Em Vilar de Mouros vai decorrer mais um festival de música pimba, perdão, rock-pop-hipop-techno qualquer coisa assim. O maestro Vitorino de Almeida disse no outro dia na tv que a música pimba e este novo género musical são a mesma coisa, essencialmente. Coisa de poucos acordes e duas ou três harmonias, pouco para quem está habituado a dezenas delas em sequência sinfónica.
Os festivais em Vilar de Mouros, com as características populares que agora conhecemos começaram há 50 anos, em 1968
Porém, o festival que marcou Vilar de Mouros foi sem dúvida o que aconteceu em 1971 e a que por aqui já foi dado relevo.
Nesse ano, na primeira semana de Agosto ocorreu a prestação pop/rock que motivou a ida de milhares de pessoas, na maioria jovens e cujo retrato foi dado em poucos lados, porque na época não havia os meios de hoje.
Há poucas fotos a cores e poucos filmes do acontecimento. E daí a importância dos que se conhecem.
Por exemplo este, tirado daqui, onde além do mais se relata ( no sítio) o que a polícia política de então ( a DGS) obtinha como informação dos seus colaboradores. Um das informações é sobre um dos elementos dos Manfred Mann ( que se ouvem a tocar, no video, Mighty Queen) um tal Hugg que seria comunista. Coitado do Mike Hugg...
O relato é exemplar do que viu o dito cujo que pouco viu e só viu o lado porco do evento. Cada um vê o que lhe apetece, poderia dizer.se. A visualização deste pequeno filme em formato antigo transformado em digital assume assim uma importância documental notável.:
Para além disso havia as revistas semanais da altura ( Flama e Século Ilustrado) que publicaram reportagens alargadas sobre evento musical e não só. Algumas publicações de música popular também deram o destaque próprio ( Mundo da Canção e Disco música e moda)
A Século Ilustrado pouca importância deu ao aspecto musical, focando o assunto na análise sociológica de pacotilha como era próprio dos repórteres da revista, já de esquerda. Neste caso sem assinatura.
No dia 14 de Agosto de 1971, faz hoje anos saiu este número que serviu para ver e ler o que não tinha visto porque não fui lá nesse ano.
Em 2003 foi publicado nas edições Afrontamento, um livro de Fernando Zamith sobre o evento, com o título Vilar de Mouros, 35 anos de festivais. É daí que se retira a informação sobre o começo do Festival nos moldes actuais, em 1968. Foi nesse anos que ai apareceu a Banda da GNR e uns fadistas de Coimbra, incluindo um certo José Afonso, também o Quinteto Académico e ainda a "orquestra" de Shegundo Galarza
Dele se tiram estas páginas com as fotos coloridas e que mostram o panorama da juventude daquele tempo, em Portugal. Quem o viveu lembra-se. Os demais ouvem e lêem por vezes balelas sobre o assunto. Afinal era o tempo do fascismo...e o retrato sociológico fica feito e refeito. Tem sido assim ao longo de décadas de desinformação e manipulação histórica.
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