As presenças do advogado Diogo Lacerda Machado em negócios com o Estado são enumeradas por António Galamba, membro da comissão política nacional do PS e antigo membro da direcção de António José Seguro. A intervenção do amigo pessoal de António Costa em processos com o Estado – que tem estado sob forte polémica nos últimos dias – é criticada pelo socialista que dá como exemplos de “confusão entre política e negócios” a intervenção do mesmo advogado no negócio de adjudicação do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) ou na compra dos helicópteros Kamov.
Num artigo de opinião publicado no jornal i (intitulado “Temos paquiderme na loja”), António Galamba avisa que “não há opacidade má de direita e opacidade boa de esquerda. Há falta de transparência, de rigor, na gestão da coisa pública, e a expectativa de que os portugueses possam ser tomados por parvo, pro bono ou por 2 mil euros brutos. Tudo o resto é como se tivéssemos uma manada de elefantes numa loja de porcelanas”, diz logo depois de falar nos dois negócios polémicos onde diz que Lacerda Machado interveio.
O primeiro-ministro defendeu um novo patamar de referência para futuro. Certamente tudo será diferente, transparente e sem ziguezagues em função da salvaguarda da manutenção do poder pessoal”O SIRESP foi um sistema herdado por Costa dos anteriores Governo e sobre o qual o agora primeiro-ministro chegou a querer anular os contratos de adjudicação (com um grupo da Sociedade Lusa de Negócios, ainda antes da polémica do BPN) quando foi ministro da Administração Interna (entre Março de 2005 e maio de 2007). Houve mesmo um parecer pedido à Procuradoria Geral da República, mas Costa acabou a renegociar contratos desta parceria público-privada, embandeirando em arco com as poupanças conseguidas para o Estado. O contrato então aprovado previa o pagamento de 485,5 milhões de euros, durante um período de 15 anos. Mas as dúvidas e críticas aos custos de contratação e de manutenção do sistema utilizado por polícias e bombeiros acabou por nunca sair da linha de fogo.
O mesmo aconteceu com outro negócio onde Galamba aponta o dedo à participação de Lacerda Machado e que foi feito também pelo ministro da administração Interna António Costa: a compra dos Kamov. Os contratos de aquisição, operação e manutenção dos seis helicópteros utilizados no combate a incêndios estão até a ser alvo de investigação da PJ, na Operação Crossfire.
Mas no artigo de opinião, António Galamba também refere que, no recente processo de reprivatização parcial da TAP, um grupo chinês que tentou entrar no capital da companhia aérea era “da órbita do universo empresarial do escritório do negociador” Lacerda Machado.
Foi esta acção do advogado – que é o “melhor amigo” de Costa, segundo o próprio primeiro-ministro -, a par com a intervenção que teve na resolução do caso dos lesados do BES e do acordo no BPI para reduzir o excesso de exposição a Angola, que fez disparar as críticas. O advogado tem mesmo audição marcada para o Parlamento para explicar a sua intervenção nestes negócios que chegou a ser pro bono, com Costa a acabar por lhe fazer um contrato de prestação de serviços com o Estado numa tentativa de afastar a polémica.
Estas andanças do actual primeiro-ministro António Costa são conhecidas de ginjeira dos camaradas de partido. Alguns deles vaticinavam, aquando da prisão de José Sócrates que a seguir seria a vez dele...
As eleições, a esquerda unida, o interesse político-partidário confundiram toda esta problemática na geringonça conhecida que toda a esquerda pretende manter e por isso engolirá os sapos necessários, incluindo o da corrupção que já é mais que fumo, para não perder este último combóio da História.
Hoje, o Público, mais uma vez, mete nojo, pelo frete, pela condescendência e pela corrupção jornalística que representa.
A propósito do assunto anuncia na primeira página promessa de jornalismo tipo investigação ( assim como há queijo tipo serra) sobre a temática do "caso do amigo consultor". Comprei o jornal para ver até onde chegaria a pouca-vergonha e de facto foi longe.
A primeira página prometia "destaque, 2 a 4 e editorial".
O "destaque" foi este:
O editorial, este:
O cuidado em não entalar demasiado a última esperança desta esquerda tipo geringonça é tanta que os factos são omitidos em detrimento da análise politiqueira, com abordagem jornalística de conselhos explícitos. É este jornalismo que devia envergonhar qualquer profissional que temos no Público. o jornal deveria escrever no frontispício "a verdade a que temos direito" plagiando o antigo o diário do PCP, porque é disso mesmo que se trata.
O Correio da Manhã de hoje avança mais um pouco e manipula uma notícia verdadeira para insinuar algo que ainda não está esclarecido devidamente: o favorecimento político do tal amigo do primeiro-ministro.
Servindo-se do facto de os concursos de adjudicação directa (uma vergonha generalizada que permite a corrupção mais legal possível, sem sindicância seja de quem for) titula que o tal amigo ganhou só este ano 170 mil euros.
Só nas páginas interiores se percebe que foram contratos parcelares celebrados com o escritório de advogados a que pertence o tal amigalhaço, o BAS.
Assim:
Tudo isto não é um mero fait-divers porque contende com a essência do regime actual e do modo de funcionamento inerentemente corrupto. Política, ética e moralmente, para não dizer mais.
É para estas coisas que esta gente quer o poder. Só.
O nojo, o frete, pela condescendência e pela corrupção jornalística que representa é extensível aos proprietários desse jornal, a família Azevedo que não obstante os prejuízos acumulados continuam a financiar esta madrassa travestida de jornal.
ResponderEliminarA família Azevedo paga esse pizzo. Prefere pagar porque está imersa nesse pântano mafioso.
ResponderEliminarA família Azevedo beneficiou e muito deste regime implantado, enxameando o país de mamarrachos e sob a capa da criação de emprego (nessa contabilidade nunca aparecem os empregos destruídos por cada um criado). A família Azevedo, nunca construiria muito do que construiu sem um regime de excepção e de "interesse público" nas câmaras. Eles lá saberão o que fizeram e o que andam a fazer. O jornal até deve ser barato, raramente ou nunca são incomodados. -- JRF
ResponderEliminarRelativamente a este indivíduo Costa, era número 2 do outro. Qual é o número 2 que não sabe o que o número 1 anda a fazer? Ainda para mais um número 1 hiper-activo como aquele… Os 2.000€ por mês são uma anedota daquelas de quem já tem um estatuto — o Costa e o povo —, inabalável. Já vale tudo há muito tempo. -- JRF
ResponderEliminara contra informação em todo o seu esplendor.
ResponderEliminarhttp://www.cmjornal.xl.pt/domingo/detalhe/socrates_na_ementa.html
lídia:
ResponderEliminarDesande daqui. O blog é meu e não é bem vindo/a. Desapareça!
Se tiver alguma vergonha, o que duvido, saia daqui para fora, quanto antes.
António Galamba, da chafarica a que pertenci
ResponderEliminar'temos paquidermes na loja'
Corrupção e esquerda parece que andam de mãos dadas. De há uns a esta parte, é só escândalos de corrupção envolvendo a esquerda um pouco por todo o lado. No caso do Brasil, já não falta muito para a palhaçada do PT acabar de uma vez por todas.
ResponderEliminar"A polémica do SIRESP... Foi também com a ajuda de Dias Loureiro que, em 2004, Daniel Sanches chegou a ministro, no Governo de Santana Lopes, com a tutela da Administração Interna. Três dias após a vitória de Sócrates, em 2005, estava o anterior Governo em mera gestão, Sanches adjudicou o negócio do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) a um consórcio liderado pela SLN, para a qual trabalhara entre 2001 e 2004. O contrato deste sistema de comunicações entre as polícias era da ordem dos 540 milhões de euros. O Executivo PS renegociou novo contrato com a SLN, ficando o SIRESP por 485 milhões de euros. Ao contrário dos administradores das entidades do consórcio, todos constituídos arguidos por suspeitas de tráfico de influências e participação económica em negócio, Sanches não foi sequer chamado como testemunha ao inquérito, que acabaria arquivado pelo Ministério Público, em Março deste ano. Entretanto, o papel de Dias Loureiro foi amplamente questionado. O ex--ministro justificou-se com o facto de presidir à Erickson, uma empresa concorrente da Motorola, parceira da SLN no negócio. Mas, fonte do caso SIRESP assegura que "a Motorola era, desde a altura de Loureiro no Governo, um grande fornecedor de material de comunicações ao MAI". ... e o caso OMNI Em Dezembro de 2004, a compra de seis aviões Canadair para o combate aos incêndios florestais, decidida pelo Governo do PSD, constituiu mais um bom negócio para a SLN. A OMNI, do grupo de Dias Loureiro, representante exclusiva em Portugal daquelas aeronaves, já era responsável pelo aluguer de aviões à Protecção Civil. A decisão correspondeu a um contrato de 150 milhões de euros, assente num estudo pedido pelo MAI de Daniel Sanches a uma consultora, a Roland Berger. Pormenor relevante: a OMNI foi a única empresa do sector contactada no âmbito daquele estudo. Loureiro alegou desconhecimento de qualquer assunto relacionado com a OMNI. A mudança de Governo acabaria por bloquear o negócio, mas a posição dominadora da SLN nesta área, e, em particular de Dias Loureiro, continuou sob suspeita"
ResponderEliminarJosé, deixo-lhe esta parte de um artigo mais vasto, publicado numa revista e que aborda o SIRESP/MOTOROLA e não só...
Acho que isso já foi publicado por aqui. Ou no Grandelojadoqueijolimiano, in illo tempore.
ResponderEliminarEstá aqui
ResponderEliminarMais ano menos ano vamos ver este amigo a financiar férias milionárias com a avença de 2000€
ResponderEliminarIsso e o outro que alugou um duplex na Av. da Liberdade por 600 e de que não se fala nos jornais nem televisões, vá lá saber-se porquê
Não se fala nisso nem na acumulação entre o que recebeu da CML e a SIC, tudo a 100% quando aparentemente só poderia receber 50% do vencimento na CML.
ResponderEliminarFraude fiscal se tal sucedeu e de valor muito elevado.
Mas ninguém quer pegar nisso, como também não quiseram pegar no assunto da licenciatura na Independente do Sócrates. É o mesmíssimo fenómeno e os mesmíssimos jornalistas. A Esquerda rules.
Se fosse o Passos já estava politicamente esturricado.
ResponderEliminarNo doubt, my friend.
ResponderEliminarA corrupção do jornalismo parece-me mais grave que a corrupção política.
Impede que haja a mínima percepção da realidade. São o amortecedor que leva a população a viver indiferente a toda esta canalhice sistémica.