Expresso de hoje, boa crónica de Pedro Mexia sobre Tintin no país dos sovietes...e retrato de um literato dos tempos modernos.
Cita Júlio Verne, Tchekov, Gide, Pierre Assouline, Anouilh,Charlie Chaplin, Albert Londres. E apenas estes porque não teve espaço para mais...
A gente aprecia mas esta coisa é de uma pedantice que até dói. Parece entender que o mundo existe porque alguém o escreveu. E quem não lê...chapéu!, como se dizia numa publicidade de 1973.
Sobre o Tintin em causa...houve uma exposição em Paris que terminou no mês passado. Várias salas com vitrines a mostrar desenhos de Hergé e uma multidão de pessoas para os verem. Impressionante como a bd em França tem ainda tanto público.
Pronto José, vai moer o Pedro Mexia até eu deixar de gostar dele! Não se pode vir a este blogue sem ter mais uma desilusão? "Parece entender que o mundo existe porque alguém o escreveu. E quem não lê...chapéu!", está boa no entanto… De qualquer modo há uma diferença em ler, ter cultura e citar, ou só citar sem nunca ter lido. Dê-lhe esse crédito ao menos.
ResponderEliminarDiscordo completamente. Alguns dos nomes evocados não trazem citação, todos são pertinentes. Este colunista não precisa de citar.
ResponderEliminaras 'colunas' mais sólidas pertencem ao templo
ResponderEliminarque outrora foi de Salomão
'chapéus há muitos ... seu palerma'
'tintim por tintim'
Citar,aqui, não é o mesmo que citação. É apenas a indicação de nomes ( name-dropping) como exemplo de algo que geralmente nem precisa de exemplo.
ResponderEliminarHá pessoas que para falarem do vento, citam Virgílio, por exemplo. Ou os gregos. Ou seja lá que escritor conheçam.
No caso, os citados têm todos interesse e estão lá bem metidos.
Eu disse que a crónica é boa. Muito boa, até.
O que mencionei foi o hábito de juntar nas crónicas nomes de escritores como se o mundo fosse das coisas escritas e precisássemos por isso de mediadores para o compreender e que serão, nesse caso, os literatos.
Nada mais fútil.
O mundo dos literatos não existe sem escritores e livros.
ResponderEliminarEstão sempre a indicar este ou aquele ou a debitar citações avulsas desde ou daquele, pelas coisas mais singelas.
Por exemplo:
"Está a chover lá fora!" Ah! Lembra-me aquela passagem do filme do Rohmer em que a personagem vai à janela, espreita e chove copiosamente...ahahahaah!
Ou a falar da Revolução portuguesa convocar logo o filme Reds para mencionar um tal Reed. Ou sobre os fogos de Verão trazer à colação o Livro do Apocalipse segundo S. João.
Enfim, haveria milhentos exemplos.
Não tem nada de especial, a não ser quando é o prof. Costa Andrade a falar que tem sempre que meter Cílade e Caríbdis ou as Cariátides ou assim uma figura mitológica qualquer para explicar o que deveria, em termos simples e da sua lavra.
ResponderEliminarNestas coisas costuma haver um pequeno problema que o Umberto Eco resolvia, escrevendo livros sobre o assunto:
ResponderEliminarA semiótica é um mundo e as citações são para quem as conhece e para quem as entende. Se falhar um dos dados da equação, há pedantismo.
AHAHAHAHAHAHAHA
ResponderEliminarJosé
ResponderEliminarmijei-me a rir com os seus comentários
adoro aforismos
Peço desculpa a quem não concorda, mas pessoalmente estou bastante d'acordo com o que o José escreveu.
ResponderEliminar"aquela passagem do filme do Rohmer " ? Jesus Cristo, o José só vai parar quando eu detestar o Mexia! :)
ResponderEliminarPodia ter referido o Godard que julgo ser outro dos preferidos de certos literatos.
ResponderEliminarOu o sueco que em 73 era um herói por cá: Ingmar Bergman.
Isso para não falar em Costa-Gavras...ahahaha.
":O))))))))
ResponderEliminarCom o Godard era petição de princípio: "está a chover lá fora: como diria Godard, citando Delacroix a viajar de comboio, a propósito de Turner: está a chover lá fora"
ResponderEliminarJá são dois… não posso ganhar! :)
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