Em 1974-75, durante o PREC, a esmagadora maioria dos media nacionais da altura- imprensa, rádio e tv- alinhou acriticamente pela revolução então em curso acelerado. Digo acriticamente porque não se notava nessa altura uma demarcação ideológica firme e resoluta relativamente ao comunismo que indubitavelmente se preparava para tomar conta do país. Com o apoio do então MFA, composto por ingénuos e diletantes da política e um ou outro mais esperto ( Melo Antunes) mas também apanhados na onda do esquerdismo militante, as forças políticas de esquerda e extrema-esquerda competiam entre si para ver quem era mais esquerdista e comunista militante. O PS só descobriu na Primavera de 1975 o perigo que corria de desaparecer, engolido na unicidade ideológica que se preparava e lutou contra isso, mas não contra a ideologia esquerdista que tal fomentava. Em 1976 acabou mesmo por aprovar uma Constituição tendencialmente socialista e abertamente programada para tal.
Para comprovar tal entendimento vou colocar aqui alguns recortes elucidativos.
Durante esse PREC a informação de um jornal como o Expresso, ícone do "liberalismo" no tempo de Marcello Caetano e abertamente apoiante da "Revolução dos Cravos" tendeu para uma esquerda moderada, acordando tarde para o perigo comunista e ainda assim discutido no jornal como uma ameaça relativamente inofensiva, tal como hoje. O PCP de então não tinha o ambiente político que hoje existe uma vez que alinhava sempre com o bloco de Leste e apoiava a linha mais dura desses regimes, com Cunhal a zelar pela ortodoxia. Mesmo assim, nunca no Expresso se denunciou o comunismo do PCP como perigoso para o regime e atentatório das liberdades fundamentais porque totalitário. Na verdade o Expresso sempre contemporizou com o esquerdismo, de tal modo que em 1975, durante a querela aberta com Vasco Gonçalves que o apodou de " pasquim da reacção", foi defendido por...Otelo, o então chefe do COPCON que dali a pouco passava mandados de captura em branco deixando-os em "boas mãos".
Em 31 de Agosto de 1974, escassos meses depois do golpe, uma leitora do semanário indignava-se por escrito com o anti-comunismo primário do jornal. A resposta dá o tom do verdadeiro sentido contemporizador do mesmo. Terá sido Marcelo Rebelo de Sousa a responder? É que o tom é o mesmo de hoje...
Já em 1975, em pleno fulgor do PREC, os franceses viam Portugal a caminhar para o abismo comunista e alertavam. Jean-François Revel, sempre lúcido não tinha dúvidas.
Pois em Maio de 1975 o mesmo jornal atacava vários órgãos de imprensa europeia ocidental pelo catastrofismo que evidenciavam ao noticiarem o caminho que Portugal levava: directamente ao comunismo. O L´Express francês de Maio desse ano noticiava assim, referindo que o jornal, como social-democrata, nem por isso compreendia a visão que se mostrava no estrangeiro do que se passava por cá. Hoje em dia estamos na versão farsante do PREC mas a atitude do Expresso é a mesmíssima...
Quanto ao director, Francisquinho Balsemão, nunca enganou ninguém que não quisesse ser enganado...tal como hoje, aliás. Segundo o CM de hoje, o arguido José Sócrates terá dito a um outro coleante do regime ( Proença de Carvalho) que Balsemão era "mafioso e pistoleiro", mas isso teria a ver com contas de outro rosário...
Mais vale entregar os filhos ao Estado.
ResponderEliminarhttp://www.dn.pt/portugal/interior/ainda-ha-escolas-onde-os-alunos-so-tem-meio-dia-de-aulas-4853315.html
Eu andei numa primária com aulas das 8 e meia à uma da tarde. Saía a essa hora e ia para casa ou para a biblioteca da junta. Passava as tardes no campo com outras crianças a subir a árvores, a jogar à bola, a andar de bicicleta. Não havia a paranóia da segurança. E a minha mãe trabalhava, quando saíam os meus pais havia sempre um familiar para «olhar» por mim. Tudo isto deu-me uma inteligência social e emocional que começa a faltar nos mais jovens. E independência emocional.
Agora vejo como as crianças são despejadas nas escolas de manhã cedo e saem de lá perto da hora do jantar. Isto é saudável? Não me parece e estamos a construir uma sociedade com bandos de incapazes e famílias doentes. Um caminho rumo ao Admirável Mundo Novo.
Então este Balsemão é como o brandy Constantino, a fama vem de longe...
ResponderEliminarRabelais fez o elogio sarcástico da carneirada:
ResponderEliminartodos com o nariz perto do cu do que caminha à sua frente
pena que a borregada não se precipite borda-fora
mas pode e deve ir barda .....
anda tudo des-orientado
'quem lhes comer os miolos, fica em jejum'
A escola das 9 às 5 na puerícia, com brincadeira certificada e educadeiras acreditadas, é tirocínio da 2.ª idade nos mesmo moldes e dos piedosos asilos da velhice. Um depósito vitalício da humanidade... olha, panúrgica.
ResponderEliminarCumpts.