Há cerca de quinze dias o jornal Sol ( Sílvia Caneco) baseado em documentos do Banco de Portugal, publicou uma notícia com chamada na manchete sobre investidores no GES, particularizando duas formas de investimento: em " papel comercial" da Espírito Santo International ( ESI) e em "unidades de participação" do fundo Espírito Santo Liquidez ( ESL).
O jornal relacionou claramente a ligação destas entidades ao Grupo Espírito Santo ( GES). Vários investidores que foram contactados ( Almerindo Marques, Vera Jardim, Maria João Avilez) falaram e mencionaram essa distinção, particularmente Almerindo Marques que separou a sua qualidade de cliente do BES de um eventual investimento no ESL.
Miguel Sousa Tavares leu a notícia, replicada no Correio da Manhã e desmentiu tudo. Tudo? Bem, desmentiu ter investido fosse o que fosse " nas ESI ou no GES(não percebi bem)". Sabendo perfeitamente que havia a outra sigla, omitiu a sua designação, o que faz lembrar os desmentidos de José Sócrates, eivados de chico-espertice a rodos. Porém, reafirmou na curta declaração de desmentido que " Nunca investi nem 2 milhões de euros, nem 2 euros sequer, em qualquer produto ou empresa do universo BES ou GES".
Esta última afirmação não é verdadeira, segundo o jornal Sol de hoje e sendo tal um facto torna-se muito difícil justificar aquele desmentido.
Conforme agora se explica, o "dr. Miguel Andresen Sousa Tavares" investiu efectivamente os 2 milhões de euros em unidades de participação do fundo ESL.
E como justifica a discrepância e o troca-tintismo? Simples: como tinha dado instruções genéricas à "gestora de conta" para "jamais comprarem produtos do próprio banco ou de empresas a ele associadas" ficou descansado e assim desmentiu o que desmentiu, mesmo depois de lhe terem sido mostrados os documentos comprovativos que o desmentiam e aconselhavam outra prudência.
Poderia dar-se o caso de o indivíduo nunca mais ter visto pela frente qualquer designação documental ao seu investimento ( 2 milhões de euros, que evidentemente não são trocos para esquecer no fundo de uma conta qualquer) mas nem é isso que acontece: "Sei que havia vários produtos ou gestões de carteira no BES cuja designação começava por ES, mas, quando via no meu extracto de conta dinheiro meu aí colocado e perguntava o que era, responderam-se sempre que a designação não tinha nada a ver com empresas do grupo-eram assim designadas por se tratarem de carteiras de gestão montadas pelo banco e nada mais".
Esta explicação convence quem quer ficar convencido, mas há uma coisa que não convence: MST tinha dinheiro, e muito, empatado no BES/GES. E desmentiu tal facto...
E outra ainda: justifica-se com uma confiança cega na explicação singela de quem lhe geria a conta e não se interrogou, depois da notícia publicada, sobre factos de que não podia nem devia desconhecer.
Porque o fez? Aparentemente, segundo o jornal, esse investimento não está em risco ( esse investimento, não tendo sido trocado por papel comercial da ESI não o transforma em lesado do BES) mas solicita outro pedido de esclarecimento: tendo em conta o que sucedeu durante os anos de 2012 a 2014 ninguém lhe falou nisso e na possibilidade de poder vir a perder os dois milhões? Foi assunto que nunca falou com ninguém, deixando correr o marfim dos 2 milhões empatados?
É pergunta para a qual já se adivinha uma resposta mas confirmará o que penso do indivíduo...
De resto, a credibilidade deste indivíduo, uma espécie de enfant-terrible de uma certa esquerda syrizica, aproxima-se de um nadir, aliás bem merecido, desde sempre. É ler os comentários no sítio do Observador. Um dos mais sucintos diz assim: "Ou sabia e esta a mentir, ou não sabia e é um idiota chapado". MST não é um idiota chapado, mas apenas quando tal lhe convém.
Por outro lado, o jornalismo do SOL ( Sílvia Caneco) deixa a desejar algumas coisas:
Em primeiro lugar, uma notícia destas careceria logo de melhores explicações. Ao escrever-se inicialmente que havia investimentos diversificados na lista que o BdP tinha e que "o jornal obteve" ( em eventual violação de sigilo bancário) deveria ter-se explicado o que agora se explica: que os investimentos no ESL eram efectivamente parte dos investimentos no grupo GES, particularmente depois de 2012 e com incidências tais que são um dos indícios das falcatruas que ocorreram no GES/BES ( maiores que as que ocorreram no BPN que agora está relegado para o olvido conveniente destes comentadores de pacotilha).
Depois disso procurar insistentemente junto dos visados a confirmação dos factos o que aparentemente não se fez com o cuidado e rigor exigidos.
Finalmente, deixar passar quinze dias a marinar nestes assuntos que envolvem a honra das pessoas, sem que se tivesse o cuidado de pronta e imediatamente apurar o que se passou. Ou seja, " toda a verdade" que agora aparece exposta.
Continuo por isso a dizer que isto não é jornalismo que se recomende.
Aditamento em 18.7.2015:
MST confirma hoje no CM que afinal teve mesmo os dois milhões no ESL. Justificação para o troca-tintismo de chico-esperto? Julgava que eram depósitos à ordem...
E é esta luminária que nem sequer assume a ignorância crassa a respeito dos dinheiros que confiou a um banco gerido por um compadre que anda por aí a dar palpites sobre tudo e um par de botas, a desfazer em quem lhe apetece, a dizer asneiras jurídicas que já nem têm conta e coisas assim.
Lamentável e triste. Só mostra o grau de decadência moral a que chegamos no jornalismo que o acolhe como comentador encartado em...nada. Outro Artur Baptista da Silva cujas credenciais são o passado de figura do meio e pouco mais.
Dois milhões é muito dinheiro. Onde é que um jornalista que nunca herdou (os pais eram uns pés rapados em questões de dinheiro) arranjou 2 milhões para aplicar? Dois milhões são cinco mil euros de poupança mensal em 40 anos de trabalho. Não conheço nenhum escritor com dois milhões de receitas de livros. O MST que nos desculpe mas afinal acabou de explicar as suas defesas do Sócrates e Ricardo Salgado. E depois parece que nem sabia como tinha o seu dinheiro aplicado. Não lia os extratos? Não pedia o saldo da conta?
ResponderEliminarLia, lia, mas diziam-lhe sempre que nada tinha a ver com o BES/GES. Mas tinha a sigla ES e ele bem sabia o que significava, mas ainda assim acreditava...
ResponderEliminarE que coisa mais mal contada..
ResponderEliminarO mais certo é ter sido financiado pelo banco para comprar papel.
Dava só o nome.
Assim uma espécie de Carlos Santos Silva, mas em pequenino.
depois do 25.iv os jornaleiros
ResponderEliminarUSAM O JOELHO COMO SECRETÁRIA
mural da estória 'sou o único esperto'
à ADSE pertence 40% da classe média
os contribuintes obrigados a sustentar o estado
integram-se num serviço 'rasca', o SNS
os juizes do TC, fizeram as contas e concluiram que os beneficiários da ADSE pagaram demasiado em 14
foi necessário o Ministro da Saúde explicar que o fundo é autónomo
ninguém tinha reparado nesse pormenor (detalhe em jornaleiro)
FdP
PQP
já resisti a 3 acordos ortográficos
ResponderEliminareste último com ajuda de corretor
que de quando em vez tem uma ptose
Não se justifica o ponto de interrogação no título...
ResponderEliminarCostuma sempre retirar na TV a "autoridade moral" a quem entende por coisa mínima e afinal perdeu-a ele agora de forma evidente. Mas como o descaramento não tem limites irá aparecer da próxima vez altivo e arrogante como de costume.
ResponderEliminarEste patarata é um dos meus alvos de estimação por duas razões: porque é figura pública e porque não merece sê-lo.
ResponderEliminarUm toxicodependente e um alcoólico. Ia buscar as doses de metadona às carrinhas de distribuição, disfarçado com um gorro e outros artifícios mais. Nem para se assumir tinha coragem!
ResponderEliminarSão muitas as pessoas que sabem destas coisas, sobretudo os voluntários deste trabalho de proximidade.
Mas para os erros dos outros é impiedoso, ele, que nunca foi flor que se cheire.
Que terá esta criatura a dizer sobre autoridade moral?
Verdade?
ResponderEliminarClaro que sim! Conheço as pessoas que o viam lá e lha serviam. E entre os voluntários havia (e há) pessoal com muita informação, que não confundem rostos.
ResponderEliminarMas serviam o quê?
ResponderEliminarMetadona? de gorro?
ehehehehe
Com dois milhões podia comprar um farmacêutico ":O))))))
Sim, ia buscar a sua dose da droga de tratamento, bem disfarçadinho como se de um tipo do Casal Ventoso se tratasse. O programa abrangia várias zonas e ele ora aparecia numa, ora aparecia noutra.
ResponderEliminarÉ um esquema bem melhor e mais barato que dar a conhecer do que padece em centros chiques ou ter de desaparecer do mapa uns tempos para o tratamento, como fizeram outras "estrelas".
Foi há uns anos, mas muita gente sabe destas dependências. Havia voluntários das carrinhas que também trabalhavam em comunicação.
Qua era a droga em concreto não me recordo.
":O)))))))
ResponderEliminarhoje confirma os 2 milhões
ResponderEliminarcom toda a autoridade mural
alguém ouviu há uns anos uma peixeira de C de Ourique dizer-lhe 'vai para a fila'
agora percebo a ofensa
Boa tarde, tentei ontem postar um comentário sem sucesso e ainda que já passe um pouco o tema do ir para a fila aqui vai: nunca repararam na quantidade de gente que insiste em falar nas virtualidades, desta ou daquela proposta ou política ou escolha ou o que seja, confundido virtualidade com virtuosismo? É impressionante. Uma miséria. Voltando ao mau trato da língua, é interessante também verificar a iliteracia desta gente das notícias: ontem passava em rodapé que tinha sido aprovado o empréstimo à Grécia no valor de 7 milhões de euros... É que nem se questionam ou corrigem...
ResponderEliminarPEDRA FILOSOFAL
ResponderEliminarEles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
No caso a pedra filosofal de MST, transformou ouro em chumbo.
Ganda galo, compadre...
Estavam na lavagem?
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