CM de hoje:
O primeiro da esquerda, quando foi executado por dívidas ao bcp ( aqui são dívidas ao BES...) parece que só tinha de seu...uma mota de água. Parece que anda pelo Brasil a gozar a insolvência.
O segundo também se aventurou pelo Brasil. E de que maneira:
As autoridades brasileiras não têm dúvidas de que o milionário português Bernardo Moniz da Maia e o sócio Hugo Murcho são responsáveis pelos crimes de peculato, corrupção, fraude e associação criminosa pelo envolvimento num gigantesco esquema que lesou o Estado brasileiro em 14 milhões de reais, mais de três milhões de euros.
O terceiro, ora o terceiro: faque iú!
Qual deles vai responder na justiça penal, nacional? Huummm...se calhar nenhum. São artistas da ilusão.
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domingo, março 31, 2019
sábado, março 30, 2019
O almocreve da TVI foi acusado pelo MºPº
Há quase dois anos este almocreve da TVI, demasiado far out e far away, meteu-se numa alhada que lhe rendeu agora uma acusação do MºPº que ontem foi tornada pública.
Curiosamente o Correio da Manhã nem uma linha publica sobre o assunto ( embora o faça aqui, online) que é grave e atinge mais pessoas que o drama do pequeno Salvador ou os últimos desenvolvimentos da novela Rosa Grilo ( que até escreve para o jornal, a fim de acertar o script).
O Sol diz isto na última página, muito sumidinho que até aflige:
Curioso o que este almocreve far out da TVI provoca: uma amnésia geral e um desinteresse particular.
Curiosamente o Correio da Manhã nem uma linha publica sobre o assunto ( embora o faça aqui, online) que é grave e atinge mais pessoas que o drama do pequeno Salvador ou os últimos desenvolvimentos da novela Rosa Grilo ( que até escreve para o jornal, a fim de acertar o script).
O Sol diz isto na última página, muito sumidinho que até aflige:
Curioso o que este almocreve far out da TVI provoca: uma amnésia geral e um desinteresse particular.
Esquerda e Direita, segundo Marcello Caetano
Vida Mundial 14 Fevereiro 1969, transcrição da segunda Conversa em Família. Marcello Caetano revelava que ao terminar o primeiro mês do seu mandato, ou seja, em Outubro de 1968, "recebera nesse espaço de tempo, para cima de 3 mil pedidos diversos, principalmente de emprego e de subsídios". Presume-se que não deveriam ser de familiares...
A esquerda: " se a essência da esquerda está no movimento, se o espírito da esquerda é o da reforma social, não me esquivo à qualificação que dessa tendência possa resultar. " A direita: "Mas na medida em que a direita signifique a manutenção da autoridade do poder ara permitir a normalidade da vida dos indivíduos, o respeito das esferas da legítima actividade de cada um e o funcionamento das instituições que assegurem a ordem- então e sobretudo nos tempos que correm, creio que nenhum governo em qualquer regime que seja, pode deixar de ser essa direita".
Numa altura em que se discute em Portugal, em determinados círculos, o aparecimento de movimentos ditos de direita, conviria começar a falar de modo que toda a gente entenda e não seja o habitual palavreado oco e estereotipado precisamente pela esquerda que se apropriou da linguagem política, em Portugal.
A esquerda: " se a essência da esquerda está no movimento, se o espírito da esquerda é o da reforma social, não me esquivo à qualificação que dessa tendência possa resultar. " A direita: "Mas na medida em que a direita signifique a manutenção da autoridade do poder ara permitir a normalidade da vida dos indivíduos, o respeito das esferas da legítima actividade de cada um e o funcionamento das instituições que assegurem a ordem- então e sobretudo nos tempos que correm, creio que nenhum governo em qualquer regime que seja, pode deixar de ser essa direita".
Numa altura em que se discute em Portugal, em determinados círculos, o aparecimento de movimentos ditos de direita, conviria começar a falar de modo que toda a gente entenda e não seja o habitual palavreado oco e estereotipado precisamente pela esquerda que se apropriou da linguagem política, em Portugal.
sexta-feira, março 29, 2019
A decadência dos filhos de algo na sociedade portuguesa actual
Jornal Económico:
O número de relações familiares no Governo envolve um total de 50 pessoas e 20 famílias, e também um ex-casal. Uma contagem anterior apontava que existiam 27 pessoas e 12 famílias no poder, mas nos últimos dias vieram a público mais nomes.
Entre entradas e saídas, passaram ou ainda estão no Governo socialista 50 pessoas com relações familiares entre si, ou com algum dos deputados do PS, ou com algum parentesco de ex-deputados do PS ou dirigentes socialistas (atuais ou anteriores), ou que tenham sido nomeadas para um organismo estatal nesta legislatura, num total de 20 famílias.
A mãe deste Miguel também é economista mas não tem qualquer perfil de relevo que mereça registo, a não ser "representante do título de Visconde de Outeiro", cuja linhagem pelo menos não começou com dinheiro do Brasil . A senhora é ainda "bisneta do 2º conde de Idanha-a-Nova", cuja linhagem vem daqui, do final do séc. XIX. O casal teve três filhos e este Miguel segue as pisadas do pai. Quem sai aos seus...
O número de relações familiares no Governo envolve um total de 50 pessoas e 20 famílias, e também um ex-casal. Uma contagem anterior apontava que existiam 27 pessoas e 12 famílias no poder, mas nos últimos dias vieram a público mais nomes.
Entre entradas e saídas, passaram ou ainda estão no Governo socialista 50 pessoas com relações familiares entre si, ou com algum dos deputados do PS, ou com algum parentesco de ex-deputados do PS ou dirigentes socialistas (atuais ou anteriores), ou que tenham sido nomeadas para um organismo estatal nesta legislatura, num total de 20 famílias.
Tomemos o caso singular deste Miguel Rebelo de Sousa, sobrinho do presidente e filho de António Rebelo de Sousa, economista e irmão de Marcelo.
Este Miguel tem 42 anos e também é economista. É irmão de outros licenciados em Economia e Direito. Tem filhos pequenos em idade escolar.
O pai é irmão do presidente Marcelo, formou-se em economia e tem hoje um trabalho curioso: é "consultor na Embaixada do Japão para assuntos económicos". Começou como assessor do ministro Magalhães Mota, do PSD, em 1975 e depois, entre 1976 e 1985 foi deputado, primeiro pelo PSD e depois pelo PS. Depois dirigiu publicações periódica de cariz económico, durante dois anos, até 1989. Depois assessorou e consultou. Tal e qual e nem é preciso dizer mais nada.
O pai é irmão do presidente Marcelo, formou-se em economia e tem hoje um trabalho curioso: é "consultor na Embaixada do Japão para assuntos económicos". Começou como assessor do ministro Magalhães Mota, do PSD, em 1975 e depois, entre 1976 e 1985 foi deputado, primeiro pelo PSD e depois pelo PS. Depois dirigiu publicações periódica de cariz económico, durante dois anos, até 1989. Depois assessorou e consultou. Tal e qual e nem é preciso dizer mais nada.
A mãe deste Miguel também é economista mas não tem qualquer perfil de relevo que mereça registo, a não ser "representante do título de Visconde de Outeiro", cuja linhagem pelo menos não começou com dinheiro do Brasil . A senhora é ainda "bisneta do 2º conde de Idanha-a-Nova", cuja linhagem vem daqui, do final do séc. XIX. O casal teve três filhos e este Miguel segue as pisadas do pai. Quem sai aos seus...
Quanto ganha por mês este Miguel, filho daquele António, com o curso que tem, incluindo um "MBA"? Parece que até agora era "alto quadro na EDP comercial". Alto quadro? Entrou lá, como? Com que credenciais? E porque saiu para chefiar o gabinete de um...Secretário de Estado, com um salário ilíquido de um pouco mais de 4 mil euros, mais ou menos o que ganha um alto funcionário do Estado?
Sai de "alto quadro" para o baixo quadro da função pública de nomeação política, mesmo com ordenado alto para tal função?
Enfim, se começássemos a escavar sem grande necessidade de obter informação em fontes fechadas porque esta informação supra está toda disponível na Net, veríamos mais e melhor.
Só me resta uma pergunta: que Portugal é este que esta gente, de que faz parte aquele Rebelo de Sousa, esta fidalguia nacional da actualidade, construiu?
Não sentem vergonha desta miséria? Não sentem um pudor que o visconde ou conde ou qualquer aristocrata a valer deveria sentir?
Que tristeza...não admira que precisem dos préstimos de um descendente de um goês cuja educação será o que é...
Esta decadência conduz a isto, ilustrado no Sol de hoje:
Esta crónica de Filipe Pinhal explica um pouco mais:
E qual o motivo desta competição entre pessoas de família e amigos que evidentemente existe? O Polígrafo indica a tabela das rendas, ou melhor, dos salários que estas pessoas auferem pagos pelo erário público. É de supor que estas pessoas, em funções privadas não ganhariam tanto...o que dá para ver o grau de pinderiquismo que temos.
Costa, o primeiro-ministro, segundo o Polígrafo, tem nada menos do que 11 motoristas ao seu dispor, com carro de gama no topo, a condizer com a dignidade enxundiosa que o titular do cargo exala.
Esta crónica de Filipe Pinhal explica um pouco mais:
E qual o motivo desta competição entre pessoas de família e amigos que evidentemente existe? O Polígrafo indica a tabela das rendas, ou melhor, dos salários que estas pessoas auferem pagos pelo erário público. É de supor que estas pessoas, em funções privadas não ganhariam tanto...o que dá para ver o grau de pinderiquismo que temos.
Costa, o primeiro-ministro, segundo o Polígrafo, tem nada menos do que 11 motoristas ao seu dispor, com carro de gama no topo, a condizer com a dignidade enxundiosa que o titular do cargo exala.
quinta-feira, março 28, 2019
A nossa pobreza é pior que isto...
Público de hoje, com chamada de capa:
Eis no que resulta a inveja nacional, possivelmente o maior defeito dos portugueses: somos mais pobres do que éramos há 50 anos e os ricos diminuíram, em Portugal. Há apenas 55 pessoas com uma fortuna acima de 55 milhões de euros. Alguns deles, são premiados no Euromilhões...
Que miséria de país em que nos tornamos por força da Esquerda da inveja e do marxismo. Tenho por certo que a inveja é o principal leit-motiv que anima eleitoralmente os que votam na Esquerda, do PS à Extrema-Esquerda radical do BE, passando pelos velhos comunas sempre contra o capitalismo.
Pior: parece que a OCDE concluiu que Portugal é o primeiro país europeu a exigir mais impostos sobre os ricos.
Esta mentalidade pirata que as filhas do pirata-mor, o velho Mortágua andam por aí a espalhar ainda predomina.
Que porca miseria!
REPARE-SE nesta confissão de um arrependido da esquerda socialista, José Manuel Fernandes. É muito instrutiva, desde logo porque deveria ser intitulada "porque deixei de ser socialista"! :
Por outras palavras: não venho aqui dizer que não sou socialista apenas porque não tenho ou tive família no PS (até porque isso seria mentira), antes venho dizer precisamente o contrário. A primeira razão porque não sou socialista é porque aprendi a sua doutrina ainda na adolescência, época em que a sua lógica me enfeitiçou, tempo em que percorri os caminhos da ideologia até aos seus limites mais absurdos, tudo antes de compreender – felizmente ainda bem cedo – a mentira da ilusão e ter deixado de tentar justificar todas as tragédias associadas.
Para mim tudo começou muito cedo, aos 13, 14 anos, quando o meu pai me deu a ler um pequeno opúsculo de Léon Blum, o primeiro socialista a dirigir um governo em França, nos anos da Frente Popular. Nele se procurava explicar o que era o socialismo e, para além de todas as ideias de justiça social, pareceu-me de uma lógica inatacável a ideia de que a economia funcionaria muito melhor existindo planeamento central. Sendo eu então um miúdo com uma fé quase ilimitada no conhecimento científico, era para mim claro que assim se evitaria o desperdício e mais facilmente se garantiria que haveria bens que chegassem para todos. Conhecíamos as necessidades, só havia que organizar a sua produção e distribuição.
Hoje, quase 50 anos depois, sorrio da minha ingenuidade. Na verdade tudo no planeamento central contraria a natureza humana, limita a inovação, estimula a preguiça e conduz à servidão. Tudo no planeamento central leva, mesmo no mais eficiente dos regimes, à produção de Trabant’s, enquanto a “caótica” concorrência vai produzindo Mercedes, Audi’s e e BMW’s.
E não, não descartem já este exemplo por exagerado, pois sei bem que há uma enorme, uma gigantesca distância entre o socialismo democrático de Léon Blum – o ramo a que pertence o nosso PS – e as muitas variantes totalitárias filhas da Revolução Russa e do leninismo – o tronco de que brotou o PCP mas também o Bloco de Esquerda. Contudo não podemos descartar os ensinamentos de décadas de “socialismo real”, sem economia de mercado, até porque não é preciso acabar com as eleições para vermos onde nos leva uma economia onde o Estado trata de mandar em tudo – basta olhar para o que se está a passar na Venezuela.
Há cerca de 50 anos havia um governante e um governo em Portugal que não era socialista e tinha o pensamento certo acerca do desenvolvimento do país. É a esse governante e a esse governo que pessoas, eventualmente como José Manuel Fernandes chamam fascista.
Eis no que resulta a inveja nacional, possivelmente o maior defeito dos portugueses: somos mais pobres do que éramos há 50 anos e os ricos diminuíram, em Portugal. Há apenas 55 pessoas com uma fortuna acima de 55 milhões de euros. Alguns deles, são premiados no Euromilhões...
Que miséria de país em que nos tornamos por força da Esquerda da inveja e do marxismo. Tenho por certo que a inveja é o principal leit-motiv que anima eleitoralmente os que votam na Esquerda, do PS à Extrema-Esquerda radical do BE, passando pelos velhos comunas sempre contra o capitalismo.
Pior: parece que a OCDE concluiu que Portugal é o primeiro país europeu a exigir mais impostos sobre os ricos.
Esta mentalidade pirata que as filhas do pirata-mor, o velho Mortágua andam por aí a espalhar ainda predomina.
Que porca miseria!
REPARE-SE nesta confissão de um arrependido da esquerda socialista, José Manuel Fernandes. É muito instrutiva, desde logo porque deveria ser intitulada "porque deixei de ser socialista"! :
Por outras palavras: não venho aqui dizer que não sou socialista apenas porque não tenho ou tive família no PS (até porque isso seria mentira), antes venho dizer precisamente o contrário. A primeira razão porque não sou socialista é porque aprendi a sua doutrina ainda na adolescência, época em que a sua lógica me enfeitiçou, tempo em que percorri os caminhos da ideologia até aos seus limites mais absurdos, tudo antes de compreender – felizmente ainda bem cedo – a mentira da ilusão e ter deixado de tentar justificar todas as tragédias associadas.
Para mim tudo começou muito cedo, aos 13, 14 anos, quando o meu pai me deu a ler um pequeno opúsculo de Léon Blum, o primeiro socialista a dirigir um governo em França, nos anos da Frente Popular. Nele se procurava explicar o que era o socialismo e, para além de todas as ideias de justiça social, pareceu-me de uma lógica inatacável a ideia de que a economia funcionaria muito melhor existindo planeamento central. Sendo eu então um miúdo com uma fé quase ilimitada no conhecimento científico, era para mim claro que assim se evitaria o desperdício e mais facilmente se garantiria que haveria bens que chegassem para todos. Conhecíamos as necessidades, só havia que organizar a sua produção e distribuição.
Hoje, quase 50 anos depois, sorrio da minha ingenuidade. Na verdade tudo no planeamento central contraria a natureza humana, limita a inovação, estimula a preguiça e conduz à servidão. Tudo no planeamento central leva, mesmo no mais eficiente dos regimes, à produção de Trabant’s, enquanto a “caótica” concorrência vai produzindo Mercedes, Audi’s e e BMW’s.
E não, não descartem já este exemplo por exagerado, pois sei bem que há uma enorme, uma gigantesca distância entre o socialismo democrático de Léon Blum – o ramo a que pertence o nosso PS – e as muitas variantes totalitárias filhas da Revolução Russa e do leninismo – o tronco de que brotou o PCP mas também o Bloco de Esquerda. Contudo não podemos descartar os ensinamentos de décadas de “socialismo real”, sem economia de mercado, até porque não é preciso acabar com as eleições para vermos onde nos leva uma economia onde o Estado trata de mandar em tudo – basta olhar para o que se está a passar na Venezuela.
Há cerca de 50 anos havia um governante e um governo em Portugal que não era socialista e tinha o pensamento certo acerca do desenvolvimento do país. É a esse governante e a esse governo que pessoas, eventualmente como José Manuel Fernandes chamam fascista.
Pois então seria bom ler o que dizia Marcello Caetano em 8 de Janeiro de 1969 e a revista Vida Mundial reproduziu e comentou. Atente-se às considerações sobre o modelo económico, afinal o que José Manuel Fernandes agora também defende ( só agora!):
A revista tinha esta capa, com um cripto-comunista...o que denota que a democracia actua é mais censória de ideias do que há 50 anos o tal fassismo...
O Bastonário da OA, um feministo enquistado...
Observador:
O Bastonário da Ordem dos Advogados, Guilherme Figueiredo admitiu que os polémicos acórdãos do juiz desembargador Neto de Moura são apenas “a ponta do iceberg“. Em entrevista ao Jornal Público e à Rádio Renascença, Guilherme Figueiredo garantiu que já pedira que o juiz deixasse de julgar casos de violência doméstica: “Não basta avaliar a competência técnica dos juízes. Uma pessoa que tem um quadro valorativo contrário à Constituição não pode estar no Direito da Família“.
Neto de Moura foi transferido para da da secção criminal do Tribunal da Relação do Porto para uma secção cível, onde terá de lidar com processos de divórcio e de regulação das responsabilidades parentais. Não sendo uma solução ideal, Guilherme Figueiredo admite que há uma melhoria, uma vez que na cível 3 juízes têm de subscrever cada acórdão, tornando mais difícil que se repitam decisões como as que geraram críticas públicas ao magistrado: “Acredito que a maioria dos juízes não subscreveria aquele acórdão“.
O juiz Neto de Moura é mais uma vez fustigado pelos acórdãos que relatou. Os dois juízes que também subscreveram os dois acórdãos que relatou, mais os juizes dos tribunais de primeira instância que decidiram essencialmente do mesmo modo, ficam de fora da invectiva pessoal desferida pelo bastonário da OA de modo ignóbil e oportunista. Este bastonário deixa passar em claro todos os abusos de advogados que se pronunciam sobre processos pendentes e de que são parte interessada, em canal aberto nas tv´s. Nem uma crítica, nem um reparo se lhe ouviu, nunca, a esse propósito.
Vem agora mais uma vez atacar os juízes em geral, tomando o caso particular de um deles, aviltando-o, a propósito de assuntos que enuncia em modo vago: os acórdão de Neto de Moura tem um quadro valorativo contrário à Constituição", diz, sem pormenorizar ou explicar o que deveria. Em que é que isso consiste, o tal quadro valorativo. E explicar qual o quadro valorativo, constitucional, em vigor.
E defender, em conformidade, a inconstitucionalidade do adultério, por exemplo, como causa de pedir em acções de divórcio. O que provavelmente não o fará porque eventualmente já a alegou em acções que patrocinou...
Basta-lhe uma afirmação destas, genérica, para se dar ares de constitucionalista já que houve para aí um deles, Pedro Bacelar de Vasconcelos que também disse o mesmo. A esquerda radical, rapioqueira e bloquista anda de par em par, nesta cruzada.
Há um problema nesta análise destes proto-constitucionalistas de causas concretas: há quem pense diferente e quem tenha ideias diversas e quem as defenda muito melhor que eles e de modo tão legítimo como o deles. E ainda não vimos o tribunal Constitucional pronunciar-se sobre estes assuntos. E em matéria constitucional de igualdade de direitos há tanto a dizer que isto que diz o bastonário é paleio de encher causas e nada mais.
Tomar a opinião do advogado Guilherme de Figueiredo como a do oráculo definitivo sobre esta matéria é uma especialidade do jornalismo cretino da mesma jornalista de sempre: Ana Henriques. Lá está, a entrevistá-lo.
Se isto não é jornalismo de causas, não sei o que isso seja.
Entretanto, para mostrar como os costumes podem ser diferentes adianto esta legislação de outras latitudes, para se ver com quem é que as feministas e os feministos não se metem...(pudera!):
Não fossem os alertas das associações humanitárias, as novas leis do Brunei poderiam ter passado despercebidas à comunidade internacional. A partir da próxima quarta-feira, 3 de abril, homossexuais e adúlteros podem ser apedrejados até à morte. Esta é a última fase da implementação da Sharia, a lei islâmica, naquele país e que também prevê a amputação de membros a quem seja apanhado a roubar.
Em 2014, quando o Brunei implementou a lei islâmica a nível nacional, foram vários os protestos internacionais, incluindo o boicote ao Hotel Beverly Hills, na Califórnia, detido pelo sultão Hassanal Bolkiah, monarca absoluto do Brunei. Apesar disso, a primeira fase avançou: penas de prisão para quem não jejuasse no Ramadão, para quem não rezasse à sexta-feira ou para quem engravidasse fora do casamento. Para os homossexuais, a lei passou a prever 10 anos de cadeia.
Há 5 anos, o plano do sultão era fasear a entrada em vigor da Sharia em três momentos. A segunda fase passava por poder chibatar e cortar membros a quem fosse apanhado a roubar e a terceira previa a pena de morte para crimes de adultério, sodomia ou insultos ao profeta Maomé. A pressão da comunidade internacional parecia ter funcionado e tudo indicava que Bolkiah não ia avançar com a interpretação mais pesada da Sharia.
O Bastonário da Ordem dos Advogados, Guilherme Figueiredo admitiu que os polémicos acórdãos do juiz desembargador Neto de Moura são apenas “a ponta do iceberg“. Em entrevista ao Jornal Público e à Rádio Renascença, Guilherme Figueiredo garantiu que já pedira que o juiz deixasse de julgar casos de violência doméstica: “Não basta avaliar a competência técnica dos juízes. Uma pessoa que tem um quadro valorativo contrário à Constituição não pode estar no Direito da Família“.
Neto de Moura foi transferido para da da secção criminal do Tribunal da Relação do Porto para uma secção cível, onde terá de lidar com processos de divórcio e de regulação das responsabilidades parentais. Não sendo uma solução ideal, Guilherme Figueiredo admite que há uma melhoria, uma vez que na cível 3 juízes têm de subscrever cada acórdão, tornando mais difícil que se repitam decisões como as que geraram críticas públicas ao magistrado: “Acredito que a maioria dos juízes não subscreveria aquele acórdão“.
O juiz Neto de Moura é mais uma vez fustigado pelos acórdãos que relatou. Os dois juízes que também subscreveram os dois acórdãos que relatou, mais os juizes dos tribunais de primeira instância que decidiram essencialmente do mesmo modo, ficam de fora da invectiva pessoal desferida pelo bastonário da OA de modo ignóbil e oportunista. Este bastonário deixa passar em claro todos os abusos de advogados que se pronunciam sobre processos pendentes e de que são parte interessada, em canal aberto nas tv´s. Nem uma crítica, nem um reparo se lhe ouviu, nunca, a esse propósito.
Vem agora mais uma vez atacar os juízes em geral, tomando o caso particular de um deles, aviltando-o, a propósito de assuntos que enuncia em modo vago: os acórdão de Neto de Moura tem um quadro valorativo contrário à Constituição", diz, sem pormenorizar ou explicar o que deveria. Em que é que isso consiste, o tal quadro valorativo. E explicar qual o quadro valorativo, constitucional, em vigor.
E defender, em conformidade, a inconstitucionalidade do adultério, por exemplo, como causa de pedir em acções de divórcio. O que provavelmente não o fará porque eventualmente já a alegou em acções que patrocinou...
Basta-lhe uma afirmação destas, genérica, para se dar ares de constitucionalista já que houve para aí um deles, Pedro Bacelar de Vasconcelos que também disse o mesmo. A esquerda radical, rapioqueira e bloquista anda de par em par, nesta cruzada.
Há um problema nesta análise destes proto-constitucionalistas de causas concretas: há quem pense diferente e quem tenha ideias diversas e quem as defenda muito melhor que eles e de modo tão legítimo como o deles. E ainda não vimos o tribunal Constitucional pronunciar-se sobre estes assuntos. E em matéria constitucional de igualdade de direitos há tanto a dizer que isto que diz o bastonário é paleio de encher causas e nada mais.
Tomar a opinião do advogado Guilherme de Figueiredo como a do oráculo definitivo sobre esta matéria é uma especialidade do jornalismo cretino da mesma jornalista de sempre: Ana Henriques. Lá está, a entrevistá-lo.
Se isto não é jornalismo de causas, não sei o que isso seja.
Entretanto, para mostrar como os costumes podem ser diferentes adianto esta legislação de outras latitudes, para se ver com quem é que as feministas e os feministos não se metem...(pudera!):
Não fossem os alertas das associações humanitárias, as novas leis do Brunei poderiam ter passado despercebidas à comunidade internacional. A partir da próxima quarta-feira, 3 de abril, homossexuais e adúlteros podem ser apedrejados até à morte. Esta é a última fase da implementação da Sharia, a lei islâmica, naquele país e que também prevê a amputação de membros a quem seja apanhado a roubar.
Em 2014, quando o Brunei implementou a lei islâmica a nível nacional, foram vários os protestos internacionais, incluindo o boicote ao Hotel Beverly Hills, na Califórnia, detido pelo sultão Hassanal Bolkiah, monarca absoluto do Brunei. Apesar disso, a primeira fase avançou: penas de prisão para quem não jejuasse no Ramadão, para quem não rezasse à sexta-feira ou para quem engravidasse fora do casamento. Para os homossexuais, a lei passou a prever 10 anos de cadeia.
Há 5 anos, o plano do sultão era fasear a entrada em vigor da Sharia em três momentos. A segunda fase passava por poder chibatar e cortar membros a quem fosse apanhado a roubar e a terceira previa a pena de morte para crimes de adultério, sodomia ou insultos ao profeta Maomé. A pressão da comunidade internacional parecia ter funcionado e tudo indicava que Bolkiah não ia avançar com a interpretação mais pesada da Sharia.
terça-feira, março 26, 2019
Ser homem, hoje...é aguentar o feminismo.
No Domingo passado, de manhã, na Antena Dois e num programa apresentado por Gabriela Canavilhas, ( O Ar do Tempo) a ex-ministra da cultura de um governo Sócrates, filha de militar e casada com militar, por isso disciplinada professora de música socialista, falou de assuntos feministas e violência doméstica porque o tema era " As Origens da misoginia", de Aristóteles a Jean Jacques Rousseau.
Depois de passar alguns minutos de sofrimento para aguentar o palavreado entrecortado por trechos musicais, com predominância erudita e de beleza icontestável, dei por mim a pensar que valia a pena escutar até ao fim, a arenga que durou cerca de uma hora.
O que ouvi foi muito instrutivo: uma incursão diacrónica nas raízes e desenvolvimento da cultura ocidental, com reflexos no modo de encarar o feminino, as mulheres.
A tónica do discurso nunca mudou permanecendo por isso monocórdica: os homens são uma peste e conseguiram impor o seu poder desde a antiguidade clássica, contra as mulheres. Os homens em geral são misóginos e isso vem de longe, de muito longe.
Aristóteles é o malus pater desta família e também Platão, que depois influenciaram a cultura judaico-cristã que veio pela Bíblia e depois abarcou a Igreja de Roma, com Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Todos machistas, todos eles primitivas influências da cultura que nos cerca e oprime as pobres mulheres.
Mas não é apenas a Bíblia a fonte do mal. Também o Corão tem a sua parte e até as filosofias orientais levaram por tabela.
Passou a Idade Média e o Renascimento continuou a Tradição, chegando mesmo a Rousseau cujo Émile ou a Educação, foi lido em pequenos extractos para demonstrar o sexismo de todos os tempos e de todas as latitudes. A saga de citações maléficas terminou em Proudhon, o anarquista misógino que achava que o lugar das mulheres era em...casa a tratar dos filhos e lide doméstica. Alguém teria que o fazer, não?
Como parou em Rousseau não chegou a Marx, ficou aquém, mas é pena porque a tonalidade dos textos lidos por Gabriela Canavilhas era do mais puro marxismo, de luta de classes, agora entre homens e mulheres. As mulheres exploradas pelos homens que as relegam sempre para tarefas menores na vida social. É pena não ter lá chegado para ouvir o que poderia dizer sobre a mulher de Marx, Jenny...
Curiosamente toda a música que passou no programa era...masculina. Também curiosamente as mulheres não se salientaram ao longo dos séculos na nobre arte dos sons agradáveis ao ouvido, vá lá saber-se porquê e porque não há nenhuma Bethovena ou Mozarta. Ou mesmo Chopina nem Rachmaninofa. Não há, ponto.
Nesta luta de classes o epílogo do programa foi dedicado ao juiz Neto de Moura e aos juízes netos de moura que representam bem a tentativa dos homens em defender o seu reduto de poder machista contras as pobres mulheres feministas e misandras que bem queriam esse poder todo para elas.
Inebriado ainda por ouvir tantas barbaridade eivadas da mais radical misandria deparei com este número especial da revista Sciences Humaines. de Abril de 2019.
O tema era precisamente esse: o que é ser homem, hoje em dia?
A resposta é complexa...mas singeliza-se numa evidência: há uma guerra das feministas misandras contra os homens em geral. É ocidental, tal guerra de sexos. E tem alguns anos. Como de costume está agora a chegar cá. Tal como as modas, antigamente, demoravam anos a chegar.
A Canvilhas é mais um peão desta brega. Uma das que prepara o terreno para mais batalhas. E os homens ficam a ouvir...e sem problema porque a Natureza se imporá naturalmente como lhe é próprio.
Coitadas das canavilhas.
Depois de passar alguns minutos de sofrimento para aguentar o palavreado entrecortado por trechos musicais, com predominância erudita e de beleza icontestável, dei por mim a pensar que valia a pena escutar até ao fim, a arenga que durou cerca de uma hora.
O que ouvi foi muito instrutivo: uma incursão diacrónica nas raízes e desenvolvimento da cultura ocidental, com reflexos no modo de encarar o feminino, as mulheres.
A tónica do discurso nunca mudou permanecendo por isso monocórdica: os homens são uma peste e conseguiram impor o seu poder desde a antiguidade clássica, contra as mulheres. Os homens em geral são misóginos e isso vem de longe, de muito longe.
Aristóteles é o malus pater desta família e também Platão, que depois influenciaram a cultura judaico-cristã que veio pela Bíblia e depois abarcou a Igreja de Roma, com Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Todos machistas, todos eles primitivas influências da cultura que nos cerca e oprime as pobres mulheres.
Mas não é apenas a Bíblia a fonte do mal. Também o Corão tem a sua parte e até as filosofias orientais levaram por tabela.
Passou a Idade Média e o Renascimento continuou a Tradição, chegando mesmo a Rousseau cujo Émile ou a Educação, foi lido em pequenos extractos para demonstrar o sexismo de todos os tempos e de todas as latitudes. A saga de citações maléficas terminou em Proudhon, o anarquista misógino que achava que o lugar das mulheres era em...casa a tratar dos filhos e lide doméstica. Alguém teria que o fazer, não?
Como parou em Rousseau não chegou a Marx, ficou aquém, mas é pena porque a tonalidade dos textos lidos por Gabriela Canavilhas era do mais puro marxismo, de luta de classes, agora entre homens e mulheres. As mulheres exploradas pelos homens que as relegam sempre para tarefas menores na vida social. É pena não ter lá chegado para ouvir o que poderia dizer sobre a mulher de Marx, Jenny...
Curiosamente toda a música que passou no programa era...masculina. Também curiosamente as mulheres não se salientaram ao longo dos séculos na nobre arte dos sons agradáveis ao ouvido, vá lá saber-se porquê e porque não há nenhuma Bethovena ou Mozarta. Ou mesmo Chopina nem Rachmaninofa. Não há, ponto.
Nesta luta de classes o epílogo do programa foi dedicado ao juiz Neto de Moura e aos juízes netos de moura que representam bem a tentativa dos homens em defender o seu reduto de poder machista contras as pobres mulheres feministas e misandras que bem queriam esse poder todo para elas.
Inebriado ainda por ouvir tantas barbaridade eivadas da mais radical misandria deparei com este número especial da revista Sciences Humaines. de Abril de 2019.
O tema era precisamente esse: o que é ser homem, hoje em dia?
A resposta é complexa...mas singeliza-se numa evidência: há uma guerra das feministas misandras contra os homens em geral. É ocidental, tal guerra de sexos. E tem alguns anos. Como de costume está agora a chegar cá. Tal como as modas, antigamente, demoravam anos a chegar.
A Canvilhas é mais um peão desta brega. Uma das que prepara o terreno para mais batalhas. E os homens ficam a ouvir...e sem problema porque a Natureza se imporá naturalmente como lhe é próprio.
Coitadas das canavilhas.
segunda-feira, março 25, 2019
Jornalismo à la Ana Henriques, do Público: um esgoto a céu aberto.
A jornalista Ana Henriques do Público, uma das principais responsáveis pela destruição moral do juiz Neto de Moura, volta a atacar hoje no Público. Esta jornalista é uma autêntica predadora de juízes...e desconfio que o faça por razões que não serão as melhores.
A chamada de primeira página que só não fez o título de cacha por motivos dúbios, certamente, é esta: "autor confesso de abusos a bebés já tinha sido condenado por pornografia de menores".
Inuendo subjacente: um pedófilo deixado em liberdade por mais alguns juízes complacentes. Esta gente dos jornais, no caso esta cretina, julga que é assim que se faz notícias e se prossegue o interesse público: a mentir e a aldrabar sobre o que fazem outros profissionais, no caso magistrados. Deve ter qualquer pedra nos socos contra juízes que a aflige, para andar com estes temas retorcidos e manipulados a preceito.
Para se entender a manipulação da peça que se apresenta acima deve atender-se a datas e à cronologia, devidamente misturadas e aldrabadas na redacção da peça. para atingir o desiderato que não se pode considerar inocente, sob pena de se considerar a autora uma cretina e mais tapada que um calhau com olhos.
Repare-se:
Há um indivíduo da zona da comarca de Aveiro que foi condenado em tribunal colectivo por um crime de pornografia infantil, na Internet. Segundo a notícia de que se deve duvidar com todas as letras porque esta jornalista é useira e vezeira em traficar factos que todos entendem, para usurpar funções de julgadora de juízes, teria guardados ficheiros de imagens com mais de 500 crianças "nalguns casos com os pulsos e pés amarrados" e tal aconteceu quando o indivíduo tinha 19 anos.
Por este crime, o referido indivíduo "já lá vão dois anos que os juízes o mandaram em paz".
Ou seja, foi absolvido? É que se trata disso quando os juízes mandam em "paz" alguém e não foi o caso. O indivíduo foi condenado mas com a pena suspensa, não se diz por quanto tempo - e devia dizer- e sob condição de se submeter a psicoterapia.
E depois, para criticar a decisão, diz que o relatório pericial trazia escrito "pedofilia". Não sabe a suposta cretina que este termo designa geralmente qualquer abuso relativamente a menores, indistintamente e independentemente de se tratar ou não de um "predador", como é linguagem comum neste jornalismo para casos do género.
Portanto, esta é a notícia introdutória para o requisitório. Onde é que está o "catch"?
Pois logo a seguir, passa logo para o discurso directo atribuído ao tal "pedófilo", recolhido sem dizer a fonte: " a polícia é tão otária. Para eles, sou mais um pedófilo que acedeu a pornografia infantil". É provável que isto tenha sido um desabafo qualquer emitido num facebook qualquer, noutro processo que não aquele, mas a notícia omite o facto et pour cause.
Encadeando nisso escreve que "não era de facto mais um ( pedófilo)". Diz então que o Facebbok apresentou denúncia junto da PJ "e que deu origem ao processo judicial de Aveiro" ( ou seja e perante esta expressão já será um processo judicial e não um inquérito do MºPº...) contra o indivíduo que usaria a rede social para manifestar a sua preferências sexuais por crianças. Conta então, sem fazer qualquer distinção entre o Facebook e uma Darknet citada, que o indivíduo, "hoje com 27 anos montou na Darknet uma rede internacional de pedofilia".
Chegados aqui, alguém que não esteja atento, vai desligar este facto do outro, ou seja o da condenação em pena, suspensa, mesmo em termos temporais? Nem por isso. O "processo judicial de Aveiro" aparece ligado por força destas habilidades jornalísticas que não podem ser inocentes, sob pena de estarmos perante uma cretina acabada e não apenas em gestação.
E no entanto, a seguir escreve que a acusação do MºPº imputa ao indivíduo 530 crimes de abuso sexual e mais de 70 mil de pornografia infantil, entre 2013 e Junho de 2017, altura em que foi detido." Mais: "foi ( sic) escassos três meses antes, tinha acabado de ser mandado em liberdade ( o tal mandar em paz...) pelos juízes do Tribunal de Aveiro, que chegou à PJ um alerta vindo de uma congénere australiana com as suspeitas sobre este novo caso".
Torna-se óbvio que um processo não é o outro mas o modo de redigir o assunto nem por isso permite distinguir com facilidade e quem não estiver atento é levado no logro porque o objectivo é apenas um: denegrir os juízes e o poder judicial em geral. Não pode ser considerado inocente este procedimento, sob pena de sermos todos uns cretinos acabados também.
É assim que se manipulam factos para levar água suja a um moinho de vento. Que é o retrato deste jornalismo do Público.
Por outro lado, não esclarece porque não lhe convirá, dizer que o crime de pornografia de menores pelo qual o tal indivíduo foi condenado é este:
Artigo 176.º
Pornografia de menores
1 - Quem:
a) Utilizar menor em espectáculo pornográfico ou o aliciar para esse fim;
b) Utilizar menor em fotografia, filme ou gravação pornográficos, independentemente do seu suporte, ou o aliciar para esse fim;
c) Produzir, distribuir, importar, exportar, divulgar, exibir ou ceder, a qualquer título ou por qualquer meio, os materiais previstos na alínea anterior;
d) Adquirir ou detiver materiais previstos na alínea b) com o propósito de os distribuir, importar, exportar, divulgar, exibir ou ceder;
é punido com pena de prisão de um a cinco anos. Não se diz no artigo, porque não convirá, que o indivíduo foi julgado em colectivo e isso pressupõe que a pena em abstracto poderia ser superior aos cinco anos taxados naquele artigo como máximo.
Ainda assim também não se esclarece que os jovens de 19 anos beneficiam de atenuação especial de pena nos termos do DL n.º 401/82, de 23 de Setembro
Artigo 4.º
(Da atenuação especial relativa a jovens)
Se for aplicável pena de prisão, deve o juiz atenuar especialmente a pena nos termos dos artigos 73.º e 74.º do Código Penal, quando tiver sérias razões para crer que da atenuação resultem vantagens para a reinserção social do jovem condenado.E o que é isso de atenuação especial de pena? Também não explica a dita escriba. Este regime especial para jovens só tem aplicação se estiver em causa uma pena de prisão, como se explica neste acórdão que o jornalismo caseiro não sabe ler e que vem assinado pela co-autora do acórdão que serviu para crucificar Neto de Moura:
Por outro lado, como também resulta da leitura daquele preâmbulo, o regime especial para jovens procura evitar a aplicação de penas de prisão, com os inerentes malefícios dos efeitos criminógenos da prisão nos jovens adultos.Como acentua o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 21.9.06, “relativamente aos jovens adultos (art. 2.º do DL 401/82) essa atenuação especial pode fundar-se não só no princípio da culpa (caso em que essa atenuação especial recorrerá aos arts. 72.º e 73.º do CP) como, também ou simplesmente, em razões de prevenção especial (ou seja, de reintegração do agente na sociedade)”.
Para além disto e para entender o motivo da aplicação deste regime de atenuação e suspensão de pena é necessário saber o que se passou no processo e durante o julgamento: como era o relatório social e que informações continham; que provas se fizeram relativamente ao comportamento futuro e previsível do arguido, etc etc. Nada disso consta do artigo cretino. E era preciso constar para se poder fazer a ligação e a crítica à decisão judicial
Dito isto estou em crer que o assunto vai morrer por aqui uma vez que não tem sustentação na Bíblia ou no adultério. Como é caso de pedofilia, há por aí uns indivíduos e indivíduas que fogem do assunto como o diabo da cruz. Ó diabo! já citei a Bíblia...
A chamada de primeira página que só não fez o título de cacha por motivos dúbios, certamente, é esta: "autor confesso de abusos a bebés já tinha sido condenado por pornografia de menores".
Inuendo subjacente: um pedófilo deixado em liberdade por mais alguns juízes complacentes. Esta gente dos jornais, no caso esta cretina, julga que é assim que se faz notícias e se prossegue o interesse público: a mentir e a aldrabar sobre o que fazem outros profissionais, no caso magistrados. Deve ter qualquer pedra nos socos contra juízes que a aflige, para andar com estes temas retorcidos e manipulados a preceito.
Para se entender a manipulação da peça que se apresenta acima deve atender-se a datas e à cronologia, devidamente misturadas e aldrabadas na redacção da peça. para atingir o desiderato que não se pode considerar inocente, sob pena de se considerar a autora uma cretina e mais tapada que um calhau com olhos.
Repare-se:
Há um indivíduo da zona da comarca de Aveiro que foi condenado em tribunal colectivo por um crime de pornografia infantil, na Internet. Segundo a notícia de que se deve duvidar com todas as letras porque esta jornalista é useira e vezeira em traficar factos que todos entendem, para usurpar funções de julgadora de juízes, teria guardados ficheiros de imagens com mais de 500 crianças "nalguns casos com os pulsos e pés amarrados" e tal aconteceu quando o indivíduo tinha 19 anos.
Por este crime, o referido indivíduo "já lá vão dois anos que os juízes o mandaram em paz".
Ou seja, foi absolvido? É que se trata disso quando os juízes mandam em "paz" alguém e não foi o caso. O indivíduo foi condenado mas com a pena suspensa, não se diz por quanto tempo - e devia dizer- e sob condição de se submeter a psicoterapia.
E depois, para criticar a decisão, diz que o relatório pericial trazia escrito "pedofilia". Não sabe a suposta cretina que este termo designa geralmente qualquer abuso relativamente a menores, indistintamente e independentemente de se tratar ou não de um "predador", como é linguagem comum neste jornalismo para casos do género.
Portanto, esta é a notícia introdutória para o requisitório. Onde é que está o "catch"?
Pois logo a seguir, passa logo para o discurso directo atribuído ao tal "pedófilo", recolhido sem dizer a fonte: " a polícia é tão otária. Para eles, sou mais um pedófilo que acedeu a pornografia infantil". É provável que isto tenha sido um desabafo qualquer emitido num facebook qualquer, noutro processo que não aquele, mas a notícia omite o facto et pour cause.
Encadeando nisso escreve que "não era de facto mais um ( pedófilo)". Diz então que o Facebbok apresentou denúncia junto da PJ "e que deu origem ao processo judicial de Aveiro" ( ou seja e perante esta expressão já será um processo judicial e não um inquérito do MºPº...) contra o indivíduo que usaria a rede social para manifestar a sua preferências sexuais por crianças. Conta então, sem fazer qualquer distinção entre o Facebook e uma Darknet citada, que o indivíduo, "hoje com 27 anos montou na Darknet uma rede internacional de pedofilia".
Chegados aqui, alguém que não esteja atento, vai desligar este facto do outro, ou seja o da condenação em pena, suspensa, mesmo em termos temporais? Nem por isso. O "processo judicial de Aveiro" aparece ligado por força destas habilidades jornalísticas que não podem ser inocentes, sob pena de estarmos perante uma cretina acabada e não apenas em gestação.
E no entanto, a seguir escreve que a acusação do MºPº imputa ao indivíduo 530 crimes de abuso sexual e mais de 70 mil de pornografia infantil, entre 2013 e Junho de 2017, altura em que foi detido." Mais: "foi ( sic) escassos três meses antes, tinha acabado de ser mandado em liberdade ( o tal mandar em paz...) pelos juízes do Tribunal de Aveiro, que chegou à PJ um alerta vindo de uma congénere australiana com as suspeitas sobre este novo caso".
Torna-se óbvio que um processo não é o outro mas o modo de redigir o assunto nem por isso permite distinguir com facilidade e quem não estiver atento é levado no logro porque o objectivo é apenas um: denegrir os juízes e o poder judicial em geral. Não pode ser considerado inocente este procedimento, sob pena de sermos todos uns cretinos acabados também.
É assim que se manipulam factos para levar água suja a um moinho de vento. Que é o retrato deste jornalismo do Público.
Por outro lado, não esclarece porque não lhe convirá, dizer que o crime de pornografia de menores pelo qual o tal indivíduo foi condenado é este:
Artigo 176.º
Pornografia de menores
1 - Quem:
a) Utilizar menor em espectáculo pornográfico ou o aliciar para esse fim;
b) Utilizar menor em fotografia, filme ou gravação pornográficos, independentemente do seu suporte, ou o aliciar para esse fim;
c) Produzir, distribuir, importar, exportar, divulgar, exibir ou ceder, a qualquer título ou por qualquer meio, os materiais previstos na alínea anterior;
d) Adquirir ou detiver materiais previstos na alínea b) com o propósito de os distribuir, importar, exportar, divulgar, exibir ou ceder;
é punido com pena de prisão de um a cinco anos. Não se diz no artigo, porque não convirá, que o indivíduo foi julgado em colectivo e isso pressupõe que a pena em abstracto poderia ser superior aos cinco anos taxados naquele artigo como máximo.
Ainda assim também não se esclarece que os jovens de 19 anos beneficiam de atenuação especial de pena nos termos do DL n.º 401/82, de 23 de Setembro
Artigo 4.º
(Da atenuação especial relativa a jovens)
Se for aplicável pena de prisão, deve o juiz atenuar especialmente a pena nos termos dos artigos 73.º e 74.º do Código Penal, quando tiver sérias razões para crer que da atenuação resultem vantagens para a reinserção social do jovem condenado.E o que é isso de atenuação especial de pena? Também não explica a dita escriba. Este regime especial para jovens só tem aplicação se estiver em causa uma pena de prisão, como se explica neste acórdão que o jornalismo caseiro não sabe ler e que vem assinado pela co-autora do acórdão que serviu para crucificar Neto de Moura:
Por outro lado, como também resulta da leitura daquele preâmbulo, o regime especial para jovens procura evitar a aplicação de penas de prisão, com os inerentes malefícios dos efeitos criminógenos da prisão nos jovens adultos.Como acentua o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 21.9.06, “relativamente aos jovens adultos (art. 2.º do DL 401/82) essa atenuação especial pode fundar-se não só no princípio da culpa (caso em que essa atenuação especial recorrerá aos arts. 72.º e 73.º do CP) como, também ou simplesmente, em razões de prevenção especial (ou seja, de reintegração do agente na sociedade)”.
Para além disto e para entender o motivo da aplicação deste regime de atenuação e suspensão de pena é necessário saber o que se passou no processo e durante o julgamento: como era o relatório social e que informações continham; que provas se fizeram relativamente ao comportamento futuro e previsível do arguido, etc etc. Nada disso consta do artigo cretino. E era preciso constar para se poder fazer a ligação e a crítica à decisão judicial
Dito isto estou em crer que o assunto vai morrer por aqui uma vez que não tem sustentação na Bíblia ou no adultério. Como é caso de pedofilia, há por aí uns indivíduos e indivíduas que fogem do assunto como o diabo da cruz. Ó diabo! já citei a Bíblia...
domingo, março 24, 2019
Solnado foi mesmo à guerra
Esta reportagem da revista TV de 3 de Setembro de 1964 mostra que o humorista Raul Solnado que em 1969 foi um dos responsáveis pelo programa de tv Zip Zip, de oposição, era naquela altura um colaborador cordato do regime de Salazar. Foi a Angola animar literalmente as tropas e sob o patrocínio de uma cervejeira. Até contou a história da guerra, rábula que tinha muito sucesso. Ainda hoje tem, havendo quem lhe dê um significado diverso do que realmente tinha...
Cid, a homenagem de O Diabo
O jornal O Diabo que agora sai às sextas publicou duas páginas de homenagem a Augusto Cid, o seu ilustrador durante anos e anos, desde a fundação do jornal, no início de 1976.
A homenagem é digna embora saiba a pouco e principalmente sem indicação de datas dos cartoons publicados. Por exemplo, o desenho alusivo a Vera Lagoa "não batam com as portas" foi publicado no Sol de 16.3.1976 e refere-se à proibição de O Diabo, durante umas semanas.
No outro dia esqueci-me de mencionar duas publicações que tiveram desenhos de Cid. Uma é o livro de Vera Lagoa, Revolucionários que conheci, publicado pela editorial Intervenção, em 1977. Contém vários retratos de personalidades mediáticas que vieram do tempo anterior ao fassismo e adaptaram-se bem aos novos tempos, tomando sempre novas qualidades.
Um deles era Artur Portela Filho retratado de modo demolidor.
Depois Cid também desenhou para a revista Vida Mundial, em 1976, na altura em que a mesma foi dirigida por Natália Correia.
A homenagem é digna embora saiba a pouco e principalmente sem indicação de datas dos cartoons publicados. Por exemplo, o desenho alusivo a Vera Lagoa "não batam com as portas" foi publicado no Sol de 16.3.1976 e refere-se à proibição de O Diabo, durante umas semanas.
No outro dia esqueci-me de mencionar duas publicações que tiveram desenhos de Cid. Uma é o livro de Vera Lagoa, Revolucionários que conheci, publicado pela editorial Intervenção, em 1977. Contém vários retratos de personalidades mediáticas que vieram do tempo anterior ao fassismo e adaptaram-se bem aos novos tempos, tomando sempre novas qualidades.
Um deles era Artur Portela Filho retratado de modo demolidor.
Depois Cid também desenhou para a revista Vida Mundial, em 1976, na altura em que a mesma foi dirigida por Natália Correia.
sábado, março 23, 2019
Vasco Pulido Valente carrega o fardo do homem branco
As crónicas de VPV no Público de hoje merecem um comentário, particularmente aquela sobre Moçambique. Diz VPV que ver a catástrofe é um peso na consciência porque descobre, à semelhança da que ocorreu em 2000 " a miséria em que deixamos aquele lastimável país".
VPV repenica mais uma vez o lamentável fardo do homem branco...como se pode observar por estas imagens do semanário Sol, de hoje:
Portugal ocupou a região de Moçambique aquando das viagens marítimas para a Índia, de que foi pioneiro. Colonizou tal região como outros povos colonizaram outros sítios e lá ficaram até hoje. Portugal deixou de estar em 1975 por causa das reivindicações autóctones dos povos de cor negra que aí nasceram nessa região de África que entendiam ser exclusiva dos povos e tribos daí naturais. Debalde foi o discurso de Salazar no sentido de Moçambique ser mais uma das nossas províncias, no caso ultramarinas.
Ninguém aceitou tal concepção, na Europa e entre aqueles que mandavam no mundo, de então, mormente americanos e russos. Por isso tivemos que sair, fazendo-o à pressa porque quem lá estava a mandar na tropa também entendia que era assim e que nós, portugueses éramos apenas uns colonizadores que invadíramos a terra sagrada dos negros africanos e tribos nativas. Tal como os americanos tinham feito na terra dos índios, com uma diferença: encurralaram-nos em reserva depois de exterminarem uma boa maioria. Tiveram sorte porque eram poucos, relativamente, os índios. E não tinham apoio das rússias e chinas de então. Assim puderam cagar de alto as postas de pescada em direcção aos portugueses dos anos sessenta, ensinando-lhes anticolonialismo e outras coisas coca cola .
Em Moçambique, devido a isso, ficou lá a mandar um Samora Machel, enfermeiro de profissão ensinada por portugueses e guerrilheiro contra eles ao mesmo tempo. Dizem que era umn génio do tipo Chavez. Foi considerado o herói e é quem tem agora as estátuas que substituíram as que estiveram antes.
Aquela tropa, em 1974-74 entregou-lhe armas e rendeu-se ao inimigo. Capitulou e entregou-lhes o governo, as terras, as casas, edifícios, tudo o que em algumas dezenas de anos- praticamente desde 1945 até 75, uns trinta anos em que fizemos isto, apenas em Lourenço Marques e que já foi aqui mostrado em 2014:
Como se pode ler no SOl, os edifícios que resistiram à catástrofe natural, na Beira, foram os edifícios que lá deixamos e entregamos de mão-beijada, literalmente e por obra e graça de uns tantos traidores, porque é assim que se designam os que actuaram desse modo em 1975 e que depois passaram a mandar no país. Estou a falar no PCP, por conta da União Soviética, o PS porque sim e era apoiante da causa e na geringonça que temos, vinda dos doidos da extrema-esquerda.
Pois bem: em mais de 40 anos, a gente que ficou a mandar em Moçambique não conseguiu fazer melhor do que nós, portugueses, em 30 anos fizemos. O que fazem é produzir mais ruína e miséria, castigando o povo mártir com corrupção. Não têm competência, saber e preparação para fazer o que nós fizemos em muito menos tempo.
Isto é uma realidade tão evidente e tão chocante que até os autóctones sabem muito bem. O povo moçambicano, os então indígenas, sabem muito bem que os portugueses deixaram lá obra que eles não conseguem sequer imitar.
Pois mesmos assim temos escritos jacobinos do género de Vasco Pulido Valente, de hoje. E nem tem pejo em dizer que defendia nessa altura a entrega dos territórios africanos, asiátios e tutti quanti aos tais autóctones.
Por causa de uma ideia simples: a que aprendeu no marxismo e nada mais. Nada mais...
VPV repenica mais uma vez o lamentável fardo do homem branco...como se pode observar por estas imagens do semanário Sol, de hoje:
Portugal ocupou a região de Moçambique aquando das viagens marítimas para a Índia, de que foi pioneiro. Colonizou tal região como outros povos colonizaram outros sítios e lá ficaram até hoje. Portugal deixou de estar em 1975 por causa das reivindicações autóctones dos povos de cor negra que aí nasceram nessa região de África que entendiam ser exclusiva dos povos e tribos daí naturais. Debalde foi o discurso de Salazar no sentido de Moçambique ser mais uma das nossas províncias, no caso ultramarinas.
Ninguém aceitou tal concepção, na Europa e entre aqueles que mandavam no mundo, de então, mormente americanos e russos. Por isso tivemos que sair, fazendo-o à pressa porque quem lá estava a mandar na tropa também entendia que era assim e que nós, portugueses éramos apenas uns colonizadores que invadíramos a terra sagrada dos negros africanos e tribos nativas. Tal como os americanos tinham feito na terra dos índios, com uma diferença: encurralaram-nos em reserva depois de exterminarem uma boa maioria. Tiveram sorte porque eram poucos, relativamente, os índios. E não tinham apoio das rússias e chinas de então. Assim puderam cagar de alto as postas de pescada em direcção aos portugueses dos anos sessenta, ensinando-lhes anticolonialismo e outras coisas coca cola .
Em Moçambique, devido a isso, ficou lá a mandar um Samora Machel, enfermeiro de profissão ensinada por portugueses e guerrilheiro contra eles ao mesmo tempo. Dizem que era umn génio do tipo Chavez. Foi considerado o herói e é quem tem agora as estátuas que substituíram as que estiveram antes.
Aquela tropa, em 1974-74 entregou-lhe armas e rendeu-se ao inimigo. Capitulou e entregou-lhes o governo, as terras, as casas, edifícios, tudo o que em algumas dezenas de anos- praticamente desde 1945 até 75, uns trinta anos em que fizemos isto, apenas em Lourenço Marques e que já foi aqui mostrado em 2014:
Como se pode ler no SOl, os edifícios que resistiram à catástrofe natural, na Beira, foram os edifícios que lá deixamos e entregamos de mão-beijada, literalmente e por obra e graça de uns tantos traidores, porque é assim que se designam os que actuaram desse modo em 1975 e que depois passaram a mandar no país. Estou a falar no PCP, por conta da União Soviética, o PS porque sim e era apoiante da causa e na geringonça que temos, vinda dos doidos da extrema-esquerda.
Pois bem: em mais de 40 anos, a gente que ficou a mandar em Moçambique não conseguiu fazer melhor do que nós, portugueses, em 30 anos fizemos. O que fazem é produzir mais ruína e miséria, castigando o povo mártir com corrupção. Não têm competência, saber e preparação para fazer o que nós fizemos em muito menos tempo.
Isto é uma realidade tão evidente e tão chocante que até os autóctones sabem muito bem. O povo moçambicano, os então indígenas, sabem muito bem que os portugueses deixaram lá obra que eles não conseguem sequer imitar.
Pois mesmos assim temos escritos jacobinos do género de Vasco Pulido Valente, de hoje. E nem tem pejo em dizer que defendia nessa altura a entrega dos territórios africanos, asiátios e tutti quanti aos tais autóctones.
Por causa de uma ideia simples: a que aprendeu no marxismo e nada mais. Nada mais...
sexta-feira, março 22, 2019
A cacha choque do Correio da Manhã é de "Pente-fino"
Hoje o assunto é o "pirata dos mails" e o jornal anuncia que acompanhou a viagem do hacker desde Budapeste. Não explicam como, embora informem, com foto a apoiar que viajou em primeira classe com três agentes da PJ. Não explicam as cumplicidades de que gozam junto da PJ que segundo o jornal "liderou o processo". Ou seja, o CPP deixou de se aplicar no caso concreto e o MºPº é agora o auxiliar da PJ. Enfim. Quem é que reporta? A jornalista do "pente-fino"... whoelse?
A capa do jornal é um must: é o Benfica que lidera o processo, afinal. "Aperta o cerco ao pirata" é linguagem do tipo "pente-fino". Pobre mas honrada, dos tempos da primária do fassismo. "Apertar o cerco", "pente-fino", etc. é jargão antigo e veremos mais pela certa. Estarei atento.
Como estou ao seguinte: a notícia que acompanha a viajem desde Budapeste tem fotos do arguido e de agentes da PJ. Foi tirada no avião, num lugar ao lado dos mesmos, em "primeira" claro que o Estado pode pagar luxos destes. É legítimo supor que a jornalista "pente-fino" conseguiu a cacha com colaboração activa de alguém da PJ que lhe passa informações em segredo de justiça. Tal é um crime.
Espera-se que o MºP que afinal nem lidera esta operação termine de vez com esta pouca-vergonha e deixe de auxiliar a Cofina nestas aventuras. Não é função do MºPº auxiliar empresas privadas de comunicação social. Nem pactuar com a prática de crimes.
Por outro lado é uma suprema hipocrisia ler isto de um comentador, ex-agente da PJ que eventualmente vai comentar este mesmo assunto na CMTV. Leia-se o despudor e o despautério de quem faz o mal e a caramunha. Chocante. Esta gente perdeu o tino, ou quê? Tudo isto começou por bem, pro bono. Afinal, ex-agentes da PJ a comentar assuntos dos fait-divers do dia até não era mau. Sempre explicavam o que se passava nível policial e ajudavam a compreender. Com o tempo viciaram-se e agora já não vivem sem a droga desses comentários e rendimentos correspondentes. É preciso acabar com o vício porque vai tornar-se naquilo que os vícios são: sócios e tiranos ao mesmo tempo.
Por outro lado o CM anda a refinar. Agora até reporta violência doméstica na capa da revista. Uma marida ali retratada, ou mulher frustrada, não sei bem, é alvo de violência psicológica do marido. À atenção das autoridades e da APAV...
A capa do jornal é um must: é o Benfica que lidera o processo, afinal. "Aperta o cerco ao pirata" é linguagem do tipo "pente-fino". Pobre mas honrada, dos tempos da primária do fassismo. "Apertar o cerco", "pente-fino", etc. é jargão antigo e veremos mais pela certa. Estarei atento.
Como estou ao seguinte: a notícia que acompanha a viajem desde Budapeste tem fotos do arguido e de agentes da PJ. Foi tirada no avião, num lugar ao lado dos mesmos, em "primeira" claro que o Estado pode pagar luxos destes. É legítimo supor que a jornalista "pente-fino" conseguiu a cacha com colaboração activa de alguém da PJ que lhe passa informações em segredo de justiça. Tal é um crime.
Espera-se que o MºP que afinal nem lidera esta operação termine de vez com esta pouca-vergonha e deixe de auxiliar a Cofina nestas aventuras. Não é função do MºPº auxiliar empresas privadas de comunicação social. Nem pactuar com a prática de crimes.
Por outro lado é uma suprema hipocrisia ler isto de um comentador, ex-agente da PJ que eventualmente vai comentar este mesmo assunto na CMTV. Leia-se o despudor e o despautério de quem faz o mal e a caramunha. Chocante. Esta gente perdeu o tino, ou quê? Tudo isto começou por bem, pro bono. Afinal, ex-agentes da PJ a comentar assuntos dos fait-divers do dia até não era mau. Sempre explicavam o que se passava nível policial e ajudavam a compreender. Com o tempo viciaram-se e agora já não vivem sem a droga desses comentários e rendimentos correspondentes. É preciso acabar com o vício porque vai tornar-se naquilo que os vícios são: sócios e tiranos ao mesmo tempo.
Por outro lado o CM anda a refinar. Agora até reporta violência doméstica na capa da revista. Uma marida ali retratada, ou mulher frustrada, não sei bem, é alvo de violência psicológica do marido. À atenção das autoridades e da APAV...
quinta-feira, março 21, 2019
Violência doméstica: uma voz sensata e autorizada
Imagem do DN/Adelino Meireles
A apresentação que o jornal Diário de Notícias faz- e honra lhe seja feita- é assim:
A juíza Cristina Cardoso doutorou-se em Direito com uma tese sobre a violência doméstica, em que comparou os sistemas português e espanhol. E concluiu que aumentar penas de prisão, criar tribunais especializados e tratar a violência sobre as mulheres com crime de género não são a melhor opção
Seguem-se excertos da longa entrevista que vale a pena ler na totalidade, principalmente os ruis pereiras que por aí andam e julgam saber da poda.
A juíza Cristina Cardoso doutorou-se em Direito com uma tese sobre a violência doméstica, em que comparou os sistemas português e espanhol. E concluiu que aumentar penas de prisão, criar tribunais especializados e tratar a violência sobre as mulheres com crime de género não são a melhor opção
Seguem-se excertos da longa entrevista que vale a pena ler na totalidade, principalmente os ruis pereiras que por aí andam e julgam saber da poda.
Referindo-se às estatísticas que aliás coloquei aqui há alguns dias, relativos a anos anteriores e recentes, com gráficos e tudo, diz:
Avaliou esses números?
Avaliou esses números?
Avaliei, os espanhóis têm estatísticas para tudo. Os crimes não diminuíram nada e esse é precisamente o problema. Não obstante se legislar, se aumentar as penas, se criar mais crimes, se alargar o âmbito da incriminação, a violência doméstica não tem diminuído. Se calhar o problema é estrutural e isso verifica-se em Portugal e em Espanha. Não vamos resolver o problema da violência doméstica através da lei.
Colocar os condenados mais tempo na prisão não resolve?
De maneira nenhuma. Em Espanha as penas não têm uma moldura superior mas a suspensão é muito inferior. Lá é dois anos o máximo, aqui são cinco. É evidente que em Espanha há mais penas efetivas, a partir de dois anos não podem ser suspensas.
Isso não teve efeito na sociedade, no número de crimes cometidos?
Pelo contrário, têm aumentado. Em 2013, tinham 124.893 denúncias por violência de género. Em 2014 foram 126.742, em 2015 chegaram a 129.193 e em 2016 são 142893. Sempre a aumentar e em Portugal é mais ou menos idêntico. Não se nota uma diminuição. A política de aumentar as penas teria algum sentido se ao aumento da punição correspondesse uma diminuição da criminalidade. Aí compreendia mas não corresponde.
Isso aplica-se a toda a criminalidade, no fundo.
Por isso, para mim, não faz sentido estar a discutir se vamos aumentar as penas na violência doméstica. Não vamos por aí diminuir a violência.
Por onde devíamos então direcionar a discussão?
Sem dúvida para a educação. É a única forma de resolver este flagelo social que é a violência doméstica. A começar na escola primária e esperar que daqui a uma geração produza efeitos. Aí acredito que se consiga, não digo erradicar mas diminuir muito.
O que é preciso é mudar mentalidades?
A questão da educação é em sentido lato mas obviamente enquanto esta reforma estrutural na sociedade não acontece não podemos deixar as vítimas desprotegidas nem os agressores impunes.
O que se pode fazer a curto prazo?
Seria implementar a ordem de proteção. Acho que teria eficácia. Outro aspeto é a intervenção sobre os agressores.
São muitas vezes vistos como monstros devido à forma violenta e reiterada dos seus crimes. É possível pensar na sua reabilitação?
É possível. Os espanhóis têm vários programas para agressores e têm estatísticas disso, nós não. A reincidência em Espanha no caso de agressores que frequentaram os programas é apenas de 4%. Significa que produzem efeitos. O que acontece é que todo o combate à violência doméstica surgiu com os movimentos feministas e sempre se defendeu que importava antes de mais proteger a vítima. E deve-se proteger a vítima. A questão é mais saber se uma das formas de proteger a vítima não é precisamente a intervenção sobre o agressor. Para mim, é. Se aplicamos uma pena de prisão efetiva e colocamos o agressor dois anos num estabelecimento prisional, sem qualquer programa, não podemos esperar uma alteração de comportamento da parte do agressor. Quando sair, poderá acontecer que mude de vítima. Ou não, também é muito frequente na violência doméstica as relações terminarem e depois reatarem.
Como juíza de execução de penas tem contacto com esses programas?
Não, em Portugal infelizmente não temos esses programas a funcionar nos estabelecimentos prisionais. Em Espanha os programas nasceram no âmbito prisional e passaram para o exterior. Em Portugal nasceram no meio livre mas nunca passaram para a cadeia. Nos casos mais graves, de reincidência, não temos programas específicos para a violência doméstica em meio prisional. Isto é um contra-senso. E temos um programa que funciona em meio livre, era só adaptá-lo ao meio prisional.
Esses programas são aplicados por sentença judicial?
Pode ser logo como medida da coação, com aqui o único problema a ser a duração. São 18 meses. O processo pode terminar antes. No âmbito das sentenças, pode ser aplicado. Pode ainda ser como condição na suspensão provisória do processo, na suspensão da pena de prisão ou ainda como pena acessória. Estes programas são executados pela Direção-Geral de Reinserção, envolvem entrevistas pessoais e depois sessões em grupo.
E no caso das vítimas, avaliou se há necessidade de intervenção?
Trato muito disso na minha tese. Creio que há dois estereótipos sobre a vítima mulher. O da vítima extremamente vulnerável - fragilizada após anos de maus tratos e sem capacidade de decisão - e o da vítima irracional - hoje apresenta queixa e amanhã já não quer queixar-se, muda de opinião a meio. Em ambas as situações considera-se legítimo decidir pela vítima. Discordo completamente. Em situações graves e reiteradas de violência doméstica, a vítima não tem força mas acho que a forma de ajudar não é decidir por ela. É ajudá-la a empoderá-la, a ganhar a força que perdeu e a decidir por ela. Não podemos tratar as mulheres como incapazes ou menores. Há muito essa tendência.
No sistema judicial ou na sociedade?
Na sociedade em geral. Temos uma conceção ideal da vítima.
Qual é?
É a vítima que se queixa, que se quer separar, que se divorcia, que presta depoimento. Tanto em fase de inquérito como em julgamento, que quer a condenação do agressor em pena de prisão efetiva. Isto é a vítima ideal. O que acontece é que nem todas as vítimas são as ideais. As situações de violência doméstica são muito díspares. Não há uma vítima, há uma multiplicidade de vítimas e muitas não cabem neste conceito de vítima ideal. Entendo que o sistema não deve ter legitimidade, em nome daquilo que se considera certo, para decidir pela mulher. É o que acontece.
Como se contorna isso?
É desde logo pelo empoderamento. Ajudar a mulher com apoio psicológico, com programas e há muitos em Portugal a funcionar bem. Ajudar a mulher a ganhar a força que perdeu durante os anos em que foi vítima. O sistema decide por ela. Por isso é que o crime é público. Entende-se que o melhor é a vítima separar-se, depor e querer a condenação do agressor.
Como juíza viu muitos casos de mulheres que não queriam isso?
Muitos, imensos. Mais de 50% dos julgamentos. Aliás, 98% das absolvições devem-se ao facto da vítima chegar a julgamento e não depor. Apesar de ser testemunha, tem esse direito, dado a relação conjugal, como familiar.
Isso depois é exposto na diferença entre o número de denúncias e acusações e o de condenações?
Sim, totalmente. Sendo o crime de natureza pública, o Ministério Público inicia o processo mesmo sem queixa e até aqui concordo. Depois o processo prossegue, mesmo contra a vontade da vítima. Pode dizer 'eu quero desistir' mas sendo público isso não tem qualquer efeito. Em julgamento, a vítima - sendo mulher ou mesmo ex-mulher - vai depois dizer que não quer prestar depoimento. Na violência doméstica, o depoimento da vítima é fundamental para alicerçar uma condenação. Podemos estar a fazer aquilo a que chamo um julgamento a fingir porque toda a gente se cala. O arguido tem o direito ao silêncio, a testemunha vítima tem direito a não prestar depoimento, e as restantes testemunhas se forem familiares, filhos ou pais, gozam do mesmo direito de não falar. Conseguir uma condenação nestes casos é muito difícil. E depois há uma absolvição que a população tem mais dificuldade em compreender do que se fosse a vítima a resolver não prosseguir com o processo.
Pode haver pressão para a vítima não falar...
Sim, claro. Mas voltamos sempre ao estereótipo de vítima, à ideia que todas as vítimas que desistem o fazem por serem coagidas pelo agressor. Isto não é totalmente correto. Há situações em que a vítima não quer a resposta do direito penal. Há muitas vítimas de violência doméstica que não querem a condenação do agressor a uma pena de prisão. Querem outra coisa. Se calhar querem que ele se trate. Uma coisa querem sempre: é não ser mais agredidas. Agora as situações da vida real são muito amplas e são mais ricas do que aquilo que o legislador conseguiu prever. Há casos em que no momento do julgamento o casal está separado e se calhar até já tem uma boa relação. A vítima pode, legitimamente, não querer a condenação do pai dos filhos. Não tenho que a julgar de acordo com aquilo que acho ser correto. Devo respeitar a vontade da vítima. Para mim, o respeito pela autonomia da mulher é fundamental.
Se já não houver risco de agressões?
Nas situações mais graves, quando saem de casa e têm acompanhamento, as vítimas depõem. Fiz muitos julgamentos em que as mulheres estavam já em casas de abrigo e nesses casos é diferente. Mas a maioria dos casos não termina em homicídio nem em tentativa. A violência doméstica de que se fala mas não abre os telejornais não tem armas envolvidas. É a diferença em relação a Espanha, que divide a violência doméstica em dois tipos de crime. E as suas estatísticas dizem que só 10,9% dizem respeito a maus tratos habituais. O resto é ocasional e menos grave.
Colocar os condenados mais tempo na prisão não resolve?
De maneira nenhuma. Em Espanha as penas não têm uma moldura superior mas a suspensão é muito inferior. Lá é dois anos o máximo, aqui são cinco. É evidente que em Espanha há mais penas efetivas, a partir de dois anos não podem ser suspensas.
Isso não teve efeito na sociedade, no número de crimes cometidos?
Pelo contrário, têm aumentado. Em 2013, tinham 124.893 denúncias por violência de género. Em 2014 foram 126.742, em 2015 chegaram a 129.193 e em 2016 são 142893. Sempre a aumentar e em Portugal é mais ou menos idêntico. Não se nota uma diminuição. A política de aumentar as penas teria algum sentido se ao aumento da punição correspondesse uma diminuição da criminalidade. Aí compreendia mas não corresponde.
Isso aplica-se a toda a criminalidade, no fundo.
Por isso, para mim, não faz sentido estar a discutir se vamos aumentar as penas na violência doméstica. Não vamos por aí diminuir a violência.
Por onde devíamos então direcionar a discussão?
Sem dúvida para a educação. É a única forma de resolver este flagelo social que é a violência doméstica. A começar na escola primária e esperar que daqui a uma geração produza efeitos. Aí acredito que se consiga, não digo erradicar mas diminuir muito.
O que é preciso é mudar mentalidades?
A questão da educação é em sentido lato mas obviamente enquanto esta reforma estrutural na sociedade não acontece não podemos deixar as vítimas desprotegidas nem os agressores impunes.
O que se pode fazer a curto prazo?
Seria implementar a ordem de proteção. Acho que teria eficácia. Outro aspeto é a intervenção sobre os agressores.
São muitas vezes vistos como monstros devido à forma violenta e reiterada dos seus crimes. É possível pensar na sua reabilitação?
É possível. Os espanhóis têm vários programas para agressores e têm estatísticas disso, nós não. A reincidência em Espanha no caso de agressores que frequentaram os programas é apenas de 4%. Significa que produzem efeitos. O que acontece é que todo o combate à violência doméstica surgiu com os movimentos feministas e sempre se defendeu que importava antes de mais proteger a vítima. E deve-se proteger a vítima. A questão é mais saber se uma das formas de proteger a vítima não é precisamente a intervenção sobre o agressor. Para mim, é. Se aplicamos uma pena de prisão efetiva e colocamos o agressor dois anos num estabelecimento prisional, sem qualquer programa, não podemos esperar uma alteração de comportamento da parte do agressor. Quando sair, poderá acontecer que mude de vítima. Ou não, também é muito frequente na violência doméstica as relações terminarem e depois reatarem.
Como juíza de execução de penas tem contacto com esses programas?
Não, em Portugal infelizmente não temos esses programas a funcionar nos estabelecimentos prisionais. Em Espanha os programas nasceram no âmbito prisional e passaram para o exterior. Em Portugal nasceram no meio livre mas nunca passaram para a cadeia. Nos casos mais graves, de reincidência, não temos programas específicos para a violência doméstica em meio prisional. Isto é um contra-senso. E temos um programa que funciona em meio livre, era só adaptá-lo ao meio prisional.
Esses programas são aplicados por sentença judicial?
Pode ser logo como medida da coação, com aqui o único problema a ser a duração. São 18 meses. O processo pode terminar antes. No âmbito das sentenças, pode ser aplicado. Pode ainda ser como condição na suspensão provisória do processo, na suspensão da pena de prisão ou ainda como pena acessória. Estes programas são executados pela Direção-Geral de Reinserção, envolvem entrevistas pessoais e depois sessões em grupo.
Trato muito disso na minha tese. Creio que há dois estereótipos sobre a vítima mulher. O da vítima extremamente vulnerável - fragilizada após anos de maus tratos e sem capacidade de decisão - e o da vítima irracional - hoje apresenta queixa e amanhã já não quer queixar-se, muda de opinião a meio. Em ambas as situações considera-se legítimo decidir pela vítima. Discordo completamente. Em situações graves e reiteradas de violência doméstica, a vítima não tem força mas acho que a forma de ajudar não é decidir por ela. É ajudá-la a empoderá-la, a ganhar a força que perdeu e a decidir por ela. Não podemos tratar as mulheres como incapazes ou menores. Há muito essa tendência.
No sistema judicial ou na sociedade?
Na sociedade em geral. Temos uma conceção ideal da vítima.
Qual é?
É a vítima que se queixa, que se quer separar, que se divorcia, que presta depoimento. Tanto em fase de inquérito como em julgamento, que quer a condenação do agressor em pena de prisão efetiva. Isto é a vítima ideal. O que acontece é que nem todas as vítimas são as ideais. As situações de violência doméstica são muito díspares. Não há uma vítima, há uma multiplicidade de vítimas e muitas não cabem neste conceito de vítima ideal. Entendo que o sistema não deve ter legitimidade, em nome daquilo que se considera certo, para decidir pela mulher. É o que acontece.
Como se contorna isso?
É desde logo pelo empoderamento. Ajudar a mulher com apoio psicológico, com programas e há muitos em Portugal a funcionar bem. Ajudar a mulher a ganhar a força que perdeu durante os anos em que foi vítima. O sistema decide por ela. Por isso é que o crime é público. Entende-se que o melhor é a vítima separar-se, depor e querer a condenação do agressor.
Como juíza viu muitos casos de mulheres que não queriam isso?
Muitos, imensos. Mais de 50% dos julgamentos. Aliás, 98% das absolvições devem-se ao facto da vítima chegar a julgamento e não depor. Apesar de ser testemunha, tem esse direito, dado a relação conjugal, como familiar.
Isso depois é exposto na diferença entre o número de denúncias e acusações e o de condenações?
Sim, totalmente. Sendo o crime de natureza pública, o Ministério Público inicia o processo mesmo sem queixa e até aqui concordo. Depois o processo prossegue, mesmo contra a vontade da vítima. Pode dizer 'eu quero desistir' mas sendo público isso não tem qualquer efeito. Em julgamento, a vítima - sendo mulher ou mesmo ex-mulher - vai depois dizer que não quer prestar depoimento. Na violência doméstica, o depoimento da vítima é fundamental para alicerçar uma condenação. Podemos estar a fazer aquilo a que chamo um julgamento a fingir porque toda a gente se cala. O arguido tem o direito ao silêncio, a testemunha vítima tem direito a não prestar depoimento, e as restantes testemunhas se forem familiares, filhos ou pais, gozam do mesmo direito de não falar. Conseguir uma condenação nestes casos é muito difícil. E depois há uma absolvição que a população tem mais dificuldade em compreender do que se fosse a vítima a resolver não prosseguir com o processo.
Pode haver pressão para a vítima não falar...
Sim, claro. Mas voltamos sempre ao estereótipo de vítima, à ideia que todas as vítimas que desistem o fazem por serem coagidas pelo agressor. Isto não é totalmente correto. Há situações em que a vítima não quer a resposta do direito penal. Há muitas vítimas de violência doméstica que não querem a condenação do agressor a uma pena de prisão. Querem outra coisa. Se calhar querem que ele se trate. Uma coisa querem sempre: é não ser mais agredidas. Agora as situações da vida real são muito amplas e são mais ricas do que aquilo que o legislador conseguiu prever. Há casos em que no momento do julgamento o casal está separado e se calhar até já tem uma boa relação. A vítima pode, legitimamente, não querer a condenação do pai dos filhos. Não tenho que a julgar de acordo com aquilo que acho ser correto. Devo respeitar a vontade da vítima. Para mim, o respeito pela autonomia da mulher é fundamental.
Se já não houver risco de agressões?
Nas situações mais graves, quando saem de casa e têm acompanhamento, as vítimas depõem. Fiz muitos julgamentos em que as mulheres estavam já em casas de abrigo e nesses casos é diferente. Mas a maioria dos casos não termina em homicídio nem em tentativa. A violência doméstica de que se fala mas não abre os telejornais não tem armas envolvidas. É a diferença em relação a Espanha, que divide a violência doméstica em dois tipos de crime. E as suas estatísticas dizem que só 10,9% dizem respeito a maus tratos habituais. O resto é ocasional e menos grave.
O poder de destruição do Correio da Manhã
No passado dia 18 o Correio da Manhã titulou assim a capa:
A notícia que acompanhava, assinada por Sérgio Azenha, era assim:
A notícia dá estes factos por assentes. O tal Morais Pires sacou o milhão quando via o barco do BES a afundar. Fê-lo por escrito que representava um acordo pela saída do Banco onde tinha trabalhado 28 anos. A reforma viria depois, assim que perfizesse 65 anos.
Diz ainda a notícia que o tal Morais Pires recebeu mesmo tal quantia, deduzida de valores para impostos que importaram em 500 mil euros. Portanto, só teria recebido metade daquele valor, aproximadamente. Mais: diz que o BES pagou tal "compensação financeira" em 23 de Julho de 2014, quando já tinha prejuízos assinaláveis ( 3,6 mil milhões). Ou seja, estava falido. Tanto que em 4 de Agosto desse ano o BdP resolveu liquidar o BES e abrir o Novo Banco.
São verdadeiros, estes factos?
Hoje no CM o dito Morais Pires, através do seu advogado responde à notícia que o jornal publica na pág. 21, dedicada à "economia". Ao fundo da página e com título para passar à frente a quem já nem se lembra da capa do outro dia mas ficou no subconsciente com a ideia básica: este Morais Pires é um chico-esperto e "sacou" o milhão ao banco falido deixando a conta para outros pagarem. Um sacana, portanto. É este o substracto da notícia. Vejamos a versão do tal Morais Pires:
Segundo diz Morais Pires a notícia é totalmente falsa. Não recebeu o milhão e até ensina a fazer contas ao jornalista que afinal publicou na página seguinte a notícia que desmentiria factualmente a capa do jornal: Morais Pires ficou sem nada de tal indemnização. E ainda ficou com menos 200 mil euros.
Aqui chegados pergunta-se: o jornalista sabe ler, mesmo o que escreve? Sabe fazer contas? Porque fez a notícia e a chamada de capa que é objectivamente falsa, embora assentando em factos verdadeiros que não se verificaram para o efeito proclamado?
O que é que o jornalista vai dizer se for chamado a capítulo? Que o tal Morais Pires queria receber tal quantia e até pagou 500 mil euros de impostos! Portanto recebeu!
Mas não conclui que a resolução do banco lhe retirou tal valor e ainda lhe acumulou mais 200 mil euros.
Portanto é assim que se destroem reputações nos jornais. Notícias meias verdadeiras que mostram factos inteiramente falsos.
O que vai acontecer a este jornalista? Nada de nada. Aposto que até dorme sossegadinho até à próxima...
Eu confesso: se tivesse feito uma coisa destas, aqui, neste blog que não é lido por muita gente e que é proibido até nos sítios oficiais de alguns ministérios como o da Educação, sentir-me-ia envergonhado, publicaria um desmentido e tentaria por todos os meios apagar o mal feito.
Este jornalista e este jornal nem sequer publicam a resposta de Morais Pires na capa. Nada.
Que jornalismo é este? Quem os ensinou a fazer isto e quem os incentiva a tal? Eu digo: aqueles que estavam no retrato de ontem e que trabalham, alguns deles, para a Cofina.
São destruidores de reputações alheias e não sentem qualquer ponta de vergonha por isso. São criminosos, delinquentes por tendência, tal e qual. E que venham dizer que não são...
Mais: como este Morais Pires terá contas a ajustar pelo que fez no banco, é caso arrumado na consciência. É da estirpe dos sócrates e por isso a abater de qualquer maneira. Afinal, não foi o gajo que contribuiu para a falência do BES? Vale tudo, então...fogo à peça, ou, como alguns deles se lembram dos tempos do maoismo, "fogo sobre o quartel-general!"
A notícia que acompanhava, assinada por Sérgio Azenha, era assim:
A notícia dá estes factos por assentes. O tal Morais Pires sacou o milhão quando via o barco do BES a afundar. Fê-lo por escrito que representava um acordo pela saída do Banco onde tinha trabalhado 28 anos. A reforma viria depois, assim que perfizesse 65 anos.
Diz ainda a notícia que o tal Morais Pires recebeu mesmo tal quantia, deduzida de valores para impostos que importaram em 500 mil euros. Portanto, só teria recebido metade daquele valor, aproximadamente. Mais: diz que o BES pagou tal "compensação financeira" em 23 de Julho de 2014, quando já tinha prejuízos assinaláveis ( 3,6 mil milhões). Ou seja, estava falido. Tanto que em 4 de Agosto desse ano o BdP resolveu liquidar o BES e abrir o Novo Banco.
São verdadeiros, estes factos?
Hoje no CM o dito Morais Pires, através do seu advogado responde à notícia que o jornal publica na pág. 21, dedicada à "economia". Ao fundo da página e com título para passar à frente a quem já nem se lembra da capa do outro dia mas ficou no subconsciente com a ideia básica: este Morais Pires é um chico-esperto e "sacou" o milhão ao banco falido deixando a conta para outros pagarem. Um sacana, portanto. É este o substracto da notícia. Vejamos a versão do tal Morais Pires:
Segundo diz Morais Pires a notícia é totalmente falsa. Não recebeu o milhão e até ensina a fazer contas ao jornalista que afinal publicou na página seguinte a notícia que desmentiria factualmente a capa do jornal: Morais Pires ficou sem nada de tal indemnização. E ainda ficou com menos 200 mil euros.
Aqui chegados pergunta-se: o jornalista sabe ler, mesmo o que escreve? Sabe fazer contas? Porque fez a notícia e a chamada de capa que é objectivamente falsa, embora assentando em factos verdadeiros que não se verificaram para o efeito proclamado?
O que é que o jornalista vai dizer se for chamado a capítulo? Que o tal Morais Pires queria receber tal quantia e até pagou 500 mil euros de impostos! Portanto recebeu!
Mas não conclui que a resolução do banco lhe retirou tal valor e ainda lhe acumulou mais 200 mil euros.
Portanto é assim que se destroem reputações nos jornais. Notícias meias verdadeiras que mostram factos inteiramente falsos.
O que vai acontecer a este jornalista? Nada de nada. Aposto que até dorme sossegadinho até à próxima...
Eu confesso: se tivesse feito uma coisa destas, aqui, neste blog que não é lido por muita gente e que é proibido até nos sítios oficiais de alguns ministérios como o da Educação, sentir-me-ia envergonhado, publicaria um desmentido e tentaria por todos os meios apagar o mal feito.
Este jornalista e este jornal nem sequer publicam a resposta de Morais Pires na capa. Nada.
Que jornalismo é este? Quem os ensinou a fazer isto e quem os incentiva a tal? Eu digo: aqueles que estavam no retrato de ontem e que trabalham, alguns deles, para a Cofina.
São destruidores de reputações alheias e não sentem qualquer ponta de vergonha por isso. São criminosos, delinquentes por tendência, tal e qual. E que venham dizer que não são...
Mais: como este Morais Pires terá contas a ajustar pelo que fez no banco, é caso arrumado na consciência. É da estirpe dos sócrates e por isso a abater de qualquer maneira. Afinal, não foi o gajo que contribuiu para a falência do BES? Vale tudo, então...fogo à peça, ou, como alguns deles se lembram dos tempos do maoismo, "fogo sobre o quartel-general!"
quarta-feira, março 20, 2019
Filarmónica Fraude: o primeiro ep tem 50 anos
O grupo Filarmónica Fraude lançou o seu primeiro ep fez ontem 50 anos. Se não fosse este blog nem me lembrava. Mas ainda vou a tempo, transcrevendo o texto que aí aparece de um dos músicos que compunha a banda, o grande António Pinho que alguns anos mais tarde viria a fundar a Banda do Casaco.
O aparecimento público do grupo no Verão de 1968 foi já contado aqui. O tal ep ( comprado numa feira de disco) era este, com edição, neste caso, de um rádio que anotou o tema Flor de Laranjeira, como proibido...
Rapinado do blog em causa uma explicação das influências musicais do grupo:
Numa entrevista ao "Diário Popular" de Abril de 1969, confessavam que não tinham ídolos, mas que as suas influências vinham, sem dúvida, do dr. José Afonso, Carlos Paredes, Donovan, Canned Heat, Manfred Mann, Moody Blues e, claro está, Beatles.
Em Lisboa, lá pelos idos 60s, internado estava eu nessa nefasta instituição de nome Colégio Militar, onde tudo o que de útil aprendi - e não é pouco - foi nutrir um enorme e profundo desprezo por tudo o que diga respeito à tropa, tradições e trogloditas.
Confesso: aprendi igualmente a arte das altas fugas nocturnas que regularmente concretizava com amigos saltadores de muros altos.
Num ou noutro fim de semana ia a casa de meus Pais. Era esta, nesse tempo, no Entroncamento, um perfeito exemplo de localidade que me inspirou textos e textos que - julgando escrever um livro de crónicas do ridículo - juntei numa sebenta, cuja capa ostentou o nome "Poeira e Calhandrice".
Digo os "tentei", pois viria a levar sumiço. Perda de menor importância.
Algumas destas crónicas escrevi-as em verso, rimas atrás rimas, arroubos de romantismo adolescente. E, aos poucos, as que me pareciam de valia maior foram adquirindo forma de letras de canções imaginárias.
A música já se tornara uma paixão (quando a rádio era útil e era culto), o gosto já se depurava, muito por influência de um enorme amigo que ainda consta do rol dos para-toda-a-vida, Rão Kyao, esse mesmo, que também usou aquela caricata farda colegial e que, como eu, detestava ser soldadinho de chumbo andando a toque de caixa.
Lembro-me que o Rão nos ensinou a degustar Ray Charles, quando andávamos todos com fome de Beatles. Nem aquele, nem estes - antes pelo contrário - me causaram indigestões.
Pois foi uma dessas hipotéticas letras guardadas naquela sebenta que veio a originar a "Flor de Laranjeira". A retratada noiva existiu mesmo, de uma família muito bem - dizia-se assim, quando referindo gente rica -, o casório foi de espavento e estadão.
Mas a menina já ia grávida e as línguas desataram-se em bocas pequenas como calhandras levantando poeira no adro da igreja.
Hoje não seria assunto para letra, mas nesse tempo foi para o que me deu.
Guardada a letrinha, viria pouco depois a ser entregue ao meu amigo Luís Linhares que, captando a forma de prosa nas frases longas da primeira parte da canção, como se reportagem jornalística fosse, deu à minha crónica de costumes a força satírica que, sem melodia, acabaria por desaparecer sem história, como o resto da sebenta.
António Avelar Pinho
O aparecimento público do grupo no Verão de 1968 foi já contado aqui. O tal ep ( comprado numa feira de disco) era este, com edição, neste caso, de um rádio que anotou o tema Flor de Laranjeira, como proibido...
Rapinado do blog em causa uma explicação das influências musicais do grupo:
Numa entrevista ao "Diário Popular" de Abril de 1969, confessavam que não tinham ídolos, mas que as suas influências vinham, sem dúvida, do dr. José Afonso, Carlos Paredes, Donovan, Canned Heat, Manfred Mann, Moody Blues e, claro está, Beatles.
E o texto de António Avelar Pinho , um dos filarmónicos, por ocasião da efeméride dos 40 anos, também rapinado do blog do ié-ié:
Em Lisboa, lá pelos idos 60s, internado estava eu nessa nefasta instituição de nome Colégio Militar, onde tudo o que de útil aprendi - e não é pouco - foi nutrir um enorme e profundo desprezo por tudo o que diga respeito à tropa, tradições e trogloditas.
Confesso: aprendi igualmente a arte das altas fugas nocturnas que regularmente concretizava com amigos saltadores de muros altos.
Num ou noutro fim de semana ia a casa de meus Pais. Era esta, nesse tempo, no Entroncamento, um perfeito exemplo de localidade que me inspirou textos e textos que - julgando escrever um livro de crónicas do ridículo - juntei numa sebenta, cuja capa ostentou o nome "Poeira e Calhandrice".
Digo os "tentei", pois viria a levar sumiço. Perda de menor importância.
Algumas destas crónicas escrevi-as em verso, rimas atrás rimas, arroubos de romantismo adolescente. E, aos poucos, as que me pareciam de valia maior foram adquirindo forma de letras de canções imaginárias.
A música já se tornara uma paixão (quando a rádio era útil e era culto), o gosto já se depurava, muito por influência de um enorme amigo que ainda consta do rol dos para-toda-a-vida, Rão Kyao, esse mesmo, que também usou aquela caricata farda colegial e que, como eu, detestava ser soldadinho de chumbo andando a toque de caixa.
Lembro-me que o Rão nos ensinou a degustar Ray Charles, quando andávamos todos com fome de Beatles. Nem aquele, nem estes - antes pelo contrário - me causaram indigestões.
Pois foi uma dessas hipotéticas letras guardadas naquela sebenta que veio a originar a "Flor de Laranjeira". A retratada noiva existiu mesmo, de uma família muito bem - dizia-se assim, quando referindo gente rica -, o casório foi de espavento e estadão.
Mas a menina já ia grávida e as línguas desataram-se em bocas pequenas como calhandras levantando poeira no adro da igreja.
Hoje não seria assunto para letra, mas nesse tempo foi para o que me deu.
Guardada a letrinha, viria pouco depois a ser entregue ao meu amigo Luís Linhares que, captando a forma de prosa nas frases longas da primeira parte da canção, como se reportagem jornalística fosse, deu à minha crónica de costumes a força satírica que, sem melodia, acabaria por desaparecer sem história, como o resto da sebenta.
António Avelar Pinho
O CM fez 40 anos e continua na mesma
Hoje comprei o CM para ver as comemorações da efeméride. Coisa simples: ao lado das fotos do "dia do pai", aparecem os celebrantes na redacção do jornal. Muita gente a ganhar a vida nisto.
Dali, alguns deles devem ter ido decidir que capa punham no jornal de hoje. Material não faltava:
Destas novidades de hoje, recolhidas ontem e escolhidas a dedo por um daqueles celebrantes ( tem que ser um a decidir...) por entre as demais notícias que fazem a edição de hoje, com destaque para a tragédia em Moçambique, qual a notícia que foi para a capa em letra garrafal?
Bingo! O caso da "advogada"...porque é de facto uma notícia de homem que morde cão. Muito mais que a do "predador" ou a do "comerciante de 72 anos" que voltou a ser detido por suspeita de "aliciamento à prostituição" de "menores" ( entre 15 e 18 anos). O jornal traz um encarte no meio, com fotos de publicidade a putas e panascas e que poderia fazer a capa com os dizeres "Correio da Manhã alicia prostituição!" Seria verdadeiro, mas não é notícia porque é cão que morde homem.
Assim, o caso da advogada merece destaque com outra página em que se passa em revista ( não "a pente fino" porque o jornalista neste caso é Nelson Rodrigues) o assunto agora em julgamento, com os pormenores da acusação a debater e provar em audiência. A arguida, no CM já está condenada com trânsito em julgado. Falta a pena, mas isso nem virá noticiado...
Imagino qual tenha sido o critério editorial e poderei especular. Chega o jornalista Nelson com o material à beira de um daqueles celebrantes ou em conjunto com outros e apresenta o assunto: uma advogada, pá! A gaja deve ser maluca...mas vamos pôr isto na capa e desenvolvemos em duas páginas com os factos da acusação. Pá! A gaja batia nos filhos e o marido, coitado, também levava pela medida grande. È notícia! Advogada, mulher, acusada de violência doméstica, É o homem a morder no cão...
De facto, o resto, é prato do dia. Este, mesmo requentado e a cheirar a esturro dá para alimentar a curiosidade voyeurística do passante. Está no papo...fica a advogada na capa. Com uma foto de Moçambique e o assunto do Bruno do Sporting que andamos a tratar na CMTV e dá pano para mangas. É assunto de dinheiro.
Temos portanto na capa do CM de hoje, famosos( Bruno do Sporting e Ronaldo); dinheiro ( Bruno do Sporting, João Félix no City) e crime ( o caso da advogada. Como é que ela se chama, já agora? Mas isso interessa para alguma coisa?)
O Correio da Manhã é o sonho realizado de Pedro Tadeu, é o que é. O tipo coitado anda a amargar crónicas que ninguém lê em sítios infrequentados como o DN. E bem podia estar no CM...
Ah! Falta-me dizer a razão que me levou a comprar o jornal para além disto: estes dois apanhados humorísticos cujo autor não sei quem seja mas tiro-lhe o chapéu. Isto é humor!
Sobre o caso infausto do Jerónimo não saber o que é uma democracia esperei para ver no Domingo uma qualquer referência no programa humorístico rapioqueiro, na TVI. Debalde. Não acham que o assunto seja para rir.
Tal como os demais humoristas do costume, mesmo os indigentes como os faros e o filho daquela tal Sá Lopes. Não acham piada a tais assuntos ... nem quem os emprega admitiria que achassem. É tabu de esquerda e isso é o reduto intransponível para o humor que mostram. Como dizia o tal es Carr o, o humor define o que se é...
Dali, alguns deles devem ter ido decidir que capa punham no jornal de hoje. Material não faltava:
Destas novidades de hoje, recolhidas ontem e escolhidas a dedo por um daqueles celebrantes ( tem que ser um a decidir...) por entre as demais notícias que fazem a edição de hoje, com destaque para a tragédia em Moçambique, qual a notícia que foi para a capa em letra garrafal?
Bingo! O caso da "advogada"...porque é de facto uma notícia de homem que morde cão. Muito mais que a do "predador" ou a do "comerciante de 72 anos" que voltou a ser detido por suspeita de "aliciamento à prostituição" de "menores" ( entre 15 e 18 anos). O jornal traz um encarte no meio, com fotos de publicidade a putas e panascas e que poderia fazer a capa com os dizeres "Correio da Manhã alicia prostituição!" Seria verdadeiro, mas não é notícia porque é cão que morde homem.
Assim, o caso da advogada merece destaque com outra página em que se passa em revista ( não "a pente fino" porque o jornalista neste caso é Nelson Rodrigues) o assunto agora em julgamento, com os pormenores da acusação a debater e provar em audiência. A arguida, no CM já está condenada com trânsito em julgado. Falta a pena, mas isso nem virá noticiado...
Imagino qual tenha sido o critério editorial e poderei especular. Chega o jornalista Nelson com o material à beira de um daqueles celebrantes ou em conjunto com outros e apresenta o assunto: uma advogada, pá! A gaja deve ser maluca...mas vamos pôr isto na capa e desenvolvemos em duas páginas com os factos da acusação. Pá! A gaja batia nos filhos e o marido, coitado, também levava pela medida grande. È notícia! Advogada, mulher, acusada de violência doméstica, É o homem a morder no cão...
De facto, o resto, é prato do dia. Este, mesmo requentado e a cheirar a esturro dá para alimentar a curiosidade voyeurística do passante. Está no papo...fica a advogada na capa. Com uma foto de Moçambique e o assunto do Bruno do Sporting que andamos a tratar na CMTV e dá pano para mangas. É assunto de dinheiro.
Temos portanto na capa do CM de hoje, famosos( Bruno do Sporting e Ronaldo); dinheiro ( Bruno do Sporting, João Félix no City) e crime ( o caso da advogada. Como é que ela se chama, já agora? Mas isso interessa para alguma coisa?)
O Correio da Manhã é o sonho realizado de Pedro Tadeu, é o que é. O tipo coitado anda a amargar crónicas que ninguém lê em sítios infrequentados como o DN. E bem podia estar no CM...
Ah! Falta-me dizer a razão que me levou a comprar o jornal para além disto: estes dois apanhados humorísticos cujo autor não sei quem seja mas tiro-lhe o chapéu. Isto é humor!
Sobre o caso infausto do Jerónimo não saber o que é uma democracia esperei para ver no Domingo uma qualquer referência no programa humorístico rapioqueiro, na TVI. Debalde. Não acham que o assunto seja para rir.
Tal como os demais humoristas do costume, mesmo os indigentes como os faros e o filho daquela tal Sá Lopes. Não acham piada a tais assuntos ... nem quem os emprega admitiria que achassem. É tabu de esquerda e isso é o reduto intransponível para o humor que mostram. Como dizia o tal es Carr o, o humor define o que se é...