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quinta-feira, agosto 13, 2015

Ricardo Reis, um português de Leça que ensina Economia por esse mundo fora.

O Económico publica um apontamento de reportagem sobre um português que ensina Economia lá fora: Ricardo Reis, nascido em 1978 e que é de Leça da Palmeira. Deve conhecer o polvo do António, pela certa.
Ricardo Reis, como aluno, tinha 20 a tudo, segundo se conta. Fascinam-me estas pessoas porque têm algo que nunca tive, mesmo nos primeiros sete anos de escolaridade em que me sentia o melhor: uma capacidade extraordinária de aprendizagem, provavelmente feita de memória excepcional e inteligência qb, a par de tendência para pensar em abstracto de modo muito rápido e preciso. Deve ser uma questão de sorte neurológica e talvez de parentela adequada. Sorte, a de Ricardo Reis, por ser assim. 

 Em Harvard conheceu aquele que é o seu maior mentor, Gregory Mankiw, economista reconhecido pela sua investigação na área do "novo-keynesianismo" e que foi um dos principais conselheiros do ex-Presidente norte-americano George W. Bush.
(...)
  Em 2004, arranjou emprego em Princeton, como professor auxiliar. Três anos depois, trocou Princeton pela Universidade de Columbia, que lhe ofereceu o cargo de professor catedrático - a primeira e maior promoção da carreira, que lhe permitiu "saltar" mais de dez anos no que é o percurso normal de um professor universitário nos Estados Unidos.

Foram várias as razões que levaram a Universidade de Columbia a fazer uma aposta tão arrojada. Uma delas terá certamente a ver com o artigo que Ricardo escreveu com o colega e também mentor Alan Blinder, no final de 2005, onde analisou o mandato de Alan Greenspan à frente da Reserva Federal norte-americana. O texto causou grande impacto no mundo académico e, mais tarde, também na imprensa internacional, que começava a olhar com maior interesse para temas relacionados com os mercados e a política monetária.


Algumas partes da reportagem referem coisas interessantes. Por exemplo:

"António, o primeiro filho, nasceu com vários problemas de saúde. "Passou muito tempo nos cuidados intensivos e, sendo o sistema americano de saúde como é, fomos à falência", recorda, com humor. Os cerca de dois milhões de dólares gastos em hospitais e tratamento - em boa parte suportados pelo seguro - foram bem empregues e hoje reserva elogios ao sistema americano, que lhe deu "poder para decidir os melhores tratamentos, ao contrário do que acontece em Portugal, "onde é um comité que toma as decisões, com base nos custos para o Estado"."

Só isto dava para se discutir o sistema de saúde português, o famigerado SNS inventado pelo maçónico Arnaut no ano em que Ricardo Reis nasceu.

Depois,  isto que reflecte igualmente um "parece mas pode não ser":

Em 2008, depois de escrever um texto onde alertava para os riscos de uma crise em Portugal e considerava que o país estava estagnado desde 2000, sentiu pela primeira vez o potencial impacto negativo do espaço público. 
"Houve muita gente a ficar chateada com o que escrevi e vários ‘bloggers' e colunistas, mais ligados à esquerda, foram buscar uma frase de uma entrevista minha, fora de contexto, dizendo que eu era um palerma que tinha previsto que a crise do ‘subprime' não ia durar mais do que duas semanas", conta. "Sou um palerma por muitas outras coisas, mas essa previsão é mentira, nunca a fiz", explica, sempre bem-humorado. "Perguntavam-me o que se estava a passar nos mercados e disse que havia duas possibilidades: uma era ser um mero distúrbio, do qual daí a duas semanas ninguém falaria, a outra era ser o início de problemas graves no sistema financeiro, que poderiam levar a uma crise muito profunda." 

Os economistas, mesmo os de topo da escala académica, como Ricardo Reis sabem quase nada sobre os fenómenos sociais e políticos que provocam estas "crises ciclicas do capitalismo" e por isso quando notam o aparecimento de uma qualquer turbulência não sabem o que dizer ou fazer a não ser colocar hipóteses. É por isso que não devemos confiar cegamente nestas pessoas, mas tambémnão podemos passar sem elas. Paradoxos...


12 comentários:

  1. nunca falam do capitalismo de estado

    a China continua a desvalorizar a 'moerda', como dizia Millor

    Céline em Norte
    'que diferença faz a mais terrível arquibomba ...
    horrível é este sentimento de ter perdido todo o meu tempo ... com esta maldita horda de alcoólicos sabujos e invertidos'

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  2. O rapaz pode ser muitto inteligente mas isto 'e sempre assim- quem sabe faz, quem nao sabe, ensina
    ehehe

    Economista nao serve para nada e nada percebe de financa. So que costumam ter mais tempo livre e depois entrevistam-nos e pergunta-lhes coisas que deviam perguntar a quem faz e nao precisa de ensinar.

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  3. depois do
    'Mãezinha vou partir'

    Adeus Amigos
    até Setembro
    'portem-se bem ... se puderem'

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  4. "inteligentes" dentro do sistema(e a alimentá-lo)ainda há bastantes(uns mais outros menos)o problema é a falta de Inteligentes fora do sistema(seja ele capitalismo em "roda livre" ou outro qualquer)que realmente façam a diferença para a sociedade em geral(reparem como já temos Maddofs tugas também,não é só Mourinhos e "Chernes")e não apenas para alguns incluindo os próprios.

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  5. "I. The Portuguese Slump: Facts and a Narrative

    Portugal’s low average educational attainment, an inheritance of the
    dictatorship that ruled between 1933 and 1974 without making a serious
    investment in literacy or higher education"

    Diz o Ricardo Reis em The Portuguese Slump and Crash and the Euro Crisis

    http://www.brookings.edu/~/media/Projects/BPEA/Spring%202013/2013a_reis.pdf

    Porque raio se usa sempre falácias post hoc ergo propter hoc e porque nunca se menciona o período anterior a 1933?

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  6. Porque saber de Economia não significa ter cultura real. Significa apenas uma grande capacidade de estudo de teorias económicas.

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  7. Com que então "Veleiros"!
    Até fiquei com água na boca.

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  8. Veleiros, sim. Mas também o António, um pouco mais atrás ( para quem vem da rotunda da AIP) que aprendeu com o Veleiros e agora me parece melhor.

    É uma das delícias de Portugal, esse polvo vitela. Como o leitão da Meta ou um frango de um sítio remoto no Alto Minho, num restaurante chamado Adega do João e que tem como gerente o filho da Catarina Eufémia. Em Valença ( Cerdal).

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  9. Qual frango da Guia, qual quê! Esse frango assado é do melhor que já comi e tal como o leitão só de vez em quando se pode provar, para não estragar a sensação do gosto.

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  10. José
    Se não conhece e estiver disposto a tentar uma experiência diferente no que ao leitão diz respeito, sugiro - lhe: Restaurante Vidal - Rua das Almas - Aguada de Cima/Águeda (SUL) não muito longe da Meta. Não fica na EN 1, mas fica perto - Fácil de estacionar. Convém fazer marcação

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  11. Obrigado, já lá estive há uns anos e gostei. Porém, continuo a gostar mais da Meta. É o conjunto das batatas fritas, da alface com cebola, do molho, do vinho adamado Sarmentinho( único sítio onde o consigo beber) que marca a diferença. É imbatível para mim.

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  12. Quem conhece como funciona a academia,sabe que o conta realmente e o "padrinho". A posição deste no mundo acadêmico e meio caminho andado para o sucesso.Não quero dizer que ele não seja inteligente. Por outro lado, um doutoramento em Economia e uma especialização numa área,sendo muitas vezes uma modelização matemática do que se aprende na licenciatura. Ou seja, um doutorado pode ser muito inteligente,mas dado a especialização do saber e o afastamento da realidade,muito dificilmente não dirá lugares comuns.Quanto a Economia como ciência e um debate longo,mas as pessoa não tem um comportamento padrão e podem na mesma situação tomar decisões radicalmente opostas.

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