João Miguel Tavares, crónica de hoje no Público:
Actualmente o assunto das notícias sobre o processo Marquês centra-se nos "prazos". Qualquer komentador que se preze de pertencer ao sistema de apaniguados do antigo primeiro-ministro sente a obrigação de rasgar as vestes em público a propósito da demora na investigação no dito processo. Tal como refere JMT é possível que tal seja sinal inequívoco de que tal pessoa "ou não percebe nada de justiça, ou essa pessoa está-se realmente nas tintas para o combate à corrupção. É possível que os mais estúpidos e aldrabões acumulem".
O lugar mediático de excelência em que se concentram as referidas espécies que acumulam tais predicados é um programa da SIC chamado Eixo do Mal. Sobre a participante Clara FA já em tempos Vasco PV se pronunciou com propriedade e acerto, com atestado judicial.
Sobre os outros três, com destaque para o Marques Lopes do PSD, basta ouvi-los falar sobre os assuntos.
Há outra coincidência a propósito disto: sempre que o nome do juiz Carlos Alexandre é notícia, geralmente é alvo de comentários depreciativos dos mesmos e demais apaniguados. Percebe-se a lógica, no encadeamento da crónica agora exposta: o que essas pessoas querem mesmo é que a investigação dê em nada. E o juiz em causa fez muito para dar em algo.
Porém, há um juiz que da sua parte fez algo para o referido processo dar em nada. Ontem, o Correio da Manhã punha este título na capa:
Rangel é suspeito de ser corrupto. Não é um juiz que tenha dito não ter amigos pródigos ( e que tivessem contas lá fora, como esta komentadoria se esquece de acrescentar para não lhe faltar o assunto) e em Portugal não há outro caso notório de corrupção na magistratura, fora o do procurador Orlando.
Sobre este e o juiz Alexandre o Público já escreveu vários artigos. Sobre Rangel nem um. Hoje o jornal nem sequer menciona este assunto do juiz Rangel. O eixo dos marques lopes, idem aspas. Moita carrasco sobre tal assunto. O que interessa é o juiz Alexandre, ogre desses apaniguados.
Se o caso atingisse o juiz Alexandre o assunto já tinha chegado ao PR a komentar que um juiz nestas condições não tem possibilidades de continuar no activo. Assim, ninguém se importa verdadeiramente porque o caso "está em segredo de justiça" e é preciso respeitar a "presunção de inocência até trânsito em julgado" e ainda que a lei não obriga a qualquer suspensão preventiva. Mais: o próprio poder judicial do STJ tem o caso em mãos, para decidir se tal juiz deve ser recusado em participar na decisão do assunto do processo Marquês. A decisão não é óbvia nem se adivinha qual o sentido do que aí virá...
Em Portugal não há censura oficial. Há objectores de consciência de acordo com opções políticas ou ideológicas.
Se o assunto não integrar a causa que defendem, não há notícia. Caso contrário, haverá reportagem e komentadoria à solta.
Não é caricatura. É assim mesmo.
Net
ResponderEliminar« A expressão vem do título de um romance do filólogo alemão Lorenz Diefenbach, Arbeit macht frei: Erzählung von Lorenz Diefenbach (1873), no qual apostadores e fraudadores encontram o caminho para a virtude por meio do trabalho. »
cont.
ResponderEliminar« No campo de Buchenwald, a expressão "Jedem das Seine" (literalmente "cada um na sua", mas idiomaticamente "todo mundo tem o que merece") foi usada.»
" A cada um o que lhe pertence" é um conceito de Justiça material.
ResponderEliminarTirando o Diabo mais nenhum "jornal" se assume de direita e nas respectivas redacções abundam sempre os submarinos esquerdistas ou com nova casaca...
ResponderEliminarEntão nas televisões ui ui ui
Foi engraçado ver a toda a propaganda "comprometer-se" no enterro do pai das pátrias
Os mesmos que agora querem fazer o império dos pequeninos porque só cá dentro.E vale tudo ainda por cima por nossa conta...