Páginas

sábado, julho 25, 2015

Como a Esquerda nos desgraçou, não aprendeu e quer voltar ao mesmo.

Daqui, no postal que sequencia o anterior, julgo poder demonstrar-se que a ideologia esquerdista desgraçou Portugal nos últimos 40 anos e particularmente nos que seguiram às nacionalizações.
Os syrizas nacionais, sempre apoiados pelo PS que nesse aspecto nunca mudou ( para não perder votos à esquerda posiciona-se sempre no lado de uma esquerda mítica, mesmo que depois não cumpra o respectivo programa e frustre sempre as expectativas dos adeptos). defendem sempre o mesmo, embora adaptando a linguagem. Neste momento, o discurso corrente desta gente que me parece mentecapta, é o adoptado pela menina Mortágua, filha do velho terrorista reciclado em latifundiário legitimado ideologicamente.
Sendo uma linguagem apelativa aos bons sentimentos da solidariedade e contra os exploradores e ricos, pega sempre e tem garantidos os votos suficientes para nunca sairem do poder ou seus bastidores.
O PS alia-se sempre a esta linguagem que depois, uma vez no poder entra em contradição com aquilo que realmente é necessário fazer. Tem sido esta a história recorrente da nossa democracia dos últimso 40 anos: sempre que o PS governa surgem sinais de bancarrota, seguindo-se políticas de austeridade, emcetadas pelo bloco central que acaba por ser castigado eleitoralmente logo a seguir para se voltar ao mesmo.
Desta vez é fácil o prognóstico do que aí vem após as eleições de Outubro: mais despesa, dinheiro emprestado que depois é preciso pagar, dificuldades conjunturais e desculpas de maus pagadores habituais, tipo "crise internacional", ausência de solidariedade da UE, Alemanha mostrada como culpada do que nos vende e empresta, etc etc.

Para já fica o artigo de Junho de 2014 sobre o que aconteceu ao universo das nacionalizações da economia portuguesa e o que diziam sobre o fenómeno, alguns que ainda andam por aí com o discurso reciclado e sempre pronto a repetir as mesmas aleivosias de raiz, porque nunca deixaram de acreditar nisso. Aterrador...particularmente o que diz João Cravinho, um dos artífices desta mentalidade mentecapta e tido como um pequeno génio não se sabe bem de quê...


Com as nacionalizações de 1975 e o poder político nas mãos da esquerda,  o que faltava para Portugal recuperar do tempo de "obscurantismo", "atraso", "analfabetismo", "falta de liberdade", etc etc que se resume tudo na palavra mágica "fascismo"?

Pois, por mim, faltou o essencial: saber, competência e "outras políticas" como agora dizem os desgraçados que nos desgraçaram já por duas vezes.

Tinham o capital todo do lado deles ( com toda a banca nacionalizada); tinham a faculdade de produzir moeda, fazendo dinheiro; tinham a indústria e serviços mais importantes do lado deles, porque nacionalizados e mesmo assim...bancarrota à vista em 1976 e empobrecimento permanente, com crise económica constante.
Como foi possível tal fenómeno que os esquerdistas preferem esquecer e de que nunca falam? Nos livros do BE sobre os milionários "fascistas" e os "donos de Portugal" nunca falam sobre este estranho fenómeno- et pour cause...

Senão vejamos em concreto e com recortes de imprensa o que se passou até à segunda bancarrota, de 1983.

Em 1975, logo após a nacionalização da Siderurgia e o "ataque aos milionários", Champallimaud que era o génio da empresa, estava a reconstruir o seu império no Brasil, mesmo com crise internacional. A empresa que lhe tiraram cá, essa estava quase falida. Num ano.
Perante a realidade que se lhes impunha perante os olhos incrédulos dos joões martins pereiras e joões cravinhos da época, como é que o falhanço rotundo era explicado?

O Expresso de 20 de Dezembro de 1975 já dava conta do prenúncio do falhanço. O problema era até elencado de modo eloquente: " (...) A análise económico e financeira, da tributação sobre os lucros, da negociação mercantil dos acordos colectivos de trabalho (...) parecendo tecnicamenre inofensivos, constituem- a menos de reformulação e adaptação ponderada e orientada por critérios de âmbito nacional- significativos mecanismos reprodutores de um sistema incompatível com uma fase de transição para o socialismo".

Ou seja, com esta novilíngua que passou a ser norma jornalística, pretendiam explicar o inexplicável e esconder as contradições com o almejado socialismo e a realidade das empresas que já eram tantas que até dá dó pensar como essa gente nem pensou nisso- antes... 


Por outro lado, em 1983 não era só a Siderugia que estava falida. Na realidade, estavam falidas TODAS as empresas públicas nacionalizadas e roubadas ( porque não indemnizadas) aos patrões que eram os tais "donos de Portugal". Os novos "donos de Portugal" deixaram falir tudo. E ninguém lhes deu um pontapé no traseiro eleitoral para os pôr a mexer deste país ou do governo do mesmo, como fizeram aos tais "fascistas". Continuaram a mandar na intelligentsia jornalística e a mandar na ideologia da Constituição. Até hoje.

Sousa Franco, o fundador do PPD tornado socialista, até dizia na altura ( O Jornal 1 de Dezembro de 1983) que a banca privada e a pública era a mesma coisa e portanto o problema não era a banca...


No entanto, em 15 de Junho de 1984, o mesmo O Jornal já chamava às empresas públicas "elefantes brancos"!  Fantástico, sem dúvida, a capacidade desta esquerda em dar a volta ao problema que criaram de modo a que ninguém perceba qual a  raiz do mal. "Elefantes brancos" e pronto, está tudo explicado, sem precisar de mais razões.



 
 

A par deste experimentalismo social e económico aparecia entretanto outro tipo de experimentalismo que assentou depois arraiais no ISCTE.

É ler e rir porque chorar já nem vale a pena. O estudo que o Expresso de 12 de Março de 1983 publicou dava conta que afinal andamos enganados o tempo todo e o modelo industrial que tínhamos não prestava. Apesar de nos ter feito crescer a taxas fenomenais no tempo de Marcello Caetano, não prestava porque afinal só produzia bancarrotas e elefantes brancos...

Autores do estudo? Além do mais, um rapaz que dali a uns anos teria sérios problemas com quatro ranhosos que resolveram acusá-lo de coisas inomináveis: Ferro Rodrigues.

Outro que dava o palpite mais fantástico era o tal Cravinho, suma instância da inteligência pátria ( era então director de um GEBEI, uma coisa que se anacronizava a estudar "basicamente" a economia industrial...). Dizia então que "era preciso criar outra classe empresarial". Assim como quem cria mulas e machos...

Se isto não é de rir às lágrimas é de chorar pela demência desta malta.


Esta gente que muita outra gente levou a sério não era levado por todos a sério. Por exemplo este não os levava- nem leva, suspeito- minimamente a sério.

Em 1986 ( Semanário de 1 de Março desse ano)   traçava o quadro negro das nossas experiências dos últimos dez anos e deitava por terra todas aquelas experiências daqueles génios incompreendidos.


9 comentários:

  1. José,
    Aquilo na Grécia esteve para acontecer. E ia ser como foi cá há 40 anos.

    Ninguém fala nisso.

    ResponderEliminar
  2. Agora temos dezenas de milhar de "doutorados" em áreas das sociologias, psicologias, politologias, arqueologias cujo farol empreendedor é fazer agora só cá dentro a raça mista e por conta do indigenato.Um Estado Social Internacionalista ao dispor dos pobres do planeta que vão nivelando o zé povinho pelo piorio do planeta mas numa de todos iguais, todos diferentes.Falta a fase do assalto à cubata cá dentro...

    ResponderEliminar
  3. O Syriza é o BE daqui mais o PS que nunca se reciclou em democracia burguesa sem tiques marxistas.

    A mistura dessa ideologia difusa é explosiva porque apregoam que não querem ser como os comunistas soviéticos, respeitam a liberdade de expressão e associação etc.

    Porém, quando estão no poder instauram inquéritos para saber porque alguns jornalistas deram voz pela oposição a essas ideias.

    Por cá sucedeu o mesmo, em 1975 com o Diário de Notícias. Censura, despedimentos e ideias totalitárias, bem à vista. Com o nóbel Saramago a comandar.

    ResponderEliminar
  4. Os capitalistas donos disto tudo agora são "kamaradas" escurinhos e de olhos em bico pelo que vai ser difícil ouvir a antiga cassete dos Champalimoud, dos Melos, dos Espírito Santos até porque já quase tudo foi pelo cano de esgoto...

    ResponderEliminar
  5. devem ler sobre as listas do ps
    em A estátua de sal

    ninguém ouve
    Ferraz da Cip, uma das raras vozes competentes

    no ps lá está em pé de guerra todo o lixo humano que se propõe governar (se ou nos?)
    a toque de sanfona

    ResponderEliminar
  6. A malta tem que fazer ao nível do país o que o agricultor faz às ervas daninhas tipo galracho: arrancá-las pela raiz senão o campo continuará infestado e nunca produzirá nada...

    ResponderEliminar
  7. Pois são mas o que parecia longe de se repetir está mais próximo de poder acontecer do que eu pensava.

    Na Grécia foi por pouco e era bruta golpada feita a partir do próprio Estado.

    Já não precisam de deitar abaixo governos.
    Vão para o poleiro e depois os banqueiros são bom pretexto para ajuda.

    Por cá anda tudo a de nariz no a tentar apanhar cheiro a merda de banqueiro americano e a tropeçar na bosta caseira que até é socialista.

    ResponderEliminar
  8. Habituram-se a mordomias que julgaram eternas e nem percebiam que era ar.

    Tiram-lhes isso, há crise, há um espantalho estrangeiro como culpado, e a partir daí tudo pode acontecer.

    Só não acontece porque há a UE mas esta malta tem mão de mestre e treino genético para saber escaqueirar.

    É deixá-los ir democraticamente para o poder que depois eu é que não me admiro do remake.

    ResponderEliminar
  9. E o que o prec de esquerda não sabotou agora(desde 2011)o prec psd-cds(não consigo definir ideológicamente,talvez seja bildeberguismo com a benção nos jerónimos)e a troika,ao abrigo dos tratados da UE,está a dar cabo do resto.Alguns chamam-lhe dialética hegeliana,ou seja todos os partidos(esquerda e direita,dentro do sistema demo-parlamentar)jogam o jogo da sabotagem nacional enquanto o povo e o país aguenta aguenta...até ver.

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.