Em Julho de 1975 o PREC acelerava como nunca e a esquerda comunista de todos os matizes ( leninistas, estalinistas, maoistas, trotskistas) procurava a "união".
Um dos movimentos mais importantes da época era o MES, já por aqui escalpelizado de algum modo, em tempos, sobre vários aspectos.
O MES congregou alguns dos actuais próceres socialistas que se reciclaram no PS depois de verem que não tinham futuro político na utopia comunista.
Não obstante, em Fevereiro de 1975, o M.E.S. era comunista, sem equívoco algum, como afirmava um certo Ribeiro Mendes ( é saber quem é e onde está...) e também era contra as eleições que se realizaram em Abril desse ano.
O MES que apareceu nos meses do PREC era qualquer coisa impressionante, pelo menos no jornal de propaganda, sempre editado em letras épicas, com imagens de dimensão maior que a realidade e proclamações grandiloquentes de palavras de ordem comunista. É muito difícil de compreender as pessoas que acreditaram nisto e agora se afirmam democratas à maneira ocidental...
O MES procurou assim congregar outras forças comunistas à roda de uma fogueira em que se queimaria o hediondo capitalismo português, onde agora alguns deles estão empregados.
Como se pode ler, a "unidade" abrangia várias forças políticas, desde a Luar do progenitor das Mortáguas que ainda continuam a acreditar em gambozinos até á trotskista LCI embrião do futuro Bloco de Esquerda. Foi uma FUR que se lançou então sobre Portugal.
De todas estas forças políticas que acreditavam piamente no objectivo comum de derrubar o capitalismo e aplicar um poder popular sem contemplações para com a social-democracia que agora parecem estimar em modo hipócrita, a que sobreviveu melhor foram os trostkistas. Porquê?
Por uma simples razão: o trotskismo é isto mesmo, ou seja, um modo de adiar confrontos sangrentos enquanto se anda em "Revolução Permanente". Trotski não afeiçoava Lenine e execrava Estaline e por este foi morto. Mas defendia o mesmo que ambos: a revolução marxista que depusesse o sistema capitalista em prol de um mítico operariado explorado por aqueles facínoras fascistas do capitalismo mundial. Francisco Louçã ainda hoje o proclama e o mesmo fazem as mortáguas e catarinas avulsas, embora mais baixinho.
Não o fazem com a mesma linguagem de há 40 anos porque alguns deles nem eram nascidos, mas significam a mesma coisa e querem o mesmo propósito.
Esta noção da realidade e da sociedade não mudou um milímetro, desde há 40 anos.
O que mudou foi a linguagem e a táctica política.
De resto é ver onde páram estes próceres de um comunismo sem fronteiras e frustrados de um PREC que não chegou ao fim. Esta tralha concorreu às eleições de Abril de 1975 e o resultado foi de...1% , não conseguindo sentar ninguém na AR constituinte.
Aliás das outras forças comunistas de esquerda radical só a UDP conseguiu a proeza de lá meter um deputado.
o recorte é do jornal do MES Poder Popular de 3.4.1975
Agora, com o Syriza e o Podemos e ainda outros trotskistas avulsos e amalgamados em comunismo de virafakas e outros tolos, despertam da letargia saudosista e esperam novamente os amanhãs a cantar.
O cantor George Moustaki nessa altura explicava o que era esta utopia: "sans la nommer" era La Révolution Permanente.
Pois é, José. é isto memso.
ResponderEliminarE nunca imaginei voltar a ouvir o eco.
Mas, como digo, o mais estranho é a quantidade de gente que vai atrás sem perceber.
Apagaram as mesmórias, inventaram uma outra História e reproduziram-se que nem coelhos.
(O que prova aquilo que eu dizia, não é questão de uam geração de fósseis que acaba quando eles acabarem)
E nem sequer é mero problema nosso porque lê-se o mesmo até na Marianne.
Eles infiltraram-se nas faculdades e é assim um pouco por toda a parte.
ResponderEliminarComo são muito imaginativos também inventaram mais nomes e teorias para o mesmo.
Ah, já para não falar do sorelianismo bacaco que me cheiro há um tempo.
ResponderEliminarOs nacionalismos bacocos também ajudam.
É o trotskismo triunfante a vingar-se do leninismo-estalinismo...
ResponderEliminarO mais perigoso é que como defendem a democracia e não querem ditadura alguma nem censura ou repressão policial acabam por ser engolidos pela esquerda ortodoxa do PCP que lhes chama um figo, em Portugal.
ResponderEliminarBasta ver os votos fixos no PCP...
Pois é.
ResponderEliminarMas já leu alguém a desmontar isto?
Eu não.
Não desmontam porque a maior parte dos jornalistas da velha geração pertenceram e estes grupúsculos de esquerda e ensinaram aos filhos o que sabiam...
ResponderEliminarOutros nem precisaram porque lhes herdaram a inteligência e já vêm com certificado de origem...
Por cá, a geração dos 40 não topa nada disto e até tem saudades do que nem conheceu.
ResponderEliminarEntre os artistas mete dó.
Reparei que o louco do Carlos Vidal- um estalinista que é uma nulidade e foi promovido a artista/teórico e a prof em Belas Artes, tem uma data de seguidores aos pulos a apadrinharem a ditadura que ele defende.
A do PCP, porque é cacique por saudade do que também nem viveu e diz claramente que a democracia é uma treta burguesa mas pilha-lhes estas syrizices todas.
Fiquei patva como gente que conheço pode abarcar naquilo.
E até se poderia dizer que é um idiota útil porque ao menos mostra a verdadeira cara e ainda goza com o alimento que os Livres e berloques proporcionam.
Mas ninguém diz nada. Gostam muito. Estalinismo é de esquerda.
A maior parte de tudo, José.
ResponderEliminarNão é só de jornalistas. É de tudo e a começar nas universidades.
A maior parte de tudo o que tem visibilidade.
ResponderEliminarNão me tinha dado conta disto há uns 15 anos.
Quando caiu o muro ainda tiveram vergonha e tal coisa.
Agora, com o famigerado capitalismo mundial- no projecto global que também promoveram, é tudo assim
Como detêm os lugares chave- esta maltosa mais nova, para conseguir alguma coisa, tem de precisar deles.
ResponderEliminarA minha filha mais velha nem se candidatou ao CES de Coimbra por causa disso.
ResponderEliminarEstá em Roma e está muito bem...
E a incoerência desta canalha ainda é mais aflitiva. Transformam derrotas em vitórias e capitulações em grandes conquistas...
ResponderEliminarE até se percebe bem porquê: o objectivo último é que conta de modo que os pequenos recuos, à la maoismo, são transformados em balanço para o "grande salto em frente".
ResponderEliminarQue espécie de percevejos...estou quase como o Dragão. Só não entro nas pocilgas.
Está em Roma, então está mesmo bem.
ResponderEliminareheheheh
Esta canalha tem verbo fácil e é por aí.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarMas estes syrizas é de capitulação em capitulação até à vitória final
ResponderEliminareheheheheh
'há mais vida para além' do mes
ResponderEliminar'10 estádios de futebol são um imperativo nacional'
'a luta contínua
...continua'
A universidade de Coimbra está tomada pelos comunistas e pelos socialistas.
ResponderEliminarLisboa também.
O Porto, Braga e a Católica têm um ar mais respirável.
As universidades não estão nada tomadas pelos comunistas. Estão tomadas é pelos medíocres. Bastará percorrer a composição do CRUP das várias equipas reitorais, saber quem são os directores de faculdades para perceber que o problema é bem outro. Mas vós não viveis neste mundo. Continuai no de lá, de há 40 anos, em que tudo era preto ou branco, vermelho ou amarelo e quase não havia aventais.
ResponderEliminarNão conheço o meio universitário directamente para alvitrar palpites mas parece-me, ainda assim e segundo me dizem que está de facto tomada por uma mediocridade ambiente e uma endogâmica tendência para infiltrarem correlegionários de sangue...
ResponderEliminarfoi assaltada por toda a espécie de imbecis oportunistas
ResponderEliminarde baladeiros a gajos do pc e
da extrema direita convertidos no dia 26 ao be
alguns andaram por Paris aos caídos
já nem merdas conseguem publicar
Em Itália e em Espanha têm-se discutido as causas da decadência da Academia, uma das causas apontadas é a endogamia, a outra é a partidarização.
ResponderEliminarOs espanhóis lamentam-se por já não terem um Orteja y Gasset ou um Ramón y Cajal.
O El Pais teve há uns tempos uns artigos interessantes sobre este tema.
Sobre a nossa universidade já disse tudo aqui nesta caixa de comentários o José até publicou em post. São poços de despesismo, funcionam mal, há desorganização e muitas capelinhas. Há grandes feudos da Esquerda radical como o ISCTE.
José, a frase sobre as mortáguas não será:
ResponderEliminar"Francisco Louçã ainda hoje o proclama e outra coisa não fazem as mortáguas e catarinas avulsas."?
Parece-me que falta lá um "não".
Sim,as faculdades estão irrespiráveis. Em Lisboa, Letras está dominada por medíocres e radicais de esquerda. Algumas aulas são ostensivamente usadas para doutrinar de forma absolutamente inadmissível e sem contraditório.
ResponderEliminarEm Direito, ainda há quem pense e tenha a coragem e a honestidade de ouvir e de exprimir posições contracorrente.
É. Falta o não porque queria escrever " e o mesmo fazem as mortáguas e catarinas".
ResponderEliminarZephyrus, às 17:06
ResponderEliminarA Universidade do Porto só estará mais respirável se não se estiver referir à Faculdade de Letras, pois esta está dominada pela Esquerda, seja comunista, socialista ou outra qualquer. No Curso de História os genuínos eruditos quase já não existem, um dos últimos baluartes do Saber, Humberto Baquero Moreno, faleceu recentemente. Nas cadeiras Medievais ou da Antiguidade Clássica ainda se encontra alguém de valor, mas na Idade Moderna/Contemporânea é controlada pela visão marxista oriunda de Víctor de Sá e seus apaniguados, sendo o exemplo mais conhecido o Gaspar Martins Pereira ou o Manuel Loff. Em Filosofia a situação é idêntica à de História, ainda é possível encontrar nas cadeiras do período clássico alguma qualidade, mas nas restantes triunfa a visão esquerdista francesa, o estruturalismo, pós-modernismo e afins. Sociologia, no Porto ou qualquer outro local, é um antro de propaganda esquerdista, a "investigação" - se assim se pode classificar - só existe para pura propaganda.
Também já me apercebi que alguns Cursos de outras Faculdades, como Biologia já estão dominadas pelo politicamente correcto e pelas ideias de Esquerda.
Em Braga, a área de Ciências Sociais e Humanas está dominada pela Esquerda e pelos comunistas/marxistas, sejam eles filiados no PCP ou noutro partido qualquer, tipo BE.
Sobre a Univ. Católica do Porto só falo daquilo que observo, obviamente que está livre do esquerdismo castrador, quanto mais não seja por um motivo sociológico: a origem social do corpo discente, filhos de gente abastada e "novos ricos".
ResponderEliminarA Univ. Católica de Lisboa também não constitui, na minha humilde opinião, um exemplo de Saber e Erudição - como eu a entendo num sentido clássico - pois os tão mediáticos licenciados em Gestão de Empresas são reverso da medalha dos "marxistas": cheios de bazófia, arrogantes mas mesmo assim cheios de vazio intelectual como de ideias medíocres. O facto de um dos estrategas desta Univ. ser um ex-marxista convertido à democracia liberal/burguesa, João Carlos Espada, explica que as cadeiras sejam - numa dialéctica hegeliana - uma mera «antítese» do domínio da «tese» marxista nas outras Univ. públicas, é facilmente observável que as cadeiras não passam de propaganda ao "liberalismo", mas leccionado de forma propagandista que desvaloriza a riqueza intelectual da teoria. É decepcionante observar a forma acrítica, bajuladora - e falha de verdadeira reflexão interior - como os alunos dessa Univ. falam de Hayek, Popper, Adam Smith e outros, mas desconhecem outros pensadores tão importantes como os referidos. Nota-se que existe uma tendência de imitação - a arte dos medíocres - da tradição universitária anglo-saxónica, mas menosprezam a Tradição Nacional.
Sem futuro, sem intelecto, falho de ideias, condenada à imitação e subserviência estrangeira estará a Direita Portuguesa se continuar a recrutar os seus "teóricos" nos cursos de Gestão de Empresas - gente formada academicamente para executar e não para pensar - ou de Ciência Política. Portugal precisa de pensadores e de gente de intelecto, mas para tal precisa que as Universidades nacionais se libertem do "materialismo histórico" marxista e da sua antítese pseudo-liberal.
A esquerda, que não muda, porque é incapaz de mudar. São quase todos dependentes do estado; o trabalinho, o subsidio, que por sua vez os partidos da "governação", estão dependentes desta malta, quer dizer, eu dou e tu devolves, assim á quarenta anos.
ResponderEliminarPor onde andará o Rui Mateus, deve andar aflito da barriga......de tanto rir.