Eu olho para a imagem e vejo o dito com três maduros que dirigem o jornal com maior sucesso actualmente, em Portugal. Basta olhar para esta página do número de hoje. Vende quase duas vezes mais que o Expresso, um jornal cada vez pior.
O Público ainda existe porque o dono lhe aguenta os prejuízos à laia de um pizzo a pagar à esquerda bloquista. Uma ignomínia, por isso mesmo. Uma pouca vergonha em modo editorial.
O Diário de Notícias, agora dirigido pelo antigo fundador dos SUV, é uma inexistência mediática que se vai transformar em semanário. Espero para ver...
E já vi neste aditamento apócrifo de Sábado, dia 30 de Junho com a primeira croniqueta.
O autor, da Sociedade Portuguesa de Autores explica o seu tirocínio jornalístico: com o primeiro director do Correio da Manhã. La boucle est bouclée...só visto. Só lido! E fui ler o que aparece no "E tudo era possível" sobre o assunto Vítor Direito. Para além de duas menções honrosas ao referido Vítor Direito ( "inesquecível" e que o receber no República, "carinhosamente"), nada mais que fizesse prever o encómio agora registado. Curioso...e o livro só tem cinco anos.
Enfim, a temática dos futuros artigos de José Jorge Letria, no CM vai ser " a cultura, artes e direitos de autor" e se formos pelo que o mesmo promete serão acerca de "coisas que me tocam e que me desafiam".
Não sei bem que coisas serão e que fundo cultural irá emergir, mas tendo em conta o pedigree não vai ser nada de novo ou diferente do que já explanou no "E tudo era possível" e aqui já dissecado na altura em que foi publicado.
Temos por isso um CM dirigido por antigos esquerdistas, convertidos ao jornalismo de sensação e sucesso e que por isso mesmo co-optam como cronista um antigo comunista, arrependido a tempo de colaborar neste capitalismo básico do lucro sensacionalista.
Aqui escrevi o seguinte, em 2.9.2010:
O escritor José Jorge Letria, dantes
era músico. Numa pequena troca de ideias na revista Sábado desta semana,
numa rubrica habitual chamada "Os meus erros", J.J. Letria dá conta dos
seus. Um deles é este:
" Ter acreditado nisso [na construção do "Homem Novo"].
O ser humano é estruturalmente o mesmo há milhares de anos. Não há
soluções ideológicas ou regimes providenciais que o libertem dos
defeitos milenares".
Esta sabedoria relativamente recente de José Jorge Letria, se alcançada mais cedo, nos tempos da sua juventude, teria poupado algumas desilusões e principalmente teria contribuído para um país melhor, mais equilibrado, mais consentâneo com a tradição do que é nosso e nos caracteriza.
E em 2.11.2013, sobre a intelligentsia comunista escrevi isto:
Porque é que os antigos comunistas, mesmo os que "apostataram", como Vital Moreira ou este José Jorge Letria, continuam sempre com a mentalidade antiga da "camaradagem" ideológica que não os afasta desta peste negra e os reconduz sempre ao redil ideológico de uma esquerda falida e os denuncia pontualmente como arrependidos apenas na fachada, tal como os cristãos-novos do século dezasseis que faziam alheiras com carne de frango?
O que subsiste na inteligência destas pessoas para assim procederem? Acho que sei: o amor assolapado a uma "igualdade" que no fundo de si mesmos nunca praticaram porque nunca a sentiram quando foram amamentados.
O Correio da Manhã não foge a este paradigma e por isso torna-se natural esta escolha.
Ao ver esta página, de repente lembrei-me destas imagens que tenho em arquivo e seguem, sem comentários:
Livro de 1973 sobre o V ano de governo de Marcello Caetano:
Musicalíssimo de 9.11.1973:
Mundo da canção de 1972 e 1974:
Expresso, 18.5.1974:
Flama 17.5.1974:
D.L. 30.9.1974:
LExpress 10.2.1975:
Flama 30.5.1975:
Flama 13.6.1975:
o jornal 9.7.1976:
o jornal 24.9.1976:
o jornal9.6.1978:
Expresso 31.12.1988:
Foto do Sol de 2010
Foto do Sol de 27.6.2014.
Foto Nuno André Ferreira ( Time)
A última foto é um murro no estômago.
ResponderEliminarLembro-me de a minha Avó vestir assim.
Suspeito que ainda não vimos todos os efeitos do que aconteceu em 2018.
como abrileiro tem um cv do tamanho da légua da Póvoa
ResponderEliminar« Sobre a sua experiência na madrugada do 25 de Abril publicou, em l999, o livro “Uma Noite Fez-se Abril”. »
não consigo vomitar
O que subsiste há-de ser uma questão identitária. E, tanto maior, quanto mais tempo andaram naquilo ou maior a inveja de origem social.
ResponderEliminarE os do CM estão nesse grupo, claro. Vieram de lá.
ResponderEliminarE o problema é que estes gajos duram como as pilhas duracell...
ResponderEliminarJesus Cristo, este arquivo do José é a tristeza de muita gente… às vezes até fico com pena deste regime. Mas não há perigo, passa-me logo!
ResponderEliminarNão tenha pena, joserui.
ResponderEliminarEles encontraram o antídoto para estas verdades: o ruído. Hoje em dia, o espaço público está tão saturado de m...., que estas lembranças não causam mossa. E assim até passam por democratas que não recorrem a métodos malignos, como a censura. É que nem precisam.
E se se puser com ideias, leva com mais umas horas de Big Brother na tv ou Bruno de Carvalho para a coisa estar sempre sob controlo.
ResponderEliminarMas numa coisa tem razão: o arquivo do José é prodigioso.
ResponderEliminarParece que a administração do CM gosta de abranger todas as correntes de pensamento.
ResponderEliminarFoi por esta e outras que deixei de comprar o Jornal de Negócios.
São híbridos.
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