A notícia refere-se a procedimentos administrativos organizados pelo MºPº relativamente a movimentação de capitais, na CGD, por José Sócrates e pessoas com o mesmo relacionadas. Mais de meio milhão de euros entrou na conta deste através da mãe.
Em 2012 ( Julho Agosto e Setembro) José Sócrates terá recebido de uma conta da mãe, três transferências de 100 mil euros cada e que se descobriu terem origem numa conta do BES titulada por Carlos Santos Silva. Em Dezembro desse ano, mais 150 mil euros e cheques de 50 mil e 20 ill, cairam na mesma conta, com a mesma proveniência.
Em Junho de 2011 José Sócrates obtivera um empréstimo da CGD de 120 mil euros. Em Abril de 2013 pelos vistos na conta daquele já só havia 99 mil euros...
Sobres o empréstimo concedidos generosamente pela CGD, o CM de hoje:
Na altura em que isto sucedeu, deu-se conta do fenómeno. É preciso lembrar que José Sócrates sempre disso que tinha uma conta bancária, a da CGD e que ganhava apenas o ordenado de primeiro-ministro. Mesmo que nada gastasse de tal ordenado ( o que parece ser norma entre primeiros-ministros que engordam contas bancárias com centenas de milhar de euros, multiplicando receitas de 6 mil euros por mês e ninguém se incomoda com isso...) não dava para nada porque era um pindérico, nesse nível. Não tinha fortuna de família, adquirira o apartamento da rua Castilho em condições já mais que suspeitas e ainda assim levava um trem de vida incompatível com os rendimentos conhecidos.
O melhor episódio ilustrativo deste fenómeno é o caso do bijan...a que ninguém ligou apesar de divulgado publicamente. O caso, na altura, pareceu-me mais grave do que aparentava e dava todos os indícios de prática de algo errado e eventualmente criminoso. Ninguém- desde o MºPº à Comunicação social - quis saber disso...
O caso é de 2010 e se tivesse sido investigado porventura nãos e chegava onde chegou e ter-se-ia evitado males maiores. O BES não tinha chegado onde chegou e outros assuntos teriam sido resolvidos de outra forma. José Sócrates teria sido constituído arguido e obrigado a demitir-se e porventura não teria havido intervenção da troika, por bancarrota do Estado.
Alguém duvida disso?
Seja como for, o empréstimo da CGD em Junho de 2011, logo depois da saída do Governo e da decisão de ir "estudar" para a Sciences Po, num processo que não foi devidamente escrutinado e cheirava a aldrabice por todos os lados, suscitou questões logo na altura. Tanto maiores quanto José Sócrates tinha adquirido, mesmo em "leasing" ( não sei com que garantias...) um Mercedes série S, do género dos de empreiteiro antigo que não pagava impostos. E tinha motorista privado. E pagava jantares a rodos, em Paris, quando lhe apetecia. E teve lá o filho do Silva Pereira, irmão do Silva Pereira magistrado no CEJ. Seria bom saber como é que o Silva Pereira, Pedro, lhe pagou o favor de Paris. E muito mais que toda essa gente do MºPº sabia ou deveria saber. Tal como no caso do bijan, ninguém do MºPº quis saber oficialmente. A actual ministra da Justiça, casada com Eduardo Paz Ferreira também nada sabia disto e era responsável de topo no MºPº.
Mas havia quem quisesse:
O Correio da Manhã não larga Sócrates como o Mediapart não largou Cahuzac. Agora mandou um "encoberto" à CGD para perguntar se poderia fazer um crédito-formação, ou seja, um crédito idêntico ao que José Sócrates afirmou ter contraído junto da mesma CGD para estudar em Paris.
Em primeiro lugar o limite desse crédito é de 50 mil euros. Ora segundo as contas do CM, a gastar cerca de 15 mil euros por mês, no mínimo e se pagar tudo, tal valor chegava apenas para um pouco mais de três meses.
Por outro lado, é preciso prestar garantias desse crédito, porque segundo informou a "menina da CGD", "qualquer crédito precisa de garantias", o que é evidente e qualquer pessoa percebe. Ora José Sócrates afirmou na entrevista à RTP que não lhe pediram quaisquer garantias porque era um cliente sem mancha.
Conclusão: crédito-formação não terá sido. Mas pode ter sido um simples crédito ao consumo...
Seja como for, aquelas duas circunstâncias carecem de esclarecimento cabal porque os espectadores e o povo português que votou no indivíduo não devem ser olhados como uma manada de gado que come miolo de enxergão. Para isso basta os jornalistas que fazem de conta que não querem saber.
Por isso mesmo, o Banco de Portugal ou os serviços de inspecção da CGD deverão indagar como é que foi o tal empréstimo faraminoso ao antigo primeiro-ministro e que condições revestiu.
Ah! E ainda há aquele pequeno pormenor do carro de 100 mil euros... comprado ( terá sido em ald?) logo que saiu do governo.
Estas coisas em França, agora, explicam-se tim tim por tim tim. Por cá, basta que haja um númenro suficiente de pessoas que assim o exija e passa a igualmente a explicar-se.
Como foi possível tudo isto?! Foi tudo culpa do Pinto Monteiro e da Cândida de Almeida? Não...
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