No Público de hoje estes três artigos definem uma seita. A de uma esquerda que nunca abandonou a matriz totalitária, mesmo que não pareça e se apresente como democrática e tolerante.
A tolerância da esquerda termina logo que se aperceba do perigo de desaparecer. O desaparecimento da Esquerda, no sentido marxista mais amplo, do termo, ocorre logo que desmorone o muro de mentiras que a protege, como aconteceu no Leste europeu nos anos noventa do século que passou. A esquerda eclipsou-se porque as pessoas em geral perceberam o logro que representava. Em todos os domínios, porque a concepção totalitária tal implicava.
Em Portugal essa Esquerda manteve-se sempre na ribalta. É um verdadeiro fenómeno, o que sucede neste país de há 40 anos a esta parte. Não há nenhum país europeu que se compare tal como não houve nenhum país europeu que tivesse um PREC como nós tivemos em 1974-75, com o prolongamento em 1976 através de uma Constituição que o institucionalizou na ideia básica: o socialismo como meta, a igualdade como desiderato proclamado e a exclusão política de adversários radicais dessa ideia.
A extrema-direita em Portugal desapareceu como por encanto, na medida em que a Direita foi logo demonizada como fascista e associada à extremidade que sempre repudiou e enquistou por isso má-consciência.
O fenómeno Mário Machado, um símbolo deste processo e fenómeno, na medida em que representa o diabo da extrema-direita para essa esquerda que tem raízes totalitárias, é exemplar.
Mário Machado é o melhor que essa esquerda até agora arranjou para diabolizar a extrema-direita que é o seu inimigo figadal, literalmente, por vezes. Mário Machado é um come-gente, para essa esquerda. Um leviathan dos pobres. Um pesadelo vivo para quem nada mais tem para sonhar em modo de seita. Ich bin der Geist der stets verneint!, poderia ter dito Mário Machado no programa do Goucha, se fosse um letrado. E essa esquerda acreditaria piamente, porque é assim que o entende: o espírito da negação permanente dos valores em que diz acreditar. E que se assemelham, porque os contrários tocam-se como se costuma dizer.
A extrema-direita que se corporizou nos anos trinta no nazismo e no fascismo mais suavizado e latino é a nemesis dessa esquerda. O Outro . O Diabo. O Intolerável. O espírito do Medo. O Fim.
Por isso mesmo estas reacções incríveis de pessoas que escrevem no Público de hoje e que só se compreendem porque foram de esquerda, dessa esquerda totalitária que afinal se assemelha muito mais àquele diabo de gente do que à democracia que agora dizem defender.
Em primeiro lugar este lamentável escrito do advogado Teixeira da Mota, aparente defensor da liberdade de expressão, desde que não lhe toque nestes preconceitos...
Depois o artigo desta nova inenarrável, sectária, intolerante afinal tão fascista como aqueles que vitupera:
E esta que professa na Nova ( coitados dos alunos...) Até cita Rawls fora do contexto, para defender o totalitarismo censório contra a corrente que entende como O Outro...
Rawls, o intelectual esquerdista e liberal, como se tal fosse possível, dizia que a liberdade implica a tolerância com grupos
intolerantes, Com uma excepção: a que decorre do risco para a estabilidade da sociedade. E que risco seria esse?
Para estes intolerantes e censores, o risco de Mário Machado chega. Para Rawls seria apenas o risco que se apresentaria em casos extremos.
Para estes censores o risco extremo, para a sociedade e portanto justificativo da censura legítima, está já presente em Mário Machado.
Coitado do Mário Machado...e coitados destes tristes censores que afinal desafivelam a máscara por tão pouco.
A acrescentar a esses três da vida airada dessa esquerda, também este, do comunista Loff, no Público de ontem mostra bem o que vai por essa esquerda. O totalitarismo comunista é com ele...e por isso dá mais uma mostra eloquente desse pensamento refinado. Um doido? Julgava que não mas começo a duvidar.
Os escritos desta gente deveriam aparecer sinalizados com uma epígrafe: cave sinistra.
E à medida que vou desfiando o jornal aparecem mais, como baratas debaixo de pedras...este é do Ipsilon de hoje. Muito intelectualizado pelos amaricanos do politicamente correcto.
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