No jornal Diário Popular do antigamente havia por vezes notícias sobre acontecimentos trágicos, fait-divers que mereciam o relevo de uma pequena ilustração no fim da página, num cantinho tipicamente intitulado "o fotógrafo não estava lá..." , acompanhada da notícia sobre o assunto.
Em 31.10.1970 o ilustrador Carlos Marques desenhou esta sobre o ataque de um burro que acometeu contra o dono até o prostrar, sem amparo.
ADITAMENTO:
Mais recortes da série "o fotógrafo não estava lá..." que o Diário Popular publicava ao Sábado no suplemento Sábado Popular. Aqui podem ver-se mais e a explicação do contexto dessas publicações e começo das mesmas.
D.P. 15.5.1971
D.P.7.8.1971:
D.P.4.8.1973:
Ele há, por alturas que antecedem o 25 de Abril, várias estorietas do gênero para contornar o provável risco azul com o qual se pretendia educar os jornalistas e, por decorrência, o povinho.
ResponderEliminarNão sei se o animal não retrataria um fiscal do governo qualquer que foi à carteira do agricultor a ver se o extorquia de morte. É provável que possa ser isso ou cousa semelhante.
O menos provável é que o jornal se desse ao trabalho de pagar um desenhador e ocupar espaço para produzir um estória banalíssima naqueles tempos.
Rb
Epá! Tenho mais sobre outros assuntos. E vou mostrar para desfazer teorias de conspiraçäo bacocas.
ResponderEliminarO Rb deixou de ser ostracizado? Não percebo! Neste e noutros casos, fico sempre do lado do burro. Gosto de toda a casta de animais!
ResponderEliminarIsto depende dos dias...
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ResponderEliminarsobre o estado social-fascista actual
'valha-me um burro aos coices'
passou um sobre o assalto aos tansos
os coronéis já são generais
passou mais de um ano sobre as mortes em Pedrógão
'aos costumes disse: nada!'
o cm jornaleco e tevezeca
'não trepa, nem sai de cima'
Por falar em "Portugal não se aprende nada.", diz que nunca se plantou tanto eucalipto. Recordistas! Plantação de eucalipto bateu recorde no último ano (Observador). Tudo pelo progresso da nossa terra! Em volta do Porto, pequenos bosquetes autóctones que existiam, designadamente em separadores e taludes, foi tudo dizimado pelo Costa, o roçador. Já toda a gente esqueceu os incêndios e as mortes, o que é preciso é bola no relvado.
ResponderEliminarpara continuar dentro do assunto
ResponderEliminar'Morreu José Manuel Tengarrinha, fundador do MDP/CDE',
Vera Lagoa, que o sustentou, disse que comia alarvemente
os burros gostam de morder
e fazer cangocha
ResponderEliminarcontinuando no tema
o Irmãozinho:. 'António Vitorino, eleito hoje diretor-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM), prometeu hoje em Genebra fazer cumprir as “tarefas ambiciosas” relacionadas com os fluxos migratórios e num período “particularmente crítico”.»
as ongues vão fretar os cacilheiros para ir embarcar os migrantes na Líbia
Este Carlos Marques é o também escultor nascido em Coimbra?
ResponderEliminarPara o Ricciardi: Outro burro também atacou em 1957 (https://almanaquesilva.files.wordpress.com/2011/01/4-5-1957.jpg). E eu próprio posso atestar a estranha e repentina violência destes animais normalmente tão dóceis, já que fui atacado por um em criança lá na aldeia de Souto Fundeiro, terra de um tio avô onde passei um verão maravilhoso.
Já agora, a aldeia fica a meio caminho entre Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra, entretanto desaparecida depois do incêndio de Pedrogão.
Tem piada porque dá mesmo ideia que a série "o fotógrafo não estava lá" foi inspirada nessa versão dos anos 50.
ResponderEliminarA série foi longa Zazie. Com mais de 20 anos. Enfim, quando as coisas ainda se faziam a sério...
ResponderEliminarEspere lá. Deixe-me ver se encontro de onde tirei aquela imagem. É um bom complemento à peça do josé...
É de um excelente blog de ilustradores portugueses e um bookmark obrigatório, se é que já não o fez: https://almanaquesilva.wordpress.com/2011/01/21/o-fotografo-nao-estava-la-e-o-ilustrador-tambem-nao/
ResponderEliminarSim, eu vi. Dá-me ideia que era publicada também na Ilustração. Ainda assim, parece-me demasiado tempo e o Diário Popular já nada tinha a ver com isso.
ResponderEliminarDevem tê-la respescado.
Eu tenho por cá a Ilustração, desde o primeiro número (de 1926) que era do meu avô e, em tendo tempo, vejo se também apareceu por lá
ResponderEliminarAlguém escreveu isto para meu uso pessoal, mas continuo reincidente
ResponderEliminarProvérbios 17:28
Até o tolo, estando calado, é tido por sábio; e o que cerra os seus lábios, por entendido.
Pois é. Não encontrei na Ilustração. Os desenhos eram muito bons. Em França, o Daumier fez coisas no género, também para os jornais, ainda no século XIX.
ResponderEliminarSe o burro apanhou o rendeiro a mentir tem atenuante.
ResponderEliminarSe calhar o rendeiro também lhe veio com a incrível e bronca aldrabice que os livros direitistas são proibidos e o pobre animal reagiu mal.
Olha o - “Pedro”, “R. Sousa”, “rififi”, “Renato”, “Pimpampum”, “caramelo”, “Scriabin”, “Rocky”, “Ricardo”, “Pois É”, “Tiroliro”, “Afonso de Albuquerque”, “dentinhos de leite”.
ResponderEliminar“Diz lá outra vez?”, “Adérito”!
Cara zazie.
ResponderEliminarEu apenas disse que é natural que o burro tenha ficado irritado se o tentaram enganar como costumam fazer por aqui.
Então a zazie também tem comprado em becos escuros livros direitistas impressos na clandestinidade ?
É uma dificuldade por causa da "censura democrática"…
Um tenho uma estante cheia e para os arranjar foi horrível.
Tive de os apanhar nas estantes das principais livrarias do país e ir pagá-los à caixa.
Mas levei gabardine e óculos escuros!
Horrível. Parecia um filme da resistência francesa.