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sexta-feira, março 03, 2017

A única vantagem do caso dos offshores que o Público revelou

É este, hoje anunciado por Nuno Melo no Correio da Manhã:


Talvez se venha a saber quem pôs dinheiro no Panamá. Mera curiosidade porque o Fisco tem o dever de fiscalizar as pessoas e empresas que lá o puseram, independentemente de estarem publicitadas no Portal das Finanças.

O Público quis noticiar desse modo, mas vai sair o tiro pela culatra a alguns espertalhões do regime que manipularam o jornal para esta campanha de demagogia inenarrável que foi o estenderete que o Público deu à luz.

Como há males que veem por bem, talvez assim seja.

O Público de hoje tem este artigo opinativo de uma jornalista sobre o caso que é outra vergonha. Cheio de inuendos, insinuações e batidas na mesma tecla.
É a isto que chamam jornalismo?


7 comentários:

  1. ahahah

    Era mesmo muito giro, era.

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  2. Não percebi ainda uma coisa — estas "revelações" são na linha das do Panamá, tipo, de alguma forma são as mesmas? É que na altura o Expresso ia abalar os… cof, cof, cof… pilares do regime e o regime continua continua por aí e o Expresso também :) .

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  3. Acho que não serão essas tais que iam abalar não sei o quê...porque as que se falam agora são as transferências feitas por bancos nacionais e comunicadas ao Fisco.

    Logo, aquelas que iam abalar não sei o quê, devem ser tansferências que já deram a volta ao mundo e acabaram caladinhas na conta de alguém, no Panamá.

    No pasa nada...

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  4. O fogo já está em rescaldo. A nova comichão para lamentar já divulgou que os telegramas sms vão constar, embora ficando sob reserva. Entre tanto os 10 000 000 0000 pendem agora para o Espírito Santo, onde a sociedade industrial de concentrados (S.I.C.) vai assando o Carlos Costa em favor da geringonça.
    Algum acordo de bastidores foi arranjado e os rabos de palha que ardem não são Centenos, Domingues nem, dentro em breve, Núncios.
    Ou me engano, ou daqui a dias já notícia não haverá deles. A roubalheira duns e doutros acabará esquecida e algum empecilho do Banco de Portugal ficará resolvido.
    Cumpts.

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  5. Não sei José, porque um dos nomes que veio a público (trocadilho intencional) foi o do Ilídio Pinho, mas não no sentido de ser dinheiro ilegal ou de fuga ao fisco — e aquilo não deu em nada de nada (eu ainda tinha curiosidade se ia aparecer o 44, mas nem isso). Parece tudo muito parecido. Mas tem razão em tudo, o Público não tem emenda, alguém lhes ficou a dever uma porque a CGD saiu do ar.

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  6. Delito de Opinião

    A Comissão Europeia (o seu presidente, Jean-Claude Juncker) publicou esta semana um documento de reflexão sobre o futuro da Europa a 27, o chamado Livro Branco, que pretende balizar a discussão sobre o formato da UE em 2025. É um relatório muito relevante e recomendo a sua leitura. Infelizmente, os dirigentes que levaram a Europa a uma situação periclitante são os mesmos que querem agora controlar o debate sobre o que deve acontecer dentro de nove anos, questão que seria conveniente deixar para a próxima geração de políticos.
    No documento do presidente da Comissão são incluídos cinco cenários de futuro: um de continuidade (como se fosse possível); outro de recuo para o mercado único (defendido pelos britânicos, está excluído pelo Brexit); o terceiro, de avanço mais rápido para uma vanguarda de países (possível); o quarto, visando a definição de ambições e o reforço da integração nesse núcleo central de problemas; o quinto, claramente federalista, prevendo, entre outras inovações, a união europeia de defesa, expansão significativa do orçamento comunitário e coordenação em questões sociais.

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  7. Observador
    Os riscos financeiros e económicos de Portugal em 2017
    Joaquim Miranda Sarmento
    2/3/2017, 17:46119
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    Conseguirá o Governo, em ano crítico do ponto de vista político (manutenção da "geringonça" e autarquias), continuar a ter controlo nos gastos com investimento e com os serviços públicos?

    O ano de 2017 encerra um conjunto de riscos financeiros e económicos para Portugal que não devem deixar ninguém descansado. Entre os principais riscos externos estão aquilo que ocorrerá até ao fim do ano nos Estados Unidos e na Europa. Nos Estados Unidos, o Presidente Trump levará a cabo uma política orçamental que se anuncia de forte cariz expansionista, numa fase em que o desemprego nesse país está nos 5%. A ocorrer, tal levará a um aumento dos preços, dada a expansão monetária e salarial associada a essa política. O que naturalmente conduzirá a Reserva Federal a aumentos das taxas de juro (processo que aliás a Reserva Federal já tinha iniciado no final do ano de 2016).

    Esse efeito de subida das taxas de juro terá dois efeitos, de sinal oposto, no que concerne a Portugal: por um lado, levará a uma apreciação do dólar face ao euro, o que beneficiará as exportações portuguesas para os EUA, mercado que vale cerca de 10% das exportações nacionais (mas levará a maiores custos de energia, nomeadamente na componente do petróleo). Contudo, o efeito negativo de subida das taxas de juro será o de obrigar o Banco Central Europeu a uma política monetária menos agressiva, e com isso, possivelmente, uma subida das taxas de juro na zona euro.

    A juntar à política orçamental e monetária do lado de lá do Atlântico, a subida das taxas de juro na zona euro será também motivada por factores internos na União Europeia.

    Por um lado, o efeito do Quantitative Easing está claramente a reduzir-se, e não é líquido que o programa se possa manter muito para além de 2017.

    Adicionalmente, o futuro político da União Europeia apresenta também fortes “nuvens negras”. Além da incerteza das negociações do Brexit, existe o cenário de vitória de Marine Le Pen em França e de vitória da extrema-direita, a 15 de Março, na Holanda. Qualquer dos casos seria um duro revés no processo europeu. E lançaria ainda mais dúvidas relativamente à efectiva capacidade dos instrumentos europeus em acudir a novas dificuldades de financiamento de países europeus.

    A juntar a isto, as negociações sobre um novo programa de resgate financeiro na Grécia continuam a arrastar-se, tendo hoje alguma probabilidade de terminar num novo haircut da dívida grega. Contudo, uma solução que implique perdas para os instrumentos europeus será um processo político de elevada complexidade e risco.

    Também continuam dúvidas muito sérias quanto à solvabilidade e “saúde financeira” da banca europeia, sobretudo em Itália, mas também na Alemanha.

    Depois, temos os riscos de desagregação subsequentes, com a Escócia e a Irlanda do Norte. Os refugiados, e a dificuldade de conciliar a atitude humanitária com as preocupações legítimas de identidade, bem como os problemas a montante, os apelos à imigração, as quotas.

    Assim, o contexto externo apresenta-se com uma elevada volatilidade, que em nada beneficia Portugal. Não só pelo impacto que pode ter nas exportações e no investimento, mas sobretudo por causa dos juros da dívida pública.

    Ora, os juros de Portugal, que na Primavera de 2015 apresentavam valores historicamente baixos, subiram bastante desde o final de 2015, divergindo das restantes dívidas públicas na zona euro.

    Desta forma, enquanto no Verão de 2015 tínhamos uma taxa a 10 anos que rondava os 1,5%, desde 2016 que a taxa tem estado acima dos 3% (mais do dobro, portanto). E agora acima dos 4% representa quase o triplo. Esta diferença entre taxas de juro na mesma maturidade (neste exemplo a 10 anos), é aquilo que se designa por spread, a medida de risco. Quanto maior o spread de Portugal face à dívida pública mais segura (que é a da Alemanha), maior é a percepção de risco dos investidores

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