No passado Sábado o Sol publicou uma notícia algo preocupante sobre a casa grande da PJ, em Lisboa.
Um inspector-chefe, já reformado, foi apanhado num esquema de corrupção e em Junho do ano passado terá decidido contar algumas coisas que se passavam na sede da PJ, incluindo o director nacional, Almeida Rodrigues, nas denúncias de malfeitorias.
O assunto fez parte de peças processuais remetidas ao tribunal da Relação de Lisboa, em no âmbito de recursos e o Sol teve acesso ao conteúdo que publicou, nessa parte, adivinhando-se que existem outras partes que ainda se não conhecem.
Almeida Rodrigues está obviamente com as barbas de molho e decidiu proceder assim, segundo o Público de hoje. O ataque de Almeida Rodrigues é a um órgão de soberania, no caso o titular do TCIC, Carlos Alexandre, nessa qualidade e nessa função.
Não é inédito e ultimamente tem acontecido mais vezes, mormente no processo do Marquês. Tal como neste caso, os interessados contam com o CSM para lhes aparar as dores, procurando lenitivo para as aflições de momento. Almeida Rodrigues já deveria ter sido demitido da PJ, mas enfim, isto que noutro tempo seria de rigor, hoje é apenas de conveniência. A ministra vai esperar que o fogo alastre e depois logo se verá se os bombeiros de serviço acorrem...enquanto se queima em fogo lento um dos responsáveis pelo bom funcionamento da Justiça no nosso país, obviamente o juiz do TCIC.
A notícia do Público é , a esta luz, extraordinária: o director da PJ vai fazer queixa do juiz. Ainda não fez e o Público ( Ana Henriques) já sabe da intenção do queixoso. Adivinhe-se quem lha comunicou...em tempo tão oportuno.
Esta matéria não anda desgarrada das notícias que visaram ultimamente um dos titulares do TCIC ( só um; o outro, nunca é notícia...) e que foram publicadas no penúltimo número da Sábado em escrito manhoso de António José Vilela que conta os pormenores da investigação do caso Fizz que envolveu o procurador Orlando Figueira ( "A PJ vigiou a casa do juiz Carlos Alexandre", escreve-se aí em enquadramento a uma redacção dúbia dos factos).
Portanto, temos outra vez o cenário do costume: de um lado, o juiz do TCIC, Carlos Alexandre, sozinho, completamente, e do outro uma bateria de interessados em queimá-lo, de preferência na praça pública e através do meio mais expedito: processos disciplinares no CSM, cujos membros, em boa parte desejam precisamente o mesmo, conforme votações recentes em casos similares ( caso da entrevista à SIC).
Não me parece que haja nisto qualquer teoria de conspiração rebuscada porque os factos apontam para essa eventualidade. E se assim for, a única defeza do juiz, mais uma vez será apenas a da legalidade estrita e a de não pisar terreno minado, contando para isso que continue a haver "juízes em Berlim", como até aqui tem acontecido, mas não é seguro que continue sempre a haver. Parece-me ser essa a única defesa do visado e é triste que assim seja.
Não há ninguém na magistratura que se preocupe com isto e deixa-se correr o marfim porque toda a gente tem medo. Não sei bem de quê, mas têm medo, parece-me.
Honra seja feita ao visado mais uma vez. Não conheço muita gente com a coragem que denota e a determinação que o anima.
a culpa é semptre dos outros
ResponderEliminardo governo anterior
do morto
é de sétera e tal
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ResponderEliminarLia-se, julgo, no Observador: "O juiz não sabe o que está a dizer. Desconhece a lei e faz comentários desajustados”, afirma Almeida Rodrigues, numa declaração atribuída pelo jornal Público que cita fontes próximas do diretor nacional da PJ, ..."
ResponderEliminarSerá que AR afirmou isto mesmo como descrito no Público? Custa-me muito a acreditar que um diretor de OPC o tenha dito mas, se sim, fica muito mal neste filme. Parece assim estar muito incomodado com quem maldosamente "alguém" na PJ apelidou de "saloio de Mação". De qualquer forma a sua credibilidade como jurista, está a anos-luz da do juiz CA.
Porém, promessa de nova queixa do juiz?! Não me admiro; quando as maçonarias querem vê-lo afastado destes processos aproveitam oportunisticamente tudo o que ele faça ou deixe de fazer para tentar desgastá-lo.
Vemos alguém da polícia envolvido em questões gravosas (como a desta noticia sobre conluio no tráfico de droga) com desaparecimento de telemóveis para perícia do interior de instalações mais criticas e ... nada se passa. A liderança continua. Vemos altos cargos dos serviços de informações envolvidos em histórias tristes e ... nada se passa; as lideranças continuam. Mas vemos um juiz a lutar contra situações das mais graves e não falta gente "impoluta" a desejar a sua cabeça; mesmo do interior dos mais "impolutos" sistemas.
Felizmente o juiz tem coragem para suportar isso e não está sozinho, apesar dos muitos serviçais de serviço que por comentários ou ameaças vão tentando recorrentemente afastá-lo das suas funções; estes sim, com bons amigos … em todo o lado.