sapo:
A fiscal-geral de Espanha [equivalente a procuradora-geral] recebeu ontem o i em Lisboa e falou sobre os desafios e os problemas da Justiça no país vizinho. Afirma que os casos que envolvem grandes políticos e até um membro da família real são a prova de que as instituições estão a funcionar, mas não esconde a insuficiência de meios do MP para combater a criminalidade mais complexa – um mal que diz ser transversal a todos os países. Consuelo Martínez Pereda garante que acompanha muito do que se passa em Portugal, inclusivamente casos como a Operação Marquês – que apenas conhece por caso Sócrates. Questionada sobre as críticas do ex-primeiro-ministro – que em entrevistas disse que a Operação Marquês não seria possível em qualquer outro estado europeu – a responsável máxima pelo MP espanhol elogiou a investigação portuguesa e deixou claro que se fosse feita do outro lado da fronteira não seria muito diferente: “Algumas investigações têm mesmo de demorar todo este tempo porque são complexas”.
A procuradora-geral espanhola diz publicamente em Portugal o que a procuradora-geral de cá não consegue dizer nem aqui nem lá...
Pode e deve perguntar-se porquê, na medida em que notoriamente se preocupa com a "repercussão social" dos casos judicializados.
Medo? De quê e de quem? Da imagem? De dizer asneiras? É pior assim, nada dizendo e deixando os elegantes advogados dos arguidos exprimirem-se como se exprimem e os komentadores avençados ulular do modo que estão habituados em obediência à voz do dono.
Para quê tanta preocupação com os processos de "repercussão social" se o resultado é este, ou seja o silêncio que revela um temor sem sentido?
'quem tem cu,
ResponderEliminartem medo'
qualquero bicho acobarda-se sempre que o enfrentam
convém dizer sempre o que se pensa na puta da cara do inimigo
para já
'cagam-se na justiça'
Também achei bem pertinente o que ela disse. E outra que enfie o barrete.
ResponderEliminarJE
ResponderEliminar«A norte, a instalação de mísseis com capacidade para ogivas nucleares no enclave de Kaliningrado, entre a Lituânia e Polónia, dentro das fronteiras da NATO, foi agora revelada. Na fronteira leste da Ucrânia está acantonado um exército russo pronto a invadir. Putin aceitou colaborar com a OPEP com vista ao aumento do preço do petróleo e assinou um acordo com a Turquia para a construção de um ‘pipeline’ para a Europa que evita a Ucrânia. O novo presidente dos EUA não poderá ignorar que está a ser criado um cerco militar e económico à Europa.
As guerras na Síria, no Iémen e na Líbia são um atoleiro horrendo para as populações. Todas as convenções sobre guerra são ignoradas. Os benificiários do conflito na Síria são a Rússia, os seus aliados xiitas e os sunitas fundamentalistas do Daesh, convenientemente inimigos do ocidente. Os perdedores são os EUA, os aliados europeus e os estados pró-sunitas ou sunitas como a Turquia, membro da NATO, e a Arábia Saudita, aliados incómodos mas imprescindíveis. Outros conflitos em África impelem milhões de destituídos em direção à Europa e à morte no Mediterrâneo.
A oriente, a China alimenta a sua ambição expansionista marítima, talvez revivendo o sonho do imperador Zhu Di e do seu almirante Zheng He. A capacidade nuclear da ditadura da Coreia do Norte avança sem oposição da China ou da Rússia, porque talvez lhes pareça que aquela ameaça à República da Coreia e ao Japão, aliados do ocidente, não é de todo despicienda. Mais a sul, os filipinos elegeram para presidente um vingador que está a colocar em causa a aliança com a antiga potência colonial, os EUA, afirmando-se pronto a negociar com a China – apesar da disputa marítima – e a Rússia.
'a vida é bela ...'
Em meu entender, a sra. procuradora-geral vem fazendo muito bem; guardando-se do ruído do circo, deixando o nariz vermelho para uso dos “elegantes advogados” …
ResponderEliminarE não poderia dizer simplesmente o que a pgr espanhola disse com toda a clareza?
ResponderEliminarNão teria até a obrigação estrita de o fazer?
Se quer ignorar os media porque se importa tanto com os processos de "repercussão social"?
Parece-me contraditório embora o balanço do seu consulado seja infinitamente mais positivo do que o do anterior, o inenarrável Pinto Monteiro, amigo do advogado do dito cujo.
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ResponderEliminarA espanhola também disse que é necessário comunicar com os media e o problema é que não sabem e usam linguagem demasiado técnica.
ResponderEliminarA pgr espanhola, em Portugal, "...deixou claro que se fosse feita do outro lado da fronteira não seria muito diferente: “Algumas investigações têm mesmo de demorar todo este tempo porque são complexas”.
ResponderEliminarA pgr portuguesa vem fazendo o que - daqui da minha ignorância - me parece que deve ser feito em casos idênticos; "dando" à investigação o tempo adequado à sua complexidade.
Ou seja, o necessário e (esperemos que) suficiente.
(quando percebi que o juiz Carlos Alexandre ia dar uma entrevista levei as mãos à cabeça. E aconteceu o que havia antecipado.... É humanamente compreensível a tentação de o fazer, sobretudo no seu caso. Mas foi um erro.)
A sra. procuradora é de um nível incomparável à da criatura que menciona.
"A espanhola também disse que é necessário comunicar com os media e o problema é que não sabem e usam linguagem demasiado técnica."
ResponderEliminarA pgr tem-no feito. Pelo estritamente necessário, sempre que interpelada. Ou seja: bem!
Uma coisa é a imprensa pelos reinos de Castela; outra coisa totalmente diversa é a da pátria do Camões…
Leu a entrevista toda no I?
ResponderEliminarSe leu, está lá escrito e ela referia-se a Espanha e não a Portugal e disse precisamente que a justiça- incluindo juízes, devem saber lidar com os media e dar informação. Isso aplica-se ao nosso caso para tudo e não apenas para ela que nunca li que tivesse dito que este processo é naturalmente demorado, dado a sua complexidade.
E a Espanhola explicou isto. Por cá não vejo a justiça a explicar ao povão e só leio é toda a gente a dizer que é uma vergonha demorarem tanto com a acusação e paptati, patata que nem deviam defender-se publicamente.
Não há ninguém que explique porque os juízes têm medo de falar e os procuradores têm medo de falar.
ResponderEliminarPorquê? Porque são atávicos. Não me ocorre melhor termo.
Têm medo das críticas da komentadoria imbecil e não sabem responder-lhes à letra, aos Tavares, e kompanhia de palhaços avulsos do género Lopes.
ResponderEliminarVejam bem! Têm medo destes palhaços!
eheheh
ResponderEliminarZazie, não li a entrevista.
ResponderEliminar"Vejam bem! Têm medo destes palhaços!"
Será então um medo inteligente.
No(s) caso(s), fará sentido a prudência que se recomenda aos acusados; "tudo o que disser poderá ser usado contra si"
Ironias da paróquia dos Camões.