Bob Dylan laureado com o Nobel da Literatura! Algo está a acontecer que não entendo muito bem. Será? Diz que é pela poesia. Pronto, está bem, pela poesia então.
As minhas memórias de Bob Dylan remontam ao início dos anos setenta e a certas músicas emblemáticas que então se tocavam principalmente no rádio, como Blowin in the wind ou Mr. Tambourine Man ou mesmo Like a rolling stone. Será por estas letras que Dylan ganhou o prémio? Para mim, foram primeiro músicas.
Nessa altura de meados dos anos sessenta, já para os finais, ou seja, no tempo da "primavera marcelista" havia muito pouca informação especializada sobre música popular, de qualidade, em Portugal.
Havia um ou outro jornal ou revista, como o Disco, música & moda, aparecido em Fevereiro de 1971, dirigido por um Ruben A. ( comunista) e a revistinha Mundo da Canção ( dirigida do Porto por um grupo de esquerdistas, também comunistas), cujo primeiro número saiu em Dezembro de 1969.
Bob Dylan já então era notícia e confirmado como um dos expoentes dessa música popular de expressão anglo-saxónica. Tinha publicado até essa altura os seus discos mais importantes e a sua poesia mais relevante.
No rádio e desde 1965 ( até 1974) havia o Em Órbita que passava esses discos que ainda não havia por cá em sortido a granel.
Fez este ano 50 anos que Dylan publicou um dos seus melhores discos- Blonde on Blonde, por aqui celebrado.
Em 6 de Novembro de 1970 o Diário Popular anunciava um novo disco de Bob Dylan ( New Morning) na página dedicada à música popular:
Por esse tempo a popularidade de Bob Dylan traduzida em vendas de discos, em Portugal, não devia ser muito grande.
Porém, Dylan já era um mito por diversas razões para além da música. As letras das canções, a sua poesia pela qual hoje foi laureado com o Nobel, seria uma dessas razões porque algumas canções eram sintoma dos "tempos que estavam a mudar" ou seja, dos ventos da História que sopravam dessa banda e não eram favoráveis ao nosso status quo de então.
Daí também a popularidade de Dylan em certos meios intelectuais, dos jornais e dos media em geral, de esquerda, naturalmente. Dylan é um dos artífices das mudanças de costumes vindas dos anos sessenta.
Assim, estas letras estiveram afixadas durante algum tempo na estante da minha adolescência...
Like a rolling stone, publicada na Mundo da Canção nº 33 de 20.5.1971 , uma das canções mais interessantes e reveladoras, com notas derivadas da versão cantada ao vivo em 1974 no disco Before the Flood, provavelmente a primeira vez que a ouvi.
It ain´t me baby, publicada na revista alemã Pop de Dezembro de 1974. Essa revista costumava traduzir a letra para alemão. Por cá, ninguém tentou tal coisa, jamais ( a não ser Dórdio Guimarães na revista Mundo Moderno em relação a uma ou outra canção dos Beatles).
E George Jackson, um "single" de finais de 1971, publicado por cá em 1972, cuja letra foi apanhada algures e aproveitada para estudar inglês ( os significados no fim...). Uma canção de "protesto" de Dylan, acerca de um preto abatido numa cidade dos EUA, pela polícia.
Os discos antigos de Dylan só se revelaram nas capas e conteúdo, para mim, já em meados dos anos setenta, nesta edição da revista francesa Rock&Folk de Março de 1976 que as publicou por ocasião de reedições locais.
Foi uma revelação ver a capa de Blonde on Blonde ( a preto e branco)...e imagino como deveria ser a frustração dos jovens dos países de Leste que nem sequer acesso a estas informações tinham. Cá em Portugal, apenas estas e vindas do estrangeiro. A primeira vez que vi o disco ao vivo e a cores foi nos anos oitenta...em Espanha.
A curiosidade que hoje pode ser satisfeita com um par de clicks no Google, nessa altura era apenas resolvida com estas publicações. Em Portugal nada havia de comparável e nunca se fez coisa igual. Nem agora, sequer.
O período do PREC, no entanto, foi o mais revelador para conhecer a obra de Bob Dylan. O programa da Rádio Renascença, Página Um, apresentado por Luís Paixão Martins ( LPM), deu a conhecer os discos então saídos: Planet Waves, Before the Flood ( 1974) e principalmente Blood on the tracks, cuja primeira passagem pública ocorreu em 18 de Fevereiro de 1975. Apontei a data...tal a importância que assumiu para mim esse disco, nessa altura.
Curiosamente, a partir daí, para mim Bob Dylan acabou como músico que me interessasse.
Os seus três discos que aprecio mais são estes, aqui em edição original de primeira prensagem norte-americana ( o Blonde on Blonde é em mono):Blonde on Blonde de Julho de 1966; Before the Flood, de meados de 1974 e Blood on the tracks de inícios de 1975.
Está aqui tudo o que me interessa ouvir de Bob Dylan, incluindo algumas canções antigas em versão ao vivo.
Mas não foi por estas músicas que Bob Dylan ganhou o Nobel. Ou foi mesmo?
Se aí o comentário político já anda remunerado como direitos de autor, porque me espanto eu da quadratura do Nobel?!!
ResponderEliminarBoa música.
ResponderEliminarGanhou por ser judeu
":OP
Ora... Se dúvidas houvesse em relação aos ditos prémios e quem, ou aquilo, que visam premiar...
ResponderEliminarDepois do Obamel da Paz que, não sendo nem melhor nem pior que o resto, foi o primeiro, creio, dado por antecipação... Se dúvidas houvesse já as só tem quem quer.
Já só as tem quem quer, pois.
ResponderEliminarO que me admira é que a megera que puseram na calha para lhe suceder ainda não tenha recebido um ou dois...
ResponderEliminarJá merecia.
Desde o Nóbel ao Saramago que não dou importância alguma ao assunto.
ResponderEliminarO primeiro Nobel que me impressionou foi precisamente no início dos anos setenta a um japonês, Yasunari Kawabata.
Escrevi de cor, espero que esteja bem.
A verdade é que o que o Saramago fazia ainda passava por literatura...
ResponderEliminarE escreveu os livros antes de receber o prémio...
AHAHAHAHAHAH
ResponderEliminarDeixe lá que os de economia também o ganham e não produzem nem poupam- apenas atrapalham.
há prémios para saloio se embevecer
ResponderEliminareste é um deles.
esqueceram os disccursos de 'Che' e Fidel
dado ao bárbaro Egas Moniz da lobotomia
deixou de fora Graham Greene
Jorge Amado
Jorge Luís Borges
e tantos outros
uma partida de sueca
Mas, a verdade é que havia mais judeus na calha que ficaram a chuchar no dedo. O Amos Oz, por exemplo, ou o Philip Roth
ResponderEliminar8"Yasunari Kawabata"
ResponderEliminarNão... está longe. Também de memória (está por aqui enterrado nalgum sítio): Kenzaburo Youé (não juro) Li-o pela primeira vez num título bizarro da Civilização Editora (edição capa verde cartonada): "Não matem o bebé" (também de memória...)
É melhor que o Dylan (mesmo do ponto de vista musical...)
Ah. E também escreveram livros antes.
ResponderEliminar":O))))))))))))
Fui ver ao Google: é mesmo Yasunari Kawabata e ganhou o Nobel da Literatura em 1968.
ResponderEliminarJulgava que teria sido em 1971...
Ooops, tem razão. Fui ver e o Kawabata também foi nobel. E o Kenzaburo é "Oe"...
ResponderEliminarMas é curioso lembar-me do Kawabata porque foi nos jornais que vi a referência a primeira vez. E acho que ainda tenho esse jornal.
ResponderEliminarImpressionou-me o facto de ser um japonês já com idade e muito franzino, aparentemente e com uma escrita apelativa.
Foi provavelmente a primeira vez que tomei conhecimento das particularidades da cultura japonesa.
A Zazie e o Muja têm razão. Dylan ganhou o prémio ùnicamente por ser judeu e porque a seita maçónica, por interposta Academia Sueca, o quis presentear com um prémio de monta antes dele passar desta pra melhor. Estava escrito. Os judeus ajudam-se uns aos outros (como aliás eles próprios o afirmam) em todas as áreas políticas e sociais em que se movem e abrangendo todos os países do mundo, mas muito particularmente nos Estados Unidos, país onde montaram o seu quartel general e no qual são reis e senhores. E estando todos os judeus do planeta protegidos pelo governo-mundial-maçónico, que é quem manda em todas as democracias e em todas as áreas da governação destes regimes (regimes que os seus homens de mão instituíram após derrubarem à força das armas regimes estáveis, desenvolvidos e em paz e de direita, está claro), é mais do que evidente que são eles quem escolhe as personalidades mundiais a quem devem ser atribuídos os ditos prémios Nobel.
ResponderEliminarSaramago ganhou este prémio não só por ser um comunista-estalinista que odiava os portugueses de morte, mas também e quase de certeza pelo seu papel repugnante e criminoso aquando do saneamento a seu mando dos 24 jornalistas do Diário de Notícias, todos eles profissionais cumpridores, competentes e seres humanos íntegros e não comunistas, para em seu lugar colocar os seus comparsas comunistas, estes não percebendo patavina de jornalismo e sendo pouco mais que analfabetos. É bom que se relembre que este jornal, antes dos comunistas o tomarem d'assalto, vendia para cima de 180.000 exemplares diários e que pouco tempo depois daqueles lá terem posto as patorras a venda do jornal começou a descer a pique atingindo nos dias de hoje menos de 20.000 exemplares diários, se tanto. Pulha.
Mas tanto ganhou ele como podia ter ganho outro do grupo. Para o caso...
ResponderEliminarE também nem entro nessa de lá por ser poesia para música não ser literatura porque o trovador e o poeta são bem mais antigos. A literatura vem daí
Agora que há lobby, há
ehehehe
Em boa verdade eu nem disse que ele ganhou por causa disso. Para ser sincero nem sabia que ele era judeu. Se bem que, para o caso, e no millieu dele, quem não é também nunca anda muito longe de quem seja.
ResponderEliminarMas nem era isso que eu queria dizer especificamente. Mas estava visto, desde que um Obama passou a ser um Obamel, que o valor daquilo é nulo senão negativo.
Só dá prémios por antecipação quem é imbecil ou pretende imbecilizar.
Mas a imbecilização tapa algo sinistro. Um tipo ganha um prémio da paz antes de fazer coisa alguma e acaba por saldar-se com as mesmas guerras que herdou com mais duas ou três do seu acrescento. Se isto não é o "war is peace" orwelliano vou ali e já venho...
O mais grave é que fora da bolha, ninguém confunde guerra com paz. A décalage entre "o ocidente" ou "a bolha" e o resto do mundo é cada vez maior e o confronto parece cada vez mais provável...
ResponderEliminarO despertar pode vir a ser bastante doloroso.
Não sabia?
ResponderEliminarehehehe
Não! Ao contrário do possa pensar não passo a minha vida à procura de judeus...
ResponderEliminarE até aprecio, no geral, as canções deste Bob.
Se calhar se me perguntasse era capaz de desconfiar mas nunca foi indivíduo que me despertasse muito interesse.
É cristão, Bob Dylan é cristão. Deixem-se de merdas. E esta é uma cantiga enorme.
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=2nDpkJhn55s
Aqui com o Papa S. João Paulo II:
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=nJ0U7WjSDeU
Isto é uma anedota digna sei lá de quê… dos anais das anedotas ou coisa que o valha. De qualquer modo, ser só judeu não chega, porque o Philip Roth é um extraordinário escritor (na minha modesta opinião) e anda a perder o Nobel há 15 anos ou lá que é. Academia das anedotas, só se for.
ResponderEliminarMas o mais extraordinário deste prémio é mesmo o Muja não saber que o anasalado (que detesto) é judeu, só por isso também merecia um Nobel. -- JRF
O prémio Nobel da economia é outra anedota… qualquer dia até o ISCTE recebe o Nobel da sociologia. -- JRF
ResponderEliminarBob Dylan tem ascendência judaica ( Zimmermann...)e no final dos anos setenta converteu-se ao cristianismo. É um cristão-novo.
ResponderEliminarMas não deixa de ter ascendência judaica.
Tal nunca me incomodou particularmente porque o modo como ligava a música às palavras até 1978, limite dos limites para a minha tolerância à voz do mesmo, era fantástico.
Como ele, para mim na música popular só Neil Young.
Aliás, vi-os a ambos num festival de Vilar de Mouros no início dos 2000.
Neil Young fantástico como sempre. Bob Dylan escondido atrás de umas teclas e guturar canções conhecidas que se tornavam bizarras mas com um grupo de músicos excepcionais. Foi o que salvou a festa porque senão era a desgraça total.
Dylan perdeu a voz na altura do disco Hard Rain, de 1976 e que foi o último que consegui ouvir com os ouvidos antigos.
Street Legal de 1978 é um sacrifício mas nesse ano tudo valia a pena para mim.
Os festivais em que os ouvi foram em anos diferentes. Primeiro Neil Young o meu ídolo de sempre, na música popular, com a sua banda de sempre os Crazy Horse. Cantei todas as canções que então tocou.
ResponderEliminarTenho quase todos os lp´s de Neil Young em prensagem original americana, first press. Só não tenho o primeiro.
De Tonight´s the night andei anos à procura do original da Reprise com rótulo negro e as palavras "hello waterface" manuscritas na parte morta do vinil. Quando o encontrei leiloei-o por cerca de 20 dólares. Quando chegou o correio, abri o embrulho e...estava partido. Desilusão maior, porque o disco se vende na ebay a dezenas e dezenas de dólares.
Este ano comprei a versão actualizada e prensada com o cuidado antigo na série "archives". É melhor que o original que consegui ouvir algumas faixas que não foram afectadas pelo estrago.
Depois de Neil Young, alguns anos depois, vi Bob Dylan e sabia muito bem que ia ver apenas um mito. Não desiludiu, mas o que salvou a noite for a sua banda, muito competente e eficaz.
Lembrava-me de Hard Rain que é um tormento só de ouvir a voz...
Bob Dylan foi entrevistado em 1978 pela revista Rolling Stone e pelo intelectual de serviço Jonathan Cott.
ResponderEliminarA capa da revista tem uma foto em close up de Dylan não sei bem de quem, se de Annie Leibowitz ( outra do povo eleito) ou de outro fotógrafo e andei à procura da revista na época, sem sucesso porque nesse tempo aconteciam coisas dessas: de repente uma revista estrangeira deixar de aprecer nos quiosques.
Porém, essa entrevista saiu em exclusivo na então Música& Som, traduzida e li-a. Já se notava a propensão para a intelectualice de Cott e suponho que agora até será fácil ler essa entrevista online.
Enfim, coisas de que agrada falar.
Ena pá, ó José Rui, nem sei que lhe diga...
ResponderEliminarVou dizer em gringuês estiloso para o estilo: thanks but no, thanks
Se mo dessem diria assim, parafraseando o Mestre:
ResponderEliminarQuero este país ignobel se for necessário, mas independente - não o quero colonizado pela imbecilização mundialista.
:)
Cantores de excelência judeus não faltam graças a Deus nosso senhor. Dylan é apenas um.
ResponderEliminar.
Assim de repente lembrei-me de:
Bárbara Streisand
Neil Diamond
Paul Simon (garfunfael)
Roth (Van Halen)
Mark Knofler
Simmons (kiss)
Lenny Kravitz
Bolton
.
Rb
Foi, lembraste-te tanto que até te "esqueceste" que Paul Simon e Art Garfunkel são duas pessoas diferentes. Ambos judeus.
ResponderEliminarAtira-te ao mar ó judeu de fancaria.
Mujinha, não me digas que Simon e Garfunkel não são a mesma pessoa. Eu ia jurar que eram a mesma pessoa. Mesmo quando os vi em concerto ao vivo não me apercebi que nao eram a mesma pessoa. Bolas pá.
Eliminar.
Rb
E diz que te empurraram.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarDe Dylan, gosto de uma canção que não costuma ser das mais faladas - Mozambique. Data de 1976, mas creio que reporta a experiência de umas suas férias em Moçambique ainda antes da independência...
ResponderEliminarI like to spend some time in Mozambique
The sunny sky is aqua blue
And all the couples dancing cheek to cheek
It's very nice to stay a week or two
And maybe fall in love just me and you
There's lots of pretty girls in Mozambique
And plenty time for good romance
And everybody likes to stop and speak
To give the special one you seek a chance
And maybe say hello with just a glance
Lying next to her by the ocean
Reaching out and touching her hand
Whispering your secret emotion
Magic in a magical land
And when it's time for leaving Mozambique
Just say goodbye to sand and sea
You turn around to take a final peek
And you see why it's so unique to be
Among the lovely people living free
Upon the beach of sunny Mozambique
Ouve aqui alguém que falou em cantores judeus, mas esqueceu-se do grande Leonard Cohen...
ResponderEliminarÉ etnicamente judeu e continuou sempre a apoiar Israel nas músicas que fez. "Neighborhood Bully" é uma delas.
ResponderEliminarDe todo o modo, sempre fui fã dele.
O Cohen também foi budista e mais o resto mas nunca deixou de ser judeu
ResponderEliminarPara o Hajapachorra que dispara sempre ao lado.
ResponderEliminarAqui. Até o da Rua da Judiaria o citou precisamente por ser sionista. «"É melhor ser sionista que arcebispo da anarquia", afirmou o cantor numa controversa entrevista à revista Rolling Stone."».
Eheheh!
ResponderEliminar"Arcebispo da anarquia" é uma óptima definição de sionista. "Esqueceu-se" foi de acrescentar o "por controle remoto".
Sabem muito...
Como diria alguém: muitos aninhos a virar frangos...
A revista deve ser a tal que o José procura.
ResponderEliminarO da Judiaria conta a coisa bem e serve para explicar ao apressado sem pachorra:
ResponderEliminar«Em 1978, numa das poucas ocasiões em que abriu a sua vida privada ao escrutínio dos seus fãs e dos media, curiosamente, Dylan anunciou ao mundo que abraçara o cristianismo. Era um "cristão renascido". Numa entrevista, a sua mãe, Beatty Zimmerman (entretanto falecida), confessou que o telefone não parou de tocar: "rabinos e pessoas amigas da sinagoga telefonavam-me para saber se era verdade. Eu respondi-lhes que a vida era dele. Eles que falassem com ele."
A nova religião, no entanto, iria durar pouco tempo. Depois de três discos mal recebidos pela crítica, que marcaram a sua fase "cristã", em 1983, com Infidels Bob Dylan retorna ao judaísmo, fazendo tudo por demarcar-se o mais possível da sua tão publicitada conversão ao cristianismo. A letra de uma das canções do álbum, Man of Peace, sublinha essa rejeição de uma forma fortemente iconoclástica. »
Sim, o Cohen e o Lou Reed.
ResponderEliminar.
Músicos com letras bem melhores do que o Dylan seria por exemplo o Roger Waters, um activista proeminente anti-israel que, não obstante, esta no topo das minhas preferências musicais.
Mas penso que terá sido um prêmio de carreira, digamos assim. É bom que atribuam um nobel a pessoas vivas e Dylan já não vai para novo.
.
Rb
Mujinha,parafraseando o Lou Reed eu diria a vossa senhoria:
ResponderEliminar-Jovem, take a walk on the wild side.
.
Rb
Sim, deves tê-los visto na Muxima quando andavas lá a dar esmolinha às pretas...
ResponderEliminarAhahah!
Às tantas foi um "date" com o Sócrates...
ResponderEliminarParabens José, excelente post!
ResponderEliminarMozambique parece-me ser uma referência de época a uma localidade americana.
ResponderEliminarNa altura em que o LP Desire saiu, em 1976, para mim foi uma decepção quando comparado com o Blood on the tracks de 1975.
Ainda assim, lembro-me de se falar nessa eventualidade- a de Mozambique ser uma referência à nossa antiga província ultramarina, mas tal ser desmentido.
Continuo sem saber.
Quanto à Rolling Stone e entrevista de 1978 tenho tal entrevista em revista, em formato digital- 3 dvd´s mais um cd de instalação e ainda um livro em formato grande "profusamente ilustrado". Aliás, tenho todas as revistas nesse formato, numa colecção que comprei em 2007 e que abrange o período de 1967 a 2007, chamada Rolling Stone Cover to cover.
Tenho ainda o livro de 1997 que se editou com todas as capas até então da revista e alguns artigos da mesma.
A tal entrevista de Jonathan Cott foi publicada em duas partes e dois números- 257, de 26 de Janeiro de 1978 e 278, de 16 de Novembro de 1978.
Tenho a Música & Som de 1 de Abril de 1978 que publicou a primeira parte da entrevista "num exclusivo Rolling Stone".
A tradução é horrível, eventualmente da autoria de João de Menezes Ferreira que hoje dá palpite no Público sobre o Nobel do cantor.
O Público deste Dinis pôs cinco jornalistas cinco a "cobrir" o assunto e o resultado é uma grande merda. Parece tudo escrito por um robô informático, mesmo as pequenas peças de entrevista a alguns apanhados como António Feijó da Faculdade de Letras e vice-reitor da Universidade de Lisboa.
Uma miséria intelectual com tudo copiado e pouco ou nada pessoal, da experiência de cada um dos jornalistas.
Porca miseria.
E ainda tenho as revistas físicas que comprei desde Setembro de 1975 até ao final dos anos noventa e mesmo depois disso, muitas delas.
ResponderEliminarE comprei depois a maior parte dos números dos anos 1973, 1974 e 1975.
É uma colecção que adoro.
Curiosamente não tenho esse número com a primeira parte da entrevista apesar de ter uma capa excepcional que na altura me fez procurar a revista- em vão.
E confirma-se que a foto é mesmo da judia Leibowitz.
Sobre a Rolling Stone era capaz de estar a falar horas seguidas.
Sobre os artigos, sobre as capas, as fotos, os anúncios e ainda sobre os discos recenseados.
ResponderEliminarApaixonante. Quase tanto como sobre hi-fi...ahahaha.
ehehe Nestas matérias o José é uma enciclopédia viva
ResponderEliminarE já agora, para me armar em snob, sobre a Rock&Folk francesa, ainda mais e melhor porque li e reli tudo dezenas de vezes, ao longo dos anos. Estou sempre a voltar lá para ver que discos me faltam. E sobre a Crawdaddy americana também. E sobre o NME ou o Melody Maker ou a Mojo actual, ou ainda a Uncut ou mesmo a Record Collector ou até a Musician americana.
ResponderEliminarE ainda há mais...
Já agora a pergunta:
ResponderEliminarAcha que o prémio foi mal dado?
Eu não sei mas o critério nunca seria o de ser poesia para músicas porque a poesia nasceu para ser cantada e salmodeada e literatura e até filosfia nascem dela.
Pelo que se sabe, só na Idade Média tardia as pessoas passaram a ler sem precisarem de falar. Não havia leitura silenciosa. E no início tudo era cantado, respirado (caso do ritmo da poesia oriental e indu e salmodeado. Com as iluminuras passou também a ser poesia em imagens cifradas). Não há essa coisa da "literatura ter nascido para ser pura" e apenas lida sem mais nada.
Guitar Palyer, Guitar Acoustic, Downbeat ( alguns números).
ResponderEliminarImprensa musical estrangeira dos anos sessenta, setenta e oitenta? Estou por cá...ahahaha.
Um espanto, José. O José é que devia dirigir uma revista de música.
ResponderEliminarNão sou mesmo nada entendida em literatura e daí não poder comparar e achar que havia melhor, ou melhor entre sionistas ou judeus.
ResponderEliminarDuvido é que se ele nunca tivesse sido sionista se lembrassem disso. Amos Oz nem é lá muito pacífico em relação a Israel.
Agora só falta o Zeca Afonso e o Sérgio Godinho receberem o Nobel por terem sido autores e interpretes de canções de protesto e principalmente por serem comunistas. O primeiro será a título póstumo e o segundo quando for um bocadinho mais velho. Como bons comunistas e que ainda por cima ajudaram à festa da 'democracia' com as suas canções revolucionárias, veremos se não é isto que vai acontecer mais tarde ou mais cedo. Ah, já me esquecia, o Soares também estará na calha para o prémio..., é bom lembrar que este - embora tenha vindo a fingir ser socialista, é comunista de raiz e uma vez comunista pra sempre comunista - foi o promotor do golpanço d'Abril, na verdade um verdadeiro golpe de mestre. Não esquecer também que o Portugal 'democrático' e os portugueses (só os comunistas revolucionários, como é evidente) estão cada vez mais na moda... Barroso, Guterres e antes destes Luís Arnaut, o falecido Antóno Borges... (Goldman Sacks, lembram-se?) etc., etc.
ResponderEliminarBob Dylan sofreu um acidente gravíssimo, creio que de viação, lá pelos fins dos anos cinquenta, tendo ficado desfigurado e estado bastante tempo a recuperar. Era miúda e nessa altura estava em Londres com os meus Pais e ouvi-os falar desse acidente após terem lido a notícia nos jornais ingleses. Mas nas várias notícias televisivas dos últimos dias sobre a vidas do cantor nada mencionaram sobre este facto. E ontem num dos telejornais disseram algo que eu desconhecia por completo, que ele era russo de nascimento. Curioso.
Como diz o António Feijó, Dylan está acima do Nobel.
ResponderEliminarOu seja, está bem entregue mas não precisa daquilo para nada.
O Nobel da Literatura desde que foi dado ao Saramago perdeu interesse. Poderiam ter dado ao Lobo Antunes que era igualzinho e contentava o homem que anda dá décadas a suspirar pela coisa.
O que é que vejo quem defende a justeza da atribuição? Que a poesia para cantar não é de agora e já vem da Grécia antiga de Orfeu a Faiz.
Para mim não me apoquenta. E gosto que se fale de Dylan e da sua música. Aposto no entanto que estes jornalistas que o fazem não conhecem a música de Blonde on Blonde e muito menos a apreciarão...
Ontem, chamados a falar sobre a poesia de Dylan, um ou outro mostrou o livro Chronicles, de há uns anos e uma espécie de auto-biografia muito bem escrita e que deveria ser um modelo para estes jornalistas de meia-tijela.
ResponderEliminarE outro livrito mais antigo, Tarantula, ilegível.
E nada mais.
A poesia de Dylan está em certas letras de canções clássicas.
Mas é inglês, algumas vezes idiossincrático e de casos notáveis e para mim, desacompanhado da música e ritmo pouco vale.
José Afonso tem letras espantosas num português fantástico. Isso independentemente do conteúdo das mesmas. Sérgio Godinho idem.
Quanto ao acidente de Dylan, foi numa moto, Triumph, aquando da saída de Blonde on BLonde, em Julho de 1966, o último disco verdadeiramente genial do autor, como diz a Rock & Folk no artigo transposto.
Depois disso apareceu John Wesley Harding em 1968 e depois Nashville Skyline em 1969 e que adoro, porque é country. Depois Self-Portrait em 1970 que também gosto. A paartir daí só mesmo o disco ao vivo Before the Flood e Blood on the tracks que é um portento, de 1975. Para mim tão bom como Blonde on Blonde.
Ah, claro, não precisa e está acima de uma coisa que se tornou um treta politicamente correcta.
ResponderEliminarMas o facto de ser poesia musicada não altera em nada e isso é que é cretino pois é verdade que a literatura nasce da poesia e esta era cantada.
Não há por aí qualquer quadratura. Eu também fiquei inicialmente admirada mas não vou por aí. Apenas disse que recebeu por ser judeu e isso sim, tende a ser lei e ele foi sionista o que aumenta a lei e faz passar a perna a um Amos Oz ou Philip Roth e esse então é mais espinha encravada na coisa...
(O Hajapachorra é que não gosta destes detalhes e acha que é coisa de religião)
O ideal para falar disto era num programa de tv capaz de som de alta resolução ( superior a 24bits/96kHz) e imagem a condizer que mostrasse as capas dos discos as imagens de revista e desse a conhecer tal coisa.
ResponderEliminarTambém seria possível fazê-lo gravando um bluray e isso qualquer pessoa poderia fazê-lo se quisesse. Até eu...
O José já respondeu. E sim- o Zeca Afonso tem letras maravilhosas num português que já ninguém fala nem escreve. Não sei como o facciosismo pode obliterar o gosto artístico e isso encanita-me porque detesto fanatismos e facciosismos em excesso.
ResponderEliminarO Dylan é uma figura da cultura popular dos sessenta, principalmente. Já um mito.
ResponderEliminarDeram-lhe o Nobel se calhar porque não havia outro mais à mão e mais conhecido, com qualidade suficiente para tal.
Não creio que fosse por ser judeu.
quem vir o filme sobre o festival rock da ilha de Wight em 1970 no final tem uma canção de Dylan enquanto passa o genérico: Desolation Row.
simplesmente fantástico
Afinal não é esta versão, mas aparece nesse filme e parece-me um momento mágico da música popular.
ResponderEliminarHaver, havia, José...
ResponderEliminarehehehe
Ao contrário da bem conhecida Angola, na Louisiana, creio não existir nenhuma localidade chamada Mozambique nos Estados Unidos…
ResponderEliminarValendo o que estas coisas valem, da leitura da “Wikipedia” resulta que é mesmo ao país Moçambique que Bob Dylan se refere na sua canção - https://en.wikipedia.org/wiki/Mozambique_(song) Há até quem afirme que esta foi composta durante uma estadia do seu autor em Bazaruto- http://www.macauhub.com.mo/pt/2007/05/18/3040/ ou
http://www.cntraveller.com/recommended/beaches/best-beaches-mozambique-bazaruto-archipelago
Acrescento ainda que só tomei conhecimento desta canção muitos anos depois de 1976. Nesse ano, andava no final da instrução primária e os meus interesses eram naturalmente outros.
http://pastdaily.com/wp-content/uploads/2012/11/bob-dylan-in-session-saturday-of-folk-music-1961.mp3
ResponderEliminarEssa de ter estado em Moçambique em 76 deve ser outro mito urbano.
ResponderEliminarJudeu é quem pratica a religião judaica. O resto é treta. Aposto que a maioria de voceses tem ascendência judaica. Nota-se à légua. E se todos descendemos de Adão... Está bem, admito que alguns dos fregueses descendam do macaco. Este nobel é como outros, não tem ponta por onde se lhe pegue. Sempre gostei muito de Bob Dylan, The Band, dos CSN & Y, da Joni Mitchell, que acusa Dylan de ser uma fraude e um plagiador, mas não chamem literatura ao que não é literatura. Bem sei que a escolha tem caução académica, das literaturas orais e marginais :-), mas há tanta bosta autorizada que não é a albarda que muda a natura da alimária. Aqui não há questão nenhuma de religião, nem de política, nem de raça. Isso é coisa de doidinhos tomados por extraterrestres. É apenas tineta da academia, um ano escolhe uma jornalista, outro um cantautor, para mostrar que corre algum ar naquela morgue.
ResponderEliminarEste aqui segue uma explicação muito mais de acordo com a forma como ele compunha.
ResponderEliminarhttp://bob-dylan.org.uk/archives/22
"Judeu é apenas quem pratica a religiao judaica"
ResponderEliminarOk- por isso mesmo é que o sionismo é uma causa laica e Israel um país ateu. A maioria dos judeus nem são religiosos
ehehehehhe
Tirando os doidinhos e a literatura do Holocausto, já agora podia explicar porque é que este Nobel não tem ponta por onde se pegue e os outros têm.
ResponderEliminarI watched this TED Talk and thought you would find it interesting.
ResponderEliminarKirby Ferguson: Embrace the remix
http://go.ted.com/yW1aLQ
Learn more about watching TED Talks on all of your favorite platforms: https://www.ted.com/about/programs-initiatives/ted-talks/ways-to-get-ted-talks
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarNada de confusões, eu gosto imenso das canções de Zeca Afonso e a voz peculiar e única como as entoava. Até as músicas que ele compunha para as acompanhar - além das letras inteligentes - era a adequada e bastante atractiva. Sempre gostei das suas principais canções (alusivas à revolução e ao povo deserdado da sorte...) e acho mesmo que as mais emplemáticas não serão esquecidas. Pena que tivesse sido comunista, porque uma personalidade tão sui generis merecia melhor escolha política. Já próximo da morte chegou a afirmar numa entrevista e parece que totalmente desiludido com o caminho que o regime estava a tomar e que ele inicialmente apoiou, que "eles são todos vampiros" ou que "estou rodeado de vampiros" (não me recordo das palavras exactas). A quem se referia ele? Vai uma aposta?
ResponderEliminarOutro cujas canções iniciais eram giríssimas e a maneira peculiar de as cantar era uma delícia, foi o S. Godinho. Há muito tempo que já não canta nada de jeito nem tem voz para tal. Mas que algumas delas são inesquecíveis, lá isso é verdade. Mais um que é uma pena ser comunista.
Zazie :"...da música popular"...
ResponderEliminarPor favor…. Com coisa de 12 / 13 anitos recordo-me de ter comprado (ou implorar à minha mãe para me comprar...) uma t-shirt magenta com as fuças do Bob Dylan impressas a veludo azul numa qualquer banca de ciganos de uma qualquer feira. Mas o sujeito - como a Joan Baez - não tinha nada de “popular” (nem sequer para mim; apenas o achava “cool”…). Nem podia ser de outra maneira porque quer um, quer outro, evocam cabras em cio quando pretendem fazer música. E essa coisa do “popular” (em que insiste…) não descreve coisa nenhuma. Arrazoa bem quando diz que a literatura é tão grande quando cantada ou oralizada como a que é servida em leitura. Volta a ter razão quando diz que ela começou precisamente assim (como a música, aliás, antes da invenção do(s) sistema(s) notacionais). Mas em música, como em tudo o resto, parece-me sinal de maturidade a capacidade de deslaçarmos o valor intrínseco dos sons das memórias e experiências a que os associamos de uma maneira quase subterrânea (um pouco como o que sucede com os odores). Para algumas gerações – para a minha também – Dylan soa na coincidência dos verdes anos, na perceção de uma felicidade que vivemos algures ou nessa coisa estranha de uma qualquer dor de que sentimos saudade. Agora… acordar na grandeza da literatura de Dylan – na maneira mais justa e aberta como ambos entendemos a “literatura” – por contraste com tantos, passíveis de ser geradores de maiores consensos, é tarefa que se me afigura de uma enorme dificuldade.
O Nobel da literatura já não significa rigorosamente nada senão um pretexto para falar de literatura. O mais provável é que nunca tenha significado mais nada senão isso… ponho-me a pensar e concluo que muitos dos autores que mais aprecio foi alguma vez distinguido com tal honra; uns porque nasceram antes de a instituírem, outros nem sei porquê…
(Ah, e deixe-se dessas coisas dos pencudos… sabia que eles adoram isso? Trate-os como eles são: pessoas comuns, como nós. Só assim os enfurece.)
Estive para acrescentar isso ou música ligeira mas não merecia a pena porque se percebia o sentido a propósito da revista que o José podia dirigir.
ResponderEliminarMais nada. Não estou a ver onde falei em popular. Quanto aos judeus (sentido de causas de Holocausto e assim no género e no pedeegree- sim- vá à lista e confirme e só estou a pensar na literatura. Mas não faço fincapé nisso. O Saramago era perfeitamente anti-sionista.
Em 1902 atribuiram o Nobel a um genial Historiador. Acho que praticamente ninguém conhece nem leu. Não escreveu qualquer romance nem ficção ou poesia.
Quanto aos pencudos- tive afair com um e tinhamos a chave da Sinagoga de Lisboa. Portanto, estamos entendidos quanto a raivinhas em relação às pessoas. Coisa que desconheço mas sei o que são lobbies e sei quem manda nos principais lobbies do mundo.
Podíamos em vem de Nobel estar a falar de toda a tara de ONGs dos "Crimes de òdio". Só por coisas e descoisas.
O josé respondeu-me da única forma pertinente que li- que a questão não era ser poesia cantada mas só fazer sentido por ser vivida e recordada enquanto música.
ResponderEliminarSim. Por aí concordo. Quanto à outra questão é se poesia musicada é grande literatura de fôlego ou não. Não é se tem direito a Nobel porque, tal como diz, há muito que o Nobel é uma grande palhaçada. E a palhaçada sim, tem tom ideológico onde incluem a tal causa de martírios de penca.
E por aí a coisa fica mais complicada porque há grandes escritores sem grandes romances e outros apenas com pequenos contos. E outros com pouca poesia.
Não tenho grande opinião acerca disso e apenas referi para que menospreza o facto de poder estar associada ao canto que até a literatura e a filosofia começaram assim- por poemas. E mais tarde associados a manchas cromáticas e autêntica poesia pintada e encriptada.
Pelo que purismos de ler só para dentro, em meditação à luz do candeeiro me parece uma grande parvoeira "romântica".
Dutilleull- fiz uma busca e não fui eu quem usou a expressão "da música popular". Foi o José.
ResponderEliminarO Hajpachorra é que depois insistiu no aspecto menor por essa via.
música popular porque não é sinfónica ou "clássica". Nesse sentido; sendo que também se inclui a ópera na dita "clássica" quando foi popular.
ResponderEliminarJá agora- Carmina Burana também são versos e cantados e orquestrados pelo Carl Orf, num tom tão grandiloquente que se toma por "música clássica". Eram cantados na taberna por frades goliardos bem aviados e com prostitutas a acompanhar.
Mas, disto tudo, fiquei com curiosidade no Kawabata e tenho que ler.
ResponderEliminarZazie, não se amofine comigo, gosto muito de a ler.
ResponderEliminarE tem apenas um pouco de razão; também usou o “popular”. Não é pecado. Com a “ligeira” não iria melhor; são etiquetas, para mais nada servem senão para distinguir o ácido sulfúrico da água benta, como costumo dizer.
Quanto ao resto… sei que sabe. Pela literatura acontece o mesmo que na música; Shakespeare vem dos mesmos sítios onde hoje o ninguém acha, etc., etc., …
(E continuo a achar que os pencudos a devem adorar ;) )
ehehe Não amofino naDa. Também gosto muito de o ler.
ResponderEliminarDevo ter repetido o popular e o sentido é esse- that's all folks.
Os pencudos não sei porque por cá nem há isso e os de Golders Green não me conhecem. Nada tenho contra pessoas a não ser uma a uma. Mas encanitam-me as imitações à boleia.
AHAHAHAHAHHA
É um fenómeno da música popular dos anos 60. O josé resumiu assim e resumiu bem. Se fosse em pintura podia dizer-se da arte pop. O sentido é esse. É um marco histórico e a terminologia não quer dizer "música da populaça" ou do "povão" mas está ligada a uma massificação artistica.
ResponderEliminarSe calhar ganhou preciamente porque o Nobel também quiz ser pop nas tipologias- para estar mais update. E um pencudo a iniciar a coisa é sempre bem aceite.
ResponderEliminarJá têm mais este galardão para a colecção e escusam de ter chatices com tricas entre Oz e Roth.
":OP
Neste post zazi, estiveste mais ou menos. Regista para memória futura que quis se escreve com um (s)
EliminarNeste post zazi, estiveste mais ou menos. Regista para memória futura que quis se escreve com um (s)
EliminarA pop arte está para a arte o que Dylan nunca estará para a música. Estou com Arthur Danto nesse assunto da pop.
ResponderEliminarUm grande pencudo, diga-se. Não há por aqui qualquer comparação musical possível com o Bowie e com esse sim, houve exageros de importância musical que são mais cozy.
ResponderEliminarDifa lá, diga lá...
ResponderEliminarComo assim?
Ah, e esqueci-me das aspas nessa coisa da palavra "pencudos" - em que a cito porque lhe acho muita graça; não lhes reconheço quaisquer características distintivas que não sejam obra de bisturi. Porque estou a ser honesto e porque isso os chateia ;)
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ResponderEliminar"Como assim?"
Da pop?
Não creio que a grande mudança tenha vindo da pop de supermercado porque até penso que quem antecipou uma grande reviravolta foi mais a patafísica do Jarry. Isso e o Duchamp. Bem mais importante que a pop.
ResponderEliminarE o Duchamp era um patafísico.
Mas muito antes tinha acontecido o primitivismo com as viagens pelos mares do Pacífico e coisas assim como museus etnologicos. E por aí o Matisse foi um gigante sempre com um pé no novo e outro no belo e no clássico.
"não lhes reconheço quaisquer características distintivas que não sejam obra de bisturi"
ResponderEliminarehehe: Experimente almoçar em Golders Green, até no parque, ao domingo, como eu gosto de fazer e vai ver que a caricatura é a realiade. Sem precisar de bisturi algum. Topa-se à primeira.
"o Matisse foi um gigante" ao alcance de muito pouca gente. Estamos de acordo por aí.
ResponderEliminar"a caricatura é a realiade"
Uma realidade paroquial. A de quem procria por casa. Não exagere o significado de tal coisa...
Cá para mim, vejo isto como uma manifestação de jarretice que estica o braço numa tentativa de evitar ser submergida pela torrente de exterco que ajudaram e foram pioneiros a libertar.
ResponderEliminarBob Dylan vale hoje menos do que alguma vez valeu e amanhã valerá ainda menos. Depois de amanhã, com o lançamento do próximo "hit" será como se nunca tivesse existido. A não ser, talvez, quando a máquina de que foi um dos pioneiros se lembre de reutilizar ou recauchutar grosseiramente o seu "trabalho" para o servir, assim requentado com molho de soja, às massas extrair os últimos cobres do material.
É o mais provável visto o estado de falência da "indústria" da música e da cultura em geral que é dominada pela dinâmica da autofagia.
Porque a massificação implica forçosamente fábricas e estas uma indústria.
Ao menos Henry Ford sabia exactamente o que estava a fazer e não clamava estar a "unir o mundo", e outras inanidades do género - embora, realmente, tivesse muito mais razões para o poder fazer do que estes artistas-fábrica primitivos.
*às massas e assim extrair...
ResponderEliminarOs jarretas que acreditavam mesmo que os artistas-fábrica iam unir o mundo e assim, são hoje forçados a sorrir amareladamente às, e com as, mais recentes e grotescas - mas eficientes - versões dos artistas-fábrica, que provavelmente acharão insuportáveis mas que têm de suportar na senda desesperada de manterem de pé os mitos decrépitos em que acreditaram (ou diziam acreditar). Em suma, para não parecerem os jarretas que são.
ResponderEliminarEsforço vão porque a indústria não se compadece de jarretices nem tem lugares especiais. Tem um só propósito e nunca se desvia dele.
Estes artistas não mudaram o mundo, mas alteraram-no q.b. Entender isso é que é outra tarefa difícil.
ResponderEliminarE estive a pensar nisso porque não foram só eles- foi o fenómeno da "descoberta da juventude". Já vinha de trás, do início do século e foi essa juventude a responsável por outras mudanças mais ideológicas e que acabaram em totalitarismos.
Nos anos 60 tiveram o seu tempo de outras mensagens em idealismos que conseguiram ser levados a sério. Porque os mais velhos deixaram de ser a voz da razão.
A ideia com este Nobel é fazer o mesmo que já se fez mais cedo nas artes plásticas- posmodernismo é tudo- não há artes menores nem menores e muito menos tipologias académicas que diferenciem pintura de escultura e coisas assim- vale tudo e todos podem ser artistas.
ResponderEliminarnem maiores (realmente é tudo um tanto menor, mas pronto) ":OP
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