes dois casos mediáticos do momento cujos elementos políticos mais proeminentes d'então, gravemente culpados naquele Caso e quase de certeza muitos dos quais também nestes dois processos em investigação, por esse preciso facto passaram inacreditàvelmente incólumes por entre os pingos da chuva.
Repito o que disse há uns meses, o Dr. Salgado deveria revelar tudo o que sabe sobre a rede criminosa que o envolveu - ingenuidade indesculpável de sua parte - após o seu regresso a Portugal, isto depois de ter sido corrido do País e ser-lhe consentido o regresso por especial, oportunística e desavergonhada 'deferência' de um dos mais perigosos mafiosos que jamais ascenderam ao poder no nosso infeliz País cuja única e diabólica intenção foi a de o atrair para a seita maçónica que no 25/4 se apossou criminosamente das rédeas do poder para nunca mais as largar.
Que me desculpe quem não concorda, mas continuo a ter consideração por Ricardo Salgado, independentemente do que vier a ser apurado sobre os crimes económicos que lhe são imputados e, se forem de facto provados sem margem para dúvidas, imperdoáveis. Mais que não seja pela elevada consideração que sempre devotei a alguns dos seus parentes próximos, já falecidos, por tê-los conhecido - eu e familiares meus - relativamente bem, já vão muitos anos, sem nunca ter havido algo de menos honesto a poder ter-lhes sido apontado.
Vou esperar para ver. Na certeza, porém, de que creio ter Ricardo Salgado sido menos culpado do que se poderá pensar (baseio esta opinião na honorabilidade que sempre caracterizou esta família antes do 25/4) dos crimes que lhe são imputados, já que foi arrastado, consciente ou inconscientemente, para uma rede criminosa de Estado sem ter podido esquivar-se mesmo que o tivesse querido. Das garras da maçonaria ninguém escapa.
Se ele quer recuperar a honra de que a sua família sempre beneficiou junto dos portugueses e do próprio Estado Novo (crime, este, de lesa-regime maçónico, imperdoável), que diga o que sabe, que não se inibe de o fazer, que aponte a dedo os verdadeiros culpados da situação calamitosa em que este regime pútrido mergulhou o País e para o qual também arrastou intencionalmente a sua própria família. Verá que um tal passo (só comparável aos heróicos denunciadores da rede de pedofilia de Estado e dos nomes, infelizmente sòmente d'alguns, dos seus perpetradores-criminosos-políticos nela implicados) só lhe merecerá os melhores encómios e dele jamais se irá arrepender.
Uma pergunta um pouco... Um (1) policia à porta garante a segurança do arguido?
ResponderEliminarTambém pensei nisso.
ResponderEliminarQuem emprestou dinheiro, ao ricardo salgado, para ele começar a vidinha em Portugal.
ResponderEliminarDizem, que foi o DDT politico, que pediu ao mon ami, para interceder junto de um banco, e então o favôr começou aí.
Daí o "poder".
Outra ilusão.
Não sabia que havia um processo da Casa Pia.
Está-se a perder o medo e a afiar as facas. Há contas a ajustar, os "democratas e antifassistas" dos ultimos quarenta anos, arranjaram muitos inimigos, porque fizeram muito mal.......
Um polícia à porta do Mário Soares ( na realidade são dois...e já os vi no carro a descansar...) serve para tal segurança? Ou serve para se cumprir um protocolo que a democracia entendeu conceder vitaliciamente a ex-presidentes, incluindo-se por isso os outros?
ResponderEliminarA resposta a uma coisa traz a outra à colação e se agora é o PS quem quer discutir tal assunto, então é para discutir.
A medida de coacção aplicada não me parece adequada porque suscita estas questões e seria preferível aplicar a pulseira electrónica.
ResponderEliminarNo entanto não será ilegal.
Por acaso fiz a pergunta a mim mesma mas apenas pela questão de segurança.
ResponderEliminarO resto já se sabe.
Por outro lado parece-me que a segurança deste arguido pode mesmo estar em risco, embora o mesmo saiba tratar dessa segurança muito bem. Com israelitas...
ResponderEliminarEsta história dava um bom filme de espionagem, um thriller.
ResponderEliminarHouvesse quem escrevesse o guião e quem o realizasse.
Pois, exactamente. Foi isso que pensei. Este corre mesmo perigo
ResponderEliminarDava um filme dava, em qualquer outro lado já havia início de guião.
Mas o sindicalista da PSP é um cretino, nisto...
ResponderEliminarJosé, a pulseira electrónica só é aplicável com o consentimento do detido. Pelo visto Salgado recusou esta medida preventiva. E eu até consigo compreender o motivo por que o fez.
ResponderEliminarMas alguém recusou o que nem foi proposto?
ResponderEliminarchamem o moita, chamem o moita - sai um ballet laranja-rosa esverdinhado...
ResponderEliminarLeia-se "... chegarem a bom porto" (e não 'chegar a').
ResponderEliminarObservador
ResponderEliminarA Câmara Municipal de Lisboa vai dar, este ano, 150 mil euros à Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva (FRESS), a instituição cultural que até há pouco era apoiada pelo Grupo Espírito Santo (GES) e que, com a queda deste, passou a estar numa delicada situação financeira.
e faz muito bem porque a fundação espirito santo não tem nada a ver com o bancos e banqueiros, ali trabalham grandes artistas reconhecidos mundialmente que tem sempre trabalho. uma obra grandiosa idealizada por um homem grandioso
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