Páginas

quinta-feira, julho 23, 2015

Salazar e o clube dos abutres mortos

A revista Sábado desta semana traz um encarte que reproduz uma edição impressa do jornal Diário de Lisboa de uma data incerta de Outubro de 1968.
A curiosidade principal é que tal edição nunca foi publicada porque anunciava a morte de Salazar avant la lettre, ou seja. dois anos antes de tal acontecer.
Os abutres da época, todos na oposição ao regime de Salazar,  ansiavam pelo decesso do então presidente do Conselho,  o mais rápido possível e com ganas de o substituir por um soviete de iluminados que arruinariam o país em dois tempos, como sucedeu em 1974-75.
Um deles, já falecido também e um dos principais comunistas pós 25 de Abril era A. Ruella Ramos que dirigia aquele jornal e veio a dirigir a segunda fase do Sempre Fixe, um dos jornais mais sectários e comunistas no pós 25A.

O modo como a actual direcção da Sábado explica o furo jornalístico também é interessante porque comunga nas ideias feitas sobre Salazar que ainda hoje é persona non grata na generalidade dos media nacionais. Estes jornalistas mais novos, afinal são filhos sobrinhos e afilhados daqueles abutres de então...
 
Esta edição do jornal foi guardada num envelope provindo de correspondência do Washington Post e esquecida, vindo agora a lume.

O que então se escrevia no jornal, em modo de obituário acerca da obra de Salazar, particularmente o que pensava das "dívidas soberanas", logo nos anos 30 está aí para se ler: "política de sacrifício"
...



Sabe-se agora que Salazar terá caído da cadeira, enquanto estava no forte do Estoril, no dia 2 de Agosto de 1968, uma sexta-feira ( pesquisa do embaixador Fernando de Castro Brandão, na edição desta semana do jornal O Diabo).
 Contudo, só na manhã de Sábado, dia 7 de Setembro foi conhecida a notícia de que Salazar fora operado no hospital da Cruz Vermelha a um hematoma, sob anestesia local.

Tal como relata o Século Ilustrado de 21 de Setembro desse ano de 1968:





Na quarta feira anterior, dia 4 de Setembro desse ano, na Quinta do Vinagre em Colares, o casal Schlumberger ofereceu uma festa de arromba aos milionários da época, competindo com as festas da Quinta de Alcoitão que se sucederam nesse final de Verão.

As imagens são do Século Ilustrado de 7 de Setembro de 1968 e não se vislumbra nenhum dos nomes portugueses da época...
 


5 comentários:

  1. vivi estes tempos
    e verifico que a actual ditadura é mil vezes pior

    e ninguém cai da cadeira

    gostei de ver enfermeiras que conheci quando do meu internamento meses depois

    soube pormenores relacionado com o contacto feito a um Irmão que dizem ter participado na operação

    hoje as festas são do regime
    logo
    pagas pelos contribuintes


    ResponderEliminar
  2. De facto foi um "soviete de iluminados" que, com as suas ilusões e utopias sociais, conduziu Portugal à ruína moral, social e económico. O PREC e a deriva totalitária comunista ajudaram a criar um País desequilibrado, injusto, cínico e incapaz de melhorar porque baniu a possibilidade de uma sociedade livre e independente do Estado-Papão.

    ResponderEliminar
  3. Outras das deficiências do actual regime são as elites partidárias que procuram servir-se do Estado, também a nomenklatura de funcionários/burocratas que trabalham no Estado, mas com o intuito de servir uma causa partidária e não a Nação. Este defeito foi introduzido pelo PCP e pela Esquerda que viu o Estado como um meio para alcançar a utopia socialista, e infiltrou de camaradas todo o funcionalismo público.

    ResponderEliminar
  4. Como o Floribundus frisa e bem,. afinal as festas d'arromba desta altura eram de arromba, sim senhor, mas pagas por aqueles que as organizavam e davam bop no a Portugal. Assim como os milionários que as promoviam beneficiavam a economia do País através dos seus investimentos, igualmente o faziam ao organizar festas como estas que, além de darem trabalho a muito pessoal contratado para atender os convidados, também o fazia de um modo nada despiciendo através dos profissionais que decoravam os espaços, sem esquecer o serviço de refeições/catering contratado que em cada uma dessas festas terá custado, sem errar muito, para cima de vários milhares de contos, o que para a época era muito dinheiro, dinheiro dos próprios promotores que era gasto no nosso País e que, honra para eles, nem sequer era o da origem dos dois milionários, Schlumberger e Patiño.

    Os oposicionistas fartavam-se de difamar o Estado Novo e criticar estas festas realmente fabulosas, permitidas pelo regime, que tanto beneficiaram o turismo em Portugal, mas o que os cínicos e invejosos calavam muito bem caladinho é que nos seus idolatrados países comunistas estas festas estavam completamente interditas, excepto está claro para os membros mais destacados da nomenclatura que, estes sim, se rodeavam dos maiores luxos e viviam que nem marajás.

    Inveja e mais inveja é a doença de que todos os comunistas e equiparados sofrem. Inveja da paz social que se vivia no regime anterior, inveja da alegria de viver dos portugueses, inveja do prestígio que Salazar gozava junto dos dirigentes mundiais, inveja da liberdade - sim, disse liberdade - de movimentoz, de expressão, de sair e entar no país as vezes que quisessemos, liberdade até de criticarmos o Presidente do Conselho (como por ex. nas Revistas do Parque Mayer e em tertúlias entre amigos) e finalmente inveja dos ricos e dos bem nascidos, salazaristas dos sete costados, mas igualmente da gente humilde e pobre que também o era como ficou eloquentemente demonstrado nas primeiras eleições legislativas em que todo o Casal Ventoso em peso votou no CDS. Facto este de tal modo surpreendente que, como se imagina, deixou a esquerda comunista a espumar de raiva. Claro que esta tinha por garantido que os pobres e humildes do país inteiro por odiarem Salazar de morte... votariam em peso nos partidos comunistas e extremo-esquerdistas em todas as futuras eleições. O prognóstico saiu-lhes furado. O susto foi de tal monta que a partir d'então (e caso haja dúvidas temos a confissão em directo, não vão muitos anos, do maçon António Arnault "verificámos estar a democracia a seguir um caminho diferente do desejado e resolvemos dar-lhe um jeitinho"...) todas as eleições começaram a ser manipuladas a seu favor, nunca mais parando até aos dias de hoje.

    Grande democracia. Hipócritas dum raio.

    ResponderEliminar
  5. Onde estão os escarradores muito úteis nos salões e salas públicas de então?

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.