Flama de 30 de Maio de 1975. Mais claro que isto não há, para se perceber o que nos preparavam nessa altura aqueles que mandavam no país. Toda a Esquerda, incluindo o PS queria isto que aqui está escrito...
O mais intrigante é que poucas vozes se ouviam claramente em oposição a esta perspectiva, bastando para tal reler os jornais da época, como por exemplo o Expresso. Toda a gente se adaptou ao discurso e todos os partidos, numa Constituinte dominada pela Esquerda se preparavam já para aprovar o que viria a ser o esqueleto ideológico da Constituição aprovada em 1976, dali a um ano.
O ambiente político e social que se vivia há quarenta anos era de autêntico processo revolucionário. Tendo-se já modificado radicalmente as estruturas económicas fundamentais do país preparava-se o clima para alcançar o poder político que escapava e que nas eleições do mês anterior ( 25 de Abril de 1975) tinha dado a esmagadora maioria ao PS e ao PSD.
Estes partidos, no entanto, procuravam adaptar-se ao que aparecia como o sentimento da rua urbana e lisboeta e "cintura industrial" que incluía o de outras cidades do país.
Se não fosse a Igreja Católica e uma maioria de pessoas, do Portugal profundo, apesar de tudo moderadas e que votaram no PS, teríamos caído no que agora se pode assemelhar à Venezuela, ou pior ainda.
E tal nem é contraditório porque o mesmo PS que aplaudia as nacionalizações e se aproximava do modelo económico de planificação centralizada, como era a comunista, não queria ser corrido de cena por um PCP e uma esquerda radical que se lhe pretendia sobrepor politica e socialmente. O caso República e da unicidade sindical, que surgiram nessa altura, são os melhores exemplos de tal.
Este mesmo PS que vivia nesse dilema ainda hoje o experimenta: sendo essencialmente social-democrata recusa a matriz de "direita" que tal implica, na organização económica, mascarando a contradição com certas posições de "esquerda" em assuntos laterais, mantendo o discurso do costume e que foi sempre enganador. É assim que tem conquistado votos ao longo destas décadas.
O PS foi sempre um partido de enganos: para a esquerda comunista e radical nem é preciso lembrar porque é o discurso actual e de sempre, corrente. Para uma direita que nem o chega a ser, é um aliado da esquerda radical sempre que tal lhe sirva propósitos eleitorais. E com isto temos vivido nos últimos 40 anos.
O que o BE e o PS radical de hoje em dia pretendem é repristinar de algum modo o sentimento perdido dessa esquerda órfã e impedir sempre " a direita" que o é tanto como esse mesmo PS quando está no poder, de tomar o poder e governar.
O combate ao euro ou ao capitalismo alemão ou seja o que for que ponha em causa o status quo existente no modo de produção de bens e serviços que existe na Europa ocidental tem a sua base profunda nessa raiz ideológica que nunca foi abandonada e se baseia nas mesmas frases adaptadas aos tempos actuais e nas mesmíssimas ideias sobre os ricos, os pobres e agora " a dívida" e a "austeridade". Os novos representantes dessa desgraça nacional são outros, tipo gémeas Mortágua, seguidoras dos ensinamentos paternos ou Isabéis Moreira, neste caso bastardas das ideias dos progenitores.
Como se dizia numa peça de teatro da esquerda desse tempo: " e não se pode exterminá-los?"
O que distingue o tempo de agora e o de então é o "aggiornamento" dessa Esquerda que deixou de ser explicitamente marxista e revolucionária e se trasmudou em força integrada na democracia burguesa que rapidamente substituiriam, sob os mais diversos pretextos, logo que aparecessem as contradições escondidas.
A prova? O que aconteceu no referendo da Grécia e que nem sequer foi muito falado por cá: um inquérito oficial aos jornalistas que decidiram apoiar o "sim"...
Sim. A mudança é essa e até engana mais.
ResponderEliminarEstão dentro do próprio sistema, do própria aparelho, se possível, do próprio Estado.
À primeira oportunidade mostram a verdadeira face.
Censura, perseguições, totalitarismo.
E acham que temos futuro(e eu concordo com a análise sobre a esquerda,seja ela mais marxista menos marxista,mais burguesa menos burguesa,pois eles até cantam a internacional pouco depois de se dizerem "patriotas de esquerda")na UE com esta política promovida pelo governo actual(e parceiros da troika)?Ou vão dizer que do mal o menos,tudo menos o "socialismo"(seja mais marxista ou mais burguês)?Mas isso então não é a tendência eleitoral do povinho votante desde 1980(pelo menos)?O resultado está vista.
ResponderEliminaro futuro foi ontem
ResponderEliminarnunca será amanhã
o ps é o pior partido e o que fez mais estragos
quer durante o prec quer depois
com ou sem mééss
em 75 receberam muito apoio que não era seu
quando estiveram para morrer afogados na fonte luminosa
o paleio das hárpias de esquerda é inócuo
a lista de deputados do ps deve ter origem férrica
e é bem mais perigosa
parece que lixaram a moreira
Um dos artistas da foto:
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=ZkOK88rzS2I
A Associated Press disponibilizou recentemente no youtube milhões de vídeos dos seus arquivos, que é donde vem este. Tem lá uma abertura da Assembleia Nacional em setentas, e imagens de Salazar depois de se "restabelecer de um enfarte" (não têm som, o que é pena).
A British Movietone também fez o mesmo e esses têm muito mais vídeo sobre o Portugal de outrora, mas ainda não tive ocasião de explorar, mas do que vi parece valer a pena.
A coisa ficou salgada, de repente. No outro lado do Atlântico, no país dos pt´s, também querem limpar a casa. Já perceberam, que cantar os amanhãs, com o dinheiro dos outros, principalmente, dos contribuintes, não se chega a lado nenhum, só a miséria e bancarotas.
ResponderEliminarCuriosa, esta conjugação de vontades, que não é coincidência.
Que não haja qualquer tipo de misericórdia, para com esta gentalha miserável.
A nossa história, não merece.
Aqui na blogo e fora dela, os amigos do 44 já entraram numa de negação da maresia.
ResponderEliminarCorrupção só existe em porta-aviões e sobreiros.
ontem 24 de julho não se comemorou o desembarque
ResponderEliminardo duque da 3ª no Aterro
D. Pedro amnistiou todos os inimigos politicos excepto um
amigo comum deixou escrito que no Rio disputavam ambos a mesma mulata
em 36 de-se a ditadura de Passos
depois foram só desgraças
a série vai continuar
com mão-de-ferro
Boa Noute
Pelos vistos, a Mortágua foi definida como a nova estrela do Bloco pelos gajos dos media e, a prová-lo está ser cabeça de lista por Lx.
ResponderEliminarOs políticos estrela de que me lembra são Soares, Marcelo e o 44... Não gosto muito de nenhum.
O que me parece é que há sempre quem se deixe cair na armadilha da dialética hegeliana(favorecer uma parte do sistema contra a outra parte)em vez de se denunciar todos os actores(partidos etc)que "trabalham" para sabotar os Estados a favor da concentração globalista(seja pela UE ou outro)pois todos falharam a este país e continuam o seu caminho seja em nome do marxismo(ainda estão aí) como agora em nome dos "mercados"(quando sabemos que o tal "livre mercado" é uma treta e o que temos é sempre mais monopólio escondido com o "rabo de fora").Se têm dúvidas sobre o real inimigo leiam "Portugal Traído" de 1975.
ResponderEliminar"A inconsciência do escol nacional manifestou-se imediatamente após o 25 de Abril,ao não se aperceber que o que verdadeiramente estava em causa não era a democracia,mas os legítimos interesses da sua Pátria,da sua cultura e da sua civilização.Dividiu-se por isso,desde logo,numa pequena e indigna multidão de facções partidárias,alimentando-se os seus dirigentes com todas as fantasias que estão há muito a pôr em risco a sobrevivência da nossa civilização.Pensar-se que poderá sair riqueza do jogo dos partidos,da famosa adesão ao Mercado Comum(1975)e de outras fantasias,é estar completamente fora das realidades.Uma coisa são as possibilidades de criação de riqueza,outra o quadro político de exploração dessas possibilidades.Ora,a ofensiva russa e euro-americana começou desde logo(no ultramar primeiro)por lhe retirar as melhores daquelas possibilidades,pelo que se poderá concluir que mesmo oferecendo a democracia pluralista um melhor quadro para a distribuição de riqueza não poderá distribuir aquilo que não cria.Naturalmente que os senhores do clube-euro-americano e russo sabem tudo isto muito melhor que nós.O Povo português,porém,só o saberá mais tarde."
ResponderEliminarFernando Pacheco de Amorim in Portugal Traído(livro de 1975)
Se reparar bem no que tenho escrito é essa a ideia básica que me move.
ResponderEliminarA vanguarda do dito MFA tem as costas muito largas.As outras vanguardas regressadas dos exílios essas são e serão sempre putas virgens...ou obrigadas a ir para os swing´s...
ResponderEliminarIsto não invalida como uns peritos em defesa nacional tivessem entregue o país à bicharada internacionalista do planeta...
Demorou tempo ao zé povinho dar-se conta dos tiros que deram no seu próprio pé mas a coisa só agora está a começar...vão amargar muito mais
o futuro há cem anos http://utilidades-em-geral.blogspot.pt/2012/06/httpcaminhoalternativo.html
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