O antigo Secretário de Estado de Salazar, Joaquim Silva Pinto, entretanto adornado ao PS e à Maçonaria, escreveu um livrito, recentemente ( De Marcelo a Marcelo) em que dá conta do modo como a construção foi aprovada, em 1960. Silva Pinto traça no livrito um retrato de homenagem ao então director do LNEC, engº Manuel Rocha, prestigiado como poucos, mesmo junto de Salazar.
Seria interessante saber - e o autor nem fala disso- se a construção da ponte trouxe à ilharga os fenómenos correntes de corrupção, de luvas, de "trabalhos a mais", de desvios e desmandos orçamentais vários, como agora acontece frequentemente nas obras públicas de grande dimensão, em Portugal. Uma coisa é certa: foi acabada antes do prazo e elogiada no estrangeiro como uma obra de engenharia notável. Portugal tinha então um prestígio que nunca mais veio a ter, mesmo com a "descolonização exemplar".
E ainda falta dizer outra coisa: a alma mater da concepção de engenharia, o LNEC, era dirigido na altura por Manuel Rocha, um engenheiro que era da oposição a Salazar, mas que este, sabendo de tal facto nem por isso afastou do cargo, por ser competente e sério, como dantes se dizia e agora é palavra gasta que precisa de vários reforços para ter o mesmo significado.
Silva Pinto até conta que por via disso ( da oposição do engenheiro ao regime) a Censura chegou a cortar alguns textos que publicou e Salazar terá feito algo para contrariar essa censura.
O Diário de Notícias da época, do dia 6 e 7 de Agosto de 1966 dava este destaque ao assunto:
Como se pode ler, o assunto esteve em discussão no Conselho de Ministros da época, durante 15 horas.
Os dois bancos intervenientes...um deles era o "Banco do Povo"...
Cerca de nove anos depois disto, o BNU voltava a ser o "Banco do Povo"...assim:
Ironias do destino...ao qual não escapou esta, traduzida numa simples moeda que mostra o nome original da ponte. Será esta moeda fassista?
Depois do 25, começou a deriva comunista, acabaram com as grandes empresas, "fassistas", de construção naval, de navegação, de bancos, tudo em nome do povo.
ResponderEliminarLembro-me que não havia cão nem gato, que não tivesse um fato de macaco da Lisnave, era fartar vilanagem.
Agora falta a autoeuropa, para acabar com o resto, e cumpre-se o abril, com as leis que andam a sair e o pastel de belém a assinar de cruz, estamos muito perto de igualarmos a Venezuela.
Só que cá a malta não quer saber, existem muitos clientes
Este Silva Pinto, colaborador de Salazar, deve ser dos tais que o embaixador Franco Nogueira mencionou na prefação do volume VI da biografia do Estadista:
ResponderEliminar« Quando comecei a descrever períodos mais recentes, nos volumes IV e V, e a aludir à acção de homens ainda felizmente vivos, deparei com com reacções opostas. Uns teriam querido que eu simplesmente omitisse qualquer referência: sentem horror em que se documente que trabalharam ou que exerceram funções de grande relevo com Salazar. Outros teriam desejado que lhes fizesse alusão, e extensa, mas somente para sugerir que já naquela altura se opunham a Salazar, e que até foram vítimas deste, mesmo quando a documentação demonstra quanto eram seus devotados colaboradores [...]»
O hipócrita nem refere no volumezeco as reservas de Salazar com darem-lhe o nome à ponte. Sequer menciona a afirmação da certeza de que lá não perduraria, tão bem conhecia a natureza dos homens e das coisas.
Pobre miserável!
Ontem vi na RTP-Memória um completíssimo documentário sobre a Ponte Salazar, brilhantemente apresentado por Fernando Pessa. Nele está tudo explicadinho, desde a apresentação dos vários projectos apresentados ao Estadista; às suas reservas quanto à execução de tão gigantesca quão dispendiosa Obra; e finalmente a sua concordância que permitiu o início da mesma.
ResponderEliminarO documentário mostra em pormenor a imensidão de terrenos que foi necessário desbravar para prover à Ponte os milhentos acessos necessários para a sua correcta utilização, até ter chegado o dia da sua inolvidável Inauguração. Aquela que foi considerada em todo o mundo a mais grandiosa Obra de engenharia de toda a Europa e a maior Ponte rodoviária e ferroviária do mundo. E uma das mais bonitas jamais construídas.
Um documentário extremamente bem feito, com um apresentador à altura. Uma maravilha de se ver. E devia ser repetido uma e outra vez, tal como outro belíssimo "A Exposição do Mundo Português" para os valdevinos da esquerda golpista e traidora aprenderem, contràriamente à sua pérfida natureza e exemplo, o que significa ser-se, como Governante, alguém excepcional e como português um defensor acérrimo da sua Pátria e do seu Povo.
Esta Ponte chama-se Salazar com todo o mérito e assim ficará para sempre, queiram os traidores ou não. Foi o Estadista quem a mandou erigir e foi o seu governo que arcou com todas as despesas que foram imensas. Esta Obra nunca excedeu o orçamento estipulado e ficou pronta seis meses antes da data para a sua conclusão. Mais duas virtudes que honraram a qualidade do Estadista e de fazerem roer de inveja o mais assanhado (e ganancioso) revolucionário, que afinal eram e são todos eles. Ainda está para nascer em todo o mundo, tendo em conta os actuais dirigentes e a maioria dos precedentes, um Governante que se possa comparar a Salazar em honestidade, despojamento pessoal, grandeza na palavra e na acção e no patriotismo inexcedível.
Sem por minimamente em causa o que aqui li, pois desconheço a história, gostaria apenas de trazer à colação que o eng.º Edgar Cardoso, pessoa igualmente respeitável, tinha uma opinião completamente diferente sobre o projecto e a obra.
ResponderEliminarMudaram o nome na ponte mas não nas 200000 moedas de prata de 20$00.Uma chatice...
ResponderEliminarNa inauguração da ponte esteve um africano que veio em meu lugar.As discriminações positivas são muito antigas e como se viu não levaram a nada de bom.Para os brancos e para os pretos!
Uma vez que comentário anterior alude ao Eng.º Edgar Cardoso, sugiro o visionamento do excelente filme que o Prof. José Hermano Saraiva fez sobre esta ponte, onde mostra o projecto alternativo que este brilhante Eng.º propôs e que nos deixa a pensar que este era muito mais interessante do que aquele que acabou por ser realizado
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=Dtd720fyCPE
Quanto a este livro de Joaquim Silva Pinto, àparte este capítulo sobre a ponte, todo o restante é pouco interessante, uns bons furos abaixo do seu outro livro já referenciado pelo José "Do pântano se sai a nado".
Bem lembrada, essa da moeda.
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ResponderEliminar"Bem lembrada, essa da moeda."
Será esta, a má moeda a que se referiu Cavaco!?...ah, ah, ah!...
ehehehe
ResponderEliminarSobre a ponte, ocorre-me dizer que há-de ter sido a primeira e última obra que se fez dentro do prazo e dentro do orçamento, após o 25 de Abril.
ResponderEliminarA ponte não devia ter mudado de nome. Mas compreende-se naturalmente quando o pessoal se vê livre duma ditadura é como quando os filhos aproveitam a ausência dos pais para fazer festarolas em casa.
ResponderEliminar.
Como o regime controlava a informação e manipulava-a não podemos confiar naquilo que nos dizem acerca de prazos. O que podemos testemunhar é que foi uma obra que teve um prazo de execução normal. O mesmo prazo do que a ponte de São Francisco que é parecida.
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A ponte Vasco da Gama teve um prazo de execução de 3 anos. É tem um comprimento muitíssimo maior. 4 ou 5 vezes. O custo para o estado foi... Zero.
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Anyway, embora ache que a ponte devia chamar-se pelo nome de batismo, devo também confessar que em democracia fomos capazes de escolher um nome muito mais apropriado para a nova ponte. Vasco da Gama.
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As pontes e outras obras devem ter nomes de pessoas de excelência. Eng Edgar Cardoso parece-me bem. Vasco da Gama pareceme bem. O aeroporto de Lisboa devia chamar-se Gago Coutinho. O da madeira está bem com o maior madeirense de que há memória. Ter nomes de Salazar ou Mário Soares não me parece bem, excepto para umas pracetas e algumas ruas e não as mais importantes.
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Rb
Este não prometeu abrir um site e desaparecer? O comentário sobre a Vasco da Gama está ao nível da indigência intelectual. Que porca miséria.
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